ORAÇÃO
de JANEIRO ao ANO INTEIRO
Jomard
Muniz de Britto, jmb
Ó poetas
sempre desejantes: rezem
pelas
meninas e meninos das ruas, morros
e
alagados, porque eles não podem ser
mangue
boys nem tatuados no coração.
Nem
sabem se a bolsa-escola-família é
promessa
ou pesadelo de outro sonho
de
verão, experiência sem experimentação.
Ó poetas
panorâmicos do azul-vertigem
neon-barroco-melancólico-brasilírico:
o que é
sublime reinvenção das filhas de Lilith?
Errantes
navegantes do VIVENCIAL.
Como
interpretar e interpenetrar o silêncio
das
epifanias e os segredos da práxis
nas
mutações da libido cenográfica?
Dancem
uma polka em louvor das culturas
ANALíticas
em folia pelos aterros doloridos.
Tudo
ainda pode recomeçar no MAR?
Entrelugar
de paixões e mitologias.
Ó poetas
anônimos, intrusos, famigerados,
extemporâneos
e pervertidos pelo NADA
e que um
dia se chamaram e clamaram por
Gregório,
Castro Alves, Carlos Pena Filho
de
Vinícius, Cabral, Barbosa, Glauberes.
E muito
mais experimentadores sem medo
dos
abissais drummundanos reciferidos.
Como
revisitar a dialética sem síntese
da
solidão sem Y nem D da INTERPOÉTICA?
Labirintos
da solidariedade entre pontes
safenas
do Capibaribe e ladeiras valencianas
de
Olinda ao Rio de Janeiro.
Configurações
do APOCALIPSE NOW com
A
CHINESA dentro de A IDADE DA TERRA.
Se os
BRUTOS, além de amar, ainda
clamam,
MARTE talvez vencerá os desafios
da
ignorância Kapital desenvolvimentista.
Ó poetas
excluídos: não rezem, mas
implorem
invocando a musicalidade PSI
de Numa
Ciro na Universidade das Quebradas.
Gozem
pelas infâmias.
Não
digam amém.
Esqueçam
santos, demônios, orixás e as
charadas
da máquina do mundo em transe.
Encarem
e desmascarem
a
finitude do verbo orar.
Recife,
janeiro de 2014.
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