PCdoB - 92 anos
Nilson Vellazquez
Petrobras, samba, candomblé, democracia, trabalhadores, reformas,
revolução, sangue, entrega, combate à corrupção, Diretas, soberania, Copa do
Mundo, Brasil. Se você já escutou essas expressões de maneira descontextualizada
da história do povo brasileiro, com certeza não alcançará a dimensão que essas
palavras têm para os comunistas do Brasil, ou melhor, em uma troca sintática, a
importância que os comunistas têm para que essas palavras possam fazer parte do
dia a dia do brasileiro, e que existam pessoas dispostas a debater o futuro, os
rumos da nação.
Neste 25 de
março, o PC do Brasil completa 92 anos, episódio cuja comemoração deve ser
feita, de maneira irrefreável por militantes de um mundo mais justo. Comemora-se,
sobretudo, porque identificamos, no PC do Brasil, mesmo após 92 anos de
existência, sua capacidade de reinventar-se, de aliar, como todo partido de
tipo leninista que se preze, a teoria e a prática. Neste partido de 92 anos,
não há espaço para o diletantismo vazio de uma esquerda que não consegue
enxergar as leis objetivas da natureza e da economia, nem há espaço para o
pragmatismo e liberalismo daqueles que sucumbiram a uma derrota parcial do
incipiente movimento comunista pelo mundo. Adaptar-se à realidade sem perder a
essência, cumprir a tarefa de um marxista: desenvolver a teoria revolucionária.
Em meio a
momentos de erupção política mundo afora, em que, de um lado a contraofensiva
do neoliberalismo, perdido em uma crise profunda, e do outro, a esquerda
radical, o PCdoB toma como essencial a luta pela soberania nacional. Assim,
como diz Gramsci, contribui com maior peso na determinação da história do país.
Desafiando-se a encontrar os caminhos que farão parte da emancipação do
proletariado.
Herdamos a tradição daqueles que lutaram, guerrearam, com “pedras, noites e poemas”, ou com armas, com guerrilha. Herdamos a tradição daqueles que entenderam que um novo mundo é possível. Somos herdeiros de Astrojildo, Jorge Amado, Marighela, Prestes, Maurício Grabois, Pedro Pomar, Lincoln Oest, João Amazonas.
Herdamos a tradição daqueles que lutaram, guerrearam, com “pedras, noites e poemas”, ou com armas, com guerrilha. Herdamos a tradição daqueles que entenderam que um novo mundo é possível. Somos herdeiros de Astrojildo, Jorge Amado, Marighela, Prestes, Maurício Grabois, Pedro Pomar, Lincoln Oest, João Amazonas.
Está em
nosso DNA a luta pela democracia; mas, não a democracia demagógica à qual somos
submetidos, não a aparência, e sim a essência de todos os fenômenos.
Nesses 92
anos de luta, o PC do Brasil faz da sua inventividade, ousadia e militância,
armas para enfrentar o duro jogo da democracia burguesa, na qual o poder
econômico define quem apita, na qual o simples fato de você ser negro, pobre,
gay o descredencia de direitos básicos de uma sociedade amplamente desigual.
Nesses 92 anos, erguemos a bandeira do socialismo com seu mastro fincado em
solo brasileiro, escutando, sabendo e buscando soluções para os problemas da
sociedade brasileira, num país cujas transições sempre se deram de maneira
incompleta - abolição da escravatura, Independência, República - é preciso dar
passos finais e iniciais para uma transição completa, a um novo ciclo
civilizacional: o socialismo.
O Partido
Comunista do Brasil, com os pés na realidade, não despreza trincheiras para acumular
força, e por isso, congratula-se em fazer parte desse novo momento do Brasil,
contribuindo com o sucesso do primeiro governo oriundo das forças populares
desse país.
Mas, o PCdoB
não se furta de fazer as críticas necessárias, de ampliar as conquistas. Por
isso, não se cansa de defender um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, que
garanta Reformas Estruturais que poderiam ter sido feitas há muito mais tempo.
É preciso garantir a qualidade de vida nas cidades, uma comunicação condizente
com a pluralidade do nosso povo, uma educação digna para os filhos dos
trabalhadores, terra pra quem quiser plantar, saúde e segurança para todos.
Para isso, temos um exército enraizado, sobretudo de jovens, mulheres,
trabalhadores e intelectualidade progressista, que entende que desenvolver a
nação é caminho para um país justo e soberano.
Sem modelo
único, sem dogmatismos, estamos vivos e prontos para mais 92 anos de luta.
Parabéns,
PCdoB!
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