Rede de líderes

Quem comanda a ação na base?

Luciano Siqueira, no Vermelho e no Portal de Organização

Arregimentando forças para o embate eleitoral de outubro, na atual fase de pré-campanha, sob inspiração das diretrizes do 8° Encontro Nacional sobre Questões de Partido, os Comitês Municipais do PCdoB mapeiam a base militante, avaliam o grau em que as Organizações de Base estão constituídas e em funcionamento, no intuito de potencializar a conquista do voto de maneira planejada. Ou seja: tanto em áreas e segmentos já testados, onde os candidatos comunistas podem contar com boa votação, como em áreas e segmentos recentes, a palavra de ordem é constituir redutos eleitorais - e estreitar laços de combate, amizade e convivência com expressivas parcelas do povo. Sobretudo nas capitais e cidades grandes e médias. 

Cabe, então, resolver um "detalhe" crucial: quem comanda a busca do voto pela base? 

Friedrich Engels, em artigo publicado entre 1872 e 1873, intitulado "Sobre a autoridade", assinala a absoluta necessidade de que o trabalho coletivo obedeça a um comando, sob pena do espontaneísmo, da dispersão e da ineficiência. Princípio válido tanto para uma seção de fábrica, como para um cine-clube ou círculo literário; e em especial para organizações de caráter explicitamente político, como o PCdoB. Isto sem nenhum prejuízo do exercício pleno da democracia, antes a fortalecendo mediante debate consciencioso, aberto e fraterno, prévio à tomada de decisão. Mas, uma vez decidido o que fazer, alguém tem que deter o controle das ações. 

Não significa que o secretariado da OB perca sua função dirigente, mas se acentua o papel do secretário político (ou presidente), que de modo simplificado podemos chamar de "pivô" ou líder da OB. Respaldado no coletivo militante, este autêntico dirigente de base há que liderar as ações destinadas a concretizar o que foi planejado, fazer o acompanhamento e o controle, zelar pelo bom cumprimento do cronograma pactuado e pela avaliação das metas estabelecidas, atento à evolução da campanha.

Já ao Comitê Municipal cabe usar um mecanismo constante das diretrizes do 7° e do 8º Encontro, que é a constituição do Fórum de Dirigentes de Base, justamente para reproduzir a organização e o controle verificado na OB em nível mais elevado e circunscrito a cada Distrito ou mesmo ao município. O Fórum proporciona a rápida transmissão das orientações da direção, o exame da situação concreta, a tomada de posição diante de fatos novos, a formatação da pauta comum, a troca de experiências, a emulação da militância, o controle das ações em andamento. Em outras palavras, concretiza uma rede de dirigentes de base capaz de assegurar dinamismo, combatividade e ousadia ao conjunto da militância mobilizada. 

Essa rede de dirigentes de bases, parte essencial do plano de campanha formulado pelo Comitê Municipal, sob a liderança direta da presidência e da secretaria de organização, põe-se também como foco do trabalho de formação. A realização do CPS (Curso do Programa Socialista) em ritmo de campanha (no conjunto do país a meta é atingir até o início de junho 50 mil militantes) acrescenta elementos de consciência teórica e política capazes de reforçar o entusiasmo e o ímpeto combativo da militância. 

Isto posto, mãos à obra!