03 julho 2014

Os que não gostam do Brasil

Antipatriotismo de ocasião
Luciano Siqueira

Parece incrível, mas é fato. Em meio à grande festa nacional em que se converteu a Copa do Mundo e às expectativas apaixonadas dos brasileiros quanto às chances de levarmos a taça, há quem torça contra. A maioria dos que praticam esse antipatriotismo de ocasião se mantém na moita, mas não são poucos os que abrem o jogo: o receio de que, vitoriosa, a seleção canarinho termine contribuindo para uma provável vitória de Dilma nas eleições de outubro.

Não se trata sequer do “complexo de vira-lata” denunciado por Nelson Rodrigues, e tão em voga no período que antecedeu a realização do torneio, difundido pela mídia e pela oposição. A previsão catastrófica, e falsa, de que tudo daria errado. Trata-se agora de uma percepção rasteira do fato eleitoral.

Claro que a Copa das Copas, como tem sido chamada com justeza, alimenta um ambiente de alegria e otimismo na população, que contrasta com o derrotismo semeado pelo catastrofismo midiático com fins eleitorais. Mas daí a exercer papel decisivo no resultado do pleito vai uma distância muito grande. São muitas as variáveis que concorrem para o rumo das eleições, assentadas sobretudo nas transformações que vêm ocorrendo na sociedade brasileira desde o primeiro governo Lula, iniciado em 2003. Aí reside, inclusive, a dificuldade de aderência da propaganda contrária encetada à exaustão e por meios os mais sofisticados pela mídia hegemônica. Entre a fantasia televisiva e a realidade dos fatos, tende a pesar mais a realidade, que toca ao sentimento da maioria dos brasileiros e brasileiras, sobretudo os cerca de quarenta milhões que deixaram a condição de extrema pobreza e ascenderam à situação denominada de “nova classe média”.

O Instituto Vox Populi publicou há uns dois meses, aproximadamente, pesquisa que indicava que nem a Copa seria perturbada por manifestações de centenas de milhares, como previam a mídia e a oposição, nem teria influência decisiva sobre o desenrolar das eleições presidenciais. A primeira assertiva se confirmou. A segunda, certamente se confirmará, ganhemos ou não a taça.

Em outras palavras, o povo brasileiro vem amadurecendo politicamente o suficiente para discernir as coisas e viver suas justas emoções e seu sentimento nacional legítimo e votar considerando o conjunto da obra.

Quanto aos que torcem contra, sinceramente: não apenas se equivocam politicamente, mas revelam um desamor à Pátria muito próprio de quem se habitou a pensar o Brasil conforme os ditames de Wall Street e da Avenida Paulista, sem nenhum apego aos reais interesse do povo e da nação. Estes merecem ser derrotados duplamente: na Copa e nas urnas.

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