A economia do terror
Eduardo Bomfim, no portal Vermelho www.vermelho.org.br
A humanidade viu completar dias atrás os 100
anos da eclosão da primeira grande guerra mundial, formidável carnificina
humana apenas superada pela subsequente 2ª guerra mundial, 1939-1945.
Com o fim da bipolarização geopolítica global, depois da debacle da extinta União Soviética, em muito pouco tempo assistiu-se o surgimento de dois vertiginosos fenômenos, a hegemonia da chamada Nova Ordem Mundial do grande capital financeiro e a entronização da geopolítica unipolar sob o domínio imperial dos Estados Unidos.
A esses dois novos processos históricos acompanhou uma espetacular enxurrada de formulações teóricas, políticas, ideológicas, econômicas, filosóficas com o objetivo de não só justificá-los mas aniquilar qualquer resistência contra esses novos tempos.
Tanta foi a euforia das forças do Mercado e imperialistas que chegou-se a proclamar como irrefutável o fim da História, promoveram-se obscuros intelectuais a exemplo do nipo-americano Francis Fukuyama, gurus da pós-modernidade anunciada.
Que profetizavam a fantasiosa paz infinita, o fim das guerras, conflitos regionais, o desaparecimento das fronteiras e respectivos Estados nacionais, e o cidadão passaria a ser de um mundo único, portanto o indivíduo global, eclético, desprovido de identidade ou raízes.
Numa relação direta entre uma suposta cidadania e o Mercado. Mas nesse sistema, o único internacionalismo permitido, assimilado, efetivo é o do capital rentista, das corporações globais.
Assim o que se viu foi a prevalência das armas imperiais contra o planeta, a tentativa de destruição dos Estados nacionais na gula insaciável de mais espaços ao capital financeiro através do autoproclamado neoliberalismo, a perda de conquistas sociais históricas dos trabalhadores, setores médios etc.
As correntes migratórias de milhões de trabalhadores aos Países do 1° mundo estão confinadas nos discriminados subúrbios, em novos apartheids, como mão de obra barata, desenraizada, destratada, mas irredenta.
Com a consolidação dos BRICS, a crise estrutural do capital, a escalada das agressões imperialistas, surge escancarada a face dessa economia do terror, indicando que será renhida a luta por outra ordem global multilateral, democrática, de progresso, justiça social, soberania dos povos, autodeterminação das nações.
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