Tragédia humana
Eduardo
Bomfim, no portal Vermelho
Além dos efeitos da crise capitalista da Nova Ordem
Mundial da financeirização parasitária da economia global que avançou sobre as
nações de forma hegemônica desde a década de 90 passada, assiste-se no presente
outro fenômeno de proporções dantescas.
Trata-se das gigantescas ondas de refugiados, não
confundir com imigrantes legais ou ilegais, que acorrem ao continente europeu
provenientes de Países devastados por guerras brutais na África e Oriente
Médio.
Assim somam-se na atualidade situações com efeitos
colaterais dramáticos e uma debacle na economia internacional, provocando a
ruína das nações, o desemprego massivo, especialmente entre as camadas jovens
dos trabalhadores, associada à precarização dos diretos trabalhistas arduamente
conquistados durante os últimos 70 anos.
Apesar da abrangência mundial da atual crise
capitalista ela vem atingindo especialmente os Países do primeiro mundo, mas a
Europa com particularidades.
Em que pese o poder da mídia oligárquica, ligada às
forças do Mercado Financeiro, orientada pela liderança do complexo imperial
anglo-americano, já não é mais possível, apesar das tentativas, esconder nem os
efeitos da decadência econômica mundial em curso, muito menos o que já se
mostra como algo sem precedentes na História contemporânea.
Afirma o jornalista Mauro Santayana “Não tivesse
ajudado (ou coonestado) a invadir, destruir, vilipendiar, países como Iraque,
Líbia e Síria; não tivesse equipado com armas e veículos, por meio de suas
agências de espionagem, os terroristas que deram origem ao Estado Islâmico,
para que estes combatessem Kadafi e Bashar Al Assad, não tivesse ajudado a
criar o gigantesco engodo da Primavera Árabe, prometendo paz, liberdade e
prosperidade, a quem depois só se deu fome, destruição e guerra, estupros, doenças
e morte, nas areias do deserto, entre as pedras das montanhas, no profundo...
das águas do Mediterrâneo”, a grande maioria dos governos europeus “não estaria
às voltas com uma crise humanitária... só comparável aos grandes deslocamentos
humanos que ocorreram no fim da 2a Guerra Mundial”, diz o jornalista.
Um cenário global que exige do Brasil solidariedade
ativa, muita lucidez, vigorosa luta pela soberania nacional, liberdades
democráticas, integridade territorial, num contexto geopolítico dramático.
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