A cada R$ 1 do Bolsa Família, R$ 1,78 retorna para a economia
“Desinformação leva ao preconceito contra Bolsa
Família”, diz a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza
Campello. Segundo ela, a falta de informação leva as pessoas a repetirem ideias
preconceituosas contra o programa e os que recebem o benefício. Apesar disso,
o Bolsa Família completa 12 anos com um saldo de avanços significativos
para o Brasil.
Mas em
tempos de ódio e intolerância, o programa de distribuição de renda que se
tornou um exemplo para o mundo, é também alvo de ataques sistemáticos da
direita conservadora.
“O que
preocupa a todos nós que vimos o que o Bolsa Família fez pelo país é que tem
muita gente que continua atacando o programa e a população pobre, gente que
acha que a pessoa é pobre porque é vagabunda. As pessoas são pobres muitas
vezes trabalhando muito, muito mais que todos nós, porque não tiveram acesso a
um conjunto de serviços, à educação, não puderam se qualificar, muitas vezes
plantam e não conseguem colher por causa dessa seca terrível que estamos
vivendo. Então, as pessoas têm o apoio no Bolsa Família, é uma complementação”,
disse a ministra.
Ela
citou como exemplo o preconceito contra os nordestinos e a reprodução de
discursos como dizer que “as famílias vão ter mais filhos para continuar
ganhando o benefício”. “No Nordeste, entre a população mais pobre foi onde mais
caiu a natalidade. A taxa de natalidade caiu 10% no Brasil, no Nordeste caiu
26%. Não só não é verdade que as famílias têm tido mais filhos, como é verdade
que elas têm reduzido o número de filhos. Mas as pessoas continuam reproduzindo
[o preconceito].”
Para a
secretária nacional de Assistência Social, Ieda Castro, é necessário enfrentar
a falta de informação e o preconceito contra o programa de transferência de
renda. “É um direito da pessoa receber uma transferência de renda. Ele não
substitui a renda do trabalho, apenas complementa. As pessoas não estão
deixando de trabalhar por conta disso”, frisou Ieda.
Em
doze anos de programa, o Bolsa Família mostra que existem falhas, no entanto,
são muito poucas e incomparáveis com os de benefícios que traz à população e ao
estado.
Um
exemplo disso é Maria Valquíria, moradora do Varjão, no Distrito Federal, uma
das beneficiárias do programa, que aponta as mudanças que o programa trouxe
para seu cotidiano. “A minha vida era outra antes do Bolsa Família. Meus filhos
iam à escola e dividiam o caderno, porque eu não tinha condições de comprar
mais de um”, lembra. “Hoje, saímos do nosso barraco de madeirite, vivemos em
uma casa de alvenaria, tenho todos eles criados e educados e uma condição de
vida bem melhor”, explica. Sobre a participação no documentário, ela sorri,
envergonhada: “As pessoas fazem questão de criticar o governo quando alguma
coisa não vai bem. Na hora de elogiar as coisas que funcionam, todo mundo pula
fora. Por isso fiz questão de atender a equipe. Acho importante mostrar para
todo mundo que o Bolsa Família muda a vida das pessoas”.
Conquistas - Instituído em 2003, o Bolsa Família contribui para
a superação da pobreza com a complementação da renda de famílias e acompanha,
nas áreas de Saúde e Educação, as crianças, os adolescentes e as mulheres
grávidas que recebem o benefício.
Entre
os benefícios que o programa trouxe, de acordo com a ministra Tereza Campello,
estão a redução da fome, da pobreza, da mortalidade infantil, do trabalho
infantil e da evasão escolar. Atualmente, são atendidas cerca de 14 milhões de
famílias em todo o país.
Ela
ressalta que, além de beneficiar a família, o programa ajuda a economia local,
já que a cada R$ 1 investido, o retorno é R$ 1,78 para a economia. A ministra
lembra que os recursos para o Bolsa Família estão garantidos no Orçamento de
2016 e correspondem a 0,5% do Produto Interno Bruto do país. “Certamente não é
o Bolsa Família que causa impacto no Orçamento. O governo está fazendo um
esforço para garantir que as despesas e receitas permaneçam equilibradas, mas
não é o programa que está desequilibrando nada, ao contrário, ele tem ajudado a
economia.”
Só em
2014, 600 mil famílias deixaram o Bolsa Família, informou Tereza. O governo
também faz o cruzamento de dados para identificar pessoas que estão fora do
perfil. “Mas quem tiver informação de uma pessoa que está recebendo e não
deveria tem que nos ajudar. Todas as denúncias que recebemos são apuradas”,
afirmou.
No
Portal da Transparência e no site da Caixa é possível consultar as famílias
beneficiadas e as denúncias podem ser feitas por telefone pela central do
Ministério do Desenvolvimento Social, no 0800 707 2003.
Aplicativo
Bolsa Família - Para marcar os 12 anos
do programa, a Caixa Econômica Federal lançou hoje o aplicativo do Bolsa
Família, disponível para os sistemas operacionais Android, Windows Phone e IOS.
Com ele, o beneficiário saberá, por exemplo, o calendário de pagamento, o local
mais próximo para fazer o saque e a situação do benefício.
“Vamos
ter um canal mais direto e seguro com a família. Sabemos que mais de 82% da
população de baixa renda têm acesso ao telefone celular e podem, portanto, ter
mais esse canal de informação”, acrescentou.
Do Portal
Vermelho, com informações da Agência Brasil
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