20 outubro 2015

Exuberante natureza

Luzes vivas da noite

Ciência Hoje Online

Os campos cerrados, as matas e os coqueirais brasileiros, quando visitados nas noites de lua nova, cálidas e úmidas, oferecem um espetáculo fascinante e grandiloquente: luzes brilhantes e coloridas despontam na escuridão. Leia o artigo de capa da CH de outubro sobre a bioluminescência terrestre.
Nuvens de pontos luminosos que rasgam o ar, manchas brilhantes que se assentam sobre troncos de árvores apodrecidos, lanternas caminhantes no solo ou polvilhando a superfície de cupinzeiros. Um olhar mais apurado sobre essa curiosa paisagem logo irá perceber que se trata de seres vivos com um dom especial: emitir luz. E, curiosamente, luz fria. Se tocados, esses seres não queimarão os dedos do observador curioso.
A lista dessas espécies inclui vaga-lumes e pirilampos, em pleno voo e corte nupcial, bem como cogumelos (fungos), atraindo insetos dispersores de células reprodutoras (esporos).
O brilho intenso dessas criaturas e a variedade de cores já atraíram a atenção de filósofos da Antiguidade, como Aristóteles (384-322 a.C.), que cita cogumelos bioluminescentes no Livro II da obra De Anima: “[...] algumas coisas não têm a natureza de fogo, nem alguma espécie de fogo; no entanto, produzem luz”. No Brasil, inspiraram escritores e poetas.
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