A
progressiva, inexorável deterioração do governo interino que, para bem do
Brasil, haveria de ser realmente provisório
Maurício Dias, Carta Capital
Lá
se foram os 31 dias de maio, 19 deles sob a vigência do governo provisório de
Michel Temer, iniciado no dia 12 deste mesmo mês. Nesse período, curtíssimo
período, a administração do vice-presidente ganhou marcas notórias. A mais
visível delas é o ressurgimento de um reacionarismo exasperado imposto pela base do Congresso. Mais precisamente, pelo
emergente e poderoso “baixo clero”.
Essa
é a linha divisória traçada entre a presidenta Dilma Rousseff e o vice Michel
Temer.
A presença
dela no governo abafava, tanto quanto possível, a influência conservadora do
Congresso. Dilma impunha, em contraposição à maioria adversária, pautas atentas mais diretamente às questões sociais.
Com
Temer, a roda passa a girar ao contrário. Ele segura a batuta. Muitas coisas,
porém, são sopradas das coxias para o “maestro” por Eduardo Cunha, figura carimbada pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, como suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro.
O
governo temporário está atolado em problemas e em dilemas. Acovardado, joga
todos os erros na conta de Dilma. Impiedosamente, mira sua fúria nos programas
sociais.Desnorteado. Zureta. Suspeito.
As
revelações despejadas das gravações clandestinas, produzidas por Sérgio Machado, ex-presidente da
Transpetro, expuseram a intensidade das relações promíscuas entre integrantes
dos Três Poderes. Diálogos revelados pelos “grampos” de Machado comprovam com
poucas palavras a trama do golpe, até agora vitorioso, para afastar Dilma e
sufocar a Operação Lava Jato.
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