O “choque de credibilidade” que o Governo
Temer traria ao país, ao que parece, era só “cosquinha”. Em um mês de
usurpação, o que foi feito? O “rombo” nas contas públicas, ao menos sob a ótica
contábil, aumentou. Há um “exagero” quase que unanimemente reconhecido,
alinhado à “máxima” de Henrique Meirelles de que se deve prometer pouco para
entregar mais.
Charge: Bessinha
Por
Fernando Brito*, no Vermelho
Mas,
de fato, com a onda de reajustes de diversas categorias – muitas delas as de
mais elevados padrões salariais – é certo que os gastos públicos vão aumentar.
Os badalados cortes nos cargos comissionados têm efeito meramente pirotécnicos:
não chegam a representar 0,1% da folha de pessoal.
Bolsa
e dólar andaram “de lado” e a saída financeira de capital cresceu muito,
chegando a US$ 11,43 bilhões no final do mês. A inflação subiu e,
francamente, alguém andou fumando algo estragado se enxerga alguma
possibilidade de queda brusca nas suas taxas. O IGP-M, que de certa forma a
antecipa por dar peso maior aos preços por atacado, teve a maior valor – 1,12%
– para o mês de junho, na sua primeira prévia, da última década.
E,
francamente, dizer que os números podem ficar “no azul” no último trimestre é
uma mistificação, porque significa compará-los com os do desastre dos meses
finais de 2015.
Também
não ajudam as apreensões internacionais: queda recorde nas reservas cambiais da
China, ameaça de saída do Reino Unido da Zona do Euro (o chamado Brexit) e
os sinais de que, depois de meses de “ensaios”, o Federal Reserve americano
pode mesmo subir seus juros.
Menos
ainda as críticas e o noticiário sobre golpe e corrupção no novo Governo
coopera para fechar os 70 ou 80 bilhões de dólares vindos do exterior que o
Brasil precisa para fechar suas contas. O primeiro leilão de concessões, de
portos, não teve interessados.
Um mês
passado significa também, no mínimo, mais três ou quatro antes que se possa
consumar o afastamento de Dilma, o que permitiria a adoção dos “pacotes de
maldades” que ainda fazem o governo “bater cabeça” internamente. Porque é cada
vez mais pressionado a fazê-lo logo, já e não é por outro motivo que os grandes
jornais espalham editoriais exigindo a eliminação do “fator Cunha”.
Então
além das declarações de otimismo e confiança, as medidas que este governo tomou
para a “salvação nacional”, pode-se dizer, foram compostas principalmente as de
cortar as viagens, a comida e agora até a hospedagem de Dilma Rousseff.
Ah,
bom, agora sim a economia brasileira vai se recuperar!
*Fernando Brito é editor do Tijolaço
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