Eduardo
Cunha é obcecado, mas não rasga dinheiro. Tem noção clara de seus limites. Sabe
que uma delação só aliviará suas penas se aceita pela Lava Jato ou pelo PGR.
Como existe o privilégio
de foro para políticos com mandato ou cargos, o árbitro para as delações
envolvendo o andar de cima é o PGR Rodrigo Janot. O conteúdo das delações
dependerá muito mais das intenções de Janot e da Lava Jato do que do próprio
Cunha.
Portanto, todos os desdobramentos
da prisão de Cunha dependerão nas relações entre PSDB-mídia-Judiciário e a
camarilha dos 6 (Temer, Cunha, Jucá, Geddel, Padilha, Moreira Franco) que
assumiu o controle do país.
Poderá haver acertos de
conta pessoais de Cunha com um Moreira Franco, por exemplo, que poderá ser
defenestrado sem danos maiores ao grupo de Temer.
Mas qualquer ofensiva
mais drástica sobre o grupo teria que ser amarrada, antes, com a mídia
(especialmente Globo), com o PSDB e sentir os ventos do STF (Supremo Tribunal
Federal). São esses os parâmetros que condicionam os movimentos da Lava Jato e
da PGR.
Temer tem se revelado um
presidente abaixo da crítica. Mas ainda é funcional, especialmente se entregar
a PEC 241. A cada dia, no entanto, amplia seu nível de desgaste. Em um ponto
qualquer do futuro se tornará disfuncional. E aí a arma Eduardo Cunha poderá
ser sacada pelo PGR.
(Luís Nassif, Jornal GGN)
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