PEC 241 tira R$ 868 bilhões de programas sociais, afirma Ipea
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Vermelho
Após mostrarem que a Saúde
perderá cerca de R$ 743 bilhões, caso a PEC 241, que propõe limitar os gastos
do governo federal por 20 anos, novo estudo de pesquisadores do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que as perdas das políticas sociais
do governo federal seriam gigantescas, caso a proposta seja aprovada.
Segundo
o estudo "O Novo Regime Fiscal e suas Implicações para a Política de
Assistência Social no Brasil", elaborado por Andrea Barreto de Paiva, Ana
Claudia Cleusa Serra Mesquita, Luciana Jaccoud e Luana Passos, haverá perdas
significativas de programas como o Bolsa Família, BPC (previdência para pessoas
de baixa renda que não contribuíram ao longo da vida ativa), serviços da
Proteção Social Básica (PSB) e o Programa de Segurança Alimentar. Juntos, eles
consumiram 1,26% do PIB em 2015. Pela projeção, ao fim dos próximos 20 anos sob
o teto, eles encolheriam a 0,7% do PIB.
"A
assistência social contaria com menos da metade dos recursos que seriam
necessários para manter a oferta de serviços nos padrões atuais", projeta
o estudo para 2036. Em números, a perda seria de R$ 868 bilhões.
O
documento diz que a PEC "impactará de forma irreparável as redes protetivas"
e questiona se ele seria "realmente o único caminho para o retorno do
crescimento". As projeções do estudo do Ipea levam em consideração um
crescimento econômico acima de 3% entre 2019 e 2028 e acima de 2% entre 2029 e
2036. E uma inflação média de 3,5% ao ano entre 2020 e 2036.
Nesta
sexta-feira, 14, a Associação de Funcionários do Ipea divulgou uma nota de
repúdio à ação do presidente do órgão, Ernesto Lozardo. Para ela, a presidência
"impôs constrangimentos à atuação dos pesquisadores", tarefa que
exige "produção de conhecimento independente". A nota diz ainda que,
antes de ser publicado, o estudo foi debatido internamente, com conhecimento da
direção do Ipea e do próprio Lozardo.
Fonte: Brasil 247
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