17 maio 2018

Alternativas a considerar


Samba de uma nota só não dá
Luciano Siqueira, no portal Vermelho

O ex-presidente Lula é vítima de perseguição e está condenado e preso injustamente? A liberdade de Lula é uma bandeira de todos os democratas e tem que se manter alevantada? O PT tem razões para manter a pré-candidatura de Lula como forma de luta pela sua liberdade?
Positivo. Há quase que uma unanimidade no campo democrático quanto a essas questões.
De outra parte, o PT não deve admitir sequer discutir a hipótese de um substituto para Lula, caso se confirme o seu impedimento legal? Deve o PT seguir interditando qualquer possibilidade de união da esquerda, salvo se em torno de sua própria pré-candidatura? Podem os demais partidos de esquerda e as correntes progressistas se submeterem ad infinitum à opção tática particular do PT?
Ocorre que estamos perto de cinco meses antes do pleito presidencial e, apesar da correlação de forças adversa, estão presentes variáveis que podem, se bem exploradas, melhorar as condições de disputa da oposição, mirando um eventual segundo turno no qual se alcance uma ampla conjugação de forças capaz de vencer.
Nada disso é fácil, obviamente.
Entretanto, o campo governista está temporariamente fragmentado, tateia em busca de uma candidatura presidencial aglutinadora e competitiva e exibe na testa a marca corrosiva de Temer e seu governo. Pode perder as eleições.
Sendo assim, por que se deve abandonar um postulado tático elementar da luta política, a consideração de mais de uma alternativa conforme o evolver dos acontecimentos?
Mas o PT — a despeito das derrotas que vem amargando e do imenso desgaste público — insiste numa espécie de samba de uma nota só (se não for Lula, será o dilúvio!) e julga que as forças aliadas devem a isso se submeter. 
Não é, sob todos os títulos, uma opção tática razoável. No máximo pode servir a objetivos próprios, centrados na conquista de bancadas parlamentares e, quem sabe, na reeleição de governadores petistas no Piauí, Minas Gerais, Bahia e Acre.
Nas atuais circunstâncias, seriam conquistas consideráveis de um partido envolto em tantas dificuldades. 
Porém significa abrir mão de véspera de um propósito crucial ao futuro imediato e de médio prazo para o Brasil e para os interesses fundamentais do nosso povo: interromper o golpe, que segue e se projeta movido por uma agenda neocolonial, regressiva de direitos e antidemocrática.
O conjunto das nossas forças tem sido solidário para com o ex-presidente Lula e para com o Partido dos Trabalhadores.
Entretanto, têm razão o PCdoB e sua pré-candidata Manuel D'Ávila ao defenderem a unidade em torno de uma plataforma comum e o diálogo sincero e responsável tendo em vista a possibilidade de uma composição de forças já no primeiro turno da disputa presidencial. Em torno de Lula, se puder disputar, ou de outra candidatura não necessariamente do PT.
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