20 setembro 2018

Efeito bumerangue


Quando desconstruir o adversário não dá certo
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10

Falo disso em meu canal no YouTube. E comento agora com vocês, pacientes e generosos leitores aqui no Blog de Jamildo. 

O fenômeno se repete em campanhas eleitorais ao longo dos anos. Candidatos em dificuldade, ansiosos pelo mau desempenho nas pesquisas, optam por "desconstruir" concorrentes e adversários. 

Isso na expectativa de deter o crescimento dos outros e atrair intenções de voto para si.

Mas frequentemente dá errado.

Aqui mesmo nessa na de Nassau, o embate eleitoral de 2000, nesse sentido, é emblemático.
A campanha de Carlos Wilson, então candidato pelo PTB, fez uma investida corrosiva sobre a imagem de Roberto Magalhães, do PFL, prefeito candidato à reeleição, usando a figura humorística do Mané Chinês. 

Mas os votos perdidos por Magalhães — vimos isso nas pesquisas qualitativas e quantitativas — não migraram para o pefelista, e sim para João Paulo, do PT. 

A resposta da campanha de Roberto Magalhães foi destruidora, acusando, inclusive, Carlos Wilson de não haver pago uma campanha anterior, que disputara pelo PSDB, à empresa de propaganda contratada. 

Mais uma vez, votos subtraídos ao adversário não migraram para o acusador, também foram drenados para João Paulo, cuja campanha não agredia a ninguém. 

Agora, na atual disputa presidencial, o todo poderoso Geraldo Alckmin, que detém a alianca partidária mais ampla, maior tempo de TV e mais recursos financeiros, além do beneplácito do complexo midiático, escolhido que foi pelo sistema financeiro, definha nas pesquisas. 

Como reage o ex-governador paulista? Tentando "desconstruir" seu concorrente à direita, o capital Bolsonaro, e o PT de Fernando Haddad.

Até o momento o resultado tem sido muito negativo.

Na peleja para o governo do estado, aqui entre nós, nos últimos dias a campanha do candidato Armando Monteiro, do PTB, em aliança com lideranças da base do governo Temer, eleva o tom agressivo contra Paulo Câmara, da Frente Popular. 

A tentativa de desconstrução do adversário, nesse caso, da ênfase a uma suposta mudança de posição política do governador por interesses eleitorais. Argumento que efetivamente não cola.

Como questão de fundo, na verdade, me parece, há uma tremenda subestimação da capacidade de discernimento do eleitor. 

Denúncias de última hora nunca encontram aderência, anêmicas por si mesmas de credibilidade; e o povo não gosta de quem agride, termina majoritariamente optando por candidatos que fincam sua pregação em propostas e atitudes positivas. 

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