Alfredo Volpi
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
31 outubro 2018
Paciência
Nunca vi forças políticas que participaram de uma batalha de grande magnitude relativamente divididas, uma vez derrotadas, se unificarem em poucos dias. É um processo complexo, requer tempo, paciência e ampliado espírito público.
Tempo difícil
Saber ganhar, saber perder
Luciano Siqueira
Quem luta a vida inteira há de aprender a vencer e a perder. Sobretudo na derrota, quando um mínimo de bom senso se exige para avaliar o que se passou.
Na História, ricos são os exemplos de líderes e correntes políticas que se tornaram vitoriosos após terem sofrido contundente derrota. Souberam aprender com a experiência, empreenderam análise multilateral e conscienciosa da batalha travada e, paulatinamente, acumularam fatores que permitiram a vitória na refrega seguinte.
Daí a expressão "a derrota é a mãe de todas as vitórias".
Ou: a essência de uma orientação tática se esclarece no desdobramento da situação, seja na vitória ou não derrota. Ultrapassa o limite temporal imediato.
O campo democrático e progressista, a esquerda em particular, têm muito que a avaliar após a derrota do último dia 25, no pleito presidencial.
Mas têm que esperar a poeira baixar, sob pena de precipitar conclusões antes mesmo do cotejamento de todos os fatores que contribuíram para o resultado da peleja.
Pior é alinhavar uma análise superficial e contaminada de ressentimentos e atacar aliados. Leva a nada.
Travou-se uma guerra de no mínimo três anos de duração, envolvendo forças poderosas e pondo em movimento uma gama de variáveis, algumas evidentes, outras explicitadas só no auge da disputa.
Aos vencedores, se forem capazes disso, caberá a avaliação adequada do terreno movediço em que caminharão desde o primeiro momento que iniciarem o governo. Sobretudo porque terão que enfrentar ampla resistência (incluindo parcelas dos eleitores que elegeram o novo presidente) à implementação da agenda ultra liberal.
Aos perdedores, paciência e despojamento, respeito às diferenças e discernimento estratégico. Há uma longa e sinuosa a ser percorrida.
Luciano Siqueira
Quem luta a vida inteira há de aprender a vencer e a perder. Sobretudo na derrota, quando um mínimo de bom senso se exige para avaliar o que se passou.
Na História, ricos são os exemplos de líderes e correntes políticas que se tornaram vitoriosos após terem sofrido contundente derrota. Souberam aprender com a experiência, empreenderam análise multilateral e conscienciosa da batalha travada e, paulatinamente, acumularam fatores que permitiram a vitória na refrega seguinte.
Daí a expressão "a derrota é a mãe de todas as vitórias".
Ou: a essência de uma orientação tática se esclarece no desdobramento da situação, seja na vitória ou não derrota. Ultrapassa o limite temporal imediato.
O campo democrático e progressista, a esquerda em particular, têm muito que a avaliar após a derrota do último dia 25, no pleito presidencial.
Mas têm que esperar a poeira baixar, sob pena de precipitar conclusões antes mesmo do cotejamento de todos os fatores que contribuíram para o resultado da peleja.
Pior é alinhavar uma análise superficial e contaminada de ressentimentos e atacar aliados. Leva a nada.
Travou-se uma guerra de no mínimo três anos de duração, envolvendo forças poderosas e pondo em movimento uma gama de variáveis, algumas evidentes, outras explicitadas só no auge da disputa.
Aos vencedores, se forem capazes disso, caberá a avaliação adequada do terreno movediço em que caminharão desde o primeiro momento que iniciarem o governo. Sobretudo porque terão que enfrentar ampla resistência (incluindo parcelas dos eleitores que elegeram o novo presidente) à implementação da agenda ultra liberal.
Aos perdedores, paciência e despojamento, respeito às diferenças e discernimento estratégico. Há uma longa e sinuosa a ser percorrida.
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Bloco
Bloco PCdoB-PSB-PDT na Câmara dos Deputados já ocorreu várias vezes como instrumento de trabalho conjunto, preservando-se as posições de cada partido. Nada a ver com as opiniões atuais de Ciro Gomes. Quem questiona isso entende nada de funcionamento do parlamento.
30 outubro 2018
Nova cena política
O que
vem por aí
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
A eleição de um presidente ostensivamente de extrema direita (de repetidas manifestações públicas de autoritarismo) por si mesma já marca um novo período político de caráter regressivo.
Como corolário, o risco de ambiente espontaneamente obscurantista e agressivo, prolongamento do que já se viu na campanha eleitoral.
Obviamente que milhões dos eleitores que optaram pelo candidato do PSL não o enxergam assim. Nem se aperceberam ainda de todas as implicações da nova cena política.
O elegeram sem conhecer seu programa. Sequer se deram conta de que a sua agenda é a mesma de Michel Temer — execrada pela população —, piorada.
Uma agenda que conflita frontalmente com os interesses da nação e dos trabalhadores e das camadas médias.
Também conflita com o setor produtivo de nossa economia, enquanto provoca entusiasmo no chamado mercado.
Num sinal claro de continuidade do ambiente de intolerância, uma deputada estadual recém-eleita pelo partido de Bolsonaro, Ana Caroline Campagnolo, divulgou anúncio conclamando alunos da rede escolar a denunciarem professores que manifestem de algum modo inconformismo com o resultado do pleito, assumindo a condição de uma espécie de "soldado" da interdição da livre pressão do pensamento e do debate de ideias.
Não exatamente com esse exorbitante viés autoritário, mas guardando muitas semelhanças, o Brasil já conheceu, em sua história recente, dois exemplos anteriores — Janio Quadros, no início dos anos sessenta e Fernando Collor, em 1989.
A frustração com ambos não demorou muito.
Provavelmente acontecerá com o governo do capitão Bolsonaro.
No início, gestos de efeito midiático, misto de arrogância com sinalizações demagógicas, concomitantemente com a implementação de medidas absolutamente antipopulares e impopulares.
Por consequência, o conflito será a marca do novo governo — seja em relação à parcelas crescentes da sociedade, seja no interior do próprio aparelho estatal.
Não se trata de premonição. Trata-se de reconhecimento de um cenário mais do que evidente.
A eleição de um presidente ostensivamente de extrema direita (de repetidas manifestações públicas de autoritarismo) por si mesma já marca um novo período político de caráter regressivo.
Como corolário, o risco de ambiente espontaneamente obscurantista e agressivo, prolongamento do que já se viu na campanha eleitoral.
Obviamente que milhões dos eleitores que optaram pelo candidato do PSL não o enxergam assim. Nem se aperceberam ainda de todas as implicações da nova cena política.
O elegeram sem conhecer seu programa. Sequer se deram conta de que a sua agenda é a mesma de Michel Temer — execrada pela população —, piorada.
Uma agenda que conflita frontalmente com os interesses da nação e dos trabalhadores e das camadas médias.
Também conflita com o setor produtivo de nossa economia, enquanto provoca entusiasmo no chamado mercado.
Num sinal claro de continuidade do ambiente de intolerância, uma deputada estadual recém-eleita pelo partido de Bolsonaro, Ana Caroline Campagnolo, divulgou anúncio conclamando alunos da rede escolar a denunciarem professores que manifestem de algum modo inconformismo com o resultado do pleito, assumindo a condição de uma espécie de "soldado" da interdição da livre pressão do pensamento e do debate de ideias.
Não exatamente com esse exorbitante viés autoritário, mas guardando muitas semelhanças, o Brasil já conheceu, em sua história recente, dois exemplos anteriores — Janio Quadros, no início dos anos sessenta e Fernando Collor, em 1989.
A frustração com ambos não demorou muito.
Provavelmente acontecerá com o governo do capitão Bolsonaro.
No início, gestos de efeito midiático, misto de arrogância com sinalizações demagógicas, concomitantemente com a implementação de medidas absolutamente antipopulares e impopulares.
Por consequência, o conflito será a marca do novo governo — seja em relação à parcelas crescentes da sociedade, seja no interior do próprio aparelho estatal.
Não se trata de premonição. Trata-se de reconhecimento de um cenário mais do que evidente.
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29 outubro 2018
28 outubro 2018
Voz de comando do PCdoB
PCdoB: Resistência e defesa da
democracia começam já
Confirmada a
eleição do candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, o PCdoB emitiu nota em
que conclama uma ampla unidade em defesa da democracia, do Brasil e dos
direitos do povo. O partido considera que a eleição de Bolsonaro é um
retrocesso que ameaça conquistas históricas do Brasil e dos brasileiros. Os
comunistas transmitem ao povo brasileiro a certeza de que “uma maioria se
levantará para defender a democracia”.
Portal Vermelho
Leia abaixo a íntegra da nota:
Por uma ampla união em defesa da democracia, do Brasil e dos direitos do povo
A eleição de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais instaura um novo período político no país, marcado por ameaças à democracia, ao patrimônio nacional, à soberania da nação e aos direitos do povo. Foi eleito um presidente da República declaradamente determinado a instaurar um governo de conteúdo ditatorial, para implementar, a ferro e fogo, um programa ultraliberal e neocolonial.
A chapa Fernando Haddad presidente, Manuela d’Ávila vice obteve mais de 46 milhões de votos e catalisou uma tomada de posição da consciência democrática da nação, lançando as bases de uma oposição vigorosa que começa agora.
Há uma guinada em direção a um retrocesso, à desconstrução, e mesmo à destruição de históricas realizações e conquistas sobre as quais, a despeito de graves problemas que persistem, se ergueram e floresceram o Brasil e o povo brasileiro.
Isso ficou bem explícito na reta de chegada da campanha do segundo turno, quando as próprias instituições da República, com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram ameaçadas. De igual modo, foram atacadas garantias básicas da Constituição Federal, como a liberdade de imprensa, de manifestação e de organização partidária. A autonomia das universidades foi pisoteada. O presidente eleito, durante a campanha, foi um pregoeiro da violência, da intolerância e do ódio entre os brasileiros, e jurou encarcerar ou banir do país os cidadãos e as cidadãs “vermelhos” que dele divergirem, e criminalizar movimentos e entidades do povo.
Dada a importância do Brasil – que possui uma economia que está entre as dez maiores do mundo –, essa ruptura reacionária terá forte impacto regressivo na América Latina.
O gatilho de tudo isto foi o golpe de agosto de 2016, que agora se consolida com a assunção da extrema-direita ao governo da República. Há um corte na construção da democracia, reiniciada em 1985 após o fim da ditadura militar, por meio de um processo eleitoral que transcorreu com o Estado Democrático de Direito, sufocado pelo Estado de Exceção. A pregação de matriz fascista do candidato eleito emergiu nesse leito, não sem ser confrontada pelas forças da democracia – uma tendência que certamente se fortalecerá neste novo cenário político.
A lisura do pleito foi corrompida para favorecer a candidatura da extrema-direita, por intermédio de expedientes ilegais, ao estilo da denominada guerra híbrida que estimula o uso em grande quantidade das falsas notícias, as chamadas fake news, expediente financiado criminosamente, conforme denúncias da imprensa, por grandes empresários. Tais ilicitudes, entre outras, interferiram no resultado das urnas. Com toda razão, estão em processo de inquérito na Justiça Eleitoral, da qual se espera profunda e ágil instrução com decisões consoantes a gravidade do ocorrido.
A resistência das forças democráticas, progressistas, populares e patrióticas começa respaldada pela expressiva votação obtida pela chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila e na tomada de posição de personalidades e instituições que ergueram a voz para defender a democracia e a Constituição.
A resistência, a oposição vigorosa, deve ser organizada no âmbito de toda a vida política e social do país, a começar pelo Congresso Nacional e outras casas legislativas, se estendendo para os movimentos sociais, as organizações da classe trabalhadora, segmentos do empresariado, o universo acadêmico, a intelectualidade, os artistas, o mundo jurídico, setores religiosos, e inclusive para os integrantes de instituições da República. Os governadores e os prefeitos do campo democrático terão importante papel nesta empreitada.
Com essa nova realidade, que representa uma ruptura com o ciclo de avanço da democracia iniciado na chamada Nova República, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), como sempre fez em sua história, se posiciona firmemente na trincheira da defesa intransigente da nação, da democracia e do povo.
O Partido Comunista do Brasil, legenda quase centenária, desde a República Velha, em conjunto com as demais forças progressistas do país, lutou contra todos os governos e regimes autoritários e tiranos que infestaram a história da República. Com base nessa experiência, transmite ao povo brasileiro a certeza e a confiança de que, apesar das graves ameaças que pairam sobre o céu do país, não será fácil a Bolsonaro realizar a obsessão de sepultar a democracia brasileira. Ela deitou raízes profundas no solo pátrio, custou à nação muitas lutas e vidas. Progressivamente, a partir dos milhões e milhões que votaram e apoiaram a chapa Haddad presidente, Manuela vice, uma maioria se levantará para defender a democracia, e ela vencerá mais uma vez.
Para tal, o PCdoB se dirige ao povo e às forças democráticas do país conclamando que a partir de hoje iniciemos a construção de uma ampla unidade com o objetivo de descortinar horizontes a uma jornada cívica, patriótica, democrática e popular, e a formação de barreiras contra a volta de um regime de Estado de exceção e em defesa da democracia, do Brasil e dos direitos do povo.
São Paulo, 28 de outubro de 2018.
Deputada Federal Luciana Santos
Presidenta do Partido Comunista do Brasil – PCdoB
Comissão Executiva Nacional do Partido Comunista do Brasil – PCdoB
Por uma ampla união em defesa da democracia, do Brasil e dos direitos do povo
A eleição de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais instaura um novo período político no país, marcado por ameaças à democracia, ao patrimônio nacional, à soberania da nação e aos direitos do povo. Foi eleito um presidente da República declaradamente determinado a instaurar um governo de conteúdo ditatorial, para implementar, a ferro e fogo, um programa ultraliberal e neocolonial.
A chapa Fernando Haddad presidente, Manuela d’Ávila vice obteve mais de 46 milhões de votos e catalisou uma tomada de posição da consciência democrática da nação, lançando as bases de uma oposição vigorosa que começa agora.
Há uma guinada em direção a um retrocesso, à desconstrução, e mesmo à destruição de históricas realizações e conquistas sobre as quais, a despeito de graves problemas que persistem, se ergueram e floresceram o Brasil e o povo brasileiro.
Isso ficou bem explícito na reta de chegada da campanha do segundo turno, quando as próprias instituições da República, com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram ameaçadas. De igual modo, foram atacadas garantias básicas da Constituição Federal, como a liberdade de imprensa, de manifestação e de organização partidária. A autonomia das universidades foi pisoteada. O presidente eleito, durante a campanha, foi um pregoeiro da violência, da intolerância e do ódio entre os brasileiros, e jurou encarcerar ou banir do país os cidadãos e as cidadãs “vermelhos” que dele divergirem, e criminalizar movimentos e entidades do povo.
Dada a importância do Brasil – que possui uma economia que está entre as dez maiores do mundo –, essa ruptura reacionária terá forte impacto regressivo na América Latina.
O gatilho de tudo isto foi o golpe de agosto de 2016, que agora se consolida com a assunção da extrema-direita ao governo da República. Há um corte na construção da democracia, reiniciada em 1985 após o fim da ditadura militar, por meio de um processo eleitoral que transcorreu com o Estado Democrático de Direito, sufocado pelo Estado de Exceção. A pregação de matriz fascista do candidato eleito emergiu nesse leito, não sem ser confrontada pelas forças da democracia – uma tendência que certamente se fortalecerá neste novo cenário político.
A lisura do pleito foi corrompida para favorecer a candidatura da extrema-direita, por intermédio de expedientes ilegais, ao estilo da denominada guerra híbrida que estimula o uso em grande quantidade das falsas notícias, as chamadas fake news, expediente financiado criminosamente, conforme denúncias da imprensa, por grandes empresários. Tais ilicitudes, entre outras, interferiram no resultado das urnas. Com toda razão, estão em processo de inquérito na Justiça Eleitoral, da qual se espera profunda e ágil instrução com decisões consoantes a gravidade do ocorrido.
A resistência das forças democráticas, progressistas, populares e patrióticas começa respaldada pela expressiva votação obtida pela chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila e na tomada de posição de personalidades e instituições que ergueram a voz para defender a democracia e a Constituição.
A resistência, a oposição vigorosa, deve ser organizada no âmbito de toda a vida política e social do país, a começar pelo Congresso Nacional e outras casas legislativas, se estendendo para os movimentos sociais, as organizações da classe trabalhadora, segmentos do empresariado, o universo acadêmico, a intelectualidade, os artistas, o mundo jurídico, setores religiosos, e inclusive para os integrantes de instituições da República. Os governadores e os prefeitos do campo democrático terão importante papel nesta empreitada.
Com essa nova realidade, que representa uma ruptura com o ciclo de avanço da democracia iniciado na chamada Nova República, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), como sempre fez em sua história, se posiciona firmemente na trincheira da defesa intransigente da nação, da democracia e do povo.
O Partido Comunista do Brasil, legenda quase centenária, desde a República Velha, em conjunto com as demais forças progressistas do país, lutou contra todos os governos e regimes autoritários e tiranos que infestaram a história da República. Com base nessa experiência, transmite ao povo brasileiro a certeza e a confiança de que, apesar das graves ameaças que pairam sobre o céu do país, não será fácil a Bolsonaro realizar a obsessão de sepultar a democracia brasileira. Ela deitou raízes profundas no solo pátrio, custou à nação muitas lutas e vidas. Progressivamente, a partir dos milhões e milhões que votaram e apoiaram a chapa Haddad presidente, Manuela vice, uma maioria se levantará para defender a democracia, e ela vencerá mais uma vez.
Para tal, o PCdoB se dirige ao povo e às forças democráticas do país conclamando que a partir de hoje iniciemos a construção de uma ampla unidade com o objetivo de descortinar horizontes a uma jornada cívica, patriótica, democrática e popular, e a formação de barreiras contra a volta de um regime de Estado de exceção e em defesa da democracia, do Brasil e dos direitos do povo.
São Paulo, 28 de outubro de 2018.
Deputada Federal Luciana Santos
Presidenta do Partido Comunista do Brasil – PCdoB
Comissão Executiva Nacional do Partido Comunista do Brasil – PCdoB
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A luta segue
A brava gente brasileira tomará consciência plena da realidade, elevará a resistência e, adiante, voltará a vencer. #cenapolitica #lucianosiqueira65#pcdob
Altivez
Na TV, Fernando Haddad se pronuncia em tom sereno e em nível elevado: “verás que um professor não foge à luta!”
27 outubro 2018
Desertor
‘Ciro Gomes diz que não vai se posicionar no segundo turno’ [Brasil, um filho teu fugiu à luta].
26 outubro 2018
Ensaio ditatorial
‘Justiça Eleitoral fez buscas em 40 universidades’ [Na esteira do desrespeito a autonomia da universidade, ensaio concreto do novo fascismo tupiniquim].
25 outubro 2018
Pesquisa destoante
Vox Populi aponta crescimento de Haddad e queda de Bolsonaro
Portal Vermelho
Desmascarado o
esquema de fake news da campanha da direita conservadora, as pesquisas de
intenção de votos começam a dar sinais de que a virada eleitoral começou. De
acordo com levantamento Vox Populi, encomendado pela CUT e realizada nos dias
22 e 23 (terça e quarta), a diferença entre Haddad e Bolsonaro é de apenas 5
pontos nos votos totais e 6 pontos nos válidos, sendo 44% para Bolsonaro e 39%
para Haddad nos votos totais e 53% a 47% nos válidos.
Quando são
apresentados os nomes dos candidatos, Bolsonaro aparece com 44% das intenções
de votos contra 39% de Haddad, sendo uma diferença de apenas 5% entre os dois
candidatos. Se for considerada a margem de erro da pesquisa, que é de 2,2%, a
diferença entre as intenções de voto em Haddad e Bolsonaro pode chegar a 1
ponto percentual (2,2% a menos para Bolsonaro e 2,2% a mais para Haddad).
A pesquisa mostra ainda que 17% dos eleitores estão indecisos. Desse total, 12% disseram que não vão votar em ninguém, vão votar em branco ou anular os votos. Outros 5% não sabem ou não quiseram responder. Os percentuais são exatamente iguais aos da pesquisa anterior.
Os percentuais de votos válidos, excluídos os brancos, nulos, ninguém ou não sabem ou não responderam, também são idênticos aos da pesquisa anterior: 53% para Bolsonaro e 47% para Haddad.
O percentual de rejeição a Fernando Haddad se manteve estável (41%). Já a rejeição a Bolsonaro aumentou 2% entre a pesquisa anterior e a rodada realizada nos dias 22 e 23 – de 38% para 40%.
Cenário espontâneo
A simulação espontânea, quando o entrevistador apenas pergunta em quem o eleitor vai votar, aponta Bolsonaro com 43% das intenções de votos contra 37% de Haddad, os mesmos percentuais do levantamento realizado nos dias 16 e 17.
Neste cenário, 13% disseram que não votarão em ninguém, votarão em branco ou anularão o voto e 7% não sabem ou não responderam. Na pesquisa anterior, os percentuais eram de 12% e 8%, respectivamente.
Estratificação
No cenário estimulado, o Nordeste, Região onde o candidato petista apresentou os maiores percentuais de intenção de voto durante toda a corrida presidencial, aumentou o número de eleitores que pretendem votar em Haddad: de 57% para 60%.
Os percentuais de intenção de voto em Haddad também cresceram entre os homens (de 35% para 37%), entre os maduros (de 37% para 41%); entre os eleitores que têm até o ensino fundamental (de 44% para 47%) e entre os que ganham até 2 salários mínimos (45% para 50%).
Os percentuais de intenção de voto em Bolsonaro registraram queda de 27% para 25% na Região Nordeste, entre os homens - de 53% para 49% -; entre os maduros - de 48% para 43%.
Religião
Considerando apenas os válidos, as intenções de votos para presidente apresentou pouca variação. Haddad oscilou positivamente um ponto percentual entre os católicos (de 42% para 43%), 2% entre os espíritas (de 38% para 40%) e 4% nos que se declararam sem religião (de 42% para 46%). Mas oscilou negativamente 3% entre os evangélicos (30% para 27%) e 6% nos que declararam seguir outras religiões (de 48% para 42%).
Rejeição
O percentual de rejeição a Fernando Haddad se manteve estável (41%). Já a rejeição a Bolsonaro aumentou 2% entre a pesquisa anterior e a rodada realizada nos dias 22 e 23 – de 38% para 40%.
O maior percentual de rejeição contra Bolsonaro foi registrado no Nordeste (59%). Já os eleitores do Sudeste e do Sul rejeitam mais Haddad, 48% em cada Região.
52% dos que se declararam negros e 42% dos pardos rejeitam Bolsonaro. Já entre os que se declararam brancos, o percentual de rejeição de Haddad sobe para 49%.
Metodologia
A pesquisa CUT-Vox Populi foi realizada entre os dias 22 e 23 de outubro. Foram feitas 2.000 entrevistas pessoais e domiciliares com eleitores de 16 anos ou mais, residentes em áreas urbanas e rurais, de todos os estados e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior de todos os estratos socioeconômicos. Os entrevistadores foram em 121 municípios.
A margem de erro da pesquisa é de 2,2%, estimada em um intervalo de confiança de 95%. (Do Portal Vermelho, com informações da CUT)
A pesquisa mostra ainda que 17% dos eleitores estão indecisos. Desse total, 12% disseram que não vão votar em ninguém, vão votar em branco ou anular os votos. Outros 5% não sabem ou não quiseram responder. Os percentuais são exatamente iguais aos da pesquisa anterior.
Os percentuais de votos válidos, excluídos os brancos, nulos, ninguém ou não sabem ou não responderam, também são idênticos aos da pesquisa anterior: 53% para Bolsonaro e 47% para Haddad.
O percentual de rejeição a Fernando Haddad se manteve estável (41%). Já a rejeição a Bolsonaro aumentou 2% entre a pesquisa anterior e a rodada realizada nos dias 22 e 23 – de 38% para 40%.
Cenário espontâneo
A simulação espontânea, quando o entrevistador apenas pergunta em quem o eleitor vai votar, aponta Bolsonaro com 43% das intenções de votos contra 37% de Haddad, os mesmos percentuais do levantamento realizado nos dias 16 e 17.
Neste cenário, 13% disseram que não votarão em ninguém, votarão em branco ou anularão o voto e 7% não sabem ou não responderam. Na pesquisa anterior, os percentuais eram de 12% e 8%, respectivamente.
Estratificação
No cenário estimulado, o Nordeste, Região onde o candidato petista apresentou os maiores percentuais de intenção de voto durante toda a corrida presidencial, aumentou o número de eleitores que pretendem votar em Haddad: de 57% para 60%.
Os percentuais de intenção de voto em Haddad também cresceram entre os homens (de 35% para 37%), entre os maduros (de 37% para 41%); entre os eleitores que têm até o ensino fundamental (de 44% para 47%) e entre os que ganham até 2 salários mínimos (45% para 50%).
Os percentuais de intenção de voto em Bolsonaro registraram queda de 27% para 25% na Região Nordeste, entre os homens - de 53% para 49% -; entre os maduros - de 48% para 43%.
Religião
Considerando apenas os válidos, as intenções de votos para presidente apresentou pouca variação. Haddad oscilou positivamente um ponto percentual entre os católicos (de 42% para 43%), 2% entre os espíritas (de 38% para 40%) e 4% nos que se declararam sem religião (de 42% para 46%). Mas oscilou negativamente 3% entre os evangélicos (30% para 27%) e 6% nos que declararam seguir outras religiões (de 48% para 42%).
Rejeição
O percentual de rejeição a Fernando Haddad se manteve estável (41%). Já a rejeição a Bolsonaro aumentou 2% entre a pesquisa anterior e a rodada realizada nos dias 22 e 23 – de 38% para 40%.
O maior percentual de rejeição contra Bolsonaro foi registrado no Nordeste (59%). Já os eleitores do Sudeste e do Sul rejeitam mais Haddad, 48% em cada Região.
52% dos que se declararam negros e 42% dos pardos rejeitam Bolsonaro. Já entre os que se declararam brancos, o percentual de rejeição de Haddad sobe para 49%.
Metodologia
A pesquisa CUT-Vox Populi foi realizada entre os dias 22 e 23 de outubro. Foram feitas 2.000 entrevistas pessoais e domiciliares com eleitores de 16 anos ou mais, residentes em áreas urbanas e rurais, de todos os estados e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior de todos os estratos socioeconômicos. Os entrevistadores foram em 121 municípios.
A margem de erro da pesquisa é de 2,2%, estimada em um intervalo de confiança de 95%. (Do Portal Vermelho, com informações da CUT)
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Crucial dia 28
Que domingo teremos?
Luciano Siqueira, no portal Vermelho
Quem luta por nobres ideais não desiste nunca. E tem todo o direito de acreditar na possibilidade da vitória até o último instante da batalha, mesmo quando em aparente inferioridade.
Luciano Siqueira, no portal Vermelho
Quem luta por nobres ideais não desiste nunca. E tem todo o direito de acreditar na possibilidade da vitória até o último instante da batalha, mesmo quando em aparente inferioridade.
No pleito de domingo, é o destino
imediato do Brasil que está em jogo. Por todos os títulos, um desenlace
dramático.
Podemos erguer um fortim de
resistência à onda regressiva elegendo Haddad ou sofreremos a terrível derrota
de ver presidente da República o capitão de extrema direita.
Os inimigos da nação e a elite
tupiniquim mais retrógrada, respaldada em setores médios da população
fanaticamente aderentes a ideias e posturas conservadoras, espreitam a caça com
apetite voraz.
De quebra, extensas camadas do
chamado lumpesinato, boa parte sob influência religiosa fundamentalista,
deixa-se envolver por uma pregação ultra reacionária calcada em grande parte em
informações mentirosas acerca do candidato Fernando Haddad.
A resistência progressista tem
crescido, organizada ou espontânea. Potencialmente forte porque fruto de uma
tomada de consciência dos riscos que o País corre. Mas ainda relativamente
frágil pela ausência de uma articulação frentista mais concreta.
Embora todos os segmentos do campo
democrático reconheçam a ameaça que representa o neofascismo, um traço de
imaturidade permeia a resistência: todos ou quase todos estão de olho no
"dia seguinte" e já antecipam a disputa pela hegemonia na futura
oposição, caso Haddad perca.
É fato. E não basta lamentar,
importa seguir a luta por todos os meios legítimos possíveis. E manter a
esperança.
Haverá tempo para uma mudança
qualitativa na tendência dominante entre os eleitores até o dia 28?
Há quem especule que sim, com
apoio no acúmulo quantitativo de fatos negativos e desmacaradores que vem
cercando, há mais de dez dias, a campanha do capitão do PSL, com ampla
repercussão.
Impossível afirmar com certeza. As
pesquisas disponíveis não animam, embora esse instrumento de aferição dos
humores do eleitorado venham sofrendo revezes na história recente.
Aécio Neves, há quatro anos,
juntou lideranças de várias partes do país para acompanharem com ele a apuração
dos votos e comemorarem a vitória, que parecia certa (segundo as pesquisas),
numa grande festa em Belo Horizonte.
Praticamente no sábado e no
próprio domingo deu-se a vitória de Dilma Housseff. A votação do Nordeste, mas
também a diminuição da diferença pró-tucano no Sul e no Sudeste desmentiram as
pesquisas.
Desta feita, como se sabe, uma imensa trapaça cibernética foi posta em
movimento pela extrema direita, a custo de alguns milhões de reais à margem da
lei, desde bem antes da campanha eleitoral, que confundiu milhões de brasileiros.
Essa variável, até agora
desconhecida (ou subestimada) entre nós já surpreendeu no primeiro turno e não
se sabe o quanto pode repetir o feito no domingo.
Pelo sim, pelo não, lutar é
preciso — até o último minuto do domingo.
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Causa e efeito
‘Eleições valorizam em mais de 300% ações de fábrica de armas brasileira. Valor de mercado subiu 527%. Papéis da Taurus fecharam em R$ 9,77’ [Consequência direta da pregação belicista do candidato da extrema direita].
Trapaça
Um levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP) da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que, na semana entre 10 e 16 de outubro, 70,7% dos tuítes identificados como sendo gerados por máquinas são ligados à campanha de Jair Bolsonaro. Isso quer dizer que 5 a cada 7 tuítes a favor do candidato do PSL foram gerados por robôs. (Brasil 247)
24 outubro 2018
Um fio de esperança persiste
O estrago já foi feito
Luciano Siqueira
Qualquer que seja o resultado do pleito presidencial no próximo domingo, teremos ingressado — infelizmente — na era da trapaça digital.
Redes sociais, o Facebook em particular, e o aplicativo WhatsApp serviram de veículo para a maior campanha de distorção da realidade e das opiniões e das condutas de adversários políticos do mundo atual.
Há resultados verificados no primeiro turno, tanto na disputa por governos estaduais como para o Senado, absolutamente surpreendentes. Provavelmente influenciados, às vésperas do pleito, pelo tsunami de mensagens disparadas pelo esquema denunciado pelo jornal Folha de S. Paulo, que envolve milhões de reais investidos por empresas privadas, à margem da Lei, em favor do candidato à presidência capitão Bolsonaro.
Mesmo a vantagem alcançada pelo capitão de extrema díreita até o momento, muitos analistas supõem que em grande parte seja resultante desse expediente ilegal.
E o mais grave é que, a julgar pelas pesquisas mais recentes, o Brasil corre o risco de ter na presidência da República alguém que não debateu suas ideias com seus oponentes nem as submeteu ao crivo da sociedade.
Praticou rigidamente um monólogo, difundindo ideias rasteiras, mas ardilosamente a ver com questões que afligem a maioria dos brasileiros de modo epidérmico.
Por mais bizarras e odiosas que sejam algumas de suas propostas, milhões de seguidores — qual manada disciplinadamente conduzida — e robôs guiados por sofisticada manipulação de algoritmos, as reproduzem e as fazem chegar a parcelas extensas da população momentaneamente confusas e vulneráveis.
Além disso, a difusão de mentiras contra adversários.
Calcula-se que só contra a candidata a vice-presidente Manuel D'Ávila, do PCdoB, pelo menos trinta milhões de mensagens falsas, destinadas a denegrir a sua imagem tenham sido veiculadas até o momento.
Ontem mesmo, um frentista de um dos postos de combustível do Recife, que votou em Haddad no primeiro turno, empunhava o celular para mostrar um vídeo que recebera, denunciando Fernando Haddad por supostamente haver queimado um exemplar da Bíblia é o jogado na lata do lixo. Razão da mudança do seu voto agora.
Mas inda há espaço para o bom senso. Até mesmo pela interferência das redes sociais, concomitantemente com o programa eleitoral e com entrevistas e reportagens, e sob o embalo de manifestações de resistência nas ruas, minutos valem por horas e, quem sabe, o resultado de domingo seja diferente do que prevêem as pesquisas.
Há cerca de doze dias verifica-se um acúmulo quantitativo de informações negativas envolvendo o capitão Bolsonaro e sua equipe de campanha, veiculadas inclusive pelo poderoso sistema Globo (agora assustado com o risco de ter seus interesses parcialmente prejudicados). Esse acúmulo como bem sabe da dialética, quem sabe possa produzir um salto qualitativo na consciência de alguns milhões de eleitores que, assim, venham a inverter seu voto.
Luciano Siqueira
Qualquer que seja o resultado do pleito presidencial no próximo domingo, teremos ingressado — infelizmente — na era da trapaça digital.
Redes sociais, o Facebook em particular, e o aplicativo WhatsApp serviram de veículo para a maior campanha de distorção da realidade e das opiniões e das condutas de adversários políticos do mundo atual.
Há resultados verificados no primeiro turno, tanto na disputa por governos estaduais como para o Senado, absolutamente surpreendentes. Provavelmente influenciados, às vésperas do pleito, pelo tsunami de mensagens disparadas pelo esquema denunciado pelo jornal Folha de S. Paulo, que envolve milhões de reais investidos por empresas privadas, à margem da Lei, em favor do candidato à presidência capitão Bolsonaro.
Mesmo a vantagem alcançada pelo capitão de extrema díreita até o momento, muitos analistas supõem que em grande parte seja resultante desse expediente ilegal.
E o mais grave é que, a julgar pelas pesquisas mais recentes, o Brasil corre o risco de ter na presidência da República alguém que não debateu suas ideias com seus oponentes nem as submeteu ao crivo da sociedade.
Praticou rigidamente um monólogo, difundindo ideias rasteiras, mas ardilosamente a ver com questões que afligem a maioria dos brasileiros de modo epidérmico.
Por mais bizarras e odiosas que sejam algumas de suas propostas, milhões de seguidores — qual manada disciplinadamente conduzida — e robôs guiados por sofisticada manipulação de algoritmos, as reproduzem e as fazem chegar a parcelas extensas da população momentaneamente confusas e vulneráveis.
Além disso, a difusão de mentiras contra adversários.
Calcula-se que só contra a candidata a vice-presidente Manuel D'Ávila, do PCdoB, pelo menos trinta milhões de mensagens falsas, destinadas a denegrir a sua imagem tenham sido veiculadas até o momento.
Ontem mesmo, um frentista de um dos postos de combustível do Recife, que votou em Haddad no primeiro turno, empunhava o celular para mostrar um vídeo que recebera, denunciando Fernando Haddad por supostamente haver queimado um exemplar da Bíblia é o jogado na lata do lixo. Razão da mudança do seu voto agora.
Mas inda há espaço para o bom senso. Até mesmo pela interferência das redes sociais, concomitantemente com o programa eleitoral e com entrevistas e reportagens, e sob o embalo de manifestações de resistência nas ruas, minutos valem por horas e, quem sabe, o resultado de domingo seja diferente do que prevêem as pesquisas.
Há cerca de doze dias verifica-se um acúmulo quantitativo de informações negativas envolvendo o capitão Bolsonaro e sua equipe de campanha, veiculadas inclusive pelo poderoso sistema Globo (agora assustado com o risco de ter seus interesses parcialmente prejudicados). Esse acúmulo como bem sabe da dialética, quem sabe possa produzir um salto qualitativo na consciência de alguns milhões de eleitores que, assim, venham a inverter seu voto.
Acesse o canal ‘Luciano Siqueira opina’, no YouTube https://bit.ly/2Rn2OXV
Leia mais sobre temas da atualidade: https://bit.ly/2Jl5xwF
23 outubro 2018
Jogo feio
'O grupo de empresários mais próximos do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) fez doações a outros candidatos, mas não contribuiu oficialmente com a campanha do militar. A campanha de Bolsonaro é investigada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por doações não declaradas de empresários por meio de serviços de disparo de mensagens via WhatsApp —apuração aberta após reportagem da Folha. Até o momento, o candidato do PSL declarou apenas R$ 1,7 milhão em despesas, menos do que os principais concorrentes. Para se ter uma ideia, Guilherme Boulos (PSOL) gastou R$ 5 milhões. Dois membros do núcleo empresarial do militar, Luciano Hang, da loja de departamento Havan, e Mário Gazin, das lojas Gazin, chegaram a fazer um vídeo em que o segundo pede vitória de Bolsonaro no primeiro turno para "não gastar mais dinheiro". Depois, Gazin disse que, ao falar de dinheiro, se referia aos gastos do país com a eleição. Nem Gazin nem Hang constam como doadores na prestação de contas do militar, de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).' (Folha de S. Paulo).
Ainda há tempo
A escuridão que
nos ameaça
Luciano Siqueira
Não bastassem as inúmeras manifestações de primarismo político e descompromisso com a democracia, o candidato capitão Bolsonaro, que segue à frente nas pesquisas, pronunciou uma fala absurdamente provocadora, domingo último, em mensagem gravada para manifestantes a seu favor reunidos em São Paulo.
Um discurso rasteiro, que sequer os generais que governaram o País, ditatorialmente, por vinte e um anos ousaram fazer.
Ameaças nominais a líderes políticos oponentes, criminalização de movimentos sociais e desafio aberto às normas constitucionais provocaram em amplos segmentos sociais e políticos, inclusive em setores conservadores, reação imediata mediante múltiplas formas de pronunciamento e protesto.
Terrível é saber os que a maioria eleitoral conquistada pelo capitão ultra direitista em grande parte — sabe-se agora — foi obtida artificialmente, através da manipulação das redes sociais e do aplicativo WhatsApp.
Podem uma nação da importância geopolítica que tem o Brasil e um povo cuja consciência democrática vem sendo construída a muito custo, admitir um governante dessa estirpe?
Tempos difíceis!
A escuridão nos ameaça. Mas à esperança sobrevive.
Nos últimos dez dias, acumulam-se revelações graves a respeito da campanha do capitão, inclusive o tsunami de mensagens direcionadas por empresas especializadas em fraudes cibernéticas, financiadas por grandes empresários à margem da legislação atual sobre doações financeiras.
Ao mesmo tempo, a campanha do candidato Fernando Haddad vem agregando novas forças, formais ou não, e alcançado uma comunicação mais consistente junto ao eleitorado.
A própria relevância das redes sociais, em paralelo aos mecanismos tradicionais de campanha, confere à batalha atual uma alteração da variável tempo bem distinta. Um dia vale por uma semana.
Quem sabe possa um percentual elevado de eleitores mudar seu voto nessa reta final.
Lembremo-nos do pleito passado, em que o candidato tucano Aécio Neves parecia vencedor, de acordo com as últimas pesquisas, a ponto de convidar líderes políticos de todo o país para acompanhar, em Belo Horizonte, a apuração dos votos e, em seguida, participarem de uma grande festa comemorativa da suposta vitória.
Exatamente no sábado e no próprio domingo das eleições, Dilma Housseff o ultrapassou e venceu.
Então, ainda que o capitão venha afirmando sentir-se "com a mão na faixa", o domingo 28 poderá se converter numa festa democrática.
Como diz o poeta, "faz escuro, mas eu canto".
O canto de liberdade ecoa de várias partes do país, nas capitais e grandes cidades e pelo interior afora.
A maioria dos brasileiros, mesmo que sob o impacto da crise e da incerteza, enfim poderá se reencontrar com a sua tradição libertária.
Veremos.
Luciano Siqueira
Não bastassem as inúmeras manifestações de primarismo político e descompromisso com a democracia, o candidato capitão Bolsonaro, que segue à frente nas pesquisas, pronunciou uma fala absurdamente provocadora, domingo último, em mensagem gravada para manifestantes a seu favor reunidos em São Paulo.
Um discurso rasteiro, que sequer os generais que governaram o País, ditatorialmente, por vinte e um anos ousaram fazer.
Ameaças nominais a líderes políticos oponentes, criminalização de movimentos sociais e desafio aberto às normas constitucionais provocaram em amplos segmentos sociais e políticos, inclusive em setores conservadores, reação imediata mediante múltiplas formas de pronunciamento e protesto.
Terrível é saber os que a maioria eleitoral conquistada pelo capitão ultra direitista em grande parte — sabe-se agora — foi obtida artificialmente, através da manipulação das redes sociais e do aplicativo WhatsApp.
Podem uma nação da importância geopolítica que tem o Brasil e um povo cuja consciência democrática vem sendo construída a muito custo, admitir um governante dessa estirpe?
Tempos difíceis!
A escuridão nos ameaça. Mas à esperança sobrevive.
Nos últimos dez dias, acumulam-se revelações graves a respeito da campanha do capitão, inclusive o tsunami de mensagens direcionadas por empresas especializadas em fraudes cibernéticas, financiadas por grandes empresários à margem da legislação atual sobre doações financeiras.
Ao mesmo tempo, a campanha do candidato Fernando Haddad vem agregando novas forças, formais ou não, e alcançado uma comunicação mais consistente junto ao eleitorado.
A própria relevância das redes sociais, em paralelo aos mecanismos tradicionais de campanha, confere à batalha atual uma alteração da variável tempo bem distinta. Um dia vale por uma semana.
Quem sabe possa um percentual elevado de eleitores mudar seu voto nessa reta final.
Lembremo-nos do pleito passado, em que o candidato tucano Aécio Neves parecia vencedor, de acordo com as últimas pesquisas, a ponto de convidar líderes políticos de todo o país para acompanhar, em Belo Horizonte, a apuração dos votos e, em seguida, participarem de uma grande festa comemorativa da suposta vitória.
Exatamente no sábado e no próprio domingo das eleições, Dilma Housseff o ultrapassou e venceu.
Então, ainda que o capitão venha afirmando sentir-se "com a mão na faixa", o domingo 28 poderá se converter numa festa democrática.
Como diz o poeta, "faz escuro, mas eu canto".
O canto de liberdade ecoa de várias partes do país, nas capitais e grandes cidades e pelo interior afora.
A maioria dos brasileiros, mesmo que sob o impacto da crise e da incerteza, enfim poderá se reencontrar com a sua tradição libertária.
Veremos.
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