Greenwald: “A cada mentira,
nós publicaremos prova de que Moro está mentindo”
"Enquanto
julgava o processo criminal contra Lula, Moro secretamente zombava da defesa em
conversas secretas com os promotores. Pior, ele estava dirigindo sua campanha
pública contra o mesmo réu que ele estava julgando"
Jornal GGN
O
jornalista do Intercept Brasil Glenn Greenwald divulgou na noite desta sexta
(24) novos trechos de conversas entre Sergio Moro e procuradores de Curitiba
que provam conluio em ações penais da Lava Jato, incluindo o caso triplex.
Após as novas revelações, Glenn respondeu a Moro no Twitter:
“Como eu disse antes, Sergio Moro deveria parar de mentir quando tenta se
defender, porque nós temos as evidências e os fatos.”
“A
cada mentira – como ele fez hoje no Estadão – nós publicaremos a prova de que
ele está mentindo, como acabamos de fazer em resposta à entrevista”, disparou o
jornalista.
Na manhã desta sexta, o Estadão publicou entrevista exclusiva com Moro, na qual
o hoje ministro da Justiça tenta naturalizar suas conversas com os
procuradores. Apesar disso, o ex-juiz que condenou Lula se recusou a admitir o
teor das mensagens vazadas, e escondeu-se atrás de um suposto ataque hacker
para fazer provocações ao Intercept.
Além
de defender que o site divulgue todas as conversas de uma vez, Moro quer que o
dossiê seja entregue para uma “autoridade independe” para fazer uma perícia.
Glenn
escreveu aos seus seguidores: “Moro mentiu em sua entrevista ao Estado hoje,
afirmando que só tinha conversas banais e ‘comuns’ com os promotores, negando
que já tivesse participado de sua estratégia. Essas provam que ele fez
exatamente isso – fingindo ser um juiz neutro enquanto comandava a promotoria.”
“Enquanto
julgava o processo criminal contra Lula, Moro secretamente zombava da defesa em
conversas secretas com os promotores. Pior, ele estava dirigindo sua campanha
pública contra o mesmo réu que ele estava julgando – exatamente que ele sempre
negou que ele fez.”
O
Intercept mostrou, em sua sexta reportagens sobre a Vaza Jato, que Moro enviou
uma mensagem a Carlos Fernando dos Santos Lima na noite do dia em que Lula foi
a Curitiba prestar depoimento sobre o apartamento no Guarujá.
Depois
de pedir a opinião do procurador da Lava Jato sobre o confronto com o
ex-presidente, Moro sugeriu que o Ministério Público deveria produzir uma nota
evidenciando o que chamou de “contradições” de Lula durante a oitiva.
Santos
Lima encaminhou a “demanda” para Deltan Dallagnol e para a assessoria do MP.
Dallagnol, no dia seguinte, procurou Moro no aplicativo para justificar a
demora.
“Talvez
o mais significativo e embaraçoso de tudo: Moro comandou efetivamente o processo
contra Lula enquanto fingia ser um juiz ‘neutro’, condenando-o. Seu papel de
chefe da força-tarefa era tão claro que Deltan se desculpou quando adiou a
obediência às ordens de Moro.”
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