Terapia de grupo
Tostão, na Folha de S. Paulo
Nesta quarta (5), no amistoso contra o Qatar, a seleção, além da
volta de Daniel Alves,
que não jogou a Copa do Mundo porque
estava contundido, terá duas novidades em relação ao Mundial, Arthur e
Richarlison. É pouco. Tite deveria pensar também à frente, em
2022.
Neymar é acusado de cometer estupro. Outros jogadores tiveram
problemas parecidos, como Robinho e Cristiano Ronaldo. O
fato pode prejudicar o jogador e a equipe na Copa América.
São grandes os riscos de haver vaias a Neymar e
à seleção durante as partidas, ainda mais se ele e o time não forem bem.
Além do comportamento bastante criticado fora de campo, a
ambição exagerada para sair do Barcelona, onde brilhava, e as ausências por
fraturas, em momentos decisivos, prejudicaram a carreira de Neymar.
É péssimo para o futebol brasileiro ver um talento tão fenomenal
perdido no mundo da fama, sem a devida orientação. Além de tudo isso, a
sociedade do espetáculo, ao mesmo tempo em que idolatra, rapidamente, descarta
e troca os ídolos, ainda mais se a celebridade der motivo.
A melhor solução para Neymar seria voltar para o Barcelona
—dizem que há interesse do clube—, onde, ao lado de Messi, brilhou intensamente e teve um
comportamento mais sóbrio fora de campo. Messi sabe também que, junto a
Neymar, o título da Champions League fica
muito mais fácil. O Barcelona contratou Philippe Coutinho, como se fosse um
substituto à altura de Neymar. A diferença é grande.
Quarta é dia também de Copa do Brasil.
O Cruzeiro, em casa, enfrenta o Fluminense. O primeiro jogo terminou 1 a 1.
Contra o São Paulo, o Cruzeiro voltou a jogar bem. Porém, no segundo tempo,
quando pressionou, criou chances de gol e empatou, pensei que a vitória estaria
perto, já que o São Paulo estava
entregue, morto. Não foi o que ocorreu. O Cruzeiro parecia contente
com o empate. Apenas no fim, principalmente depois que o São Paulo ficou com
dez jogadores, o Cruzeiro voltou a pressionar e só não ganhou por causa de um
grave erro técnico de David.
Cruzeiro e Grêmio estão muito mal no Brasileiro.
Não entendo a razão de Tardelli, já há um bom tempo no Grêmio, não ser titular
de um ataque que tem André ou Vizeu, além de não ter um bom atacante pela
direita.
Na terça-feira (4), jogariam Flamengo e
Corinthians. Independentemente do que tenha ocorrido, a maior
dificuldade que terá o novo técnico do Flamengo, Jorge Jesus, quando assumir,
será a mesma dos últimos treinadores, uma expectativa muito acima da realidade,
como se o Flamengo, por ter um grupo valorizado, não brilhasse tanto somente
pela falta de um bom técnico. Não é bem assim. Os jogadores são bons, mas nem
tanto.
Desconfio, com boas chances de estar certo, que, no jogo entre
Atlético e Flamengo, com a presença de Jorge Jesus, o técnico português já
conversava com os dirigentes do time carioca, e não apenas com os do Atlético.
Abel Braga, em seu pedido de dispensa, disse que soube, por intermédio de
amigos portugueses, que Jesus já negociava com o Flamengo. A diretoria nega.
O Athletico Paranaense é um mistério, pois é brilhante em casa,
ganha quase todos os jogos, e muito fraco fora. Não deve ser somente pelo
gramado sintético, já que essa enorme diferença já acontecia antes do novo
piso. Qual será a razão? Será que houve um trauma psicológico, e os jogadores
se sentem inseguros, abandonados, carentes, quando saem de casa e ficam longe
da torcida? Quem sabe uma terapia de grupo ajude.
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