05 junho 2019

Barco furado


O soluço da produção industrial brasileira, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) oscilou positivamente 0,3% em abril após registrar grande queda em março, pouco influenciou no resultado negativo de 2,7% dos quatro primeiros meses do ano. Esse setor é o barômetro da economia, a base para o impulso no comércio, nos serviços e no consumo. Sua queda é o retrato mais emblemático da falência do modelo econômico dito privatista, que sempre pretendeu ser hegemônico desde que o Brasil aboliu a escravidão e que na sua forma neoliberal ganhou formas dogmáticas e sectárias. Foi com essa pregação que os golpistas de 2016 mobilizaram a marcha que conduziu Michel Temer e Jair Bolsonaro à Presidência da República. Agora, com Paulo Guedes no posto de superministro da Economia, esse modelo tem sido apresentado como única alternativa ao abismo. O linguajar rude do ministro, que beira à tolice econômica, na verdade traduz um conceito, o raciocínio de que é preciso a pobreza de muitos para garantir a riqueza de poucos. Ele abandona a clássica ideia de utilização do capital como combustível para a produção para transformá-lo em instrumento de mera acumulação financeira. Leia mais https://bit.ly/2ENWzb1

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