Uns saíram sob
ruidoso silêncio, muitos são recebidos com festa
Luciano
Siqueira
Neste
mês de março, precisamente dia 25, o PCdoB completa 98 anos de existência
ininterrupta. Um fato extraordinário num país em que partidos políticos sempre
foram conjunturais, de vida curta e consistência teórico-programática apenas
relativa.
É
fato que o PSB, reorganizado em 1985, tem permanecido desde então. E o PT acaba
de completar seus 40 anos. O PDT idem.
Mesmo
o novamente chamado MDB, que dividiu com a Arena – ambos permitidos pelo regime
militar – uma espécie de dualismo diante do poder central de então, já conta um
tempo razoável de existência. E se considerarmos o atual Democratas descendente
direto da Arena, PDS e PFL – siglas em que se foi transmutando a agremiação
original -, a esse partido também há que se reconhecer certa longevidade.
Mas
num lapso de tempo mais largo, de quase uma centena de anos, o PCdoB tem a
primazia de uma permanência excepcionalmente prolongada, apoiada certamente na
base social proletária com que se identifica ideológica e politicamente, na sua
matriz teórica marxista, na determinação em jamais perder seus laços com o
povo, na habilidade tática que adquiriu mediante prolongada práxis.
Natural
que em sua longa trajetória o Partido registre a deserção de quadros de certa
proeminência, que após construírem toda a sua militância e sua reputação
pública nas hostes comunistas tenham se desligado e adotado outro rumo.
Alguns
em tempo recente.
Destacados
quadros políticos. Respeitados publicamente, prestigiados por seus camaradas
dirigentes e militantes.
Lembrando
Cartola em sua primorosa canção “O mundo é um moinho”, alguns desses reduziram
seu papel na cena política imediata e se apequenaram historicamente, ainda que
não tenham necessariamente caminhado para “o abismo cavado com os próprios
pés”.
Importa,
entretanto, assinalar o ensurdecedor silêncio que tem cercado as desistências,
por razões fúteis, de quadros outrora tão destacados.
Nada
de lamentações.
Nenhum
sentimento de perda “irreparável”.
Apenas
o registro negativo por terem se revelado tão frágeis diante de dificuldades
próprias da conjuntura adversa ou optado por projetos pessoais que supõem
viabilizar através de atalhos ideológicos e político-partidários.
E
a vida segue.
A
luta coloca o velho e renovado Partido Comunista do Brasil diante de novos
desafios, que enfrenta com firmeza de princípios e agudo senso tático.
Recentemente,
o PCdoB recebeu em seu seio toda uma organização política constituída por
quadros provados na luta teórica e prática e todo um cortejo de aguerridos
militantes – o Partido Pátria Livre, PPL -, de matriz revolucionária comum.
Um
reforço extraordinário que a História haverá de registrar com destaque.
E
no percurso atual, justamente por se apresentar como organização política
sólida e de consistente descortino estratégico, quadros políticos experientes e
provados em outras hostes, agora desejosos de aprofundarem sua prática
transformadora, aderem a essa corrente política constituída desde março de
1922. E trazem na bagagem importantes contribuições.
Ponto
para o projeto estratégico.
Ponto
para a possibilidade tática de novos avanços.
O
socialismo vive e o Brasil haverá de ser uma pátria livre e socialista.
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