Uma
deficiência incontornável
Luciano Siqueira
A subnotificação de casos de
infecção ou mesmo de óbitos pelo coronavírus parece ser uma realidade difícil
de contornar. Há um descompasso claro entre a progressão da doença e o ritmo da
aquisição dos testes necessários, por parte do Ministério da Saúde.
E não há ainda um plano claro.
O governo prevê a aquisição de 22,9 milhões de testes, mas não há
previsão de quando chegam.
Pesa não apenas a falta de agilidade do governo. Embora sejam conhecidos
214 testes comerciais ou em desenvolvimento no mundo para o diagnóstico do
coronavírus, produzidos principalmente na China, nos EUA e na Índia, não há uma
escala de produção correspondente à demanda mundial.
Daí nos grupos de testagem serem os doentes graves e os profissionais de
saúde e de atividades essenciais, como os do transporte e limpeza públicos, as
prioridades. Impossível teste para a população em geral.
A resultante disso é a fragilidade do plano operativo para enfrentamento
da Covid-19 em território brasileiro, sem um georeferenciamento confiável.
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