14 outubro 2020

A busca do voto

O óbvio na campanha eleitoral

Luciano Siqueira



Entre as determinações científicas e as orientações da OMS e a prática há uma distância considerável. Perigosa. Aglomerações de muita gente sem máscara se avolumam. Na Europa já se enfrenta uma segunda onda da Covid-19.

Na campanha eleitoral é quase assim, e seria pior se não fossem as normas baixadas pela Justiça Eleitoral.

Mas o fato é que muita coisa mudou sob a pressão das circunstâncias. A campanha de agora é efetivamente estranha. Como se de repente tivéssemos que disputar uma partida de futebol em pista de Fórmula 1. Sem noção exata do espaço e do tempo.

No plano de campanha, agora as fases se entrelaçam e tudo parece desaguar nos últimos e decisivos quinze dias.

Candidaturas de raiz popular e de partidos de parcos recursos, como o PCdoB, enfrentam o desafio da eficiência na esfera digital com a maximização das atividades ditas “presenciais”.

O cobertor é curto.

Luta desigual em todas as esferas, inclusive nos meios digitais.

Quem tem muito, pode mais.

Porém há um diferencial que, bem explorado, pode resultar em vitórias de inúmeras candidaturas que disputam em condição de inferioridade material: a natureza do projeto.

Comentei isso em meu canal no YouTube https://bit.ly/33Tmtae


Há que se disputar Prefeituras e cadeiras nas Câmaras Municipais numa dupla frente: a defesa de interesses fundamentais do povo e propostas por uma cidade mais democrática e humana; e o combate sem tréguas ao governo genocida e antipopular de Jair Bolsonaro.

A diferenciação fundamental se faz pelo conteúdo. E pela capacidade de chegar ao eleitor por todos os caminhos possíveis – do contato direto às redes sociais, com ênfase na ligação telefônica.

Parece que estou escrevendo sobre o óbvio. Mas não é. Enorme é a quantidade de candidatos que subestimam o contato pessoal, particularmente o valor da ligação telefônica de viva voz.

Claro que vídeos curtos e bem feitos, ainda que artesanais; mensagens escritas e cards ajudam, mas nada substitui a voz ao telefone.  

Ou seja: o velho e imprescindível trabalho de massas “artesanal” (na expressão de Lenin) conserva a primazia dentre as ações de campanha para candidatos que dependem da conquista da consciência e do afeto para multiplicarem apoiadores e votantes.

Um velho militante pernambucano costuma dizer que o mais difícil é enxergar o óbvio. Na busca do voto inclusive.

Veja: Razão e emoção na campanha eleitoral https://bit.ly/3d9XgLy

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