O futebol não descansa e ainda contribui para as
aglomerações
Copa
do Brasil começa a ser decidida neste domingo, enquanto outros torneios se
iniciam
Tostão, Folha de S. Paulo
O Flamengo é
bicampeão brasileiro. Neste domingo (28), começa a decisão da Copa do
Brasil, entre Grêmio e Palmeiras. Iniciaram também os estaduais,
a Copa do Nordeste, a Libertadores e outras competições. O futebol não descansa
e ainda contribui para as aglomerações. Algumas pessoas perderam a dimensão da
gravidade. Parece um prolongado suicídio coletivo.
Ao mesmo tempo
em que estou cansado, com um ano de quarentena, de ver tanto futebol, programas
esportivos e noticiários, que costumam ser iguais, a responsabilidade e o
prazer de escrever, de ver belas partidas e a convivência com as pessoas
queridas me ajudam a suportar essa tragédia. A vacinação, que está muito lenta,
é a esperança. Aguardo, com paciência, a minha vez.
Em um
campeonato por pontos corridos, no fim, predomina a qualidade do elenco, com
algumas exceções. O Flamengo, apesar da má atuação, da derrota para o São Paulo,
de ter levado um grande número de gols na competição e de outros atropelos,
venceu porque tem melhores jogadores.
Faltou ao Inter mais talento individual, além de ter vivenciado mais uma
decisão polêmica, a não marcação do pênalti a seu favor, que poderia ter mudado
a história do campeonato.
O Atlético-MG
teve excelentes momentos, contratou muitos bons jogadores, mas não do nível dos
que tem o Flamengo. O São Paulo surpreendeu,
chegou perto do título, mas se liquefez, por vários motivos, principalmente
pelo modesto elenco. A estratégia defensiva usada contra o Flamengo funcionou
bem, mas para esse jogo e para esse momento.
Na Europa, o
futebol também não para. Bayern e Manchester City são os times que têm atuado
melhor. O PSG, com Neymar e Mbappé e, agora, com um técnico melhor, Mauricio
Pochettino, é também forte candidato ao título europeu.
Guardiola, no
início do Campeonato Inglês, teve uma crise de anormalidade, de mesmice, e
escalou a equipe como a maioria dos outros técnicos faz com seus times. Deu
errado, e ele voltou à lucidez, ao jogar apenas com um volante, dois meias
avançados e com o ótimo lateral esquerdo Cancelo como um armador, próximo ao
volante.
Filipe Luís
joga mais ou menos assim no Flamengo, mas o time não tem um ponta aberto. Fica
embolado pelo meio. Rogério Ceni pede
para Bruno Henrique atuar mais pelo lado, mas ele brilha quando entra pelo
meio, para finalizar e fazer dupla com Gabigol.
No jogo entre
Borussia Monchengladbach e Manchester City, em Budapeste, na Hungria, em campo
neutro, por causa dos problemas de entrada e saída de pessoas em alguns países,
o bom comentarista Bruno Formiga, da TNT Sports, contou que o pai dele viu, no
estádio, em Budapeste, o Honvéd jogar. A base da seleção húngara de 1954, um
dos mais espetaculares times da história, onde jogava Puskás, que eliminou o
Brasil da Copa do Mundo.
Imediatamente,
lembrei-me da derrota do Brasil para a Hungria, em 1966, por 3 a 1. Fiz o gol
da seleção. Eu tinha 19 anos. Ao falar da Hungria, lembrei-me também, do belo
livro "Budapeste", escrito por Chico Buarque. Coincidentemente,
comecei a ler o livro "O ar que me falta", de Luiz Schwarcz, fundador
da editora Companhia das Letras, que narra a chegada ao Brasil de seus
antepassados, vindos da Hungria.
Por tudo isso,
passei a fazer planos de viajar a Budapeste, cidade que sempre pensei em
visitar.
A mente
funciona por meio de associações de ideias, de fatos e de sentimentos. As
lembranças e os encontros são reencontros com o que vivemos e/ou imaginamos.
Veja: Imunidade parlamentar pra quê? https://bit.ly/2ZHFqJV