Máscaras
Patrícia Montalvão*
Então ela vira tendência.
Melhor tendência para a proteção do
contágio viral ou virais…
Desde a antiguidade, as máscaras
serviam aos artistas teatrais para caracterizar personagem e permitir melhor
ilusão.
A etimologia da palavra remete a
“disfarce” ou “proteção”.
Na brincadeira de carnaval, ela é
fantasia.
No pior do uso, bandidos nela se
escondem.
Na era da baixa autoestima, serve para
omitir um sorriso “sem graça”, um lábio “sem cor”, um expirar enjoado pela
boca, uma meia-face “tristonha”. Mente a dor, ao tempo que disfarça a mentira.
Na gaiatice popular, esconde “o feio”,
as “imperfeições” ou burla o mau hálito (nem sempre bem sucedido).
Na conversa, não revela a leitura
labial, consequentemente, também não, do que o coração está cheio.
Mas, o que mais?
Desperta uma curiosidade da real
fisionomia do outro (seria dupla?), da alegria de um sorriso aberto ou da
própria personalidade, já que se evita a fala, para não sobrevir falta de ar…
Expressa, com mais veemência, o que diz
e sente o olhar. Este, esquecido outrora. Passa ele (o olhar) a trabalhar mais,
para não revelar tanto. Quando ele chora, ela serve de lenço.
Por fim, mas sem esgotar outras tantas
tendências, inclusive estratégicas e profissionais, ela maquia a ausência de
maquiagem, “suaviza” as marcas do tempo.
Ela, de fato, disfarça, esconde e
protege (tendência).
*Funcionária pública, cronista
Sensacional... Quanta sensibilidade... Parabéns!
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