19 dezembro 2022

Minha opinião

Benéfica ausência

Luciano Siqueira

 

Todos nós milhões de brasileiros e brasileiras que gostam de futebol certamente ouvimos e vimos na TV, inúmeras vezes, o narrador de muitos bordões e cacoetes e relativamente pouca informação real.

Ficou anos a fio no topo da maior rede de televisão brasileira, transitando por várias modalidades esportivas, sobretudo o futebol e as corridas de fórmula 1.

Óbvio que eu não entendo de comunicação televisiva — nem da técnica e tampouco dos macetes destinados a atrair a atenção do telespectador e satisfazer os intentos dos patrocinadores – que querem mesmo é vender.

Mas tenho o direito de prezar a informação clara e enxuta. Suponho que vocês que agora me leem concordam.

Tanto quanto numa conversa franca e direta, a gente quer saber do que se trata e, se possível, compreender o sentimento e o ponto de vista do interlocutor.

Na TV a gente vê tudo, basta que narradores, comentaristas e repórteres chamei a nossa atenção para aquilo que não é óbvio — e assim nos ajudem a compreender o que se passa. Para além do visível a olho nu.

Mas o cara passou esses anos todos enchendo o saco com comentários supérfluos em pleno desenrolar das jogadas, muito floreio e chistes.

Como agora no final da Copa do Qatar – talvez eu esteja sendo rigoroso em demasia -, sinceramente preferiria que sua voz empolada não perturbasse as cenas eletrizantes de um Argentina x França que entra para a história com uma das disputas mais empolgantes de todos os torneios mundiais.

Boa sorte, senhor. Sirva-se bem do seu novo papel, que chamávamos antigamente garoto propaganda. Vá vender loterias digitais, marcas de cerveja e que tais. 

Plataformas digitais aceitam tudo. Aproveite bem.

Tomara que os seus substitutos não o imitem, adiram à linguagem direta, enxuta e esclarecedora. Afinal, vivemos a era da comunicação onde, finalmente, meia palavra basta.

Um tempo novo no Brasil: possível, mas nada está previamente garantido https://bit.ly/3Y6nLZF

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