Benéfica ausência
Luciano Siqueira
Todos nós milhões de brasileiros e
brasileiras que gostam de futebol certamente ouvimos e vimos na TV, inúmeras
vezes, o narrador de muitos bordões e cacoetes e relativamente pouca informação
real.
Ficou anos a fio no topo da maior rede
de televisão brasileira, transitando por várias modalidades esportivas,
sobretudo o futebol e as corridas de fórmula 1.
Óbvio que eu não entendo de comunicação
televisiva — nem da técnica e tampouco dos macetes destinados a atrair a
atenção do telespectador e satisfazer os intentos dos patrocinadores – que querem
mesmo é vender.
Mas tenho o direito de prezar a
informação clara e enxuta. Suponho que vocês que agora me leem concordam.
Tanto quanto numa conversa franca e
direta, a gente quer saber do que se trata e, se possível, compreender o
sentimento e o ponto de vista do interlocutor.
Na TV a gente vê tudo, basta que narradores,
comentaristas e repórteres chamei a nossa atenção para aquilo que não é óbvio —
e assim nos ajudem a compreender o que se passa. Para além do visível a olho
nu.
Mas o cara passou esses anos todos
enchendo o saco com comentários supérfluos em pleno desenrolar das jogadas,
muito floreio e chistes.
Como agora no final da Copa do Qatar –
talvez eu esteja sendo rigoroso em demasia -, sinceramente preferiria que sua
voz empolada não perturbasse as cenas eletrizantes de um Argentina x França que
entra para a história com uma das disputas mais empolgantes de todos os
torneios mundiais.
Boa sorte, senhor. Sirva-se bem do seu
novo papel, que chamávamos antigamente garoto propaganda. Vá vender loterias
digitais, marcas de cerveja e que tais.
Plataformas digitais aceitam tudo.
Aproveite bem.
Tomara que os seus substitutos não o
imitem, adiram à linguagem direta, enxuta e esclarecedora. Afinal, vivemos a
era da comunicação onde, finalmente, meia palavra basta.
Um
tempo novo no Brasil: possível, mas nada está previamente garantido https://bit.ly/3Y6nLZF
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