20 dezembro 2022

Minha opinião

Exonerado. E agora?

Luciano Siqueira

 

Nesses quatro anos felizmente agora findos, o trabalho diligente e objetivo nunca foi a marca do futuro ex-presidente da República.

E apatia, desinteresse e lassidão integram o quadro depressivo em que mergulhou desde a derrota eleitoral.

Porém a sua caneta funciona numa sucessão de atos, ora visivelmente inconsequentes, ora suspeitos.

Como a exoneração do agora ex-diretor Geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, que marcou a sua gestão pela atitude conivente com bloqueios nas estradas no dia das eleições no segundo turno, particularmente no Nordeste, onde sabidamente Lula contaria, como de fato contou, com esmagadora maioria dos eleitores.

Silvinei Vasques é réu por improbidade administrativa desde o final de novembro exatamente por pedir votos para Bolsonaro, desrespeitando a norma legal.

Não consta que o policial tenha rompido com o bolsonarismo ou praticado algum gesto que possa insinuar que esteja pulando fora do barco.

Então, por que essa exoneração agora? Por que não aguardar a sua sucessão natural com advento do novo governo?

Nessa toca tem coelho, como se diz aqui no Nordeste. Provavelmente após essa exoneração venha outro ato que possa dar ao policial Silvinei algum tipo de proteção, tendo em vista a possibilidade real de que venha a ser legalmente punido.

Nesse oceano de acontecimentos contraditórios e até surreais que vem marcando o crepúsculo do governo Bolsonaro, nada acontece por acaso. 

Um tempo novo no Brasil: possível, mas nada está previamente garantido https://bit.ly/3Y6nLZF

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