14 fevereiro 2023

Enio Lins opina

Retorna o Brasil ao mundo civilizado, recuperando o brilho
Enio Lins www.eniolins.com.br

 

Prestígio é marca da diplomacia brasileira (exceção entre 2019 e 2022). Na virada do século XIX para XX, o Barão do Rio Branco, chanceler, foi uma celebridade, substituindo com louvor as figuras dos nossos chefes de Estado.

Pedro II era um bonachão distanciado dos problemas políticos mundiais e os primeiros presidentes pouco ligavam para o cenário internacional. O Barão, que conservou o título na República, era o rei da diplomacia brasileira.

JK, o presidente bossa-nova, espalhou simpatia num planeta tenso pela guerra fria. Jânio surpreendeu à destra e à canhota quando condecorou Che Guevara. Jango teve seu brilho. Os generais-presidentes se entocaram, mas a diplomacia não fez feio naquele tempo de terror.

Tancredo foi um relâmpago diplomático no retorno do poder civil e Sarney reabriu as portas para o mundo, com 34 viagens para 23 países, sendo o primeiro presidente brasileiro a visitar todos os países da América do Sul.

Fernando Collor se destacou nesse ramo, apesar do mandato encurtado; visitou 20 países, foi um dos fundadores do Mercosul. Teria recebido até raro presente, carpas do Imperador do Japão, peixes valiosos que se reproduziram no lago do Alvorada até....

Fernando Henrique Cardoso, antes Ministro das Relações Exteriores, botou pocando, visitando 40 países. Estados Unidos, com oito visitas, e Argentina, com nove, foram os que mais receberam o então presidente FHC.

Lula contabiliza 82 países visitados como Presidente do Brasil, na maior e mais expressiva performance diplomática de um Chefe de Estado brasileiro. Ah, os Estados Unidos receberam o Presidente Luiz da Silva por 12 vezes...

Dilma foi recepcionada por 37 países, com destaque para Argentina e Estados Unidos, seis vezes cada. Foi prestigiada também por ser mulher, ampliando o brilho brasileiro no mundo. Temer foi a 18 nações e ficou meio invisível.

Jair esteve em 22 países espalhando suas estupidezes pessoais, e nos encontros internacionais parecia o Fernandinho Beira-Mar num evento do MP, ninguém queria saber dele. Chamou a atenção ao visitar Moscou para ser solidário a Putin às vésperas da invasão da Ucrânia. Sob o falso messias o Brasil virou, pela primeira vez, um pária mundial.

Assim, o encontro entre Lula e Biden, nos Estados Unidos, reafirma o retorno do Brasil ao topo da diplomacia internacional, depois de um intervalo de quatro anos de desmoralização e isolamento. Uma página podre, enfim, virada.

Com quantos paus se faz uma jangada? https://bit.ly/3Ye45TD

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