27 fevereiro 2023

Enio Lins/História

Em 1616, Galileu Galilei recebe sua sentença da Inquisição

Enio Lins/www.eniolins.com.br


26 de fevereiro de 1616 – Galileu Galilei é formalmente comunicado de sua condenação pela Santa Inquisição por defender e divulgar a ideia de que a terra gira em torno do sol e não o contrário.
Dois dias antes, 24, os inquisidores haviam concluído suas considerações sobre o processo e julgado Galileu como herege pois “a proposição de que o Sol está parado no centro do universo é tola e absurda na filosofia e formalmente herética, pois contradiz explicitamente em muitos lugares o sentido da Sagrada Escritura".
No dia 25, a posição dos cardeais inquisidores foi apresentada ao papa Paulo V, que decidiu dar uma chance ao cientista, enviando o resultado do julgamento com a ordem papal para que Galileu abandonasse totalmente a defesa das teses heliocêntricas sob pena de castigos mais duros (a fogueira sempre estava pronta para ser acesa).
Galileu Galilei recebeu o veredito da Inquisição e atendeu a ordem do papa. Reza a lenda que ao repudiar, frente aos inquisidores, as teses copérnicas, teria murmurado, em latim: “eppur si muove” (e, no entanto, ela se move).
Entretanto, o livro de Galileu – “Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo” – contendo suas pesquisas inovadoras (ele criou e foi pioneiro no uso do telescópio) foi publicado clandestinamente em várias partes da Europa, orientando novas observações astronômicas.
Até morrer, em 1642, o cientista passou por vigilância e pressões da Igreja Católica, penando inclusive prisão domiciliar. Apenas a partir de 1822 Roma permitiu a divulgação das teses científicas sobre os movimentos da terra e dos demais planetas. E só em 1835, o livro de Galileu sobre esse tema foi liberado para publicação. Em 1992, finalmente, a Santa Sé reconheceu que aconteceu “uma trágica incompreensão”, e absolveu o cientista, mas ainda assim afirmando que ele teria incompreendido a Igreja.
  

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