Palavra de poeta: Chico de Assis
Réquiem para Odijas
Carvalho
Chico de Assis*
(meu amigo, companheiro de lutas estudantis e
partidárias, triturado sob torturas, comandadas pelo delegado José
Silvestre, na Delegacia de Segurança
Social de Pernambuco, vindo a falecer, em consequência delas, a 08/02/1971, no
Hospital da Policia Militar de Pernambuco, no Derby, há cerca de 52 anos)
Essa voz vem das
entranhas
do tempo que se faz
perto
embora tão distante.
Esse riso se expandiu
em gargalhada
percorreu ruas
frequentou noitadas
saudou a vida e dela
fez–se amante.
Esse canto é um
cântico guerreiro
que desafia a morte e
nela se debate
entre ganidos de dor
e melodia ausente.
As imagens nos
comovem e nos remetem
às frestas da memória
versejante
entre escombros do
passado renitente.
Mas o presente é
aquilo que se sente.
E vem nas lufadas de
vento da saudade
encrustada em nosso
peito para sempre.
[Ilustração: Jacob Lawrence]
*Advogado, poetaApesar
de tudo, ainda há poesia https://bit.ly/3Ye45TD
A poesia do Chico é pujante, intensa, mescla de maturidade e juventude, dor e ardor, lirismo e realidade. Sempre um prazer te ouvir.
ResponderExcluirGosto demais da poesia e da prosa de Chico de Assis. Abraços, José Mario Austregésilo.
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