01 março 2023

Enio Lins opina

O DEBATE COMO MÉTODO MAIS EFICIENTE

Por Enio Lins www.eniolins.com.br

 

Luciano Siqueira, vice-prefeito do Recife por quatro gestões, militante de vasta experiência, chamou a atenção em seu blog (https://lucianosiqueira.blogspot.com/) para a normalidade dos debates internos na equipe do governo federal, salientando ser positiva a existência de posições diferentes sobre um mesmo tema.

Escreveu Siqueira sobre a questão dos preços dos combustíveis e as opções de tributação do produto. Mas, de início, o importante é, como o blogueiro bem avaliou, saudar o retorno à pluralidade de ideias e ao debate como processo de síntese.

No tragicômico, muito mais trágico que cômico, desgoverno bolsonarista, toda ideia que não fosse do “mito” era tida como traição e quem pensasse diferente era frito. Isso ocorreu, com mortais resultados, quando do Covid19, com fritura e demissões subsequentes de dois ministros da Saúde que tentaram enfrentar a pandemia de forma séria, com base na ciência, contrariando o genocida da faixa.

Como consequência disso, para o Ministério da Saúde foi indicado um pau-mandado que se autodefiniu como seguidor da tese “um manda, outro obedece”, general da arma de Incompetência: o resultado foi o genocídio pelo Coronavírus, sem debate. A coisa era assim.

Agora mudou. Óbvio ululante que a derradeira palavra é de quem ocupa a presidência da República, é para isso que a pessoa é eleita no sistema presidencialista. Mas a mudança está na revitalização dos debates internos – afinal é assim que funciona a democracia.

Para o ajuste dos preços dos combustíveis, o debate interno sobre os caminhos para se equacionar o problema passou a ser tratado como divergências graves e até “fritura” do ministro Haddad. Parte do Brasil se desacostumou com a pluralidade de ideias.

Naturalmente é incendiário, desde sempre, o tema “política para os combustíveis”. Não existe consenso e é certa a inexistência de uma solução fácil, ou que venha a agradar todo mundo. Além disso, a anárquica e irresponsável gestão bolsonariana nesse segmento simplesmente colocou fogo na bomba.

Complicando a situação, a deplorável dupla Paulo Tchutchuca & Jair Fujão, buscando prejudicar os Estados e passando adiante o ônus pelo aumento desenfreado dos preços dos combustíveis, detonou a tributação via ICMS.

Penoso será recolocar o Brasil nos trilhos de uma política de preços dos combustíveis que responda simultaneamente aos interesses do desenvolvimento nacional, da acessibilidade popular, do lucro justo aos investidores em postos e acionistas da Petrobrás.

Será recolocada no rumo certo, sim, a política de combustíveis no Brasil, assim como tudo mais desarrumado durante o ignóbil desgoverno bolsonarista. Como disse Luciano Siqueira, a casa se rearrumará com base em um bom e produtivo debate. Sem fritar ninguém.

Lula faz muita política? Ótimo! Está cumprindo o seu dever https://bit.ly/3Iy1pdy

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