23 junho 2025

Padrão dólar em decadência

O crepúsculo de Bretton Woods
Trump emula Nixon e Reagan na tentativa de desvalorizar dólar sem destruir seu status de moeda internacional, mas proposta tende a ser ineficaz e destrutiva
Luis Antônio Paulino/Vermelho 

Toda a arquitetura do sistema financeiro global tem sua origem nos acordos de Bretton Woods e suas subsequentes transformações. Pensado inicialmente para superar a fragmentação da economia mundial ocasionada pelas duas guerras mundiais (1914-1918 e 1939-1945), o sistema de Bretton Woods, estabelecido em 1944, foi um acordo internacional que criou um novo sistema financeiro global após a Segunda Guerra Mundial. Ele estabeleceu o dólar americano como a principal moeda de reserva mundial, atrelada ao ouro a uma taxa fixa de 35 dólares por onça. As moedas de outros países foram, por sua vez, atreladas ao dólar, permitindo flutuações limitadas em suas taxas de câmbio.

O sistema visava promover a estabilidade econômica e o comércio internacional, e, para isso, foram criadas instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, que tinham o objetivo de facilitar a cooperação econômica e fornecer assistência financeira a países em dificuldades. A principal divergência entre os Estados Unidos e a Inglaterra na reunião de Bretton Woods, realizada em 1944, estava relacionada com o papel que cada país deveria ter na nova ordem econômica mundial. Os Estados Unidos defendiam um sistema baseado na liberalização do comércio e um dólar forte como moeda de reserva global, enquanto a Inglaterra, sob a liderança de John Maynard Keynes, propunha a criação de uma moeda internacional que seria denominada “bancor” e um sistema mais equilibrado que permitisse ajustes nas balanças de pa gamentos, visando proteger economias nacionais de choques.

Inicialmente, o sistema de Bretton Woods funcionou por meio de um sistema de taxas de câmbio fixas, no qual as moedas dos países participantes eram atreladas ao dólar americano, que por sua vez era conversível em ouro. Os países comprometiam-se a manter suas taxas de câmbio dentro de uma margem de variação de 1% em relação ao dólar, o que exigia intervenções do banco central para estabilizar suas moedas. O FMI desempenhou um papel crucial, fornecendo assistência financeira e monitorando as políticas econômicas dos países membros para garantir a estabilidade do sistema.

No entanto, os defeitos do sistema logo ficaram evidentes. O aumento dos déficits comerciais dos EUA e a crescente desconfiança sobre a capacidade dos EUA de manter a conversibilidade em ouro levaram a tensões que culminaram no colapso do sistema no início da década de 1970. Os principais desafios enfrentados pelo sistema de Bretton Woods incluíam a crescente pressão inflacionária nos Estados Unidos, que resultou em déficits comerciais e orçamentários. Além disso, a demanda por dólares americanos fora dos EUA superou as reservas de ouro do país, gerando incertezas sobre a sustentabilidade do padrão dólar-ouro. A falta de flexibilidade nas taxas de câmbio fixas dificultou a adaptação a choques econômicos e desequilíbrios. Por fim, a crescente concorrência internacional e a liberalização dos mercados financeiros tornaram o sistema cada vez mais obsoleto, contribuindo para a sua crise final nos anos 70.

Após o colapso do sistema de Bretton Woods na década de 1970, as políticas monetárias passaram a ser mais flexíveis e orientadas para a inflação. Os países adotaram regimes de câmbio flutuante, permitindo que as taxas de câmbio fossem determinadas pelo mercado, o que proporcionou maior liberdade para ajustar suas políticas econômicas. Os bancos centrais, como o Federal Reserve nos EUA, começaram a focar em metas de inflação e políticas monetárias mais ativas para controlar a economia. O sistema de metas de inflação com banco centrais independentes tornou-se o novo “padrão ouro” da economia global. Essa transição também levou ao aumento da globalização financeira e à liberalização dos mercados, transformando o modo como as economias interagem globalmente.

Se quisermos construir uma linha do tempo das principais transformações do sistema financeiro internacional, podemos seguir a cronologia proposta Corsetti (2025), que destaca os seguintes períodos: 

1945 – 1970 – Taxas de câmbio fixas e controle sobre o fluxo internacional de capitais;

1971 – 1980 – Fim da paridade dólar-ouro e taxas de câmbio flexíveis;

1980 – 1990 – Liberalização das contas de capitais, desregulamentação financeira, crise da dívida na América Latina, globalização financeira: fluxos de capitais superam os fluxos de comércio;

1990 – 2000 – Consenso de Washington, globalização irrestrita, crise no México, na Rússia e na Ásia, domínio total das finanças globais pelos mercados;

2008-2016 – Crise dos subprimes nos Estados Unidos, crise financeira global, socorro dos bancos centrais para prevenir falências bancárias e dar garantias de liquidez ao sistema, medidas macroprudenciais e controle de capitais, controle do estado retorna, mas os mercados continuam dominantes;

2017 – 2024 – Fragmentação geopolítica, retorno do protecionismo, sanções à Rússia;

2025 – Guerra comercial, fragmentação geopolítica, instabilidade global e questionamentos sobre o papel do dólar como moeda internacional.

Como afirma Corsetti (2025), “Durante décadas, a economia global foi moldada pelo pensamento de Bretton Woods, que enfatizava a busca por crescimento real e estabilidade por meio da cooperação multilateral. Hoje, porém, essa visão está cada vez mais sob ataque de políticos e eleitores em todo o mundo”. O golpe de misericórdia no sistema herdado de Bretton Woods está sendo dado pelo governo Trump, partindo do diagnóstico de que ele é prejudicial aos interesses dos Estados Unidos. O grande problema é que ninguém tem a menor ideia do que possa vir a ocupar o seu lugar.

Como afirmou o site Project Syndicate em uma série de artigos sobre o tema, “Apesar de seu compromisso declarado de manter o domínio global do dólar, o presidente americano Donald Trump está minando ativamente o valor – e a confiança – do dólar. Isso não é um bom presságio para o “privilégio exorbitante” que o status do dólar como principal moeda de reserva internacional há muito tempo concede aos EUA, embora crie espaço para possíveis substituições.”

Por trás das medidas tomadas pelo governo Trump, conforme destaca Harold James (2025)[1]  parece haver um diagnóstico que aponta para a necessidade de solução de três problemas. O primeiro diz respeito ao comércio: como impedir a perda de empregos e meios de subsistência americanos. O segundo diz respeito ao dinheiro: a centralidade do dólar no sistema global o deixa supervalorizado, o que torna as exportações americanas muito caras. E o terceiro diz respeito à segurança: os EUA estão arcando com o ônus de defender outros países. A ideia do governo Trump é que as políticas comerciais e de segurança dos EUA podem ser usadas para forçar outros a orquestrar uma desvalorização do dólar sem destruir seu status de reserva.

Para enfrentar esses problemas, os EUA estão tentando reeditar as medidas tomadas em administrações anteriores com o objetivo de reinventar o sistema monetário internacional e reduzir o valor do dólar. “O ponto de referência mais óbvio é o Acordo Smithsoniano de dezembro de 1971, que o presidente Richard Nixon proclamou ser “o acordo monetário mais significativo da história do mundo”. Outro precedente é o Acordo Plaza de setembro de 1985, sob o presidente Ronald Reagan, que provavelmente inspirou o esforço do governo Trump.”

Acordo Smithsoniano foi um acordo internacional, assinado em dezembro de 1971, que buscou reestruturar o sistema monetário internacional após a desvalorização do dólar americano e a suspensão da conversibilidade do dólar em ouro. O Acordo do Plaza foi um pacto firmado em 22 de setembro de 1985 entre cinco países: Estados Unidos, Japão, Alemanha Ocidental, França e Reino Unido. O objetivo principal era depreciar o dólar americano em relação ao iene japonês e ao marco alemão, a fim de corrigir os desequilíbrios na balança comercial. O Acordo do Plaza foi particularmente nocivo para o Japão, que entrou em um processo de estagnação econômica do qual nunca mais se recuperou. Com a valorização do iene, as empresas japonesas começaram a investir pesadamente em ativos, especialmente imóveis e a&cce dil;ões, acreditando que os preços continuariam a subir. Essa especulação levou a um aumento dramático nos preços dos imóveis e das ações, criando uma bolha. No entanto, quando o Banco do Japão começou a aumentar as taxas de juros no final da década de 1980 para conter a especulação, a bolha estourou, resultando em uma queda acentuada nos preços dos ativos e contribuindo para a “década perdida” do Japão.

Em ambos os casos, afirma James, “um presidente americano acreditava que o dólar estava supervalorizado, que os exportadores e trabalhadores americanos estavam em desvantagem e que a política econômica americana havia sido bloqueada por obstrução estrangeira. Essa sensação de aprisionamento criou um ímpeto para uma ruptura radical. Nixon chegou à famosa conclusão de que os Estados Unidos poderiam forçar uma mudança necessária se ele parecesse um louco. Seu secretário do Tesouro, o grandioso texano John Connally, disse aos europeus: “o dólar é a nossa moeda, mas o problema é de vocês”. Em cada caso, a política comercial foi o instrumento decisivo para derrotar outros países. Em 1971, com a conversibilidade do dólar em ouro suspensa, Nixon impôs uma sobretaxa de 10% sobre todas as importações (a mesma t arifa mínima anunciada por Trump em 2 de abril). Da mesma forma, em 1985, as exigências do Congresso para conter a enxurrada de importações (em grande parte do Japão) deram ao Secretário do Tesouro, James Baker, o que ele precisava para forçar o restante das economias desenvolvidas do então G5 a desvalorizar suas moedas.”

O problema, contudo, é que nenhum desses acordos foi capaz de resolver os problemas da economia americana cuja questão central está no papel duplo do dólar: ser, ao mesmo tempo, a moeda dos Estados Unidos, que se estiver muito valorizada prejudica os exportadores norte-americanos e ser a moeda internacional, cuja demanda para o comércio mundial e para as reservas internacionais de todos os países tende a valorizá-la. Tanto no acordo Smithsoniano, em 1971, com Nixon, quanto no Acordo do Plaza, em 1985, com Reagan, quanto agora no governo Trump, o objetivo é forçar uma desvalorização do dólar para aumentar a competitividade da economia norte-americana sem que ela perca seu status de moeda internacional, pois como reconheceu o próprio Trump em discurso no Clube Econômico de Nova York em setembro de 2024, “Se perdêssemos o dólar como moed a mundial acho que isso seria o equivalente a perder uma guerra.”.   O risco, segundo James, “é que a instrumentalização do comércio e das garantias de segurança dos EUA para enfraquecer o dólar destrua a confiança na moeda americana. Um esforço supostamente para defender os trabalhadores americanos irá além do esperado, exigindo um novo acordo monetário internacional, mas sem que os EUA tenham mais credibilidade para fornecê-lo. Já sabemos que o Acordo Smithsoniano e o Acordo Plaza trouxeram pouco alívio a longo prazo aos trabalhadores americanos. Uma tentativa de reproduzi-los seria ineficaz – e, possivelmente, totalmente destrutiva. Como diz o ditado, pau que nasce torto, morre torto: o pecado original de Bretton Woods, que sem sucesso Keynes tentou evitar, foi ter estabelecido o dólar americano como moeda internacional.  Nada é por acaso, que as propostas de Keynes para a reconstrução do sistema internacional de comércio começam a circular novamente, mas desta vez apenas enquanto farsa para tentar salvar a pele dos Estados Unidos e empurrar a solução do problema para a China.


[1] https://www.project-syndicate.org/commentary/mar-a-lago-accord-could-break-the-dollar-by-harold-james-2025-05


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China e Ásia Central abraçam novas oportunidades de cooperação https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/06/cooperacao-sino-asiatica.html 

Humor de resistência

 

Aroeira

EUA sob o signo do conflito https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/06/eua-sob-o-signo-do-conflito.html 

Uma crônica para descontrair

Crônica noturna
João Cabral de Melo Neto 

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto, mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

[Ilustração: Anna Menezes]

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Uma velha ideia na moda https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/04/minha-opiniaocronica_26.html 

22 junho 2025

Palavra de poeta

NESTE SONETO

Paulo Mendes Campos  

Neste soneto, meu amor, eu digo,
Um pouco à moda de Tomás Gonzaga,
Que muita coisa bela o verso indaga

Mas poucos belos versos eu consigo.
Igual à fonte escassa no deserto,
Minha emoção é muita, a forma, pouca.

Se o verso errado sempre vem-me à boca,
Só no meu peito vive o verso certo.
Ouço uma voz soprar à frase dura
Umas palavras brandas, entretanto,

Não sei caber as falas de meu canto
Dentro de forma fácil e segura.
E louvo aqui aqueles grandes mestres
Das emoções do céu e das terrestres.

[Ilustração: Ferdinand Hodler]

Leia também um poema de Pablo Neruda https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/02/palavra-de-poeta-pablo-neruda.html 

Rússia x Ucrânia: e agora?

A dificuldade de acabar com uma guerra por procuração
Sem garantias mútuas de segurança e com a resistência da Otan, um cessar-fogo duradouro entre Rússia e Ucrânia segue cada vez mais distante.
Luis Antônio Paulino/Vermelho 

A evolução recente dos acontecimentos torna cada vez mais improvável um acordo que leve ao fim da guerra na Ucrânia em um futuro próximo. Em que pese toda a conversa em torno de um cessar fogo imediato e de um início de negociações para o fim do conflito, a dinâmica da guerra no campo de batalha aponta no sentido contrário, pois as ações militares entre os dois países têm se tornado cada vez mais violentas e destrutivas. A impressão que fica é que cada um dos lados quer chegar à mesa de negociação na posição militar mais vantajosa possível.

Na madrugada do dia 25 de maio, a Rússia promoveu o maior bombardeio da guerra, com 367 drones e mísseis lançados sobre a Ucrânia, matando 12 pessoas. Segundo o Presidente Vladimir Putin, o ataque foi uma retaliação pela grande onda de ataques de drones da Ucrânia, que somaram mais de 1.500 aparelhos derrubados na Rússia desde a semana anterior. Alguns dias depois a Ucrânia lançou um ousado ataque de drones em quatro aeroportos militares no interior do território russo, danificando 40 aeronaves, comprometendo as capacidades aéreas de Moscou. Alguns dos aviões atingidos não são mais fabricados, tornando difícil ou até impossível sua recuperação.

Segundo o Wall Street Journal (01/06), “A perda de dezenas de aeronaves de longo alcance vitais para as forças nucleares da Rússia e seus ataques à Ucrânia prejudicariam gravemente o poderio militar russo. A Rússia não produz mais os aviões Tu-95MS ou Tu-22M3 que estavam entre os danificados, de acordo com autoridades de inteligência ucranianas.”. Em conversa com o Presidente Donald Trump, no dia 4 de junho, o Presidente Vladimir Putin teria dito, segundo Trump, que teria que responder ao recente ataque da Ucrânia, diminuindo as perspectivas de paz imediata entre Moscou e Kiev.

O fato é que qualquer acordo que leve ao fim do conflito precisa lidar com duas questões importantes. A primeira é como alcançar o fim das hostilidades em curso no campo de batalha, o que, como está bem evidente, não é algo tão fácil, pois cada lado quer chegar à mesa de negociação na melhor posição possível. A segunda é como oferecer aos dois lados beligerantes as necessárias garantias de segurança de longo prazo.

Este segundo ponto é o mais importante e complicado, pois envolve, além dos dois países em conflito, os Estados Unidos e seus aliados da Otan, uma vez que, como se sabe, essa é uma guerra por procuração, uma vez que desde o seu início a questão de fundo era o avanço da Otan até as fronteiras com a Rússia. De nada adiantaria, portanto, um acordo direto entre Rússia e Ucrânia, se as garantias necessárias por parte da Otan, tanto de proteção da Ucrânia, quanto de não expansão da Otan até as fronteiras da Rússia não forem dadas.

Ao que tudo indica, a Otan e as potências do Ocidente não estão dispostas a dar nem uma nem outra garantia, o que inviabilizaria qualquer acordo. Falamos isso não por hipótese, mas porque de fato foi isso que ocorreu em 2022 quando o Acordo de Istambul, costurado pela Turquia e Nações Unidas, fracassou. O grande problema na ocasião foi que, apesar de Rússia e Ucrânia terem chegado a bons termos para o fim do conflito, as potências ocidentais se negaram as dar as garantias implícitas no acordo tanto de segurança da Ucrânia quanto da não expansão da Otan.

A verdade, portanto, é que essa guerra já poderia ter acabado há muito tempo não fosse o fato de que há muito mais coisas envolvidas do que a ocupação pelos russos de parte do território da Ucrânia. Por incrível que pareça, essa talvez seja a parte mais fácil de ser resolvida. O grande problema são as garantias que as potências Ocidentais, que sempre estiveram na raiz do conflito, se negam a oferecer para um e outro lado.

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Código de guerra: como o algoritmo substituiu a farda https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/06/big-techs-e-completo-algoritmico-militar.html 

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O narrador da Globo diz que "a gente pensa que jogadores são máquinas, mas são seres humanos". Oxente! Quem pensa uma bobagem dessa!? 

Leia: A palavra e o gesto https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/06/minha-opiniao_14.html 

Humor de resistência

 

Aroeira

Leia sobre a essência das agressões: Estados Unidos e Israel https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/02/artimanha-imperialista.html