24 março 2023

Futuro do nosso planeta

Vida na Terra está com os dias contados: 1,75 bilhões de anos

Este é o tempo que a Terra levará para deixar a zona habitável do sol, segundo nova fórmula prevista por pesquisadores. A boa notícia é que pode haver mais planetas habitáveis fora do Sistema Solar
Murilo Roncolato/revista Galileu

 

A vida na Terra deve acabar mais cedo. Isso depende se a nova fórmula usada para medir a duração da habitabilidade do planeta, formulada por cientistas britânicos, estiver correta. Segundo o estudo publicado na Astrobiology, a previsão é de que a Terra deixará a zona habitável do Sol em cerca de 1,75 bilhões de anos. Modelos passados consideravam que a vida por aqui duraria entre 6,3 e 7,8 bilhões de anos. Além de baixar a expectativa de vida da Terra, os pesquisadores aplicaram a nova fórmula e descobriram outros planetas dentro da zona habitável de outro sistema solar que provavelmente durarão bem mais que o nosso.

Zona habitável? Outro sistema solar? Pois é, o fato é que há estrelas semelhantes ao Sol que emitem radiação a um nível suficiente que permite que os planetas que a orbitam possam conter água e, consequentemente, condições mínimas de vida. Há uma fórmula para se calcular se determinado planeta está ou não em uma zona habitável, que envolve ainda a sua temperatura, a luminosidade emitida peal estrela e a distância entre elas – algo fácil de se pensar, já que se muito próximo, é muito calor e a água se evapora; se muito longe, a água vira gelo e o dióxido de carbono se condensa. E, sim, existem mais zonas habitáveis fora a do Sol, os planetas que as habitam são conhecidos como exoplanetas ou planetas extrassolares.

A Terra está no meio da zona habitável do Sol, assim como Marte. Nas últimas duas décadas, uma série de exoplanetas foram descobertos, e o que é melhor, descobriu-se que eles apresentavam condições que permitiram vida em um grau melhor que o de Marte.

Considerando uma escala que mede o nível de similaridade de condições de vida com o nosso planeta (onde a Terra é 1 e Marte é 0,66), os exoplanetas mais próximos são Gliese 581g (0,92), Gliese 667Cc (0,85), Kepler-22b (0,81), HD 40307g (0,79) e HD 85512b (0,77). O problema é que tais planetas estariam localizados de 20 a 600 anos-luz daqui.

O cálculo feito pelos cientistas britânicos parte da premissa de que zonas habitáveis não são estáticas. Isso significa que muitos planetas podem deixar de apresentar condições favoráveis à vida, enquanto outros podem ganhar espaço nessa categoria. A Terra está a cerca de 150 milhões de quilômetros do Sol, responsável por uma zona habitável que se estende num raio de 118 a 220 milhões de quilômetros. Sabendo que essa “faixa” da zona habitável caminhaa em um ritmo de 1 metro por ano, é só fazer os cálculos (não é tão simples assim, há outros fatores em jogo, mas fique à vontade para fazer os cálculos mesmo assim).

Segundo o estudo, alguns desses planetas extrassolares têm expectativas de vida superiores a 42 bilhões e, por isso, deveriam recebem total atenção de cientistas e autoridades.

O conceito de zona habitável ainda é bastante discutido – inclusive por partir da ideia de vida baseado na vida da Terra, ou seja, desconsiderando que existam formas de vida que se sustentem de outra maneira – e também não há consenso sobre o prazo da vida na Terra. Mas se os seres humanos quiserem durar mais do que alguns bilhões de anos, o mais recomendável é que se comece a considerar fazer algumas visitas amigáveis aos exoplanetas do sistema solar vizinho.

Viver é mais do que existir https://bit.ly/3Ye45TD

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