Vida
na Terra está com os dias contados: 1,75 bilhões de anos
Este é o tempo que a Terra levará para deixar a zona
habitável do sol, segundo nova fórmula prevista por pesquisadores. A boa
notícia é que pode haver mais planetas habitáveis fora do Sistema Solar
Murilo Roncolato/revista Galileu
A vida na Terra deve acabar mais cedo. Isso depende se a nova
fórmula usada para medir a duração da habitabilidade do planeta, formulada por
cientistas britânicos, estiver correta. Segundo o estudo publicado na Astrobiology, a previsão é de
que a Terra deixará a zona habitável do Sol em cerca de 1,75 bilhões de anos.
Modelos passados consideravam que a vida por aqui duraria entre 6,3 e 7,8
bilhões de anos. Além de baixar a expectativa de vida da Terra, os
pesquisadores aplicaram a nova fórmula e descobriram outros planetas dentro da
zona habitável de outro sistema solar que provavelmente durarão bem mais que o
nosso.
Zona habitável? Outro sistema solar? Pois é, o fato é que há estrelas semelhantes
ao Sol que emitem radiação a um nível suficiente que permite que os planetas
que a orbitam possam conter água e, consequentemente, condições mínimas de
vida. Há uma fórmula para se calcular se determinado planeta está ou não em uma
zona habitável, que envolve ainda a sua temperatura, a luminosidade emitida
peal estrela e a distância entre elas – algo fácil de se pensar, já que se
muito próximo, é muito calor e a água se evapora; se muito longe, a água vira
gelo e o dióxido de carbono se condensa. E, sim, existem mais zonas habitáveis
fora a do Sol, os planetas que as habitam são conhecidos como exoplanetas ou
planetas extrassolares.
A Terra está no meio da zona habitável do Sol, assim como Marte. Nas últimas
duas décadas, uma série de exoplanetas foram descobertos, e o que é melhor,
descobriu-se que eles apresentavam condições que permitiram vida em um grau
melhor que o de Marte.
Considerando uma escala que mede o nível de similaridade de condições de vida
com o nosso planeta (onde a Terra é 1 e Marte é 0,66), os exoplanetas mais
próximos são Gliese 581g (0,92), Gliese 667Cc (0,85), Kepler-22b (0,81), HD
40307g (0,79) e HD 85512b (0,77). O problema é que tais planetas estariam
localizados de 20 a 600 anos-luz daqui.
O cálculo feito pelos cientistas britânicos parte da premissa de que zonas
habitáveis não são estáticas. Isso significa que muitos planetas podem deixar
de apresentar condições favoráveis à vida, enquanto outros podem ganhar espaço
nessa categoria. A Terra está a cerca de 150 milhões de quilômetros do Sol,
responsável por uma zona habitável que se estende num raio de 118 a 220 milhões
de quilômetros. Sabendo que essa “faixa” da zona habitável caminhaa em um ritmo
de 1 metro por ano, é só fazer os cálculos (não é tão simples assim, há outros
fatores em jogo, mas fique à vontade para fazer os cálculos mesmo assim).
Segundo o estudo, alguns desses planetas extrassolares têm
expectativas de vida superiores a 42 bilhões e, por isso, deveriam recebem
total atenção de cientistas e autoridades.
O conceito de zona habitável ainda é bastante discutido –
inclusive por partir da ideia de vida baseado na vida da Terra, ou seja,
desconsiderando que existam formas de vida que se sustentem de outra maneira –
e também não há consenso sobre o prazo da vida na Terra. Mas se os seres
humanos quiserem durar mais do que alguns bilhões de anos, o mais recomendável
é que se comece a considerar fazer algumas visitas amigáveis aos exoplanetas do
sistema solar vizinho.
Viver é mais do que existir https://bit.ly/3Ye45TD
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