05 novembro 2024

Palavra de poeta: Antonio Brasileiro

ESTRELA ÍNTIMA
Antonio Brasileiro    
Quando, então, dizias
que é nosso o mundo
só estamos aqui
por acasos ínfimos
e nada mais somos
que o pó de uma estrela
que sequer existe —
eu ficava triste
e sentia medos:

então, é só isto?

E eu me recolhia
repensava uns fados
buscava uns amigos
amava as amadas
e taças de vinho —
e o mundo andava
por acasos ínfimos
pó de estrela ínfima
que sequer existe.

[Ilustração: Andrey Remnev] 

Leia sobre a poética libertária de Cida Pedrosa https://lucianosiqueira.blogspot.com/2022/12/a-poetica-libertaria-de-cida-pedrosa.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário