10 janeiro 2025

Minha opinião

Independência, como assim?
Luciano Siqueira 

E eis que a Folha de S. Paulo também critica, em editorial, a postura assumida pela Meta, proclamada publicamente pelo seu presidente, Mark Zuckerberg, de liberar geral conteúdos postados em suas redes, em nome de suposta liberdade de expressão e para selar seu compromisso com Donald Trump.

O jornal fala em "independência", que seria uma condição essencial (sic) da imprensa, a que a poderosa big tech norte-americana não quer se sujeitar. 

Independência de quê, afinal, se a própria Folha reverbera cotidianamente, no seu formato impresso e pela via digital, posição de clara submissão aos interesses e ao ideário do capital financeiro, numa espécie de neoliberalismo ao modo vira-latas. 

Como bem assinala o manifesto da Coalizão Direitos na Rede, "já é notável ao redor do mundo serem falhas as Políticas de Moderação de conteúdo das redes da Meta, dando margem a práticas de violência de gênero, afetando a proteção de crianças e adolescentes, crescimento de grupos que propagam discurso de ódio e desinformação, além de outras violações de direitos humanos."

E a extrema direita, como se tem comprovado mundo afora, faz uso indiscriminado das redes para difundir ideias neofascistas, confundir maiorias e disputar o poder político. 

Esta é a questão nodal a que não se refere o editorial da Folha de S. Paulo justamente para não cair em confissão de culpa.

O que Zuckerberg adota escancaradamente

E é o que faz o concorrente mega empresário proprietário do X, Elan Musk: em nome da “liberdade de expressão”, utiliza o mecanismo da algoritmização para difundir largamente conteúdos distorcidos ou abertamente falsos como instrumento da luta política. 

Leia: Entidades lançam manifesto contra retrocessos da Meta https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/01/coalizao-de-direitos-na-rede.html

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