Bandido velho, tática velha, velha covardia, velho cúmplice novo
Enio Lins
“POR DENTRO DOS TRIBUNAIS”, coluna do Estadão editada por Carolina Brígido, publicou ontem, em seguida à detenção domiciliar do mais covarde e mais provocador dos brasileiros, a mais perfeita abordagem sobre o caso: “Depois de muitas tentativas, Bolsonaro convence Alexandre de Moraes a decretar prisão – Ministro do STF ficaria desmoralizado se não mandasse prender ex-presidente diante de nova desobediência”.
NO DERRADEIRO dos 11 parágrafos do artigo de Carolina, temos: “Se estivesse em jogo apenas a aplicação do Código de Processo Penal, Bolsonaro provavelmente estaria, há tempos, atrás das grades. A coleção de fatores políticos, sociais e econômicos em jogo beneficiou o ex-presidente até aqui. E continua beneficiando. Moraes poderia ter mandado Bolsonaro para uma cela, mas optou pela prisão domiciliar”. É exatamente isso! Jair Messias, seus filhotes e demais acumpliciados vivem produzindo enxurrada de provas contra eles próprios. Mas, como corretamente assinalou a colunista do Estadão, outros fatores se alevantam a exigir o tempo adequado para as repostas. Mas o mito, em pânico, provoca. Assopra o berrante convocando seu gado. Esgoela-se. Ora brabo, ora choramingando, busca a vitimização.
“DIANTE DESSES ELEMENTOS, a situação ficou incontornável. Além de Moraes, outros integrantes do STF consideram que houve descumprimento da medida. Ponderou-se dentro do tribunal sobre a conveniência de se decretar a prisão de Bolsonaro agora, a cerca de um mês do julgamento final. Seria como morder a isca jogada pelo ex-presidente. O resultado reforçaria o discurso de que ele é vítima de arbitrariedades do Judiciário” – este é o sexto parágrafo do texto de Carolina. Nocaute. E a provocação do domingo, dia 3, foi respondida à altura, mas deixando mais uma bala na agulha, pronta para ser disparada à próxima afronta. Ao fim e ao cabo, o insidioso réu será julgado de forma perfeita, cumprindo todos os ritos legais, sem intimidações nem procrastinações.
NO DECORRER DA TERÇA-FEIRA, com algum atraso sem demérito – pois a maturação é essencial para melhor avaliação – analistas e colunistas políticos foram se ajuntando num consenso: Jair Messias e seus ativistas decidiram apressar o processo de provocações à Justiça e à Democracia com o objetivo de provocar Trump na antecipação de novas sanções contra o Brasil, e potencializar o medo em corações e mentes mais sensíveis à reação do tutor de Jair na Casa Branca (a única novidade no cenário). Simples assim. Em desespero, lançam mão do terror de uma intervenção externa, ameaçam quebrar o país, buscam intimidar a magistratura, sabotam o legislativo. Tática de vagabundo, coerente com a essência CCC do bolsonarismo: covardia, canalhice, ch antagem.
CORRETA FOI A RESPOSTA do STF: subir mais grau, mas não no degrau pretendido pela organização criminosa. A prisão preventiva fica para depois, e se trabalha – sem açodamentos – pelo fim do processo. O mais importante – para a Justiça e para a Democracia – é não ceder à pressão de um autocrata estrangeiro interessado em livrar a cara de um bandido contumaz. Jair Messias, justiça seja feita, sempre reafirmou abertamente seus propósitos criminosos, ditatoriais e entreguistas. Não existem novidades na postura dessa criatura malévola desde quando, entre 1986 e 1987, apareceu para o público como oficial indisciplinado e extremista, defensor do terrorismo, que conseguiu desmoralizar a justiça castrense, sendo descondenado pelo Superior Tribunal Militar por delito (sobejamente provado) pelo qual havia sido condenado em instância a nterior. O réu de hoje quer jair repetindo a desmoralização das decisões judiciais como fez há quatro décadas. Viciou. A estratégia é a mesma: impor a impunidade absoluta, para seguir – livre, leve e saltitante – no cometimento de crimes de todos os tipos.
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