06 agosto 2025

Enio Lins opina

Bandido velho, tática velha, velha covardia, velho cúmplice novo
Enio Lins 

“POR DENTRO DOS TRIBUNAIS”, coluna do Estadão editada por Carolina Brígido, publicou ontem, em seguida à detenção domiciliar do mais covarde e mais provocador dos brasileiros, a mais perfeita abordagem sobre o caso: “Depois de muitas tentativas, Bolsonaro convence Alexandre de Moraes a decretar prisão – Ministro do STF ficaria desmoralizado se não mandasse prender ex-presidente diante de nova desobediência”.

NO DERRADEIRO dos 11 parágrafos do artigo de Carolina, temos: “Se estivesse em jogo apenas a aplicação do Código de Processo Penal, Bolsonaro provavelmente estaria, há tempos, atrás das grades. A coleção de fatores políticos, sociais e econômicos em jogo beneficiou o ex-presidente até aqui. E continua beneficiando. Moraes poderia ter mandado Bolsonaro para uma cela, mas optou pela prisão domiciliar”. É exatamente isso! Jair Messias, seus filhotes e demais acumpliciados vivem produzindo enxurrada de provas contra eles próprios. Mas, como corretamente assinalou a colunista do Estadão, outros fatores se alevantam a exigir o tempo adequado para as repostas. Mas o mito, em pânico, provoca. Assopra o berrante convocando seu gado. Esgoela-se. Ora brabo, ora choramingando, busca a vitimização.

“DIANTE DESSES ELEMENTOS, a situação ficou incontornável. Além de Moraes, outros integrantes do STF consideram que houve descumprimento da medida. Ponderou-se dentro do tribunal sobre a conveniência de se decretar a prisão de Bolsonaro agora, a cerca de um mês do julgamento final. Seria como morder a isca jogada pelo ex-presidente. O resultado reforçaria o discurso de que ele é vítima de arbitrariedades do Judiciário” – este é o sexto parágrafo do texto de Carolina. Nocaute. E a provocação do domingo, dia 3, foi respondida à altura, mas deixando mais uma bala na agulha, pronta para ser disparada à próxima afronta. Ao fim e ao cabo, o insidioso réu será julgado de forma perfeita, cumprindo todos os ritos legais, sem intimidações nem procrastinações.

NO DECORRER DA TERÇA-FEIRA, com algum atraso sem demérito – pois a maturação é essencial para melhor avaliação – analistas e colunistas políticos foram se ajuntando num consenso: Jair Messias e seus ativistas decidiram apressar o processo de provocações à Justiça e à Democracia com o objetivo de provocar Trump na antecipação de novas sanções contra o Brasil, e potencializar o medo em corações e mentes mais sensíveis à reação do tutor de Jair na Casa Branca (a única novidade no cenário). Simples assim. Em desespero, lançam mão do terror de uma intervenção externa, ameaçam quebrar o país, buscam intimidar a magistratura, sabotam o legislativo. Tática de vagabundo, coerente com a essência CCC do bolsonarismo: covardia, canalhice, ch antagem.

CORRETA FOI A RESPOSTA do STF: subir mais grau, mas não no degrau pretendido pela organização criminosa. A prisão preventiva fica para depois, e se trabalha – sem açodamentos – pelo fim do processo. O mais importante – para a Justiça e para a Democracia – é não ceder à pressão de um autocrata estrangeiro interessado em livrar a cara de um bandido contumaz. Jair Messias, justiça seja feita, sempre reafirmou abertamente seus propósitos criminosos, ditatoriais e entreguistas. Não existem novidades na postura dessa criatura malévola desde quando, entre 1986 e 1987, apareceu para o público como oficial indisciplinado e extremista, defensor do terrorismo, que conseguiu desmoralizar a justiça castrense, sendo descondenado pelo Superior Tribunal Militar por delito (sobejamente provado) pelo qual havia sido condenado em instância a nterior. O réu de hoje quer jair repetindo a desmoralização das decisões judiciais como fez há quatro décadas. Viciou. A estratégia é a mesma: impor a impunidade absoluta, para seguir – livre, leve e saltitante – no cometimento de crimes de todos os tipos.

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