01 setembro 2015

Um cenário ainda em formação

O ambiente que nos espera

Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Estamos a pouco mais de um ano do pleito municipal. A variável tempo, em política, assume conotações diversas. - a depender do olhar e do interesse de cada um.
Por isso não vale o adágio popular de que "o apressado come cru". Apressado aos olhos de quem?
Na verdade, no Brasil os preparativos para uma próxima eleição começam na segunda-feira após a proclamação dos resultados da recém-realizada. Sobretudo no limitado horizonte das eleições municipais.
Então, nada contra os que se lançam agora, antecipando postulações e buscando alianças, no desejo de conquistar as prefeituras de seus municípios. Apenas uma advertência, contida na pergunta: Qual será o ambiente social e político das eleições de 2016?
Pelo andar da carruagem, um ambiente entre confuso e desafiador, tal o desgaste real (e multiplicado pelo alarde midiático) em relação aos políticos e ao voto.
Confuso porque, segundo pesquisas de que se tem notícia, o eleitorado navega entre a consciência de que suas conquistas recentes - sobretudo a ascensão social dos mais pobres - em parte têm a ver com suas escolhas eleitorais e, ao mesmo tempo, experimenta agora, sob a crise econômica, o sentimento da perda ou da ameaça do status alcançado.
Desafiador particularmente para partidos e candidatos, instados a interpretarem corretamente o sentimento e as aspirações dos eleitores.
Tudo bem, o pleito será municipal e o debate tenderá a se circunscrever ao desempenho, às possibilidades e aos limites do poder local. Ainda assim, inevitavelmente estará contaminado (o que não é ruim, pois eleva a consciência política cidadã) pela conjuntura nacional.
Governantes que tentarão a reeleição ostentando sólido cabedal de realizações, vale dizer compromissos cumpridos - como o prefeito Geraldo Julio no Recife, independentemente de hipotéticas dissensões ou dissidências no arco de forças integrantes da coalizão que governa - provavelmente estarão muito bem situados em face de concorrentes e adversários.
Oponentes que optarem pelo marketing negativista e inconsistente, por sua parte, correrão sérios riscos.
Pois se não temos agora o desenho claro do ambiente social e político do pleito vindouro, uma certeza é possível: o eleitorado estará bem mais exigente.
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