O ambiente que nos espera
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Estamos a pouco mais de um ano
do pleito municipal. A variável tempo, em política, assume conotações diversas.
- a depender do olhar e do interesse de cada um.
Por isso não vale o adágio
popular de que "o apressado come cru". Apressado aos olhos de quem?
Na verdade, no Brasil os
preparativos para uma próxima eleição começam na segunda-feira após a
proclamação dos resultados da recém-realizada. Sobretudo no limitado horizonte
das eleições municipais.
Então, nada contra os que se
lançam agora, antecipando postulações e buscando alianças, no desejo de
conquistar as prefeituras de seus municípios. Apenas uma advertência, contida
na pergunta: Qual será o ambiente social e político das eleições de 2016?
Pelo andar da carruagem, um
ambiente entre confuso e desafiador, tal o desgaste real (e multiplicado pelo
alarde midiático) em relação aos políticos e ao voto.
Confuso porque, segundo
pesquisas de que se tem notícia, o eleitorado navega entre a consciência de que
suas conquistas recentes - sobretudo a ascensão social dos mais pobres - em
parte têm a ver com suas escolhas eleitorais e, ao mesmo tempo, experimenta
agora, sob a crise econômica, o sentimento da perda ou da ameaça do status
alcançado.
Desafiador particularmente para
partidos e candidatos, instados a interpretarem corretamente o sentimento e as
aspirações dos eleitores.
Tudo bem, o pleito será
municipal e o debate tenderá a se circunscrever ao desempenho, às
possibilidades e aos limites do poder local. Ainda assim, inevitavelmente
estará contaminado (o que não é ruim, pois eleva a consciência política cidadã)
pela conjuntura nacional.
Governantes que tentarão a
reeleição ostentando sólido cabedal de realizações, vale dizer compromissos
cumpridos - como o prefeito Geraldo Julio no Recife, independentemente de
hipotéticas dissensões ou dissidências no arco de forças integrantes da
coalizão que governa - provavelmente estarão muito bem situados em face de concorrentes
e adversários.
Oponentes que optarem pelo
marketing negativista e inconsistente, por sua parte, correrão sérios riscos.
Pois se não temos agora o
desenho claro do ambiente social e político do pleito vindouro, uma certeza é
possível: o eleitorado estará bem mais exigente.
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