03 dezembro 2015

Guerra ao mosquito

Uma luta de todos nós

Geraldo Julio*
A confirmação da relação entre o vírus zika e a microcefalia, anunciada pelo Ministério da Saúde no último sábado, acendeu um novo alerta, que nos exige ainda maior mobilização e força, no combate ao mosquito Aedes aegypti ­ também responsável pela transmissão da dengue e da chicungunha. Enquanto as pesquisas avançam, nosso esforço imediato deve estar voltado à prevenção. Agir rápido, fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para evitar a proliferação da doença.
O Brasil vem enfrentando a guerra silenciosa contra o mosquito desde a década de 1980. Passados mais de 30 anos, seguimos em uma luta diária que, no entanto, não conseguiu impedir a disseminação deste transmissor em todos os estados do País. Sob este ângulo, é inevitável constatar que as ações foram, até aqui, insuficientes. É hora do Brasil, de Pernambuco e do Recife vencerem, definitivamente, mais esta batalha. E uma vitória assim só se conquista coletivamente. O êxito de qualquer medida exigirá, portanto, uma ação nacional, com envolvimento do Governo Federal, dos Estados, dos municípios e, principalmente, de toda a sociedade brasileira. É imprescindível ­ e urgente ­ unir esforços, arregaçar as mangas e ir a campo enfrentar, nas ruas, de casa em casa, a proliferação do mosquito. Tive a oportunidade de apresentar ao Ministério de Saúde o plano de enfrentamento proposto pelo Recife. Estamos em busca de mais investimentos para dobrar o número de agentes de endemias, uma medida decisiva para proteger nossa população. Nossa capital, no entanto, não parou de agir um só dia. Na sexta­feira, reuni o secretariado para organizar a mobilização de todos os setores da prefeitura. Neste fim de semana, iniciamos uma nova ofensiva. Mais de mil casas foram vistoriadas no primeiro dia de um trabalho intersetorial, que envolve a ação direta de quatro secretarias. No domingo, diante da gravidade do problema, anunciamos, junto com o governador Paulo Câmara, o decreto de situação de emergência. Estudos apontam que o maior número de focos de procriação do mosquito, mais de 90% deles, é intradomiciliar, isto é, está dentro das casas. Principalmente em caixas d’água, tanques, tonéis ou baldes, em que as pessoas estocam água para consumo. Como sabemos, água limpa e parada é o habitat ideal para as larvas. Por isso a necessidade de vedação, com tampas ou telas, para impedir a reprodução do inseto transmissor. Este quadro tão sério, causado por um inimigo quase invisível, mas numeroso e resistente, exige a participação de todos. Afinal, o poder público não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Precisamos unir esforços, junto com escolas, igrejas, movimentos sociais, imprensa e toda a população, que pode sair de condição de vítima para o lugar de vencedor nessa guerra pela vida. Só com muita dedicação, solidariedade e perseverança vamos superar os desafios que se apresentam. Nesta segunda­-feira, estive com o Governador, meus colegas prefeitos pernambucanos e o Ministro da Saúde, Marcelo Castro, para discutirmos estratégias conjuntas. Posso assegurar, não faltarão trabalho e entrega das nossas equipes. E, por saber que estaremos todos juntos, não tenho dúvidas de que vamos vencer esta batalha. Como cidadão e prefeito, estou a postos e convido a cada recifense para participarmos, todos os dias, desta guerra contra o mosquito, desta luta cidadã em defesa da vida em uma cidade mais saudável, humana e com o olhar de esperança para o futuro.
*Geraldo Julio é prefeito do Recife e secretário Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB)
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