03 dezembro 2015

Rastros neoliberais

Escalada autoritária

Eduardo Bomfim, no portal Vermelho
Nos tempos atuais o “Mercado” difunde através dos seus aparelhos midiáticos uma saraivada de teses que logo parecem se tornar verdades inquestionáveis, cláusulas pétreas. É a verdade dos potentados contra a dos outros, não importa qual seja a realidade objetiva.
Já à constituição do país foram impostas reformas não como resposta às janelas civilizacionais mas para atender aos interesses da globalização da Nova Ordem mundial.
Durante a década de 90 essas “reformas constitucionais” transformaram-se num verdadeiro festim de privatizações das empresas patrimônios do Estado, da sociedade nacional.
E o pior, em sua maioria vendidas com moedas podres, através de financiamentos públicos com juros irrisórios, prazos a se perder de vista.
Tudo sob a justificativa do suposto gigantismo do aparelho de Estado, a falsa ineficiência das empresas estatais, a chantagem para o Brasil mergulhar de cabeça na era da “modernidade” neoliberal.
Setores estratégicos ao desenvolvimento do País foram vendidos a grupos internacionais, sócios nativos, a preço de banana, vários com recursos públicos.
Como a neoliberalização e a financeirizacão da economia estavam ainda incompletas, articulou-se o milionário 2o mandato de FHC com apoio da grande mídia hegemônica.
Os que se opuseram ao neoliberalismo foram taxados como dinossauros, jurássicos. Boa parte dos nossos problemas atuais advém desse período, muito embora deitem raízes em décadas de crescimentos pífios ou insuficientes ao desenvolvimento incontornável.
Hoje, para além do óbvio combate à corrupção, o que há na verdade é a pressão do capital financeiro para tomar de assalto o poder, avançar sobre empresas estatais como a Petrobrás, solapar a soberania nacional, privatizar riquezas naturais estratégicas, com ênfase para a Amazônia, mudanças na legislação contra os diretos sociais dos assalariados, engordar ainda mais os cofres do capital rentista.
Para que se posso superar a atual crise política, econômica, a evidente escalada autoritária que irrompe contra o país através de sucessivas crises institucionais articuladas via mídia hegemônica, no afã de provocar a fratura nacional, ruptura constitucional, torna-se vital retomar, na luta política concreta, os rumos de um projeto nacional de desenvolvimento estratégico, democrático.
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