Luciano Siqueira, no portal Vermelho
A
possível aprovação da admissibilidade do pedido de impeachment pela maioria da
Comissão da Câmara não será surpresa. Ali se joga com cartas marcadas.
Em
Plenário, entretanto, o governo tem, por assim dizer, a obrigação de vencer.
Para tanto, há que celebrar todas as alianças necessárias.
As
alianças, nesse caso, incluem necessariamente partidos, frações de partidos,
grupos isolados e personalidades influentes, com assento no Congresso Nacional.
Isto
a despeito do matiz político e ideológico e do grau de aproximação com os
propósitos programáticos do governo. Todos,
invariavelmente, refletem interesses de classe e de segmentos de classe a considerar.
O
que implica uma postura ampla, flexível e desprovida de preconceito.
Também
inclui, naturalmente, algum nível de cedência. Óbvio que acordos precisam ser
feitos e terão que ser feitos com forças políticas e sociais em presença,
objetivamente atuantes na cena política; e não com forças supostamente
“desejáveis”, submetidas a uma bitola imaginária.
A
questão de fundo é a absoluta necessidade, do ponto de vista dos interesses do
povo da nação, e se recuperarem as condições de governabilidade e de retomada
do desenvolvimento - numa correlação de forças adversa, que precisa ser revertida..
Nesse
sentido, o governo tem que apresentar - a exemplo do programa de investimentos
em infraestrutura, do Plano Safra e da possibilidade de ajustes das políticas
cambial e monetária de modo a destravarem a economia, dando azo a uma nova leva
de investimentos produtivos públicos e privados.
Também
restabelecer uma agenda positiva no que diz respeito aos interesses dos
trabalhadores, dos setores médios e das camadas populares.
Não
será com o contingenciamento linear do Orçamento Geral da União, nem com cortes
setoriais a todo custo e com a manutenção da política de juros elevados e metas
inflacionárias inibitórias que se conseguirá celebrar um novo e imprescindível
pacto entre governo, empresariado produtivo e classe trabalhadora.
Uma
ingente empreitada.
Em
outras palavras, é o que sugere Renato Rabelo, em artigo aqui no Vermelho, é
preciso desde já “realizar uma ampla repactuação, congregar uma base política e
social referenciada num plano de governo que possa concretizar uma saída para
retomada do crescimento com soberania, autonomia e sustentabilidade, que
valorize a produção e o trabalho, com distribuição de renda e redução das
desigualdades e integração em proveito mutuo com os vizinhos do continente e
sustentação das alianças estratégicas no plano internacional.”
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mais sobre temas da atualidade: http://migre.me/kMGFD
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