29 junho 2018

Crônica da vida cotidiana


Nani vê 'o caso Aécio Neves'
A vida e a morte numa tulipa de chope
Luciano Siqueira

Quando o argumento não convence, se sobrepõe a repressão. A Lei Seca é um exemplo. Outro exemplo é a obrigatoriedade do uso do conto de segurança nos veículos.

Evitar ingerir bebida alcoólica quando se está dirigindo devia ser uma atitude espontânea. Mas não é.
Por mais que campanhas recorrentemente sejam feitas pela TV e outros canais. E por mais contundente e doloroso que seja o noticiário a respeito.

O infrator sempre “acha” que com ele não acontece.

Matéria no jornal O Globo, a propósito de estudo feito pelo Ministério da Saúde, em 27 capitais entre fevereiro e dezembro de 2017, o uso de álcool antes de dirigir aumenta 16% quase dez anos após Lei Seca. Sobretudo nos estratos de maior escolaridade (12 anos ou mais de estudo).

Nada menos que 6,7% da população adulta no Brasil admite o erro. A consciência cidadã está em baixa.

Importa menos a quantidade de álcool ingerido e mais a decisão de correr o risco. Muita gente se embriaga com uma única dose de uísque ou uma tulipa de chope. Daí para o acidente fatal na estrada é um passo.

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"Sertanejo" genial


O gênio universal de Guimarães Rosa
Editorial do portal Vermelho

Guimarães Rosa, que teria completado 110 anos nesta quinta-feira (27), é um dos nomes mais importantes da literatura. Muitos dão-lhe a primazia, no Brasil, honra que ele rejeitaria pois, muito corretamente, nem aceitava julgar seus colegas escritores. Quanto mais classificá-los!

Guimarães Rosa, que se definia como “um sertanejo”, um “homem do sertão” que transformava em escrita aquilo que ao longo da vida pode aprender e viver no interior do Brasil – principalmente nas redondezas da mineira Cordisburgo, onde nasceu.

Guimarães Rosa se definia como um brasileiro, dono de uma brasilidade que se manifestava pelo cérebro, mas principalmente pelo coração.

Tinha a noção de justiça do sertanejo, noção que o levou, quando diplomata em Hamburgo, em plena Alemanha nazista, a proteger e ajudar a tirar das garras de Hitler judeus perseguidos pela Gestapo. “Foi alguma coisa assim” disse na entrevista dada ao jornalista alemão Günter Lorenz em 1965. “Eu, o homem do sertão, não posso presenciar injustiças. No sertão, num caso desses imediatamente a gente saca o revólver”, exagerou ele. “Precisamente por isso idealizei um estratagema diplomático, e não foi assim tão perigoso.”

Rosa enfatizou a responsabilidade social e política, no sentido amplo da palavra, do escritor. Um sentimento que foi além da vida real e figura nos livros maravilhosos que escreveu. Está presente na tragédia de Augusto Esteves, em Sagarana. Noção de justiça que também preside o “tribunal jagunço” de Grande Sertão: Veredas, organizado para julgar Zé Bebelo. Tribunal sertanejo comandado pelo desafeto Joca Ramiro. Que reforça a igualdade entre todos os jagunços naquele julgamento, quando diz a um deles: “Mas não é bem o caso, compadre João. Vocês dão o voto, cada um. Carece de dar…” (Grande Sertão: Veredas). 

Democracia jagunça que contrasta com a que existia nas cidades de então, comandadas pela oligarquia de coronéis e grandes capitalistas.

Escritor brasileiro reconhecido mundialmente, Guimarães Rosa foi, sendo um homem de seu tempo, de todos os tempos. Sua noção de responsabilidade do escritor (social e política), seu sentimento de brasilidade, a inspiração profundamente realista de sua narração da vida brasileira, a finura da apresentação das contradições nacionais, são a marca de Guimarães Rosa. Da mesma maneira como o é o alegado “misticismo” do autor. As aspas se justificam: “Nós, os homens do sertão, somos fabulistas por natureza”, explicou. “Quem cresce em um mundo que é literatura pura, bela, verdadeira, real deve algum dia começar a escrever, se tiver uma centelha de talento para as letras.”

Rosa manifesta o “misticismo” da palavra, ferramenta que usou para exprimir aquilo que percebeu mais com a emoção (o coração) que com a razão (o cérebro), como sugere a entrevista referida. Um coração e uma emoção que, tendo o tamanho do Brasil, inscreveram a obra rosiana no patrimônio literário da humanidade.

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Questão de descortino


A antecipação no futebol e na política
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10

Em recente entrevista, o médico e comentarista esportivo Eduardo Gonçalves de Andrade, o Tostão, um dos craques da seleção brasileira campeã mundial em 1970, distingue no grande jogador: 

— “O grande jogador tem a capacidade de inventar o momento. E tem a antevisão do lance: quando recebe a bola, ele já sabe tudo o que vai acontecer dali pra frente. Chega sempre primeiro que o outro”, disse, em depoimento gravado originalmente para a série Futebol, entre 1996 e 1998, da revista Piauí.

Lá atrás, próximo de encerrar sua brilhante carreira nos gramados, Newton Santos — então ex-lateral esquerdo convertido a quarto zagueiro — em entrevista à revista Manchete Esportiva, explicou por que havia se tornado um excelente marcador de Pelé:

— "Eu me antecipo. Dou combate antes do 'negão' pegar a bola, pois se ele a domina não há quem o impeça de fazer uma jogada genial."

Cá com meus modestos botões de velho militante apenas esforçado, mas com alguma capacidade de análise, na atual cena política brasileira há carência de “grandes jogadores”. 

Os fatos comandam as atitudes, quase ninguém tem a capacidade de a eles se antecipar.

É o que Lênin, o genial líder da Revolução de Outubro, na Rússia, caracterizava como se deixar ficar a reboque dos acontecimentos. 

Às vezes a bola quica na entrada da área e ninguém chuta em gol.

Caso das forças de oposição ao governo Temer — que se movem com a agilidade de um paquiderme diante da oportunidade de ouro que o campo governista oferece, e não chuta em gol.

As chances de avançar os adversários abrem exatamente pela dispersão em que ainda se encontram, carentes de uma candidatura que a um só tempo tenha a confiança do mercado e os una.

O gol, no caso, seria construir uma coalizão unitária para enfrentar as eleições presidenciais já no primeiro turno, com chances reais de êxito, levando o pleito a um segundo turno no qual uma frente ampla poderia vencer.

Isso mudaria qualitativamente os rumos do País.

Mas falta quem se antecipe — como aprenderam Tostão e Newton Santos. Por enquanto, dentre os pré-candidatos à presidência situados à esquerda, apenas Manoela D’Ávila, do PCdoB, vem apontando nessa direção.

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Vazio parcial

‘Faltando pouco mais de 3 meses para a eleição, 59% dos eleitores não citaram intenção espontânea de votar em algum candidato’, diz Ibope. [Por enquanto, nada mais natural num cenário de profunda crise econômica e institucional.]

28 junho 2018

Manuela no Roda Viva


Por que tentaram interditar Manuela?
Luciano Siqueira, no portal Vermelho e no Blog do Renato

O grotesco festival de reacionarismo, anticomunismo, machismo e misoginia protagonizado pela bancada de entrevistadores da deputada Manuela D'Ávila, no programa Roda Viva, da TV Cultura, tem tudo a ver com o ideário da pré-candidata à presidência da República pelo PCdoB.

Outras mulheres candidatas, em diversos momentos, já passaram por ali, entrevistadas por bancadas de natureza semelhante.

Nenhuma recebeu igual tratamento.

E até poderia ter sido diferente, os entrevistadores focados em questões que dissessem respeito ao pleito de outubro. 

Natural que abordassem justamente temas relacionados com a crise do País e as propostas da pré-candidata para superá-la. Qual o programa de Manuela e do seu partido?

Mas é aí que estão os “venenos” contidos na pré-candidatura da jovem e experiente deputada gaúcha.

Preconceito anticomunista, aqueles entrevistadores exibiram à exaustão.

Machismo, misoginia, ódio fascistoide — idem.

Mas não nos enganemos: propositalmente não queriam que Manuela expusesse aos telespectadores seu programa.

Aí reside o perigo — para eles e para os que eles representam.

Por que além de jornalistas incluíram entre os entrevistadores provocadores da extrema direita?

Exatamente para tentarem levar Manuela a um grau de irritação tal que a fizesse perder o autocontrole. 

Falharam.

Manuela se manteve serena, altiva e hábil, contornando as provocações e revelando o quanto é competente e firme.

Foi até demolidoramente irônica em alguns momentos. 

Tal como no programa Canal Livre, da Rede Band, a interromperam seguidas vezes para evitar que expusesse os pontos fundamentais do novo projeto nacional de desenvolvimento que lastreia a pré-candidatura comunista; e sua bem fundamentada proposta de unidade da esquerda já no primeiro turno do pleito presidencial, ponto de passagem para uma frente, a mais ampla possível, destinada a alcançar a vitória num eventual segundo turno.

Isso não queriam ouvir, nem debater. Tentaram esconder — com êxito relativo, pois Manuela assim mesmo, como quem escapa de um alçapão, conseguiu expressar, ainda que limitada pelo tempo exíguo e bombardeada pelas interrupções.

Manuela representou muito bem, naquela trincheira minada, o que há de melhor na brava gente brasileira. 

PS: Logo após o programa postei nas redes sociais meu sentimento militante: “Manuela, eu me orgulho de ter você pré-candidata à presidência da República pelo nosso Partido, o PCdoB. Preparada, firme, hábil, convincente.”

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Angu de caroço

‘A tentativa de esconder Michel Temer na campanha de Henrique Meirelles seria uma “farsa”, afirma o ministro Moreira Franco (Minas e Energia).’ [No fundo do poço, governistas trocam tapas]. 

27 junho 2018

Merecido

Nossa seleção ainda tem muito que evoluir. Mas mereceu vencer a Sérvia e a classificação. 

Surpreendente

Não vi o jogo. Quem sabe me explicar o que houve com Alemanha?

Bom humor

Quadrilha junina introduz em sua coreografia a simulação da queda de Neymar em campo — elevando a ruptura com a matriz tradicional do folguedo ao extremo e traduzindo a insatisfação dos torcedores diante da imaturidade do nosso principal jogador. E viva o povo brasileiro!

Para onde?

‘Indústria tem o pior mês da história em maio’ [Mas Temer continua dizendo que o Brasil avançou vinte anos em dois].

26 junho 2018

Sem noção

Em toda luta — como a eleitoral — identificar o alvo principal dentre os demais contendores é elementar. Tem pré-candidato à presidência da República que muda de alvo quase diariamente, perdido feito cachorro que cai de caminhão de mudança.

Manu no rumo certo


Manuela: 'Eleição não é um episódio de nossas trajetórias individuais'
por Carol Scorce e Miguel Martins, na CartaCapital
Pré-candidata considera prioritário derrotar o atual projeto neoliberal e diz não abrir mão de vitória do campo progressista
A mais jovem pré-candidata à presidência, Manuela D’Ávila iniciou sua trajetória política no movimento estudantil, em 1999, quando se filiou a União da Juventude Socialista. Na sequência
ingressou na política partidária junto do Partido Comunista do Brasil. Foi a mais jovem vereadora de Porto Alegre, sua cidade natal, e depois conseguiu se eleger deputada federal e estadual, mandato do qual se licenciou para concorrer às eleições este ano.
A deputada é a primeira candidata à presidência do PCdoB – partido a que se filiou em em 2001 -  desde a formação da legenda a partir de uma dissidência do velho partidão nos anos 1960. Com forte discurso feminista e sem medo de defender pautas impopulares como o aborto, a deputada não demonstra vaidade na relação com concorrentes do campo da esquerda, como o ex-presidente Lula e Ciro Gomes. Embora considere importante o simbolismo de sua candidatura “após um golpe misógino”, ela defende ser ainda mais importante barrar o projeto conservador no País.
Manuela admite até mesmo abrir mão da disputa, caso outros partidos de esquerda decidam unir-se em torno de um único candidato no primeiro turno. “Essa eleição não é um episódio factual das nossas trajetórias individuais. Se alguém está tratando assim não percebe a gravidade que é o atual governo brasileiro.”
CartaCapital: O PCdoB apoiou outros candidatos a presidente nas últimas décadas. O que levou o partido a lançar uma candidatura própria neste ano?
Manuela D’Ávila: O golpe abriu um novo ciclo, e o processo eleitoral é importantíssimo para o País debater saídas para a crise política e econômica. Diante desse quadro novo achamos por bem apresentar nossas próprias ideias para o enfrentamento da crise.
CC: As mulheres argentinas conseguiram pressionar os deputados argentinos a aprovar um projeto que descriminaliza o aborto. O mesmo é possível no Brasil? 
MD: As argentinas nos deram muitas lições com esse movimento. A principal delas é que a pressão nas ruas é fundamental para se discutir questões importantes dentro dos parlamentos.
CC: A senhora acredita que o campo progressista ainda por se unir em torno de um mesmo candidato ainda no primeiro turno? 
MD: Essa eleição não é um episódio factual das nossas trajetórias individuais. Se alguém está tratando assim não percebe a gravidade que é o atual governo brasileiro. E se eu sou o obstáculo para que os outros três se entendam, eu deixo de ser. A unidade não vai ser produzida por discurso. São gestos. Esse é o gesto máximo que eu posso fazer.
CC: Há risco de não termos um candidato de esquerda no segundo turno com essa fragmentação do campo progressista? 
MD: Eu acho que o outro lado também enfrenta muitas dificuldades. O governo Temer está morto, é um fantasma que quer reencarnar e tem um monte de corpos à disposição. Vamos trabalhar para estar no segundo turno.
CC: A senhora já chegou a registrar 3% em pesquisas eleitorais. Como tem analisado os levantamentos recentes? 
MD: Qualquer uma dessas pesquisas mostra que nosso campo tem muita força. Os tucanos e os corpos mais aptos à ressurreição do fantasma de Temer estão muito mal.

CC: A senhora se inspira na gestão do governador maranhense Flávio Dino, do PCdoB, em sua campanha presidencial?
MD:
 O Flávio é a melhor referência que existe no Brasil hoje. É um governador que enfrenta a crise com medidas anticíclicas. 
CC: Qual a sua análise sobre a greve dos caminhoneiros?
MD:
 O movimento foi de alta complexidade. A ausência de legitimidade faz com que o povo flerte com soluções autoritárias, porque nota que ali está faltando alguma coisa. Se não há quem comande, então posso flertar com o ultra-comando, com uma intervenção militar?
CC: Como a senhora acha que a esquerda precisa lidar com esses movimentos difusos? A esquerda está muito distante dessas bases de trabalhadores?
MD:
 Para mim, é difícil falar, porque minha origem não é o movimento sindical. Eu sou de uma geração nativa, nasci em 1981, para a mim a tecnologia já faz parte da constituição mais mental. Mas precisamos fazer uma reflexão sobre a legitimidade das angústias das brasileiras e brasileiros.
CC: Como é possível governar em um horizonte de orçamento apertado e limitado pelo congelamento dos gastos públicos?
MD:
 O debate é sobre como vamos garantir a retomada da economia pensando em como recuperar a capacidade de investimento do Estado.
CC: E já que estamos na Copa do Mundo... dá para torcer pela seleção nesse clima negativo?
MD:
 Tem que torcer, não acho que seja "dá para torcer". Os caras já nos roubaram tudo. O futebol é nosso, não é dessa elite não.

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Mercado inquieto


O nó está no programa
Luciano Siqueira, no Blog da Folha

Diariamente a mídia registra manifestações do todo poderoso mercado em relação ao que chamam de "instabilidade" nas próximas eleições presidenciais.

No caso, um eufemismo para designar a ausência, até o momento, de uma candidatura a um só tempo da confiança do rentismo e eleitoralmente viável.

Alckmin patina em demasia. Meirelles mal chega a 1% nas pesquisas. Marina poderia ser uma alternativa, mas ainda é uma hipótese sob exame.

A questão não está exatamente em nomes, mas no programa. 

Isso mesmo: no programa a apresentar à sociedade brasileira como alternativa à atual agenda adotada por Temer e seu grupo.

Um elemento que, em geral, não merece a devida atenção de parcelas consideráveis dos atores políticos e mesmo da mídia hegemônica. 

E aqui, como mundo afora, precisamente aí está a fraqueza dos que dominam a economia, pautam os meios de comunicação e controlam a engrenagem política. Não admitem, sob condição nenhuma, reduzir a ultra concentração da produção, da riqueza e da renda e a exclusão gradativa das maiorias. 

No Brasil, por quatro vezes consecutivas, com nomes patrocinados pelo PSDB, essa alternativa foi derrotada, duas vezes por Lula e duas vezes por Dilma.

Ficou muito marcado para a maioria dos brasileiros o estado em que Fernando Henrique Cardoso deixou o país, após oito anos de governo.

E há uma consciência aguda de que a tomada da linha de FHC, ora imperante com Temer, só foi possível através do golpe. Pelas urnas, não seria.

Tanto que, a certa altura, quando se cogitava de um desembarque antecipado dos tucanos do governo, por motivações eleitorais, o então presidente nacional do PSDB, o indigitado senador Aécio Neves, advertiu com comovente clareza: "Como abandonar um governo cujo programa fomos nós que formulamos?"

Em síntese: as forças comprometidas essencialmente com o mercado e com a agenda ultra liberal ainda não lograram êxito na tentativa de um arranjo eleitoral que, através de um nome ainda não "queimado" (pensaram até no apresentador de TV Luciano Huck) e de artifícios midiáticos, camuflar o que não podem mostrar com clareza.

Esse imbróglio do centro-direita abre um espaço imenso a ser ocupado pelas forças de oposição, desde que confluam para um projeto eleitoral comum já no primeiro turno. Porém até agora essa obviedade ainda não é devidamente compreendida. Infelizmente.

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Não como antes

Crescem as vendas de camisas da seleção brasileira. Natural, sendo o futebol o que é para o povo brasileiro. Mais ainda com a expectativa positiva em relação ao desempenho da canarinho. Mas é muito aquém de anos anteriores. A crise mexe com o humor do torcedor brasileiro. Pra baixo.

Giro

Na ausência de líderes no time brasileiro, Tite mantém rodízio de capitães. Amanhã voltará Miranda.

Crônica da luta cotidiana


Nas redes
Luciano Siqueira


Segundo o Google Trends, plataforma que pesquisa esse tipo de assunto, já há neste mês de junho uma busca recorde pelo tema eleições nas redes sociais.

Pode significar muito ou não, mas alguma coisa significa. Talvez até a repetição de um fenômeno comum em tempo de crise: o eleitor transita do enorme desinteresse pelo pleito até se interessar de fato, com a proximidade de outubro. 

De sulquei forma, cabe aos segmentos que festivamente se mobilizam para o embate eleitoral — em especial a militância partidária — impulsionar o tema nas redes.

A cada eleição o uso das redes sociais cresce, na proporção mesma em que esse canal de comunicação entre as pessoas se consolida como hábito de massas na sociedade brasileira.

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Energúmeno

Um governo patriótico e moralmente respeitável sequer admitiria discutir o uso da base de Alcântara pelos EUA, como consta da agenda do vice-presidente norte-americano Mike Pence em sua visita ao Brasil. Desavergonhadamente, Temer aceita.

25 junho 2018

Manu

Manuela, eu me orgulho de ter você pré-candidata à presidência da República pelo nosso partido, o PCdoB. Preparada, firme, hábil, convincente.

Rançoso

Entrevistadores do Roda Viva na TV Cultura quase não perguntam a Manuela D’Ávila sobre seu programa para superar a crise do Brasil. Exalam preconceito contra o PCdoB. Jornalismo precário.

Crônica da vida cotidiana


Solo de vida

Miguel, 12 anos, põe um pen drive com sua seleção de rock n' roll no som do carro e pede à mãe que preste atenção ao solo de guitarra de Tony Iommi, da banda Black Sabbath.

— Escuta mãe, o solo de guitarra dele.

— Como assim? 

— Todos os outros são previsíveis, no final. Mas com ele, não. Aparece no começo, no meio e no fim. Igual à vida, acontecem coisas surpreendentes, sem a gente planejar...
(LS)

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Os grandes avançam

Cumprindo minha agenda de trabalho, não acompanhei os jogos de hoje na Copa. Vi apenas que Uruguai, Espanha e Portugal se deram bem. Vem muita emoção pela frente.

Planejamento

A atualização do Plano Diretor — em andamento no Recife — possibilita a intervenção do poder público local, em sintonia com a sociedade, no permanente processo de construção e reconstrução da cidade. 

Vil metal

Na tentativa de viabilizar sua candidatura à presidência da República pelo MDB, Meirelles se compromete a pagar a campanha do próprio bolso. Candidato da elite financeira é assim: faltam votos, mas sobra ouro.

24 junho 2018

Sul-americano

“Ganhei” de 3x0 da Polônia. Colômbia foi muito melhor e mereceu.

Comitê de busca

Banqueiros e outros luminares da elite conservadora se sucedem em encontros em busca de uma candidatura presidencial dos seus sonhos. O problema é achar alguém capaz de iludir o povo brasileiro.

Crônica da Copa na Rússia


Razão e emoção
Luciano Siqueira

Acompanho a Copa pela TV sempre que posso. Sobretudo aos sábados e domingos.

E, como o futebol não sai da minha alma, entre as seleções estrangeiras termino escolhendo torcer por uma delas.

Aí vem o paradoxo: entre a razão e o afeto, termino optando irracionalmente pelo afeto.

É que fiz minha aposta no “bolo” organizado pela equipe do meu gabinete, escolhendo os times presumivelmente mais fortes.

Devia torcer por eles, por uma questão de coerência e para arriscar ganhar uns trocados.

Porém, vendo o jogo, torço pelo mais fraco. Ou me movo por uma espécie de simbolismo político. 

Apostei na Inglaterra, obviamente, mas torci pelo Panamá.

Entre Senegal e Japão, preferi o país africano, periférico, do chamado Terceiro Mundo. Meu sentimento antiimperialista prevaleceu.

Mais uma vez o futebol reflete a vida — onde razão e emoção nem sempre se coadunam, frequentemente se contrapõem.

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