29 outubro 2023

Minha opinião

Onde não cabe o maldito advérbio 

Luciano Siqueira

A última flor do Lácio é culta, e também popular, e bela. Sonora. Musical.

É a língua portuguesa brasileira — tanto em sua expressão douta, como no falar e escrever popular.


Por isso mesmo merece todo cuidado quando pronunciada de viva voz ou por escrito.


Mais ainda pelos que se dirigem a grandes públicos — pela TV, pelo rádio e pelos veículos digitais.

Daí serem terríveis os vícios de linguagem!

Os estudiosos os identificam por diferentes tipos: solecismo, barbarismo, estrangeirismo, pleonasmo vicioso, ambiguidade, cacofonia e arcaísmo.

Não chego a tanto. Apenas registro aqui a minha irritação com o emprego vicioso e persistente do advérbio "aí" por comunicadores que deveriam prezar pela correção e pelo bom uso do idioma.

"Aí" aparece em tudo o que é frase, indevidamente.

Agora mesmo na TV a apresentadora usou "aí" três vezes em curtíssimo espaço de tempo. Pra quê?

— Agora nossa repórter entrevista o cientista, aí, responsável por tão inovadora pesquisa, aí, e fará hoje à noite uma exposição, aí, em simpósio no Centro de Convenções. 


Da minha parte, impossível me interessar pelo trabalho do ilustre pesquisador com tanto advérbio indevidamente empregado!


Jacaré e porco espinho não combinam https://bit.ly/3Ye45TD

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