Onde não cabe o maldito advérbio
Luciano Siqueira
A última flor do Lácio é culta, e também popular, e bela. Sonora. Musical.
É a língua portuguesa brasileira — tanto em sua expressão douta, como no falar e escrever popular.
Por isso mesmo merece todo cuidado quando pronunciada de viva voz ou por escrito.
Mais ainda pelos que se dirigem a grandes públicos — pela TV, pelo rádio e pelos veículos digitais.
Daí serem terríveis os vícios de linguagem!
Os estudiosos os identificam por diferentes tipos: solecismo, barbarismo, estrangeirismo, pleonasmo vicioso, ambiguidade, cacofonia e arcaísmo.
Não chego a tanto. Apenas registro aqui a minha irritação com o emprego vicioso e persistente do advérbio "aí" por comunicadores que deveriam prezar pela correção e pelo bom uso do idioma.
"Aí" aparece em tudo o que é frase, indevidamente.
Agora mesmo na TV a apresentadora usou "aí" três vezes em curtíssimo espaço de tempo. Pra quê?
— Agora nossa repórter entrevista o cientista, aí, responsável por tão inovadora pesquisa, aí, e fará hoje à noite uma exposição, aí, em simpósio no Centro de Convenções.
Da minha parte, impossível me interessar pelo trabalho do ilustre pesquisador com tanto advérbio indevidamente empregado!
Jacaré e porco espinho não combinam https://bit.ly/3Ye45TD
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