Do Blog de Waldir Pedrosa, uma crônica que reúne protesto e leveza.
A última loja do shopping cerrara suas portas naquele inesquecível dia vinte e três de dezembro. A praça da alimentação ainda exalava o odor de frituras misturado ao ranço do lixo que era recolhido pelos encarregados da limpeza.
O movimento de caixa das lojas e as mercadorias tinham sido conferidos. Os últimos retoques de arrumação executados para o próximo dia. Em pequenos grupos, os comerciários saíam pela passagem principal, após serem revistados pelos seguranças. Quando se dirigissem à parada de ônibus, já seria madrugada do dia vinte e quatro de dezembro, véspera de Natal.
Os seguranças revisam as portas de saída, comunicam-se com a central e partem após receberem pelo rádio a mensagem de que o alarme geral seria acionado.
Não resta ninguém no complexo comercial de ruas particulares e climatizadas. Apenas eu, o mais antigo comerciante lá instalado, que tendo obtido uma licença especial para pernoitar naquele dia em meu estabelecimento, pude afiançar neste relato os detalhes que foram vistos por estes olhos. Perdoem-me como o descrevo, pois outrora fui repórter, sendo hoje unicamente o dono de uma tabacaria. Portanto o caso eu conto.
Na fachada da gaiola mercantil reina o anúncio fosforescente de gás neon: NESTE NATAL ATÉ PAPAI NOEL VAI GANHAR PRESENTE.
No interior do shopping, o inusitado está se preparando para ocorrer.Sobre as mesas e cadeiras da praça da alimentação uma plêiade de seres de matéria plástica se acotovela silenciosamente. São barbas brancas, botinas pretas, gorro e roupas de frio. A indumentária que portam é vermelha com detalhes brancos no debrum das mangas, na gola e no pompom branco que bandeia na extremidade do gorro. Entre eles ouço o comentário de que usam aquele uniforme desde o tempo em que se prestaram a propagandear a coca-cola.
Silenciosamente surgem muitos outros como se fora um enxame de abelhas atraídas por algum sinal desconhecido. Seus passos são macios como a lã, os talhes são variados. Naquele instante afloram uns maiores pelas escadarias, desabrocham outros esquisitos pelos elevadores.
Não se vêem mulheres, e isto confere à esdrúxula convenção, se assim posso chamar, um ar quase cardinalício. Em certo momento, parece que todos os convocados já ali se encontram, visto que há quinze minutos não surge ninguém. Na praça apinhada de Papais Noel reina um silêncio conspirador.Repentinamente a mudez é interrompida por um tipo diferente, que suponho ser da mesma hoste, vestido à paisana. Um esquálido Papai Noel, de tez morena, barba branca pixaim, gorro similar ao do bloco Olodum da Bahia de São Salvador, trajando camiseta amarela, bermuda cáqui abaixo do joelho e sandálias de dedo. Junto a ele, uma senhora de longas cãs, enroladas em espiral, fixadas na cabeça através de uma marrafa cor de chifre. Veste uma túnica branca que a recobre até os pés. Ambos postam-se à frente dos demais e o homem começa a falar:
─ Chega! Chega! Vamos deixar de ser coca-cola, vamos deixar de enganar, vamos parar com esta fábrica de desejos que só provoca tristeza, banzo, agonia.Agora vai ser diferente: a nossa roupa tem que ser comum. Presentes e lembranças têm que ser para a alma. Fica admitida a mentira e a ilusão.
─ A mentira? Interrogam em coro os presentes.
─ A mentira sim!
Não às propagandas enganosas, subliminares, afetando emoções, desejos e opiniões. Mentiras que engrandecem, que nascem das verdades, que fazem refletir, viajar e sonhar. Mentira necessária para viver e aprender; mentira que acalma, emociona, faz chorar, rir, deslumbrar. Mentira de amenizar a dor e reforçar a realidade. Mentiras curtas e longas, mentiras tiradas da vida e da cabeça de contadores, ou melhor, tecelões de ficções de toda parte.
Se todos vocês concordarem, a partir de hoje mudaremos de nome e de ofício. Doravante onde trabalha o homem também trabalhará a mulher. Esta cara de celibatário não é a nossa cara. Seremos do nosso jeito! Uma cara qualquer, em qualquer canto do mundo. Presentearemos palavras sem dono e sem patrocínio, aprendidas de cor e salteado.
Contaremos história a crianças grandes ou pequenas, jovens ou idosas, ricas ou pobres, boas ou enfermas... E elas continuarão contando o que aprenderam, o que inventaram...Onde há língua portuguesa nos chamarão contadores de causos, casos ou histórias. Onde há castelhano nos apelidarão cuenta cuentos. Daí em diante incendiaremos todas as línguas e ouvidos.
Voaremos da página do livro aos seus personagens; dos personagens ao coração dos escritores e deles ao ouvido sequioso de escutar. Em João Pessoa, no cair da tarde de sábado, escutaremos as invenções do Clube do Conto da Paraíba que se reúne para partilhar contos com a maior empolgação. Seremos porta-vozes das suas fantasias.
E tudo foi discutido votado e aprovado. Daí em diante, não posso descrever mais detalhes, pois, sem pressentir, adormeci um sono profundo e acordei-me às oito horas da manhã, na hora de abrir o shopping.
Quando chegaram os seguranças, os lojistas e os comerciários, a praça da alimentação encontrava-se coberta por roupas, gorros, cintos e botinas de variados tamanhos e não havia pegadas de quem por lá tivesse passado. Nem eu posso supor como acontecera. Nas lojas não restava sequer um papai Noel. Uma placa despencava da fachada do prédio.
As crianças dos bairros de Mangabeira, Bancários e adjacências, na manhã do domingo relataram terem ouvido belas, comoventes e suspirosas histórias. Algo semelhante foi registrado em Portugal, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Angola, Timor Leste, Espanha, México, Argentina, Colômbia, Venezuela, Chile, Peru, Bolívia, Cuba, República Dominicana, Paraguai, Uruguai, Equador, Nicarágua, Guatemala, Costa Rica, Panamá, Honduras, El Salvador, Porto Rico e na Guiné Equatorial .
De tudo que já narrei, confesso não ter vivido coisa igual! Como no dito popular:
O caso eu conto
Como o caso foi
Porque homem é homem
E boi é boi.
(Dito popular do Nordeste)
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
30 dezembro 2006
Boa noite, Thiago de Mello
História: 30 de dezembro de 1992
Collor por Chico Caruso
O Senado vota o impeachment de Collor (76 votos a 3). Condenado por crime de responsabilidade, este perde o direito de concorrer em eleições e ocupar cargos públicos até 2000. (Vermelho www.vermelho.org.br).
Ninguém é de ferro
Se você estivesse numa rede instalada na varanda defronte para o mar, os livros de sua predileção à mão, no quarto dia de um breve descanso de não mais do que cinco, daria atenção às coisas da política e da administração?
Certamente não, se pudesse. Esse amigo de vocês bem que gostaria. Mas não pode. O telefone não pára: é a montagem do governo Eduardo Campos, são as alterações na equipe do prefeito João Paulo, pendências administrativas que os interessados cobram... o jeito é ter paciência e seguir adiante no cumprimento do dever.
Mas, a quem interessar possa, é bom que fique o registro: ninguém é de ferro e todos têm direito a alguns dias de férias.
Certamente não, se pudesse. Esse amigo de vocês bem que gostaria. Mas não pode. O telefone não pára: é a montagem do governo Eduardo Campos, são as alterações na equipe do prefeito João Paulo, pendências administrativas que os interessados cobram... o jeito é ter paciência e seguir adiante no cumprimento do dever.
Mas, a quem interessar possa, é bom que fique o registro: ninguém é de ferro e todos têm direito a alguns dias de férias.
29 dezembro 2006
Apesar da pressão midiática, o povo quer participar da democracia
Na CartaCapital, por Mino Carta: A mídia fracassou e, além de tudo, patética, ofertou ao presidente da República a oportunidade de colher, no segundo turno, uma vitória ainda mais retumbante do que se daria no primeiro. O vetusto voto de cabresto, destinado pelos donos do poder ao povo dos grotões, onde quer que os houvesse, mostrou valer, este ano, só mesmo nos rincões das classes A e B, onde a mídia ainda chega, sobretudo em São Paulo, o estado mais rico, ou menos pobre, e mais reacionário da Federação.
O povo quer participar da democracia, eis a novidade, exibida com a nitidez que os parlamentares não percebem. Trafegam ainda na névoa dos velhos hábitos. Resta ver se o próprio Lula percebe plenamente a imponência da sua tarefa. Este povo sofrido, que se identifica com o igual sentado no trono, não parece inclinado a se conformar com as agruras de sempre. E espera dele um desempenho mais desabrido do que no primeiro mandato.
Para ler a matéria na íntegra clique aqui: http://www.cartacapital.com.br/index.php?funcao=exibirMateria&id_materia=5592
O povo quer participar da democracia, eis a novidade, exibida com a nitidez que os parlamentares não percebem. Trafegam ainda na névoa dos velhos hábitos. Resta ver se o próprio Lula percebe plenamente a imponência da sua tarefa. Este povo sofrido, que se identifica com o igual sentado no trono, não parece inclinado a se conformar com as agruras de sempre. E espera dele um desempenho mais desabrido do que no primeiro mandato.
Para ler a matéria na íntegra clique aqui: http://www.cartacapital.com.br/index.php?funcao=exibirMateria&id_materia=5592
História: 29 de dezembro de 1917
Lei estadual (SP), conquista da greve geral de 1917: proíbe o trabalho de menores de 12 anos e o trabalho noturno de mulheres e crianças. (Vermelho www.vermelho.org.br).
Lula determina ampliação dos programas sociais
No G1: Em uma ampla reunião com os ministérios da área social nesta sexta-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou ampliação dos programas, integração entre as pastas e aumento da interlocução com movimentos sociais. Durante as mais de três horas, ficou acertado que o governo vai elaborar uma política social comum através dos programas já consolidados.
Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, não foram estabelecidas metas para cada programa. Coube às nove pastas sociais realizar um balanço das realizações das pastas. "Na visão do presidente, várias ações sociais atingiram um grau de maturidade que permitiria pensar em uma maior interação de ações ministeriais", afirmou Haddad. A Casa Civil coordenará essa integração.
Violência e jovemDurante o encontro, os programas de juventude foram citados como exemplo de maior articulação, como o ProJovem, que garante R$ 100 mensais ao jovem que completar o ensino fundamental, além de aprender inglês e informática.
“No caso do Projovem, o governo quer fortalecer a ação da Secretaria Nacional da Juventude nas regiões metropolitanas, sobretudo no combate à violência”, disse o ministro da Educação.
O presidente determinou que haverá reuniões separadas com cada ministério em janeiro para fazer uma discussão minuciosa dos programas, com abrangência, ações e defeitos para estabelecer as metas aos próximos quatro anos.
Participaram do encontro os ministérios da Educação, Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social, Saúde, Secretaria-Geral, além das secretarias, com status ministerial, da Igualdade Racial, Políticas para as Mulheres, Direitos Humanos e Aqüicultura e Pesca.
Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, não foram estabelecidas metas para cada programa. Coube às nove pastas sociais realizar um balanço das realizações das pastas. "Na visão do presidente, várias ações sociais atingiram um grau de maturidade que permitiria pensar em uma maior interação de ações ministeriais", afirmou Haddad. A Casa Civil coordenará essa integração.
Violência e jovemDurante o encontro, os programas de juventude foram citados como exemplo de maior articulação, como o ProJovem, que garante R$ 100 mensais ao jovem que completar o ensino fundamental, além de aprender inglês e informática.
“No caso do Projovem, o governo quer fortalecer a ação da Secretaria Nacional da Juventude nas regiões metropolitanas, sobretudo no combate à violência”, disse o ministro da Educação.
O presidente determinou que haverá reuniões separadas com cada ministério em janeiro para fazer uma discussão minuciosa dos programas, com abrangência, ações e defeitos para estabelecer as metas aos próximos quatro anos.
Participaram do encontro os ministérios da Educação, Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social, Saúde, Secretaria-Geral, além das secretarias, com status ministerial, da Igualdade Racial, Políticas para as Mulheres, Direitos Humanos e Aqüicultura e Pesca.
Boa noite, Tom Jobim e Chico Buarque
Sabiá
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De um palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor
Talvez possa espantar
As noites que eu não queira
E anunciar o dia
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá
Aldo e Chinaglia irão ao confronto?
No Vermelho: Os dois pré-candidatos à presidência da Câmara acirram disputa nos bastidores e tentam atrair a bancada do PMDB. Ontem, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), se comprometeu com os partidos que apoiam a sua candidatura à reeleição, que não irá desistir da disputa, mesmo que para isso tenha que enfrentar no plenário o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). Ele se reuniu com vários de seus apoiadores, que calculam um mínimo de 200 votos "garantidos" para o candidato, nas atuais condições.
Às vésperas do feriado de Ano Novo, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que tenta a reeleição, e o pré-candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), passaram o dia de ontem articulando alianças e disputando nos bastidores o apoio da bancada do PMDB, que eles consideram decisiva. Preocupado com o fortalecimento de Chinaglia, Aldo retornou de Alagoas, onde passou o Natal, para um almoço com líderes do PFL e deputados de PSB, PMDB, PTB e PCdoB.
Após mapear os votos, Aldo disse que não recuará. Ele avalia que, descontando o PMDB, teria uma vantagem de 30 votos. Segundo deputados presentes na reunião, uma das táticas do atual presidente da Casa será pedir o apoio de governadores eleitos, especialmente dos partidos de oposição e do PMDB. Além disso, Aldo discutiu com os líderes do PFL, Rodrigo Maia (RJ), e da minoria, José Carlos Aleluia (BA), táticas para tentar desconstruir o acordo costurado pelo presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, com o PMDB.
"O presidente do PT, senhor Marco Aurélio Garcia, cometeu uma intromissão inaceitável no processo de sucessão na Câmara e acabou fortalecendo a campanha de Aldo Rebelo", disse a jornalistas o líder da minoria, José Carlos Aleluia (PFL-BA).
A carta citada pelo pefelista foi enviada por Marco Aurélio Garcia ao presidente do PMDB, Michel Temer, propondo um revezamento das duas siglas no comando da Câmara. Já Chinaglia mobilizou seus aliados e decidiu divulgar uma carta aos deputados da base na semana que vem apresentando seu nome como consenso entre os governistas.
Segundo o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), no encontro de ontem ficou decidido que o grupo irá procurar mais apoios. No próximo dia 6, haverá um novo encontro dos aliados para fortalecer a candidatura de Aldo.
Tarso: unidade - Além dos articuladores de sua candidatura, José Múcio (PTB-PE), Sandro Mabel (PL-GO) e Odair Cunha (PT-MG), Chinaglia também teve almoço com os petistas João Paulo Cunha (SP) e Ricardo Berzoini (SP) e com o deputado eleito Cândido Vaccarezza (SP), ligado a José Dirceu.
A idéia é tentar isolar Aldo, pressionando para que ele desista de concorrer, o que envolveria a eventual oferta de uma pasta. A despeito da movimentação dos dois candidatos, o ministro Tarso Genro disse ter a convicção de que as legendas aliadas não vão cometer o “desatino” de chegar ao final com duas candidaturas: “"O presidente Lula não vai pedir a nenhum dos deputados que abra mão de suas legítimas candidaturas, mas sabe que ambos têm responsabilidade, e os partidos também, e que vão chegar a um acordo nos próximos 15 ou 20 dias", disse Genro no Palácio do Planalto. Ele procurou deixar claro que o governo não retira “nem um milímetro” do prestígio outorgado a Aldo pelo fato de ele receber apoio do PFL e do PSDB.
Articulação - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou ontem participação no processo de negociação política para a eleição do novo presidente da Câmara.
Nos bastidores, Renan supostamente articularia para que sua legenda apoie a candidatura do atual titular da Mesa Diretora da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Aldo teria o apoio informal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem Renan é um dos interlocutores no PMDB.
Em nota oficial, Renan afirma que “não participa, não articula e não discute -direta ou indiretamente- a eleição da Câmara dos Deputados” e diz que é “uma deselegância e uma intromissão indevida” a interferência sobre a eleição em outra Casa do Congresso Nacional.
Ainda de acordo com a nota, a assessoria de Renan comunica que o parlamentar “mantém boas relações políticas e pessoais com todos aqueles nomes apontados na mídia como supostos candidatos”.
Às vésperas do feriado de Ano Novo, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que tenta a reeleição, e o pré-candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), passaram o dia de ontem articulando alianças e disputando nos bastidores o apoio da bancada do PMDB, que eles consideram decisiva. Preocupado com o fortalecimento de Chinaglia, Aldo retornou de Alagoas, onde passou o Natal, para um almoço com líderes do PFL e deputados de PSB, PMDB, PTB e PCdoB.
Após mapear os votos, Aldo disse que não recuará. Ele avalia que, descontando o PMDB, teria uma vantagem de 30 votos. Segundo deputados presentes na reunião, uma das táticas do atual presidente da Casa será pedir o apoio de governadores eleitos, especialmente dos partidos de oposição e do PMDB. Além disso, Aldo discutiu com os líderes do PFL, Rodrigo Maia (RJ), e da minoria, José Carlos Aleluia (BA), táticas para tentar desconstruir o acordo costurado pelo presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, com o PMDB.
"O presidente do PT, senhor Marco Aurélio Garcia, cometeu uma intromissão inaceitável no processo de sucessão na Câmara e acabou fortalecendo a campanha de Aldo Rebelo", disse a jornalistas o líder da minoria, José Carlos Aleluia (PFL-BA).
A carta citada pelo pefelista foi enviada por Marco Aurélio Garcia ao presidente do PMDB, Michel Temer, propondo um revezamento das duas siglas no comando da Câmara. Já Chinaglia mobilizou seus aliados e decidiu divulgar uma carta aos deputados da base na semana que vem apresentando seu nome como consenso entre os governistas.
Segundo o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), no encontro de ontem ficou decidido que o grupo irá procurar mais apoios. No próximo dia 6, haverá um novo encontro dos aliados para fortalecer a candidatura de Aldo.
Tarso: unidade - Além dos articuladores de sua candidatura, José Múcio (PTB-PE), Sandro Mabel (PL-GO) e Odair Cunha (PT-MG), Chinaglia também teve almoço com os petistas João Paulo Cunha (SP) e Ricardo Berzoini (SP) e com o deputado eleito Cândido Vaccarezza (SP), ligado a José Dirceu.
A idéia é tentar isolar Aldo, pressionando para que ele desista de concorrer, o que envolveria a eventual oferta de uma pasta. A despeito da movimentação dos dois candidatos, o ministro Tarso Genro disse ter a convicção de que as legendas aliadas não vão cometer o “desatino” de chegar ao final com duas candidaturas: “"O presidente Lula não vai pedir a nenhum dos deputados que abra mão de suas legítimas candidaturas, mas sabe que ambos têm responsabilidade, e os partidos também, e que vão chegar a um acordo nos próximos 15 ou 20 dias", disse Genro no Palácio do Planalto. Ele procurou deixar claro que o governo não retira “nem um milímetro” do prestígio outorgado a Aldo pelo fato de ele receber apoio do PFL e do PSDB.
Articulação - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou ontem participação no processo de negociação política para a eleição do novo presidente da Câmara.
Nos bastidores, Renan supostamente articularia para que sua legenda apoie a candidatura do atual titular da Mesa Diretora da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Aldo teria o apoio informal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem Renan é um dos interlocutores no PMDB.
Em nota oficial, Renan afirma que “não participa, não articula e não discute -direta ou indiretamente- a eleição da Câmara dos Deputados” e diz que é “uma deselegância e uma intromissão indevida” a interferência sobre a eleição em outra Casa do Congresso Nacional.
Ainda de acordo com a nota, a assessoria de Renan comunica que o parlamentar “mantém boas relações políticas e pessoais com todos aqueles nomes apontados na mídia como supostos candidatos”.
28 dezembro 2006
Boa tarde, Tom Jobim
Falando de Amor
Se eu pudesse por um dia
Esse amor, essa alegria
Eu te juro, te daria
Se pudesse esse amor todo dia
Chega perto, vem sem medo
Chega mais meu coração
Vem ouvir esse segredo
Escondido num choro canção
Se soubesses como eu gosto
Do teu cheiro, teu jeito de flor
Não negavas um beijinho
A quem anda perdido de amor
Chora flauta, chora pinho
Choro eu o teu cantor
Chora manso, bem baixinho
Nesse choro falando de amor
Quando passas, tão bonita
Nessa rua banhada de sol
Minha alma segue aflita
E eu me esqueço até do futebol
Vem depressa, vem sem medo
Foi pra ti meu coração
Que eu guardei esse segredo
Escondido num choro canção
Lá no fundo do meu coração
(Sugerido por Luci).
Anúncio do óbvio
Registram os jornais de hoje que a ministra Dilma Roussef, da Casa Cilvil esclarece que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pretende aceitar imposições dos partidos aliados na composição do novo ministério. Ele adotará critérios aos quais os nomes indicados terão se que enquadrar.
A ministra certamente tem alguma razão não explicitada para dizer isso. Ou então terá falado o óbvio. Nenhum governante, sobretudo da extirpe de um Lula, constrói sua equipe de governo sem critérios, e muito menos aceitando imposições de aliados. Por uma questão de autoridade e de bom senso.
A ministra certamente tem alguma razão não explicitada para dizer isso. Ou então terá falado o óbvio. Nenhum governante, sobretudo da extirpe de um Lula, constrói sua equipe de governo sem critérios, e muito menos aceitando imposições de aliados. Por uma questão de autoridade e de bom senso.
História: 28 de dezembro de 1918
Berta Lutz, 24 anos, bióloga recém-formada pela Sorbonne, publica n'A Semana artigo pró-direitos da mulher. A luta pelo voto feminino ganha impulso no Brasil. (Vermelho www.vermelho.org.br).
Nossa coluna semanal no Vermelho, hoje: "Encarando 2007 com otimismo"
Numa das primeiras viagens a São Paulo para uma reunião convocada pela direção nacional do PCdoB, no início os anos 80, já sob os auspícios da Anistia, enquanto contemplávamos da janela do avião que pousava em Congonhas aquela selva de grandes edifícios a perder de vista, tomávamos consciência da dimensão da tarefa de construir um partido que ainda nem havia reconquistado o direito de existência legal. “Como alcançar influência numa cidade gigantesca como essa, se ainda somos tão poucos? Como ter presença na cena política de um país-continente como o Brasil, se mal saímos da clandestinidade?”
Mais tarde, na sede do Centro de Cultura Operária, onde nos reuníamos, na Bela Vista, ouvindo nossas inquietações, o velho dirigente comunista João Amazonas procurou nos tranqüilizar:
- Camarada, seja otimista e pense dialeticamente, considere a evolução das contradições na sociedade, o surgimento de tendências novas. Se soubermos interpretá-las e agirmos corretamente, cresceremos, sim, e daremos conta do desafio. Estamos recuperando a liberdade e com ela a possibilidade de nos dirigirmos ao povo e de participarmos ativamente da vida política.
Hoje, pouco mais de vinte anos após, mudou muito a situação do país e o PCdoB é uma força em ascensão, com mais de 200 mil filiados e cerca de 100 mil militantes atuantes nas diversas áreas da luta popular e na esfera institucional.
Pois é pensando dialeticamente, como Amazonas ensinava, que encaramos 2007 com otimismo.
E não é pra menos, com o perdão dos analistas que pontificam na grande imprensa, sempre descrentes nas potencialidades do Brasil e da competência dos brasileiros. A economia voltará a crescer, talvez não a taxas tão elevadas quanto todos desejamos, mas a passos firmes e certeiros, bem diferentes da era FHC (e mesmo do primeiro governo Lula). Novos investimentos em infra-estrutura, dinamizadores das atividades econômicas e da oferta de postos de trabalho, redução gradativa das taxas de juro, expansão do crédito para incentivo da produção e para o consumo de massas, reforço do ensino fundamental e médio através do Fundeb, multiplicação de escolas técnicas em cidades-pólos de microrregiões dos estados, interiorização das Universidades federais, manutenção e ampliação dos programas sociais básicos – são, dentre outros, sinais promissores reiterados pelo presidente da República em sucessivos pronunciamentos.
Terá força política para tanto? Parece que sim, pois iniciará o segundo mandato cercado de amplo apoio popular e de alianças partidárias que lhe propiciarão consistente base de sustentação parlamentar, enquanto as oposições permanecerão desnorteadas por algum tempo.
Mais tarde, na sede do Centro de Cultura Operária, onde nos reuníamos, na Bela Vista, ouvindo nossas inquietações, o velho dirigente comunista João Amazonas procurou nos tranqüilizar:
- Camarada, seja otimista e pense dialeticamente, considere a evolução das contradições na sociedade, o surgimento de tendências novas. Se soubermos interpretá-las e agirmos corretamente, cresceremos, sim, e daremos conta do desafio. Estamos recuperando a liberdade e com ela a possibilidade de nos dirigirmos ao povo e de participarmos ativamente da vida política.
Hoje, pouco mais de vinte anos após, mudou muito a situação do país e o PCdoB é uma força em ascensão, com mais de 200 mil filiados e cerca de 100 mil militantes atuantes nas diversas áreas da luta popular e na esfera institucional.
Pois é pensando dialeticamente, como Amazonas ensinava, que encaramos 2007 com otimismo.
E não é pra menos, com o perdão dos analistas que pontificam na grande imprensa, sempre descrentes nas potencialidades do Brasil e da competência dos brasileiros. A economia voltará a crescer, talvez não a taxas tão elevadas quanto todos desejamos, mas a passos firmes e certeiros, bem diferentes da era FHC (e mesmo do primeiro governo Lula). Novos investimentos em infra-estrutura, dinamizadores das atividades econômicas e da oferta de postos de trabalho, redução gradativa das taxas de juro, expansão do crédito para incentivo da produção e para o consumo de massas, reforço do ensino fundamental e médio através do Fundeb, multiplicação de escolas técnicas em cidades-pólos de microrregiões dos estados, interiorização das Universidades federais, manutenção e ampliação dos programas sociais básicos – são, dentre outros, sinais promissores reiterados pelo presidente da República em sucessivos pronunciamentos.
Terá força política para tanto? Parece que sim, pois iniciará o segundo mandato cercado de amplo apoio popular e de alianças partidárias que lhe propiciarão consistente base de sustentação parlamentar, enquanto as oposições permanecerão desnorteadas por algum tempo.
27 dezembro 2006
Bom dia, Márcia Maia
dies irae
no cortejo os mortos são a maioria
se não riem é que já não lhes é dado
mas ririam como riem pelas ruas
entre fotos e bandeiras desfraldadas
os que antes como eles se escondiam
dentre os muros em janelas bem fechadas
e que por acaso ou sorte ainda vivem
sem que tenham nem por isso os esquecido
junto a esses há também os que nasceram
no período em que o horror agonizava
e a justiça se quedava adormecida
mas de um dia atrás do outro faz-se a vida
e ao algoz colheu a morte — inda que tarde
: que se cante em cada rua a liberdade
Lições da vida política (5)
Nunca deixe para amanhã o que pode fazer hoje – salvo se houver razoável possibilidade de não produzir o resultado esperado
.
.
Nosso artigo no Blog do JC de hoje
Os três tempos de governo e o desafio de cada um
Por Luciano Siqueira - Vice-prefeito do Recife
Já escrevemos sobre o assunto noutra oportunidade. É tema, inclusive, de um dos sessenta e cinco artigos contidos na coletânea que compõe o livro O Vermelho é Verde-Amarelo, editado pela Anita Garibaldi em 2005.
Os tempos de governo são implacáveis. Para quem começa, para quem já vai adiantado. Em qualquer circunstância constituem desafio a ser observado por todo bom governante.
Eduardo Campos viverá a experiência a partir do dia 1º de janeiro. Lula também, só que dando continuidade ao que já realiza há quatro anos.
João Paulo, assim como Luciana em Olinda e todos os prefeitos eleitos ou reeleitos em 2004, encara a questão numa circunstância talvez ainda mais delicada: o início do último biênio do governo.
Há um tempo administrativo, um tempo político e um tempo eleitoral.
O tempo administrativo implica em formatar programas, conforme as prioridades e as linhas estratégicas da gestão; constituir equipes,entrosá-las e colocá-las em movimento; equacionar recursos;estabelecer mecanismos de acompanhamento e controle e de aferição de resultados. Tudo isso leva tempo.
Há o tempo político, que requer muita paciência e muito descortino na consolidação da aliança vitoriosa nas urnas e agora encarregada de governar. E mais: demanda esclarecer à população sobre procedimentos administrativos, pois dela surge a cobrança de resultados já nos primeiros meses.
E o tempo eleitoral, que interfere sobre o tempo administrativo e o tempo político: no Brasil, há eleições a cada dois anos, e o processo eleitoral influi no andamento do governo. Caso de Eduardo Campos e dos demais governadores que assumem no dia 1º, e de Lula, que com apenas um ano e meio de gestão já serão duramente cobrados, ainda que o pleito seja municipal.
Nesta quinta-feira (28), o prefeito João Paulo reunirá todo o secretariado para um balanço do que foi realizado até agora e para acertar o passo para o período restante. O prefeito sabe, todos sabemos, que rigorosamente teremos mais um ano e meio de ação administrativa efetiva, pois no último semestre, em 2008, a campanha eleitoral assumirá a centralidade das atenções da sociedade e de quem governa.
Eis o nosso desafio. De João Paulo e de todos os que fazemos o governo da cidade: assegurar ritmo, celeridade e eficiência nessa reta derradeira. Mesmo que para tanto seja necessário fazer mudanças na equipe, para ajustá-la à nova conjuntura política e para injetar mais élan.
Por Luciano Siqueira - Vice-prefeito do Recife
Já escrevemos sobre o assunto noutra oportunidade. É tema, inclusive, de um dos sessenta e cinco artigos contidos na coletânea que compõe o livro O Vermelho é Verde-Amarelo, editado pela Anita Garibaldi em 2005.
Os tempos de governo são implacáveis. Para quem começa, para quem já vai adiantado. Em qualquer circunstância constituem desafio a ser observado por todo bom governante.
Eduardo Campos viverá a experiência a partir do dia 1º de janeiro. Lula também, só que dando continuidade ao que já realiza há quatro anos.
João Paulo, assim como Luciana em Olinda e todos os prefeitos eleitos ou reeleitos em 2004, encara a questão numa circunstância talvez ainda mais delicada: o início do último biênio do governo.
Há um tempo administrativo, um tempo político e um tempo eleitoral.
O tempo administrativo implica em formatar programas, conforme as prioridades e as linhas estratégicas da gestão; constituir equipes,entrosá-las e colocá-las em movimento; equacionar recursos;estabelecer mecanismos de acompanhamento e controle e de aferição de resultados. Tudo isso leva tempo.
Há o tempo político, que requer muita paciência e muito descortino na consolidação da aliança vitoriosa nas urnas e agora encarregada de governar. E mais: demanda esclarecer à população sobre procedimentos administrativos, pois dela surge a cobrança de resultados já nos primeiros meses.
E o tempo eleitoral, que interfere sobre o tempo administrativo e o tempo político: no Brasil, há eleições a cada dois anos, e o processo eleitoral influi no andamento do governo. Caso de Eduardo Campos e dos demais governadores que assumem no dia 1º, e de Lula, que com apenas um ano e meio de gestão já serão duramente cobrados, ainda que o pleito seja municipal.
Nesta quinta-feira (28), o prefeito João Paulo reunirá todo o secretariado para um balanço do que foi realizado até agora e para acertar o passo para o período restante. O prefeito sabe, todos sabemos, que rigorosamente teremos mais um ano e meio de ação administrativa efetiva, pois no último semestre, em 2008, a campanha eleitoral assumirá a centralidade das atenções da sociedade e de quem governa.
Eis o nosso desafio. De João Paulo e de todos os que fazemos o governo da cidade: assegurar ritmo, celeridade e eficiência nessa reta derradeira. Mesmo que para tanto seja necessário fazer mudanças na equipe, para ajustá-la à nova conjuntura política e para injetar mais élan.
26 dezembro 2006
Refinaria, alta prioridade
Mais do que correto o empenho do governador eleito Eduardo Campos - que cogita realizar viagem a Caracas - em viabilizar a parte que cabe à Venezuela na implantação da Refinaria de Petróleo Abreu e Lima.
É um dos investimentos alavancadores de nossa economia, orçando em cerca de R$ 3,8 bilhões.
É um dos investimentos alavancadores de nossa economia, orçando em cerca de R$ 3,8 bilhões.
Bom dia, Pixinguinha e Braguinha
(Em homenagem a Braguinha, falecido domingo passado, aos 99 anos).
Carinhoso
Meu coração, não sei por que
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim
Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz
Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz
Ficha de leitura: Arraes e a criatividade do povo
"O possível a gente faz, o impossível o povo nos ensina a fazer." (Miguel Arraes, no discurso de posse do seu segundo governo, citado no livro Arraes, de Tereza Rozowykwiat).
Redescoberta
Aqui na tranquilidade de São José da Coroa Grande, nessa ponta de praia beirando o rio, redescobrimos que a agenda de um cidadão de apenas 1 ano e 2 meses é mais intensa do que a de um vice-prefeito.
Miguel inicia suas atividades desde 4,30 da manhã e não tem hora para terminar. Haja energia para acompanhá-lo.
Miguel inicia suas atividades desde 4,30 da manhã e não tem hora para terminar. Haja energia para acompanhá-lo.
25 dezembro 2006
Lições da vida política (4)
A unidade, fator essencial para a vitória do povo, há que ser construída permanentemente, com paciência e perseverança.
História: 25 de dezembro de 1973
na imprensa clandestina dos anos 70
Ataque decisivo do Exército à Guerrilha do Araguaia, na 3ª campanha de aniquilamento. Morrem Maurício Grabois e um nº de guerrilheiros que o Exército nunca revelou. Ângelo Arroyo logra escapar, guiado pelo mateiro Zezinho. (Vermelho www.vermelho.org.br).
Bom dia, Chico Buarque e Tom Jobim
Eu te amo
Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.
(Sugerido por e-mail pelo amigo Hermano).
A Internet e as eleições
No G1: Milhares de brasileiros encontraram na internet uma nova forma de participar das eleições . Durante a campanha eleitoral pela Presidência da República, mais de 1 milhão de pessoas ingressaram em comunidades no Orkut relacionadas a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB).
No YouTube, vídeos sobre os candidatos tiveram centenas de milhares de acessos.
Leia também:Internet serviu para ridicularizar candidatos'Campanha negativa' na web é usada noutros países
Os dados, revelados pela pesquisa "Internet e Esfera Pública", do Centro de Altos Estudos de Propaganda e Marketing da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), mostram que, no Brasil, a influência da rede ainda é incipiente quando se trata de campanhas eleitorais, mas revelam que está mudando o modo como as pessoas participam de uma eleição e definem seus votos.
A pesquisa analisou blogs, sites de comunidades de Lula e Alckmin no Orkut e vídeos relacionados às eleições mais visualizados no YouTube. O estudo é dos pesquisadores Clóvis de Barros Filho, Marcelo Coutinho e Vladimir Safatle.
Como esse foi o primeiro levantamento realizado no país relacionando internet e eleições, ainda não é possível comparar o resultado com anos anteriores.
No entanto, as experiências observadas em países muito à frente do Brasil nesse quesito apontam para o aumento do poder da internet nas próximas campanhas. O pesquisador Marcelo Coutinho faz um alerta a quem tem pretensões políticas para 2008 ou 2010.
“Se você quer mobilizar os eleitores mais fiéis, tem que usar a internet. E comece a usar isso agora porque, à medida que a penetração for crescendo no conjunto da população, isso vai ganhar cada vez mais relevância”, aconselha.
O perfil dos eleitores que navegam na web para "militar" é o de pessoas que buscam mais informações para participar da vida política. Não são, necessariamente, filiados a partidos.
Coutinho esclarece que a tendência de aumento do poder da rede nas eleições dependerá, em primeiro lugar, do aumento do número de eleitores que têm acesso à web. No Brasil, esse percentual é de 25%, mas não é possível saber quantos eleitores dentro dessa parcela utilizaram a internet com essa finalidade. No Reino Unido, Suécia, Alemanha e Finlândia, o índice ultrapassa os 60%. E, nos Estados Unidos, chega a 86%.
O pesquisador destaca outros dois fatores que definirão o impacto da internet nas próximas campanhas. Um deles é a eficiência dos partidos em utilizar os recursos disponíveis na rede para mobilizar os eleitores.
Não se trata apenas de construir ambientes de fácil navegabilidade e visualmente atrativos, mas também de utilizar estratégias para captar votos e até mesmo recursos. “Em 2004, a campanha do John Kerry (democrata que concorreu à presidência dos EUA) arrecadou US$ 80 milhões pela web”, cita. Os Estados Unidos autorizam a arrecadação de doações por meio da internet, o que ainda não é permitido no Brasil.
O grau de interesse nas eleições também faz parte desse processo, mas, em princípio, não é possível ter controle sobre isso.Coutinho avalia que os resultados estáveis observados durante a campanha à presidência, nos quais Lula sempre figurava em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, desmotivaram os eleitores. A partir do segundo turno, quando a reeleição do presidente chegou a ficar ameaçada, a situação mudou um pouco, afirma o pesquisador.
Para inserir sua opinião, clique sobre a palavra "comentários", abaixo. Você tem a opção de assinar gratuitamente o blog e toda vez que postar seu comentário sua assinatura será imediata. Ou use a use a opção “anônimo”, porém assine ao final do texto para que possamos publicar o que você escreveu. Para enviar um e-mail clique aqui: lucianosiqueira@uol.com.br
No YouTube, vídeos sobre os candidatos tiveram centenas de milhares de acessos.
Leia também:Internet serviu para ridicularizar candidatos'Campanha negativa' na web é usada noutros países
Os dados, revelados pela pesquisa "Internet e Esfera Pública", do Centro de Altos Estudos de Propaganda e Marketing da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), mostram que, no Brasil, a influência da rede ainda é incipiente quando se trata de campanhas eleitorais, mas revelam que está mudando o modo como as pessoas participam de uma eleição e definem seus votos.
A pesquisa analisou blogs, sites de comunidades de Lula e Alckmin no Orkut e vídeos relacionados às eleições mais visualizados no YouTube. O estudo é dos pesquisadores Clóvis de Barros Filho, Marcelo Coutinho e Vladimir Safatle.
Como esse foi o primeiro levantamento realizado no país relacionando internet e eleições, ainda não é possível comparar o resultado com anos anteriores.
No entanto, as experiências observadas em países muito à frente do Brasil nesse quesito apontam para o aumento do poder da internet nas próximas campanhas. O pesquisador Marcelo Coutinho faz um alerta a quem tem pretensões políticas para 2008 ou 2010.
“Se você quer mobilizar os eleitores mais fiéis, tem que usar a internet. E comece a usar isso agora porque, à medida que a penetração for crescendo no conjunto da população, isso vai ganhar cada vez mais relevância”, aconselha.
O perfil dos eleitores que navegam na web para "militar" é o de pessoas que buscam mais informações para participar da vida política. Não são, necessariamente, filiados a partidos.
Coutinho esclarece que a tendência de aumento do poder da rede nas eleições dependerá, em primeiro lugar, do aumento do número de eleitores que têm acesso à web. No Brasil, esse percentual é de 25%, mas não é possível saber quantos eleitores dentro dessa parcela utilizaram a internet com essa finalidade. No Reino Unido, Suécia, Alemanha e Finlândia, o índice ultrapassa os 60%. E, nos Estados Unidos, chega a 86%.
O pesquisador destaca outros dois fatores que definirão o impacto da internet nas próximas campanhas. Um deles é a eficiência dos partidos em utilizar os recursos disponíveis na rede para mobilizar os eleitores.
Não se trata apenas de construir ambientes de fácil navegabilidade e visualmente atrativos, mas também de utilizar estratégias para captar votos e até mesmo recursos. “Em 2004, a campanha do John Kerry (democrata que concorreu à presidência dos EUA) arrecadou US$ 80 milhões pela web”, cita. Os Estados Unidos autorizam a arrecadação de doações por meio da internet, o que ainda não é permitido no Brasil.
O grau de interesse nas eleições também faz parte desse processo, mas, em princípio, não é possível ter controle sobre isso.Coutinho avalia que os resultados estáveis observados durante a campanha à presidência, nos quais Lula sempre figurava em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, desmotivaram os eleitores. A partir do segundo turno, quando a reeleição do presidente chegou a ficar ameaçada, a situação mudou um pouco, afirma o pesquisador.
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FHC não extrai lições da história
Na longa entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo deste domingo (24/12), véspera de Natal, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso volta a arrazoar sobre a atual situação política. FHC procura, em suas respostas, conceituar mais uma vez o fenômeno Luiz Inácio Lula da Silva, o novo mandato conquistado nas urnas, o papel do PT e a cizânia que grassa no seu próprio partido - o PSDB.
Os entrevistadores da Folha fazem, então, uma provocação, perguntando se ele considera a possibilidade de alguns petistas apresentarem a proposta de um novo mandato para outra reeleição. Ao que FHC considerou inviável no momento, aproveitando para dizer que esse tipo de tendência na América Latina não tem futuro.
Sobre a análise do primeiro mandato de Lula - que se encerra na semana que vem -, Fernando Henrique cria um novo conceito sócio-político-econômico: o da ''concertação por antagonismo''. É através dele que o ex-presidente procura negar que houve alterações importantes no sistema de distribuição de renda no Brasil.
Assim analisa Pedro de Oliveira, em artigo no Vermelho, quevocê pode ler, na íntegra, clicando aqui: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=11594
Os entrevistadores da Folha fazem, então, uma provocação, perguntando se ele considera a possibilidade de alguns petistas apresentarem a proposta de um novo mandato para outra reeleição. Ao que FHC considerou inviável no momento, aproveitando para dizer que esse tipo de tendência na América Latina não tem futuro.
Sobre a análise do primeiro mandato de Lula - que se encerra na semana que vem -, Fernando Henrique cria um novo conceito sócio-político-econômico: o da ''concertação por antagonismo''. É através dele que o ex-presidente procura negar que houve alterações importantes no sistema de distribuição de renda no Brasil.
Assim analisa Pedro de Oliveira, em artigo no Vermelho, quevocê pode ler, na íntegra, clicando aqui: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=11594
24 dezembro 2006
Boa tarde, Ivanildo Gonçalves Leite
Fome de Natal
Eu desejo
Um Natal com muita fome,
Não só aquela fome animal,
Mas a fome essencial
Que é a fome do querer.
Eu quero
Essa fome danada de amar,
Não só aquela de amor venerial,
Mas a de amor mais integral
Que é a busca do viver.
Eu desejo
Um Natal sem muitas luzes,
Para que da escuridão
Surja um sol em explosão
De um Natal em cada ser.
Eu quero
Um Natal de esfaimados,
Famintos de luz e de calor,
Com fome de prazer e de amor,
Um Natal, enfim, pra renascer.
(Enviado pelo amigo Paulo André Leitão).
História: 24 de dezembro de 1934
Começa a primeira greve da história dos Correios e Telégrafos, que atinge o Rio e São Paulo. (Vermelho www.vermelho.org.br).
Aldo no ''caminho correto''
No Vermelho: O jornalista Fernando Rodrigues escreve em sua coluna de hoje (23) do jornal Folha de S. Paulo que o presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) está agindo de forma correta ao buscar dar transparência para os gastos dos membros do legislativo.
Veja abaixo a íntegra do texto:
O caminho correto
Pode ser só promessa de candidato, mas o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, vai na direção correta ao considerar como solução para melhorar a crise de credibilidade do Congresso a radicalização da transparência dos atos de deputados e de senadores.
Aldo declarou ser favorável a colocar na internet cópia de todos os recibos de despesas apresentados pelos deputados mensalmente. Cada um deles pode gastar até R$ 15 mil por mês. É a verba indenizatória usada para pagar gasolina, telefone e outros itens. Muitos deputados apresentam notas fiscais frias para justificar os dispêndios.
É razoável o Estado bancar parte das despesas dos legisladores em suas bases eleitorais. Esse é o preço da democracia. O que é inadmissível é o mau uso do dinheiro recebido pelos políticos. Muitos apenas embolsam os R$ 15 mil como se fossem um benefício pessoal. Hoje, a Câmara já divulga mensalmente um resumo das despesas dos deputados. É muita coisa se comparado ao nada que faz o Senado -a Casa legislativa mais hermética do país.
Se conseguir cumprir sua promessa de colocar também na internet os fac-símiles das notas fiscais, Aldo Rebelo estará prestando um grande serviço ao avanço da recuperação da credibilidade da instituição mais importante da República, o Congresso Nacional. Servirá também de paradigma para o Senado e os outros Poderes.
Sobretudo para o Judiciário, uma verdadeira caixa-preta no que se refere a divulgar como executa o seu orçamento. Essa é discussão a ser feita em 2007. Não apenas quanto ganharão os integrantes do alto escalão da República, mas como administram o dinheiro público que recebem.
Fonte: Folha de S. Paulo
Veja abaixo a íntegra do texto:
O caminho correto
Pode ser só promessa de candidato, mas o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, vai na direção correta ao considerar como solução para melhorar a crise de credibilidade do Congresso a radicalização da transparência dos atos de deputados e de senadores.
Aldo declarou ser favorável a colocar na internet cópia de todos os recibos de despesas apresentados pelos deputados mensalmente. Cada um deles pode gastar até R$ 15 mil por mês. É a verba indenizatória usada para pagar gasolina, telefone e outros itens. Muitos deputados apresentam notas fiscais frias para justificar os dispêndios.
É razoável o Estado bancar parte das despesas dos legisladores em suas bases eleitorais. Esse é o preço da democracia. O que é inadmissível é o mau uso do dinheiro recebido pelos políticos. Muitos apenas embolsam os R$ 15 mil como se fossem um benefício pessoal. Hoje, a Câmara já divulga mensalmente um resumo das despesas dos deputados. É muita coisa se comparado ao nada que faz o Senado -a Casa legislativa mais hermética do país.
Se conseguir cumprir sua promessa de colocar também na internet os fac-símiles das notas fiscais, Aldo Rebelo estará prestando um grande serviço ao avanço da recuperação da credibilidade da instituição mais importante da República, o Congresso Nacional. Servirá também de paradigma para o Senado e os outros Poderes.
Sobretudo para o Judiciário, uma verdadeira caixa-preta no que se refere a divulgar como executa o seu orçamento. Essa é discussão a ser feita em 2007. Não apenas quanto ganharão os integrantes do alto escalão da República, mas como administram o dinheiro público que recebem.
Fonte: Folha de S. Paulo
23 dezembro 2006
Os e-mails também, amigo
O amigo Hermano também nos escreve a propósito da crônica Esperança, abre as asas sobre nós, que publicamos no Vermelho e está transcrita aqui no blog, compartilhando nosso sentimento de fraternidade nesse fim de ano. E pergunta:
- Você fala com tanto carinho de cartões de boas festas e bom Ano Novo, e os e-mails?
Claro, amigo, que os e-mails também os recebemos com o mesmo carinho. Os de congratulações, neste final de ano, e todos os outros que diariamente recebemos - e respondemos no ritmo que nossa vida atribulada e intensa permite.
Falar com as pessoas é o nosso alimento para a luta e para vida.
- Você fala com tanto carinho de cartões de boas festas e bom Ano Novo, e os e-mails?
Claro, amigo, que os e-mails também os recebemos com o mesmo carinho. Os de congratulações, neste final de ano, e todos os outros que diariamente recebemos - e respondemos no ritmo que nossa vida atribulada e intensa permite.
Falar com as pessoas é o nosso alimento para a luta e para vida.
Versos que inspiram
"As velas do Mucuripe/Vão sair para pescar/Vão levar as minhas mágoas/Pras águas fundas do mar" (Belchior e Fagner - Mucuripe).
Em balanço de 2006, CUT destaca conquistas e percalços
No Vermelho: O ano que termina entra para a história do País como um dos mais movimentados politicamente das últimas décadas. A CUT, seus sindicatos, os movimentos populares e sociais estiveram na linha de frente das principais batalhas.
Confira o balanço da CUT clicando aqui http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=11546
Confira o balanço da CUT clicando aqui http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=11546
Lições da vida política (3)
Se o fato é bom, cuide de assegurar a boa versão. Há sempre o risco da versão negativa superar a verdade do fato.
História: 23 de dezembro de 1637
O bandeirante Francisco Bueno arrasa a missão de Sta Tereza (hoje Cruz Alta, RS). Depois virão S. Carlos, Apostoles de Caasapaguaçu, Caapi, Candelária… (Vermelho www.vermelho.org.br).
Filosofia de pára-choques
"Na estrada da vida segue em frente quem tem coragem." (Em caminhão com placa de Caicó-RN).
Bom dia, Jaci Bezerra
Soletrando no escuro a tua voz
O amor, por vezes, causa dano
O amor, por vezes, causa dano
enquanto a noite acesa passa
deixando atrás o desengano
brisa que dorme e que se esgarça
ainda assim, dentro do inverno,
sempre abrasado amor eterno.
Na noite longa, quando passas,
é luminoso todo o inverno
e o coração que não se esgarça
mais do que luminoso, é terno.
Ramo de luz, meu desengano
foi te causar um dia dano.
É meu o luminoso inverno
e o passageiro desengano.
O teu rosto, dourado e terno,
acima paira desse dano,
pois tua mão serena esgarça
minha ternura quando passas.
Ao escutar meu desengano
deixas à margem, quando passas,
o lodo e o limo desse dano
que o vendaval do tempo esgarça
e traz, lavado pelo inverno,
um rastro de ternura eterno.
A tua voz doída esgarça
palavras no abrasado inverno,
doendo, inteira, quando passas
escondendo os teus olhos ternos.
Dói, meu amor, o desengano
que mágoa te causou, e dano.
Sinto que é longo e que é eterno
meu sofrimento quando passas
na correnteza desse inverno
que o vendaval do tempo esgarça,
por isso dói meu desengano
quando te causo mágoa e dano.
"Vivo porque sonho"
Recebido por e-mail, da amiga Aninha: Você como sempre brilhante, sobretudo no modo de olhar a vida e as pessoas. "Quando dezembro chegar" me fez lembrar uma das cenas que mais me comoveu há dois anos. Também no mês de dezembro, findando mais um ano letivo na Faculdade de Ciências Médicas onde leciono há quase 25anos, quando chegava ao Hospital Oswaldo Cruz, fui interceptada por uma carroça daquelas de catador de papel, conduzida por um esquálido "jovem" (nem mesmo sei se era jovem, de tão sofrido o corpo!), e entre os papelões que revestiam a tal carroça estava escrito em letras desalinhadas, porém legível, a seguinte expressão: "Vivo porque sonho". Para mim foi uma das maiores lições do ano: nem mesmo seria capaz de supor vida naquele corpo, menos ainda sonho. Senti-me inferior àquele homem. Embora a vida exigisse muito, eu não tinha o direito de perder a esperança.
22 dezembro 2006
Breve pausa que ninguém é de ferro
Desde a campanha, no primeiro e no segundo turno, esse amigo de você não teve ainda um dia de descanso. Chegou a hora de juntar livros e outras coisas e pegar a estrada, rumo a litoral sul.
E retornar apenas para a posse do governador Eduardo Campos.
Por uns poucos dias cumpriremos uma boa pauta com Miguel, de 1 ano e 2 meses, Pedro de 7 anos, e ainda Ian, Sofia, Theo e aderentes.
Se não for necessário vir ao Recife, pois há quem pense que a gente é de ferro.
E retornar apenas para a posse do governador Eduardo Campos.
Por uns poucos dias cumpriremos uma boa pauta com Miguel, de 1 ano e 2 meses, Pedro de 7 anos, e ainda Ian, Sofia, Theo e aderentes.
Se não for necessário vir ao Recife, pois há quem pense que a gente é de ferro.
História: 22 de dezembro de 1955
Estudos Sócio-Econômicos, do Dieese (1961)
Fundado o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e estudos Sócio-Econômicos). Terá destacado papel na contestação da política salarial da ditadura e, nos anos 80 e 90, na denúncia do desemprego e suas causas. (Vermelho www.vermelho.org.br).
Na CBN, agora pela manhã
Mais uma vez o nosso artigo no Blog do JC, “Fator de risco no governo Eduardo Campos”. O repórter Mário Neto deseja saber onde está o problema da composição do novo governo.
Não há problema, há uma opção soberana e legítima caro repórter. Mais: da parte que nos toca em do nosso partido, o PCdoB, o apoio à administração de Eduardo Campos independe do tamanho da participação dos comunistas na equipe de governo. Eduardo sabe disso. Foi nossa prática nos dois últimos governos de Miguel Arraes, tem sido no governo Lula e em todos os governos liderados por aliados.
Nossa expectativa é de que, ao cabo da montagem do governo, preenchidos os cargos do segundo escalão e outros, o desenho do novo governo estadual seja, sim, amplo e plural.
Para o bom êxito da gestão e para a consolidação da frente liderada pelo governador.
Não há problema, há uma opção soberana e legítima caro repórter. Mais: da parte que nos toca em do nosso partido, o PCdoB, o apoio à administração de Eduardo Campos independe do tamanho da participação dos comunistas na equipe de governo. Eduardo sabe disso. Foi nossa prática nos dois últimos governos de Miguel Arraes, tem sido no governo Lula e em todos os governos liderados por aliados.
Nossa expectativa é de que, ao cabo da montagem do governo, preenchidos os cargos do segundo escalão e outros, o desenho do novo governo estadual seja, sim, amplo e plural.
Para o bom êxito da gestão e para a consolidação da frente liderada pelo governador.
Aldo: teto único eliminará supersalários
No Vermelho: Em entrevista ao Portal G1, da Rede Globo, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) esclarece a polêmica criada pela mídia a respeito do aumento do subsídio dos parlamentares do Congresso Nacional. "A unificação do teto acabaria de vez com os salários acima do teto. Este é o debate que deve ser levado para a sociedade e que eu defendo", disse.
"Ao sustentar a posição da maioria dos parlamentares da Casa, ajo em sintonia com as prerrogativas que se esperam de um presidente de um Poder", observou, ao ser questionado sobre ser comunista e apoiar o aumento. Leia abaixo a íntegra da entrevista:
G1: Deputado, por que é impossível ao governo aumentar o salário mínimo para R$ 420,00 e é totalmente possível aumentar o salário dos ilustríssimos deputados para R$ 24 mil?
Aldo Rebelo - Qualquer salário comparado ao valor do mínimo revelará uma enorme discrepância. E isso, sim, se deve à extrema desigualdade social que marca a história do País. A discussão que tem que ser feita é sobre a definição de um valor para que o Presidente da República, os ministros do Supremo Tribunal Federal, deputados e senadores mantenham suas autonomias, com o devido equilíbrio entre os Poderes, condição essencial para o exercício pleno da democracia.
O subsídio de R$ 24,5 mil é o valor do teto do Poder Judiciário, que corresponde ao salário hoje do ministro do Supremo Tribunal Federal. Na semana passada, a decisão tomada por ampla maioria, pelos integrantes das Mesas Diretoras do Senado e da Câmara e pelos líderes dos partidos das duas Casas, revelou a intenção de adotar um critério definitivo para a discussão do salário dos parlamentares, o que levaria a uma saudável discussão pública a cada vez que os salários do Judiciário e do Legislativo fossem reajustados.
Os parlamentares também defenderam a necessidade de os três Poderes enfrentarem com firmeza a discussão sobre a regulamentação do teto dos salários dos servidores, que até hoje não foi feita. A falta da imposição real de um teto para os Três Poderes dá margem a uma série de distorções e aumento de gastos porque, na prática, muitos benefícios de diversas categorias ficam fora do teto. E, além disso, há muitas aposentadorias, todas pagas pelos cofres públicos que, acumuladas, ultrapassam o limite constitucional. A unificação do teto acabaria de vez com os salários acima do teto. Este é o debate que deve ser levado para a sociedade e que eu defendo porque cria regras definitivas e representaria uma economia real e maior para o orçamento público.
Não acha que cometeu suicídio político apoiando este golpe contra a população brasileira?
Cabe a quem preside uma instituição como é meu caso defender a decisão conjunta tomada por seus membros. Jamais fugirei às minhas atribuições de liderança do Poder que presido. Defendi a posição dos líderes da Câmara e coube a mim apresentar os cortes que arcariam com o reajuste nos subsídios porque defendo também que o gasto do dinheiro público deve ser sempre uma opção dos dirigentes entre prioridades.
Já que a decisão era pelo aumento, o orçamento da Câmara teria que comportar os gastos sem recursos extras. Neste ano de 2006, conseguimos fazer uma economia de R$ 130 milhões com a demissão de 1.183 servidores, corte de horas extras, extinção da verba de publicidade — origem aliás de denúncias de irregularidades que envolveram a Câmara no ano passado. Eu, juntamente com os deputados da Mesa Diretora, buscamos cuidar de cada centavo gasto pela Câmara e luto para que cada vez mais a Câmara e os outros poderes usem a transparência como critério primordial para o exercício de suas funções.
É de conhecimento de todos que o cargo de ministro do STF é o mais alto posto da carreira jurídica e exige além de Graduação Superior, passar por uma série de concursos públicos concorridíssimos, além de entrevistas e provas orais. Em resumo, é um profissional de altíssimo e comprovado gabarito, um dos melhores de toda uma área acadêmica. O senhor realmente acredita que um deputado, avaliando as competências e qualidades demonstradas, deva ganhar tanto quanto um ministro do STF? Isto não seria uma afronta a quem se dedica a uma carreira?
Gostaria de lembrar que o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal é uma indicação política. Não há concurso para ser ministro do STF. Há, inclusive, a possibilidade de que a indicação seja feita em favor de uma pessoa da iniciativa privada. Isso não significa, porém, demérito para os atuais ministros, os quais considero pessoas sérias, ilibadas e, sobretudo, graduadas para a importante missão que executam.
Em relação aos parlamentares, devo destacar que tanto deputados quanto senadores só assumem esta posição porque passam pela difícil prova da eleição, que os torna legítimos representantes do povo. Não considero, portanto, que os representantes do povo tenham menor importância do que possui o ministro do STF, até porque são os responsáveis por discutir com a sociedade e mudar leis fundamentais para o povo.
Ambos fazem parte de Poderes que, junto com o Executivo, são o sustentáculo da democracia. Mas garanto a vocês que nenhum poder é tão permeável à opinião do povo como é a Câmara dos Deputados, que tem suas sessões de plenário e comissões transmitidas ao vivo, com seus representantes em contato com a população a cada semana, prestando conta de seus mandatos. É isto que garante a tradução dos anseios do povo. Nestes últimos meses votamos leis importantíssimas para a população e que vão mudar a vida do país a longo prazo: aperfeiçoamos a proposta do Executivo e aprovamos a criação do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), a lei Geral das Microempresas (de iniciativa da Câmara), e a nova regulamentação do saneamento básico do país.
Como se justifica que um militante de um partido comunista defenda que deputados de um país miserável como o nosso aumentem seus próprios salários em 91% em cima de um valor que, para o padrão nacional já é alto? Como justificar tudo isso diante dos princípios que o seu partido defende?
Como já disse, não defendi a equiparação ao teto por ser minha posição. Tratou-se de uma decisão da ampla maioria dos integrantes das Mesas do Senado e da Câmara e dos líderes dos partidos das duas Casas.
É preciso deixar claro que ao sustentar a posição da maioria dos parlamentares da Casa — que o fiz, tanto com relação à decisão sobre a fixação do teto quanto com a definição tomada, na última quarta-feira, de retirar o assunto da pauta — ajo em sintonia com as prerrogativas que se esperam de um presidente de um Poder. É, dessa maneira, que se exercita a democracia, princípio este defendido, com ênfase, pelo meu partido.
Por que não realizaram a reunião para obter aumento de salários antes das eleições?
A falta de critério para a definição dos subsídios dos parlamentares é o motivo pelo qual a discussão sobre reajustes é sempre polêmica. A cada quatro anos os congressistas retomam o difícil debate sobre os subsídios dos parlamentares. E em todas as oportunidades, a instituição passa por um profundo desgaste junto à opinião pública, como o que estamos assistindo agora.
É, por isso, que defendo, de forma enfática, a regulamentação do teto para os servidores públicos, com critérios claros e transparentes, com discussão de toda a sociedade. Este critério deveria ser aplicado para discussão dos salários dos representantes de todos os poderes.
Para inserir sua opinião, clique sobre a palavra "comentários", abaixo. Você tem a opção de assinar gratuitamente o blog e toda vez que postar seu comentário sua assinatura será imediata. Ou use a use a opção “anônimo”, porém assine ao final do texto para que possamos publicar o que você escreveu. Para enviar um e-mail clique aqui: lucianosiqueira@uol.com.br
"Ao sustentar a posição da maioria dos parlamentares da Casa, ajo em sintonia com as prerrogativas que se esperam de um presidente de um Poder", observou, ao ser questionado sobre ser comunista e apoiar o aumento. Leia abaixo a íntegra da entrevista:
G1: Deputado, por que é impossível ao governo aumentar o salário mínimo para R$ 420,00 e é totalmente possível aumentar o salário dos ilustríssimos deputados para R$ 24 mil?
Aldo Rebelo - Qualquer salário comparado ao valor do mínimo revelará uma enorme discrepância. E isso, sim, se deve à extrema desigualdade social que marca a história do País. A discussão que tem que ser feita é sobre a definição de um valor para que o Presidente da República, os ministros do Supremo Tribunal Federal, deputados e senadores mantenham suas autonomias, com o devido equilíbrio entre os Poderes, condição essencial para o exercício pleno da democracia.
O subsídio de R$ 24,5 mil é o valor do teto do Poder Judiciário, que corresponde ao salário hoje do ministro do Supremo Tribunal Federal. Na semana passada, a decisão tomada por ampla maioria, pelos integrantes das Mesas Diretoras do Senado e da Câmara e pelos líderes dos partidos das duas Casas, revelou a intenção de adotar um critério definitivo para a discussão do salário dos parlamentares, o que levaria a uma saudável discussão pública a cada vez que os salários do Judiciário e do Legislativo fossem reajustados.
Os parlamentares também defenderam a necessidade de os três Poderes enfrentarem com firmeza a discussão sobre a regulamentação do teto dos salários dos servidores, que até hoje não foi feita. A falta da imposição real de um teto para os Três Poderes dá margem a uma série de distorções e aumento de gastos porque, na prática, muitos benefícios de diversas categorias ficam fora do teto. E, além disso, há muitas aposentadorias, todas pagas pelos cofres públicos que, acumuladas, ultrapassam o limite constitucional. A unificação do teto acabaria de vez com os salários acima do teto. Este é o debate que deve ser levado para a sociedade e que eu defendo porque cria regras definitivas e representaria uma economia real e maior para o orçamento público.
Não acha que cometeu suicídio político apoiando este golpe contra a população brasileira?
Cabe a quem preside uma instituição como é meu caso defender a decisão conjunta tomada por seus membros. Jamais fugirei às minhas atribuições de liderança do Poder que presido. Defendi a posição dos líderes da Câmara e coube a mim apresentar os cortes que arcariam com o reajuste nos subsídios porque defendo também que o gasto do dinheiro público deve ser sempre uma opção dos dirigentes entre prioridades.
Já que a decisão era pelo aumento, o orçamento da Câmara teria que comportar os gastos sem recursos extras. Neste ano de 2006, conseguimos fazer uma economia de R$ 130 milhões com a demissão de 1.183 servidores, corte de horas extras, extinção da verba de publicidade — origem aliás de denúncias de irregularidades que envolveram a Câmara no ano passado. Eu, juntamente com os deputados da Mesa Diretora, buscamos cuidar de cada centavo gasto pela Câmara e luto para que cada vez mais a Câmara e os outros poderes usem a transparência como critério primordial para o exercício de suas funções.
É de conhecimento de todos que o cargo de ministro do STF é o mais alto posto da carreira jurídica e exige além de Graduação Superior, passar por uma série de concursos públicos concorridíssimos, além de entrevistas e provas orais. Em resumo, é um profissional de altíssimo e comprovado gabarito, um dos melhores de toda uma área acadêmica. O senhor realmente acredita que um deputado, avaliando as competências e qualidades demonstradas, deva ganhar tanto quanto um ministro do STF? Isto não seria uma afronta a quem se dedica a uma carreira?
Gostaria de lembrar que o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal é uma indicação política. Não há concurso para ser ministro do STF. Há, inclusive, a possibilidade de que a indicação seja feita em favor de uma pessoa da iniciativa privada. Isso não significa, porém, demérito para os atuais ministros, os quais considero pessoas sérias, ilibadas e, sobretudo, graduadas para a importante missão que executam.
Em relação aos parlamentares, devo destacar que tanto deputados quanto senadores só assumem esta posição porque passam pela difícil prova da eleição, que os torna legítimos representantes do povo. Não considero, portanto, que os representantes do povo tenham menor importância do que possui o ministro do STF, até porque são os responsáveis por discutir com a sociedade e mudar leis fundamentais para o povo.
Ambos fazem parte de Poderes que, junto com o Executivo, são o sustentáculo da democracia. Mas garanto a vocês que nenhum poder é tão permeável à opinião do povo como é a Câmara dos Deputados, que tem suas sessões de plenário e comissões transmitidas ao vivo, com seus representantes em contato com a população a cada semana, prestando conta de seus mandatos. É isto que garante a tradução dos anseios do povo. Nestes últimos meses votamos leis importantíssimas para a população e que vão mudar a vida do país a longo prazo: aperfeiçoamos a proposta do Executivo e aprovamos a criação do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), a lei Geral das Microempresas (de iniciativa da Câmara), e a nova regulamentação do saneamento básico do país.
Como se justifica que um militante de um partido comunista defenda que deputados de um país miserável como o nosso aumentem seus próprios salários em 91% em cima de um valor que, para o padrão nacional já é alto? Como justificar tudo isso diante dos princípios que o seu partido defende?
Como já disse, não defendi a equiparação ao teto por ser minha posição. Tratou-se de uma decisão da ampla maioria dos integrantes das Mesas do Senado e da Câmara e dos líderes dos partidos das duas Casas.
É preciso deixar claro que ao sustentar a posição da maioria dos parlamentares da Casa — que o fiz, tanto com relação à decisão sobre a fixação do teto quanto com a definição tomada, na última quarta-feira, de retirar o assunto da pauta — ajo em sintonia com as prerrogativas que se esperam de um presidente de um Poder. É, dessa maneira, que se exercita a democracia, princípio este defendido, com ênfase, pelo meu partido.
Por que não realizaram a reunião para obter aumento de salários antes das eleições?
A falta de critério para a definição dos subsídios dos parlamentares é o motivo pelo qual a discussão sobre reajustes é sempre polêmica. A cada quatro anos os congressistas retomam o difícil debate sobre os subsídios dos parlamentares. E em todas as oportunidades, a instituição passa por um profundo desgaste junto à opinião pública, como o que estamos assistindo agora.
É, por isso, que defendo, de forma enfática, a regulamentação do teto para os servidores públicos, com critérios claros e transparentes, com discussão de toda a sociedade. Este critério deveria ser aplicado para discussão dos salários dos representantes de todos os poderes.
Para inserir sua opinião, clique sobre a palavra "comentários", abaixo. Você tem a opção de assinar gratuitamente o blog e toda vez que postar seu comentário sua assinatura será imediata. Ou use a use a opção “anônimo”, porém assine ao final do texto para que possamos publicar o que você escreveu. Para enviar um e-mail clique aqui: lucianosiqueira@uol.com.br
Festas do povo
Recebido por e-mail, do amigo Cyl: Não lhe escrevo porque você é vice-Prefeito, fato que já merecia todo o meu respeito, especialmente quando lutei para que isso acontecesse. Escrevo-lhe porque você é o Luciano Siqueira, líder sólido e definido de um grupo que jamais deu o braço a torcer para essa burguesia venal. Concordo plenamente que o Natal, o Ano Novo, o SãoJoão, o Carnaval são festas do povo, pelo povo e para o povo. Se há distorções, é problema de quem as distorce, não nosso. É fundamental estar no meio do povo, ser povo, ter a alma do povo, viver povo.
Bom dia, Ariano Suassuna
A mulher e o reino
Oh! Romã do pomar, relva esmeralda
Olhos de ouro e azul, minha alazã
Ária em forma de sol, fruto de prata
Meu chão, meu anel , cor do amanhã
Oh! Meu sangue, meu sono e dor, coragem
Meu candeeiro aceso da miragem
Meu mito e meu poder, minha mulher
Dizem que tudo passa e o tempo duro
tudo esfarela
O sangue há de morrer
Mas quando a luz me diz que esse ouro puro se acaba pôr finar e corromper]
Meu sangue ferve contra a vã razão
E há de pulsar o amor na escuridão
Pela transparência, contra a hipocrisia
No Vermelho: Renato Rabelo, presidente do PCdoB, esclarece a opinião dos comunistas sobre a polêmica criada pelo reajuste dos salários dos parlamentares. Também defende a gestão moralizadora da mesa, presidida pelo deputado Aldo Rebelo, considera legítimos os protestos dos movimentos populares e defende o Congresso Nacional dos ataques desferidos pela mídia.
O reajuste dos salários dos parlamentares do Congresso Nacional, cujo desfecho na noite de ontem (20/12) adia sua resolução para a próxima legislatura que se inicia em fevereiro do próximo ano, tem gerado intenso debate e aguda luta política. De um lado, se manifestam reações legítimas de movimentos e entidades populares que ante os baixos salários do povo e das resistências que sempre se erguem para se efetivar o aumento real do salário mínimo emitem seus protestos. De outro, uma vez mais, o conservadorismo e setores da mídia turvam as águas com a manipulação dos fatos e dirigem seu poderio corrosivo contra o Congresso Nacional, que é uma das pilastras do sistema democrático. Entram em cena também segmentos políticos falsamente moralistas que buscam dividendos por meios oportunistas.
É certo que o Congresso Nacional reflete as distorções e as mazelas de um país de formação capitalista dependente como o nosso, com sua história própria, cheio de desigualdades. É um dever, portanto, das forças progressistas atuarem para qualificar as instituições da República no sentido de desvencilhá-las dessas distorções antidemocráticas. A gestão da atual mesa diretora da Câmara dos Deputados, presidida por Aldo Rebelo, tem procurado resgatar a credibilidade da casa. Ele, em curto espaço de tempo, adotou um conjunto de medidas cuja essência moralizadora fala por si: fim da remuneração extra para as convocações extraordinárias; fim do voto secreto; proibição de contratação de parentes de deputados em cargos de confiança da Câmara; redução do recesso parlamentar de 90 para 55 dias e demissão de 1143 ocupantes de cargos de natureza especial (CNE), com a posterior extinção desses cargos.
Como as águas estão turvas, não é fácil enxergar, mas temos a opinião de que o sentido da proposta inicial apresentada pelas mesas das duas casas do Congresso Nacional de equiparar a remuneração dos integrantes do Legislativo com a remuneração dos ministros do STF é de dar transparência aos salários dos parlamentares, definindo critério explicito e separando-o dos expedientes dos salários paralelos auferidos. É claro que a proposta como veio – a equiparação de uma só vez, com o aumento de 91% - dificultou o entendimento de seu significado e abriu o flanco para as manipulações de setores da mídia e do conservadorismo. Por isso que em nota pública, a Comissão Política Nacional do PCdoB, sublinhou sua opinião de que embora considere correto a equiparação em torno de um teto estabelecido para todos os poderes, o partido julga que ela deva se efetivar por etapas e não de uma vez só como foi originalmente proposta.
Defendemos essa opinião porque os comunistas se opõem à hipocrisia e defendem que o povo não pode ser enganado e deve saber com transparência quanto recebem os seus representantes no Legislativo. Atualmente, há um faz de conta. Ao povo se diz que o parlamentar nominalmente ganha tanto, mas o presente debate escancarou que além do ganho nominal há vários penduricalhos, como exemplo o 14º e o 15º salários, além da chamada verba indenizatória.
A gestão do presidente da Câmara, Aldo Rebelo, conforme já citamos, havia adotado uma série de medidas moralizantes para cortar, digamos assim, “essa porção de galhos ocultos” dos salários, como o pagamento das convocações extraordinárias, para citar apenas um exemplo. Ao defender a equiparação, ele propôs acabar com esses tais 14º e 15º salários e quanto à verba indenizatória, no mínimo, que sobre ela venha recair medidas saneadoras e de controle como a publicação obrigatória na Internet de sua utilização pelos gabinetes parlamentares.
Sinceramente, não vi por parte de nenhum moralizador gritaria contra esses “galhos ocultos” que escondem do povo a remuneração verdadeira dos parlamentares e a defesa das medidas saneadoras que já vinham sendo tomadas. E isso, não tem outro nome senão hipocrisia.
O PCdoB é partidário da verdade e da transparência sobretudo na gestão dos bens públicos. Que os salários, não apenas dos parlamentares, mas de todos os ocupantes de funções do Estado brasileiro, tenham um teto explicito para eliminar os super-salários e venham à luz tal e qual são, sem maquiagens, sem penduricalhos e condizentes com a carreira e suas responsabilidades.
Por fim, quero ressaltar o que afirmamos no topo desse texto: a legitimidade e a “justa ira” com as quais lideranças e entidades do povo se manifestaram ao longo desse debate. Não se pode ante o sofrimento de nossa gente aceitar medidas que aumente o fosso da desigualdade social. Mas, não podemos nos curvar às manipulações. O PCdoB por suas responsabilidades tem que opinar sobre os salários dos parlamentares. Contudo, sem falsa modéstia, mas com autoridade histórica de 85 anos, proclamamos que o nosso interesse, nosso compromisso maior é com a luta pelos direitos dos trabalhadores e da geração de condições para o aumento real dos seus salários, sobretudo do salário mínimo.
Renato Rabelo é o presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
O reajuste dos salários dos parlamentares do Congresso Nacional, cujo desfecho na noite de ontem (20/12) adia sua resolução para a próxima legislatura que se inicia em fevereiro do próximo ano, tem gerado intenso debate e aguda luta política. De um lado, se manifestam reações legítimas de movimentos e entidades populares que ante os baixos salários do povo e das resistências que sempre se erguem para se efetivar o aumento real do salário mínimo emitem seus protestos. De outro, uma vez mais, o conservadorismo e setores da mídia turvam as águas com a manipulação dos fatos e dirigem seu poderio corrosivo contra o Congresso Nacional, que é uma das pilastras do sistema democrático. Entram em cena também segmentos políticos falsamente moralistas que buscam dividendos por meios oportunistas.
É certo que o Congresso Nacional reflete as distorções e as mazelas de um país de formação capitalista dependente como o nosso, com sua história própria, cheio de desigualdades. É um dever, portanto, das forças progressistas atuarem para qualificar as instituições da República no sentido de desvencilhá-las dessas distorções antidemocráticas. A gestão da atual mesa diretora da Câmara dos Deputados, presidida por Aldo Rebelo, tem procurado resgatar a credibilidade da casa. Ele, em curto espaço de tempo, adotou um conjunto de medidas cuja essência moralizadora fala por si: fim da remuneração extra para as convocações extraordinárias; fim do voto secreto; proibição de contratação de parentes de deputados em cargos de confiança da Câmara; redução do recesso parlamentar de 90 para 55 dias e demissão de 1143 ocupantes de cargos de natureza especial (CNE), com a posterior extinção desses cargos.
Como as águas estão turvas, não é fácil enxergar, mas temos a opinião de que o sentido da proposta inicial apresentada pelas mesas das duas casas do Congresso Nacional de equiparar a remuneração dos integrantes do Legislativo com a remuneração dos ministros do STF é de dar transparência aos salários dos parlamentares, definindo critério explicito e separando-o dos expedientes dos salários paralelos auferidos. É claro que a proposta como veio – a equiparação de uma só vez, com o aumento de 91% - dificultou o entendimento de seu significado e abriu o flanco para as manipulações de setores da mídia e do conservadorismo. Por isso que em nota pública, a Comissão Política Nacional do PCdoB, sublinhou sua opinião de que embora considere correto a equiparação em torno de um teto estabelecido para todos os poderes, o partido julga que ela deva se efetivar por etapas e não de uma vez só como foi originalmente proposta.
Defendemos essa opinião porque os comunistas se opõem à hipocrisia e defendem que o povo não pode ser enganado e deve saber com transparência quanto recebem os seus representantes no Legislativo. Atualmente, há um faz de conta. Ao povo se diz que o parlamentar nominalmente ganha tanto, mas o presente debate escancarou que além do ganho nominal há vários penduricalhos, como exemplo o 14º e o 15º salários, além da chamada verba indenizatória.
A gestão do presidente da Câmara, Aldo Rebelo, conforme já citamos, havia adotado uma série de medidas moralizantes para cortar, digamos assim, “essa porção de galhos ocultos” dos salários, como o pagamento das convocações extraordinárias, para citar apenas um exemplo. Ao defender a equiparação, ele propôs acabar com esses tais 14º e 15º salários e quanto à verba indenizatória, no mínimo, que sobre ela venha recair medidas saneadoras e de controle como a publicação obrigatória na Internet de sua utilização pelos gabinetes parlamentares.
Sinceramente, não vi por parte de nenhum moralizador gritaria contra esses “galhos ocultos” que escondem do povo a remuneração verdadeira dos parlamentares e a defesa das medidas saneadoras que já vinham sendo tomadas. E isso, não tem outro nome senão hipocrisia.
O PCdoB é partidário da verdade e da transparência sobretudo na gestão dos bens públicos. Que os salários, não apenas dos parlamentares, mas de todos os ocupantes de funções do Estado brasileiro, tenham um teto explicito para eliminar os super-salários e venham à luz tal e qual são, sem maquiagens, sem penduricalhos e condizentes com a carreira e suas responsabilidades.
Por fim, quero ressaltar o que afirmamos no topo desse texto: a legitimidade e a “justa ira” com as quais lideranças e entidades do povo se manifestaram ao longo desse debate. Não se pode ante o sofrimento de nossa gente aceitar medidas que aumente o fosso da desigualdade social. Mas, não podemos nos curvar às manipulações. O PCdoB por suas responsabilidades tem que opinar sobre os salários dos parlamentares. Contudo, sem falsa modéstia, mas com autoridade histórica de 85 anos, proclamamos que o nosso interesse, nosso compromisso maior é com a luta pelos direitos dos trabalhadores e da geração de condições para o aumento real dos seus salários, sobretudo do salário mínimo.
Renato Rabelo é o presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
21 dezembro 2006
Aldo vai a Lula e oficializa sua candidatura à reeleição
No Vermelho: O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), informou oficialmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro nesta quinta (21), que é candidato à reeleição. A informação é de parlamentares da base governista que o apóiam.
História: 21 de dezembro de 1889
Caricatura ironiza o "voto póstumo" (de defuntos) na República Velha
Marcada a primeira eleição da República (15/9/1890) e a instalação (15/11) da Constituinte. (Vermelho www.vermelho.org.br).
Boa tarde, Jorge de Lima
Soneto
Este poema de amor não é lamento
nem tristeza distante, nem saudade,
nem queixume traído nem o lento
perpassar da paixão ou pranto que há de
transforma-se em dorido pensamento,
em tortura querida ou em piedade
ou simplesmente em mito, doce invento,
e exaltada visão da adversidade.
É a memória ondulante da mais pura
e doce face (intérmina e tranqüila)
da eterna bem amada que eu procuro;
mas tão real, tão presente criatura
que é preciso não vê-la nem possuí-la
mas procurá-la nesse vale obscuro.
Tratamento jornalístico correto
A matéria intitulada Luciano Siqueira faz alerta sobre o secretariado, no Jornal do Commercio de hoje, trata com o devido cuidado o artigo de nossa autoria, publicado ontem no Blog do JC (transcrito aqui embaixo, em nosso blog). Sem tirar nem por. Registrando apenas a nossa opinião, sem esticar o assunto.
Ótimo. Pois no artigo procuramos tão somente fazer a análise do fato, na condição de articulista do blog. Ele não se insere nas conversações entre o PCdoB e o governador eleito Eduardo Campos.
Ótimo. Pois no artigo procuramos tão somente fazer a análise do fato, na condição de articulista do blog. Ele não se insere nas conversações entre o PCdoB e o governador eleito Eduardo Campos.
Nossa coluna semanal no Vermelho: "Esperança, abre as asas sobre nós"
Sobre a nossa mesa de trabalho vão se avolumando mensagens alusivas ao Natal e à passagem de ano. Algumas são meramente formais, enviadas por autoridades que se sentem no dever institucional de cumprimentar o vice-prefeito da cidade. A maioria – e são muitas – traduz atenção, amizade, solidariedade. São recebidas como um afago.
Há companheiros que ainda resistem ao clima festivo e fraternal desses dias. Suspeitam que tudo não passa de exploração em favor das vendas no comércio, coisa do capitalismo! Ou, pior ainda, imaginam que a condição de revolucionário os exime de compartilhar com o nosso povo sentimentos que consideram efêmeros e superficiais. Podem até ser, para muita gente, superficiais e efêmeros. Mas quando afloram fazem bem à alma.
Enviar e receber cartões é um velho e prazeroso hábito cultivado em nossa família. Daqui não sai um cartão sequer que não seja assinado de próprio punho, sem que por um minuto que seja não venha à mente a recordação de algo vivido e compartilhado com o destinatário ou destinatária. Porque - e esse é outro detalhe - não vale o uso indiscriminado de listas de endereços, a mala-direta tipo “arrastão”, que não raro constrange ao desconhecido que recebe a correspondência. De jeito nenhum. Nossos cartões são destinados a pessoas com as quais mantivemos algum contato, inclusive do lado oposto na luta política.
Pois bem, Natal e Ano Novo são sempre um momento agradável. Ainda quando, no íntimo, tenham se acumulado frustrações, sonhos interrompidos ou adiados. Porque o que mais importa é o sonho curtido coletivamente, que faz da existência antes de tudo um prazer, uma permanente reinvenção da esperança.
Você há de concordar, mesmo se lhe ocorrer que as coisas não andam a contento no plano pessoal, que há motivos, sim, para otimismo e alegria nesses dias terminais de dezembro de 2006. O povo brasileiro venceu as eleições de outubro. Descortina-se no horizonte a demarragem da economia com melhor distribuição de renda e ampliação das oportunidades de trabalho. Os rumos do país são postos no centro do debate – e mais e mais gente quer tomar parte nas discussões. A unidade dos que desejam mudar tende a se fortalecer, o entusiasmo e a autoconfiança do povo também.
Pode um combatente da causa da liberdade e da fartura se sentir infeliz num momento como esse? Claro que não. Então aceite um abraço afetuoso, tenha ótimas festas e inicie 2007 deixando que a esperança abra as asas sobre nós.
Há companheiros que ainda resistem ao clima festivo e fraternal desses dias. Suspeitam que tudo não passa de exploração em favor das vendas no comércio, coisa do capitalismo! Ou, pior ainda, imaginam que a condição de revolucionário os exime de compartilhar com o nosso povo sentimentos que consideram efêmeros e superficiais. Podem até ser, para muita gente, superficiais e efêmeros. Mas quando afloram fazem bem à alma.
Enviar e receber cartões é um velho e prazeroso hábito cultivado em nossa família. Daqui não sai um cartão sequer que não seja assinado de próprio punho, sem que por um minuto que seja não venha à mente a recordação de algo vivido e compartilhado com o destinatário ou destinatária. Porque - e esse é outro detalhe - não vale o uso indiscriminado de listas de endereços, a mala-direta tipo “arrastão”, que não raro constrange ao desconhecido que recebe a correspondência. De jeito nenhum. Nossos cartões são destinados a pessoas com as quais mantivemos algum contato, inclusive do lado oposto na luta política.
Pois bem, Natal e Ano Novo são sempre um momento agradável. Ainda quando, no íntimo, tenham se acumulado frustrações, sonhos interrompidos ou adiados. Porque o que mais importa é o sonho curtido coletivamente, que faz da existência antes de tudo um prazer, uma permanente reinvenção da esperança.
Você há de concordar, mesmo se lhe ocorrer que as coisas não andam a contento no plano pessoal, que há motivos, sim, para otimismo e alegria nesses dias terminais de dezembro de 2006. O povo brasileiro venceu as eleições de outubro. Descortina-se no horizonte a demarragem da economia com melhor distribuição de renda e ampliação das oportunidades de trabalho. Os rumos do país são postos no centro do debate – e mais e mais gente quer tomar parte nas discussões. A unidade dos que desejam mudar tende a se fortalecer, o entusiasmo e a autoconfiança do povo também.
Pode um combatente da causa da liberdade e da fartura se sentir infeliz num momento como esse? Claro que não. Então aceite um abraço afetuoso, tenha ótimas festas e inicie 2007 deixando que a esperança abra as asas sobre nós.
20 dezembro 2006
História: 20 de dezembro de 1963
Selo de campanha liderada pela Contag
Fundação da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), no bojo do primeiro ascenso das lutas pela reforma agrária. O primeiro presidente é Lindolfo Silva. (Vermelho www.vermelho.org.br).
Nosso artigo semanal no Blog do JC: Fator de risco no futuro governo Eduardo Campos
Por Luciano Siqueira -Vice-prefeito do Recife
A análise não deve ser tomada necessariamente como uma crítica, pois parte de uma constatação praticamente unânime – que o autor dessas linhas não pode fugir de comentar, em respeito ao compromisso assumido perante os leitores desde que aceitou opinar neste espaço, semanalmente.
O primeiro escalão do futuro governo Eduardo Campos é evidentemente ocupado, em tudo o que há de essencial, por integrantes do PSB, o partido do governador, e por quadros a ele diretamente ligados. A nova secretaria das Cidades, a ser conduzida pelo ex-ministro Humberto Costa, do PT, não chega a ser considerada parte da espinha dorsal do governo, ainda que tenha certa importância. O mesmo deve ser dito dos demais cargos para os quais foram escolhidos quadros de outros partidos.
Certo ou errado? Depende. Nenhum governante é obrigado a compartilhar de maneira mais ou menos equânime as responsabilidades que o povo lhe conferiu através do voto com as forças que participaram da campanha. Importa, sim, em última instância, que os compromissos assumidos perante a população sejam satisfatoriamente cumpridos, que a administração produza resultados consistentes.
O primeiro governo Lula, que agora finda, por exemplo, quase monoliticamente petista, alcançou êxito no aspecto administrativo.
Nesse sentido, o secretariado anunciado por Eduardo exibe qualidades técnicas e experiência acumulada que, aliadas à inegável capacidade realizadora do governador, estimulam expectativas positivas.
O outro ponto de vista é o da política propriamente dita. Todos os partidos que marcharam juntos no primeiro e no segundo turno do último pleito - do PTB ao PCdoB, passando pelo PR e pelo PT, entre outros -, apóiam o governo independentemente do tamanho da participação de cada um no primeiro escalão. Entretanto, quando demandas complexas e contraditórias, inerentes à administração ou oriundas da sociedade, interferirem de maneira crítica no curso dos acontecimentos, dando margem a estocadas da oposição, essas forças serão chamadas a se apresentarem unidas e coesas. Unidade e coesão, nesses casos, costumam refletir amplitude e pluralidade; e escasseiam quando os governos têm composição estreita. Vide, novamente, o exemplo do primeiro mandato de Lula.
Isto posto, a opção feita por Eduardo Campos, concentrando excessivamente os postos de mando nas mãos de uma única corrente partidária, pode não vir a comprometer o desempenho administrativo do governo, porém politicamente se constituirá num fator de risco em momentos difíceis.
A análise não deve ser tomada necessariamente como uma crítica, pois parte de uma constatação praticamente unânime – que o autor dessas linhas não pode fugir de comentar, em respeito ao compromisso assumido perante os leitores desde que aceitou opinar neste espaço, semanalmente.
O primeiro escalão do futuro governo Eduardo Campos é evidentemente ocupado, em tudo o que há de essencial, por integrantes do PSB, o partido do governador, e por quadros a ele diretamente ligados. A nova secretaria das Cidades, a ser conduzida pelo ex-ministro Humberto Costa, do PT, não chega a ser considerada parte da espinha dorsal do governo, ainda que tenha certa importância. O mesmo deve ser dito dos demais cargos para os quais foram escolhidos quadros de outros partidos.
Certo ou errado? Depende. Nenhum governante é obrigado a compartilhar de maneira mais ou menos equânime as responsabilidades que o povo lhe conferiu através do voto com as forças que participaram da campanha. Importa, sim, em última instância, que os compromissos assumidos perante a população sejam satisfatoriamente cumpridos, que a administração produza resultados consistentes.
O primeiro governo Lula, que agora finda, por exemplo, quase monoliticamente petista, alcançou êxito no aspecto administrativo.
Nesse sentido, o secretariado anunciado por Eduardo exibe qualidades técnicas e experiência acumulada que, aliadas à inegável capacidade realizadora do governador, estimulam expectativas positivas.
O outro ponto de vista é o da política propriamente dita. Todos os partidos que marcharam juntos no primeiro e no segundo turno do último pleito - do PTB ao PCdoB, passando pelo PR e pelo PT, entre outros -, apóiam o governo independentemente do tamanho da participação de cada um no primeiro escalão. Entretanto, quando demandas complexas e contraditórias, inerentes à administração ou oriundas da sociedade, interferirem de maneira crítica no curso dos acontecimentos, dando margem a estocadas da oposição, essas forças serão chamadas a se apresentarem unidas e coesas. Unidade e coesão, nesses casos, costumam refletir amplitude e pluralidade; e escasseiam quando os governos têm composição estreita. Vide, novamente, o exemplo do primeiro mandato de Lula.
Isto posto, a opção feita por Eduardo Campos, concentrando excessivamente os postos de mando nas mãos de uma única corrente partidária, pode não vir a comprometer o desempenho administrativo do governo, porém politicamente se constituirá num fator de risco em momentos difíceis.
Bom dia, Cida Pedrosa
Geração
vivíamos no intestino do recife
e o capibaribe
era um prato de sonhos
onde digeríamos versos
vai longe o tempo
em que fuzis e baionetas
poderia ser canto
enternecido e libre
geração ácida
que diluía a alma em álcool
e fazia da redoma o copo
com certeza senhores
vai longe, muito longe, o tempo
em que tiramos o papel do limbo
e cravamos o punhal no branco
Em nota, PCdoB propõe reajuste por etapas e critica ataques ao Congresso
No Vermelho: Em nota divulgada na tarde desta terça-feira (19), a Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil comenta a ''celeuma'' provocada pela decisão conjunta das mesas diretoras da Câmara e do Senado de equiparar a remuneração dos parlamentares aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
Diante desta questão e com a possibilidade do assunto voltar a ser alvo de deliberação no Congresso, o PCdoB defende que os parlamentares busquem a justa equiparação do salário ''por etapas e com prazos delimitados''.
Diante desta questão e com a possibilidade do assunto voltar a ser alvo de deliberação no Congresso, o PCdoB defende que os parlamentares busquem a justa equiparação do salário ''por etapas e com prazos delimitados''.
Veja a nota na íntegra:
As mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, após consultar as lideranças partidárias das duas casas, tomaram por unanimidade a decisão de regulamentar o Decreto Legislativo 444, de 2002, que havia fixado a equiparação dos salários de deputados e senadores ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Todavia, no dia 19, o plenário do Supremo, por maioria, considerou o referido decreto revogado o que exige uma nova decisão das duas casas.
Esta questão provocou reações legítimas de entidades e movimentos populares em função do baixo salário dos trabalhadores e das resistências que se colocam para o aumento real do salário mínimo. Por outro lado, também, motivou uma corrosiva investida de setores da mídia e do conservadorismo contra o Congresso Nacional que é um dos principais alicerces do sistema democrático, além de ataques oportunistas de segmentos políticos falsamente moralistas.
O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, tem sido também alvo de ataques com o nítido objetivo de que seja ocultado da opinião pública um conjunto de medidas moralizantes adotadas pela mesa presidida por Aldo cujo efeito para recuperar a autoridade do Legislativo Federal fala por si: fim da remuneração extra para as convocações extraordinárias; fim do voto secreto; proibição de contratação de parentes de deputados em cargos de confiança da Câmara; redução do recesso parlamentar de 90 para 55 dias; e demissão de 1143 ocupantes de cargos de natureza especial (CNE). Além dessas medidas, Aldo propõe acabar com os chamados 14º e 15º salários dos parlamentares e que efetivamente vigore o teto salarial para os Três Poderes, para que de vez sejam extintos os “supersalários”.
Diante da celeuma provocada e da luta política na qual está envolta a presente decisão das mesas das duas casas do Congresso, a Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil, PCdoB, apresenta a seguinte posição:
1) Considerando que a Constituição Federal já prevê um teto único para os Três Poderes, a equiparação entre a remuneração do Poder Legislativo e do Poder Judiciário é um passo justo que dará mais transparência aos salários dos parlamentares. 2) Opina que o alcance do teto do Judiciário por parte do Poder Legislativo, isto é a equiparação da remuneração, pode se efetivar com uma outra dinâmica, por etapas e com prazos delimitados. 3) Finalmente, o PCdoB reafirma sua luta histórica pelo aumento real do salário mínimo e em prol dos direitos gerais dos trabalhadores.
São Paulo, 19 de dezembro de 2006Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
Esta questão provocou reações legítimas de entidades e movimentos populares em função do baixo salário dos trabalhadores e das resistências que se colocam para o aumento real do salário mínimo. Por outro lado, também, motivou uma corrosiva investida de setores da mídia e do conservadorismo contra o Congresso Nacional que é um dos principais alicerces do sistema democrático, além de ataques oportunistas de segmentos políticos falsamente moralistas.
O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, tem sido também alvo de ataques com o nítido objetivo de que seja ocultado da opinião pública um conjunto de medidas moralizantes adotadas pela mesa presidida por Aldo cujo efeito para recuperar a autoridade do Legislativo Federal fala por si: fim da remuneração extra para as convocações extraordinárias; fim do voto secreto; proibição de contratação de parentes de deputados em cargos de confiança da Câmara; redução do recesso parlamentar de 90 para 55 dias; e demissão de 1143 ocupantes de cargos de natureza especial (CNE). Além dessas medidas, Aldo propõe acabar com os chamados 14º e 15º salários dos parlamentares e que efetivamente vigore o teto salarial para os Três Poderes, para que de vez sejam extintos os “supersalários”.
Diante da celeuma provocada e da luta política na qual está envolta a presente decisão das mesas das duas casas do Congresso, a Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil, PCdoB, apresenta a seguinte posição:
1) Considerando que a Constituição Federal já prevê um teto único para os Três Poderes, a equiparação entre a remuneração do Poder Legislativo e do Poder Judiciário é um passo justo que dará mais transparência aos salários dos parlamentares. 2) Opina que o alcance do teto do Judiciário por parte do Poder Legislativo, isto é a equiparação da remuneração, pode se efetivar com uma outra dinâmica, por etapas e com prazos delimitados. 3) Finalmente, o PCdoB reafirma sua luta histórica pelo aumento real do salário mínimo e em prol dos direitos gerais dos trabalhadores.
São Paulo, 19 de dezembro de 2006Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
Visão rasteira
Imaginar que seja apenas o Bolsa Família, ou principalmente esse programa (como sugerem alguns "analistas"), a razão dos índices de aprovação recordes do governo Lula é desconhecer o conjunto da obra de governo.
E a natureza da polarização que se estabeleceu, desta vez bem mais clara aos olhos da população, entre a elite que concentra a produção, a renda e riqueza versus o povo sequioso de mudanças que alterem suas condições de existência.
E a natureza da polarização que se estabeleceu, desta vez bem mais clara aos olhos da população, entre a elite que concentra a produção, a renda e riqueza versus o povo sequioso de mudanças que alterem suas condições de existência.
Versos que inspiram leveza
"Quando o fevereiro chegar/Saudade já não mata a gente/A chama continua/No ar, o fogo vai deixar semente" (Geraldo Azevedo/Fausto Nilo - Chorando e cantando).
19 dezembro 2006
O clima e o crédito
Os dados são do Serasa. As vendas do comércio aumentaram 6,4% na semana de 11 a 17 de dezembro em relação ao mesmo período do ano passado.
As pessoas podem comprar hoje mais do que podiam há um ano.
A ampliação do emprego com carteira assinada, a queda dos juros e co controle da inflação, a elevação do valor real do salário mínimo, a recuperação da renda num certo nível, a maior oferta de crédito – eis os fatores que contribuem para a expansão das vendas do varejo neste fim de ano.
Em resumo, há clima de otimismo e um maior acesso ao crédito.
As pessoas podem comprar hoje mais do que podiam há um ano.
A ampliação do emprego com carteira assinada, a queda dos juros e co controle da inflação, a elevação do valor real do salário mínimo, a recuperação da renda num certo nível, a maior oferta de crédito – eis os fatores que contribuem para a expansão das vendas do varejo neste fim de ano.
Em resumo, há clima de otimismo e um maior acesso ao crédito.
Lula sem "salto alto"
“Salto alto” é uma expressão oriunda do futebol, tomada de empréstimo pelo jargão político. Quer dizer presunção, soberba. Quando o presidente Lula declara que não pretende “calçar salto alto” em razão dos elevados índices de aprovação alcançados pelo seu governo nas últimas pesquisas Datafolha e CNI/Ibope, faz muito bem. Revela amadurecimento.
O governo precisa, sim, avançar bastante em 2007, no sentido da demarragem da economia. E isso requer muito trabalho, perspicácia política e competência técnica.
O governo precisa, sim, avançar bastante em 2007, no sentido da demarragem da economia. E isso requer muito trabalho, perspicácia política e competência técnica.
História: 19 de dezembro de 1985
Pistoleiros matam com 12 tiros João Canuto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Maria (PA). O vale do Araguaia, 'terra da morte anunciada', é foco de violência do latifúndio: 2 filhos de Canuto serão mortos. A última frase do líder sindical: 'Morro, mas fica a semente'. (Vermelho www.vermelho.org.br).
Bom dia, Waldir Pedrosa Amorim
Ficha de leitura: Como fortalecer a cultura
“A vitória de Eduardo Campos, em Pernambuco, vai trazer de volta o Movimento de Cultura Popular (MCP) e mais a consciência de que a cultura gera arrecadação, emprego e renda. Os críticos da oposição questionam a implantação de um sistema (MCP) que foi criado em maio de 1960, no princípio do mandato de Miguel Arraes, como prefeito do Recife, para os dias de hoje. Ora, basta atualizá-lo. Problemas na educação e na cultura nunca faltarão. O MCP de Paulo Freire e Abelardo da Hora, como filosofia de ação, não passou. Basta escolher, para reativá-la, seus atuais e grandes seguidores, pois tudo revive, tudo refloresce.” (Alberto Cunha Melo, em sua coluna Marco Zero, na revista Continente Multicultural).
Classe média está apaixonada pelo presidente
Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada: Máximas e Mínimas 40
. A pesquisa Ibope/CNI divulgada nesta segunda-feira, dia 18, mostra que Lula é o Presidente de todos os brasileiros.
. A classe média, o Sul e o Sudeste, aprovam o Governo Lula.
. 44% das famílias que têm renda acima de 10 salários mínimos acham que o Governo Lula é ótimo ou bom.
. 47% das famílias que têm entre 5 e 10 salários mínimos avaliam o Governo Lula como ótimo ou bom.
. Na região Sudeste, 51% das pessoas acham o Governo Lula ótimo ou bom.
. Na região Sul, 52% das pessoas acham o Governo Lula ótimo ou bom.
. Ou seja, a suposição de que o Lula é o Presidente do Nordeste e da classe é uma suposição falsa.
Clique aqui para ver a pesquisa na íntegra.
. A pesquisa Ibope/CNI divulgada nesta segunda-feira, dia 18, mostra que Lula é o Presidente de todos os brasileiros.
. A classe média, o Sul e o Sudeste, aprovam o Governo Lula.
. 44% das famílias que têm renda acima de 10 salários mínimos acham que o Governo Lula é ótimo ou bom.
. 47% das famílias que têm entre 5 e 10 salários mínimos avaliam o Governo Lula como ótimo ou bom.
. Na região Sudeste, 51% das pessoas acham o Governo Lula ótimo ou bom.
. Na região Sul, 52% das pessoas acham o Governo Lula ótimo ou bom.
. Ou seja, a suposição de que o Lula é o Presidente do Nordeste e da classe é uma suposição falsa.
Clique aqui para ver a pesquisa na íntegra.
18 dezembro 2006
Aldo anuncia medidas moralizadoras
Mais do que oportunas, além de consistentes, as medidas anunciadas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), no sentido de reduzir despesas, moralizar procedimentos administrativos e extinguir os chamados 14° e 15° salários.
Conforme notícia veiculada no Vermelho (http://www.vermelho.org.br/), uma comissão, composta pelos deputados José Carlos Aleluia (PFL-BA), Miro Teixeira (PDT-RJ) e José Eduardo Cardoso (PT-SP), terá prazo até o início de fevereiro, consultando Poder Judiciário e Executivo, para elaborar uma proposta de fixação do teto salarial dos agentes públicos.
No dizer do presidente Aldo, isso permitirá uma grande economia e moralização da administração pública.
Cabe ao conjunto da sociedade acompanhar a implementação de tais medidas e verificar a sua eficácia.
Lições da vida política (2)
Paciência é fundamental – para resolver problemas do momento e para construir soluções futuras.
História: 18 de dezembro de 1956
Os guerrilheiros cubanos que sobrevivem ao desembarque do Granma reúnem-se, na Sierra Maestra. A serra será o primeiro núcleo da revolução vitoriosa em 1959. (Vermelho www.vermelho.org.br).
Filosofia de pára-choques
“Mais vale um amigo pobre sincero à mão do que mil amigos milionários falsos voando.” (Em caminhão com placa de Campinas-SP).
Nada de anormal
O prefeito João deve comparecer à solenidade de posse do presidente Lula. Esse seu vice-prefeito estará na posse do governador Eduardo Campos. Como ocorreu há quatro anos, quando o empossado foi Jarbas Vasconcelos.
Nada mais natural. Enxerga chifre em cabeça de cavalo que imagina algum motivo político provinciano para essa divisão de tarefas.
Nada mais natural. Enxerga chifre em cabeça de cavalo que imagina algum motivo político provinciano para essa divisão de tarefas.
Bom dia, Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro
Pesadelo
Quando o muro separa uma ponte une
Se a vingança encara o remorso pune
Você vem me agarra, alguém vem me solta
Você vai na marra, ela um dia volta
E se a força é tua ela um dia é nossa
Olha o muro, olha a ponte, olhe o dia de ontem chegando
Que medo você tem de nós, olha aí
Você corta um verso, eu escrevo outro
Você me prende vivo, eu escapo morto
De repente olha eu de novo
Perturbando a paz, exigindo troco
Vamos por aí eu e meu cachorro
Olha um verso, olha o outro
Olha o velho, olha o moço chegando
Que medo você tem de nós, olha aí
O muro caiu, olha a ponte
Da liberdade guardiã
O braço do Cristo, horizonte
Abraça o dia de amanhã, olha aí
Ministro diz que Lei do Esporte é imprescindível
No Vermelho: Os recursos incentivados serão aplicados em projetos coerentes com a Política Nacional de Esporte. Regulamentada, a lei servirá a atletas sem patrocínio, clubes que trabalham na formação de base, modalidades com menos visibilidade e, sobretudo, instituições governamentais e não-governamentais que realizam projetos socioesportivos, que poderão ter mais oportunidades para se desenvolver.
Veja o artigo do ministro Orlando Silva clicando aqui: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=11314
Veja o artigo do ministro Orlando Silva clicando aqui: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=11314
Negros na atividade diplomática
Com o objetivo de ampliar o número de afrodescendentes em nossa diplomacia, o programa Ação Afirmativa Bolsa Prêmio de Vocação para a Diplomacia, concebido e implementado pelo Instituto Rio Branco e o Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é uma ótima iniciativa na luta pela igualdade racial e contra a discriminação.
A bolsa, no valor de R$ 2,5mil/mês, já beneficia sete estudantes.
A bolsa, no valor de R$ 2,5mil/mês, já beneficia sete estudantes.
Ficha de leitura: Caetano e a maturidade
“A velhice vai chegando devagar, apresentando perdas que parecem terríveis. Para um homem que sempre teve uma visão superboa, passar a ter de usar óculos para ler foi uma humilhação e um desconforto. Depois que me acostumei, passei a sentir prazer com a passagem do fora-de-foco ao em-foco pela aproximação das lentes aos olhos. Afeiçoei-me aos óculos, entendi melhor que ser é gostoso. O envelhecimento traz desvantagens múltiplas, mas não creio que a gente deva botar tudo na conta da velhice: qualquer um pode ter tido os piores momentos de sua vida aos 32 ou aos 43, aos 17 ou aos 59 — e há casos de alegria insuspeita a partir dos 65. Uma coisa pelo menos é certa, que a gente aprende: dá mais tempo para tudo, mais do que a gente pensava quando tinha 22 anos.” (Caetano Veloso, 64 anos, em entrevista à revista Bravo!).
17 dezembro 2006
Governo Lula chega ao final com avaliação positiva de 76%
No Vermelho: Às vésperas da conclusão do primeiro mandato, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é avaliado positivamente por 76% do eleitorado, segundo pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo nos dias 27 e 28 de novembro e divulgada neste sábado (16).
A pesquisa, de responsabilidade do Núcleo de Opinião Pública da Fundação, mostra que 55% dos entrevistados acham o governo bom ou ótimo, contra apenas 11% que o consideram ruim ou péssimo. Para 32%, a administração federal é regular. Destes, 21% dizem que é “regular para boa”, daí o total índice positivo de 76%.
O trabalho também indicou um aumento da simpatia do eleitorado pelo PT, que foi a 29% e aproximou-se dos níveis do final de 2002, quando o índice atingiu 32%.
Para ler a matéria completa clique aqui: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=11317
História: 17 de dezembro de 1989
Bom dia, Thiago de Mello
Os Estatutos do Homem
(Ato Institucional Permanente)
A Carlos Heitor Cony
Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade,
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha sempre
quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.
Artigo Final
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.
(Ato Institucional Permanente)
A Carlos Heitor Cony
Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade,
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha sempre
quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.
Artigo Final
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.
Vitória do mais simples
Com um time relativamente modesto, mas com aplicação e garra, o Internacional de Porto Alegre venceu por 1 x 0 o poderoso e arquimilionário Barcelona, agora há pouco, em Yokohama, no Japão, sagrando-se campeão mundial de clubes.
Mais uma conquista brasileira. Que tingiu de vermelho as ruas de Porto Alegre
16 dezembro 2006
Imprensa trata mal os direitos humanos
No Observatório da Imprensa: A celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos, em 10 de dezembro (data da aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948), nos leva a uma reflexão sobre o espaço que os principais veículos da mídia brasileira dedicam ao tema nos seus noticiários. O assunto foi debatido em diversas redações do País, com base na pesquisa "Mídia e direitos humanos", que foi realizada pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi) e mostra um panorama da atuação da imprensa em relação à agenda dos direitos humanos no País e assuntos correlatos.
Para chegar ao resultado da pesquisa – que teve o apoio da Unesco e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República – a Andi analisou 1.315 textos de 57 jornais de todos os estados brasileiros, publicados ao longo do ano de 2004. E concluiu que, embora 50,8% das matérias mencionem a expressão "direitos humanos" e 80% usem a palavra "direitos", somente 0,5% do material é explícito na conceituação do tema e 2,1% abordam a perspectiva histórica da Declaração Universal. Textos que falam de denúncias de violação de direitos representam 2,7% do noticiário e as matérias investigativas (2,6%) são menos freqüentes. Geralmente, as reportagens não relacionam direitos humanos com os processos de desenvolvimento social, fazendo com que outros itens vinculados aos direitos individuais e coletivos – questões ambientais, de gênero, etnia, expectativa de vida, renda, sexualidade etc. – recebam tratamento editorial reduzido.
Para ler a matéria completa clique aqui: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=411CID001
Para chegar ao resultado da pesquisa – que teve o apoio da Unesco e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República – a Andi analisou 1.315 textos de 57 jornais de todos os estados brasileiros, publicados ao longo do ano de 2004. E concluiu que, embora 50,8% das matérias mencionem a expressão "direitos humanos" e 80% usem a palavra "direitos", somente 0,5% do material é explícito na conceituação do tema e 2,1% abordam a perspectiva histórica da Declaração Universal. Textos que falam de denúncias de violação de direitos representam 2,7% do noticiário e as matérias investigativas (2,6%) são menos freqüentes. Geralmente, as reportagens não relacionam direitos humanos com os processos de desenvolvimento social, fazendo com que outros itens vinculados aos direitos individuais e coletivos – questões ambientais, de gênero, etnia, expectativa de vida, renda, sexualidade etc. – recebam tratamento editorial reduzido.
Para ler a matéria completa clique aqui: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=411CID001
Talento brasileiro
Hoje, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, Diego Hypólito conquistou o bicampeonato na prova de solo da Super Final da Copa do Mundo de ginástica artística, somando 16,050 pontos, que lhe deram direito à medalha de ouro.
Ele apresentou o movimento duplo twist carpado com mortal na segunda pirueta, que foi reconhecido pela Federação Internacional de Ginástica, que receberá o nome "Hypólito", em homenagem ao brasileiro.
FHC e o que o povo quer
Informa o G1 que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista gravada para o programa Show Business, da Rede TV, que vai ao ar amanhã (domingo, 17), disse que o PSDB precisa “botar o ouvido bem juntinho da rua, sentir o que o povo quer... refazer nossas idéias para serem compatíveis com o que o Brasil quer hoje”.
Se não nos falha a memória, agorinha em outubro o povo brasileiro disse o que quer. E é algo muito diferente do que pensa e faz o PSDB.
Nem do que andou pregando o ex-presidente tucano durante a campanha eleitoral.
Preço atual do petróleo favorece biodiesel
No Terra Magazine: Se o preço do petróleo permanecer nos patamares atuais ao longo dos próximos anos, o Brasil terá o cenário ideal para investir na produção de etanol e biodiesel e faturar com a exportação desses combustíveis. A conclusão é de um estudo encomendado pelo NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos, ligado à Presidência da República), que aponta que os biocombustíveis serão economicamente viáveis se o petróleo continuar acima de US$ 40 por barril.
O trabalho, coordenado pelo economista Helder Pinto Júnior, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), será usado pelo governo federal para definir as políticas voltadas à produção de etanol e biodiesel. A pesquisa faz parte de uma série de avaliações feitas pelo NAE através do Projeto Brasil 3 Tempos, que traça perspectivas para o país para 2007, 2015 e 2022.
Clique aqui para ler a matéria na integra: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1302941-EI6586,00.html
O trabalho, coordenado pelo economista Helder Pinto Júnior, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), será usado pelo governo federal para definir as políticas voltadas à produção de etanol e biodiesel. A pesquisa faz parte de uma série de avaliações feitas pelo NAE através do Projeto Brasil 3 Tempos, que traça perspectivas para o país para 2007, 2015 e 2022.
Clique aqui para ler a matéria na integra: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1302941-EI6586,00.html
Lições da vida política (1)
O primeiro desafio de todo novo governante é adotar uma conduta transparente e leal para com os aliados.
Sivuca, "o gênio albino da música"
No Vermelho: O compositor brasileiro Sivuca morreu nesta quinta-feira (14/12), vítima de câncer de laringe. O músico tinha 76 anos e estava internado em um hospital de João Pessoa (PB) desde terça-feira, devido às complicações decorrentes do câncer de laringe, contra o qual lutava há meses.
Sivuca foi um grande representante da MPB e compôs sucessos como Feira de Mangaio, Adeus, Maria Fulô e Reunião de Tristeza. Desde criança, dedicava-se à música - sua condição de albino o impedia de trabalhar no campo.
Sua qualidade musical - que pôde ser comprovada em palcos por todo o mundo - começou a ser cultivada na infância, quando sua condição de albino não o deixava trabalhar com a família.
Sivuca compôs junto com Chico Buarque a música João e Maria, um dos grandes clássicos da MPB. O compositor começou tocando flauta e depois aprendeu sanfona, se tornando um dos maiores intérpretes do instrumento no Brasil.
Para ler a matéria completa clique aqui: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=11268
Tempo curto
Reúne-se hoje pela primeira vez o secretariado anunciado ontem pelo governador eleito Eduardo Campos. A quinze dias da posse.
O tempo é curto para acertar o passo para o início do governo.
O tempo é curto para acertar o passo para o início do governo.
História: 16 de dezembro de 1976
Chacina da Lapa (S. Paulo): o 2º Exército fuzila dentro de casa Pedro Pomar e Ângelo Arroio, e mata na prisão Batista Drumond, dirigentes do PCdoB. Seu comandante diz-se frustrado pois Amazonas escapou. É a última grande façanha repressiva da ditadura. (Vermelho www.vermelho.org.br).
Filosofia de pára-choques
“Caminhoneiro, não adianta levar decepções pela estrada da vida.” (Em caminhão com plana de Belém-PA).
Mata atlântica some, mas em ritmo menor
Na Ciência Hoje Online: O percentual de remanescentes de mata atlântica no Brasil diminuiu nos primeiros cinco anos desta década. Em 2005, restavam apenas 6,8% da cobertura original da floresta, enquanto em 2000 esse número era de 7,1%. Em compensação, houve queda de 71% no ritmo de devastação no mesmo período, se comparado com o observado entre 1995 e 2000. Os dados constam do novo Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica.
O estudo, promovido pela ong SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgou hoje os índices de desmatamento em oito estados brasileiros no período de 2000 a 2005. O levantamento, feito por meio de imagens do satélite Landsat, análises de campo e sobrevôos, é capaz de apontar ocorrências de desmatamento superiores a cinco hectares.
Clique aqui para ler a matéria na íntegra: http://ich.unito.com.br/64022
O estudo, promovido pela ong SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgou hoje os índices de desmatamento em oito estados brasileiros no período de 2000 a 2005. O levantamento, feito por meio de imagens do satélite Landsat, análises de campo e sobrevôos, é capaz de apontar ocorrências de desmatamento superiores a cinco hectares.
Clique aqui para ler a matéria na íntegra: http://ich.unito.com.br/64022
Versos que afagam
"Ai, eu quero uma lembrança/Eu quero uma esperança/A tua primavera" (Chico Buarque - Maravilha).
Bom dia, Moacir Félix
Auto-Retrato
Certa vez, numa aventura estranha
fugi
do estreito túmulo em que me estorcia
para uma ampliação sem fim.
Quando voltei
e senti, de novo, ferindo-me, o peso dos grilhões,
então não mais sabia quem eu era.
E nunca mais soube quem eu sou.
Talvez a sombra triste de um sonho de poeta.
Talvez a misteriosa alma de uma estrela
a guardar ainda no profundo cerne
a ilógica saudade de um passado astral.
Geração aniquilada
Na CartaCapital: Nas últimas semanas, o Brasil teve chance de ficar a par dos mais recentes números sobre a mortalidade de jovens no País. Alguns levantamentos foram anunciados com pouco alarde, outros sem nenhum, enquanto um olhar atento a essas estatísticas leva a pelo menos três conclusões alarmantes. A primeira: conquistas com a redução da taxa de mortalidade infantil nas últimas duas décadas podem se anular pelo crescimento de 306% nas taxas de homicídios de jovens até 19 anos. A segunda: a perda de jovens no Brasil deixou de ser um problema de segurança pública para tornar-se questão de saúde pública. A terceira: nossa taxa de mortes por arma de fogo é de 43,1 por 100 mil jovens entre 15 e 24 anos. Em um ranking mundial desse tipo de morte, o Brasil ocuparia o primeiro lugar.
Por trás de números alarmantes, evidentemente, está a brutal desigualdade social e a vergonhosa distribuição de renda que mantêm o País dividido. Uma minoria escapa dessas estatísticas enquanto milhares de jovens, parte da massa dos menos privilegiados, são aniquilados. Esses, essencialmente pobres e moradores das periferias, quase sempre negros.
Para ler a matéria completa, clique aqui: http://www.cartacapital.com.br/index.php?funcao=exibirMateria&id_materia=5578
Por trás de números alarmantes, evidentemente, está a brutal desigualdade social e a vergonhosa distribuição de renda que mantêm o País dividido. Uma minoria escapa dessas estatísticas enquanto milhares de jovens, parte da massa dos menos privilegiados, são aniquilados. Esses, essencialmente pobres e moradores das periferias, quase sempre negros.
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