No Vermelho, por Eduardo Bomfim
Quando o ano de 2008 avizinha-se rapidamente, iminente, nesses tempos de festas, deve-se, acredito, escrever ou falar em mensagens de esperanças mesmo que exista um sentimento de ceticismo em muitas pessoas bombardeadas pelos acontecimentos sociais, as notícias sobre a criminalidade, ou mesmo uma difusa sensação emanada de um tempo complexo demais.
Não temos qualquer vocação para adeptos do Dr. Pangloss, personagem de Voltaire no romance satírico “Cândido ou o Otimismo”, que olhava o mundo e os episódios, com um tresloucado otimismo. O referido Pangloss, nunca observava os fenômenos da sociedade com olhos críticos.
Por outro lado, abominamos o seu oposto extremo, o niilismo, doutrina que professa a convicção de que não há verdades ou alguma espécie de valores na sociedade a serem construídos ou mantidos pelo seu caráter universal. Assim, nem o otimismo irrealista, como o velho remédio, a “maravilha curativa”, nem a descrença na capacidade do ser humano em alterar o seu destino para tempos melhores.
O desenvolvimento da humanidade já provou o contrário, as mulheres e os homens mudam, quando podem e querem transformar a situação estabelecida, quando adquirem a consciência dessa necessidade. E o fazem, também, em todas as áreas das ciências.
As guerras, as injustiças, a fome, as ditaduras etc, são parte de uma etapa das sociedades que ainda não atingiram um estágio superior.
Assim pensam não só os defensores das emancipações estruturais da condição humana, mas os cristãos, os judeus, os islâmicos, os budistas, os humanistas, os umbandistas, e tantas outras religiões ou cultos.
É inerente aos seres humanos o sonho de um novo mundo, como um destino a ser alcançado por todas as gerações, inclusive aquelas que passaram por experiências terríveis.
A raça humana, mais que contemplativa, modifica as suas condições de sobrevivência, sempre com imperfeições, mas em escala progressiva. Não pretendemos retornar à idade da pedra lascada, mesmo que alguns insanos sonhem com essa regressão.
Em 2008, continuemos a honrar o legado dos que se bateram por novos dias, como nos versos do poeta Maiakóviski: se as estrelas se acendem é porque alguém precisa delas, é porque, em verdade, é indispensável que sobre todos os tetos uma única estrela, pelo menos, se alumie.
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
30 dezembro 2007
Boa tarde, Carlos Drummond de Andrade
Afinal tudo começa outra vez
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e
outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.
Para você,
Desejo o sonho realizado.
O amor esperado,
A esperança renovada.
Para você,
Desejo todas as cores desta vida,
Todas as alegrias que puder sorrir,
Todas as músicas que puder emocionar.
Para você,
Neste Ano Novo, desejo que,
Os amigos sejam mais cúmplices,
Que sua família esteja mais unida,
Que sua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de lhe desejar tantas coisas,
Mas nada seria suficiente para repassar
O que realmente desejo a você.
Então desejo apenas que você tenha muitos desejos
Desejos grandes
E que eles possam te mover cada minuto ao rumo da sua
Felicidade!
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e
outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.
Para você,
Desejo o sonho realizado.
O amor esperado,
A esperança renovada.
Para você,
Desejo todas as cores desta vida,
Todas as alegrias que puder sorrir,
Todas as músicas que puder emocionar.
Para você,
Neste Ano Novo, desejo que,
Os amigos sejam mais cúmplices,
Que sua família esteja mais unida,
Que sua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de lhe desejar tantas coisas,
Mas nada seria suficiente para repassar
O que realmente desejo a você.
Então desejo apenas que você tenha muitos desejos
Desejos grandes
E que eles possam te mover cada minuto ao rumo da sua
Felicidade!
28 dezembro 2007
Bom dia, Waldir Pedrosa Amorim
Oscar Niemeyer
Prossegue Oscar
não dá trela ao tempo metafísico.
Rabisca
o tempo dialético.
Anda Oscar
pés nas veredas
neurônios orbitando no universo
poemas caçados pela vida.
Menino grafiteiro,
soerguendo versos
com o carvão das cidades,
na lousa das calçadas.
Continua, menino Oscar,
aliviando o peso do concreto
quebrantando a dureza
do caos de aço.
Permanece, sábio companheiro
extasiando as gentes
com a alquimia intrépida
da coerência incitada pela esperança.
Ainda tempo bastante Oscar,
menino visagista.
Mulheres, as cidades são devotas
da paixão de um gênio.
João Pessoa 15 de dezembro de 2007, Cem anos do arquiteto Oscar Niemeyer
Prossegue Oscar
não dá trela ao tempo metafísico.
Rabisca
o tempo dialético.
Anda Oscar
pés nas veredas
neurônios orbitando no universo
poemas caçados pela vida.
Menino grafiteiro,
soerguendo versos
com o carvão das cidades,
na lousa das calçadas.
Continua, menino Oscar,
aliviando o peso do concreto
quebrantando a dureza
do caos de aço.
Permanece, sábio companheiro
extasiando as gentes
com a alquimia intrépida
da coerência incitada pela esperança.
Ainda tempo bastante Oscar,
menino visagista.
Mulheres, as cidades são devotas
da paixão de um gênio.
João Pessoa 15 de dezembro de 2007, Cem anos do arquiteto Oscar Niemeyer
27 dezembro 2007
Nossa coluna de toda quinta-feira no portal Vermelho
São José e a nova agenda
São José no caso é o da Coroa Grande, no litoral sul de Pernambuco, precisamente num cantinho de praia em que o Rio Persinunga desemboca, onde todo fim de ano Dom Fernando de La Paz e sua Majestade Lúcia Maria nos proporcionam dias de indescritível tranqüilidade. Aqui entre a rede na varanda e caminhadas à beira-mar de manhã cedinho e no final da tarde, tudo é uma questão de escolha – que fazemos com natural equilíbrio – entre livros, discos e a algazarra das crianças.
Este ano tem dois Pedros – o Caldas, de oito anos, irmão mais velho de Miguel, e o Vinícius, colega do primeiro Pedro no Instituto Capibaribe. Miguel, com a autoridade de primeiro neto e a desenvoltura dos seus dois anos e dois meses, não pára um instante e galvaniza as atenções e cobra caro energias de cada um.
Mas há tempo de sobra. E dá para repetir o roteiro de sempre: nas horas vagas, descontraída reflexão sobre o ano que passou e as primeiras anotações sobre a agenda do novo ano que se inicia.
2007 foi benfazejo, sim senhor. Em todos os sentidos. Lula encerra o ano com 5,2 de crescimento do PIB (ou quase isso) e razoável redução da pobreza. Eduardo põe o governo estadual num bom rumo. Nosso governo no Recife consolida realizações de cunho estratégico para a cidade. Em Olinda Luciana continuou matando todos os dias um leão feroz e mostrando a juba para quem quisesse ver. E o PCdoB, aqui e no país inteiro, acumulou muitas conquistas – em todas as áreas – e se mostra preparado para as grandes pelejas de 2008.
2008 tem peleja de sobra – nos movimentos sociais, nos governos, no parlamento, no debate de idéias. Tem o pleito de outubro, ante-sala das eleições gerais de 2010. E cá nos primeiros rascunhos de agenda ganha destaque, é claro, a tarefa primordial de consolidar a pré-candidatura deste que lhes escreve à Prefeitura do Recife.
Realmente, este ano em São José da Coroa Grande tem muito mais do que dois Pedros e um Miguel treloso; tem o desafio de começar janeiro bem preparado para encarar a luta na condição de candidato. Tem que estar em condições de liderar uma campanha de poucos meios e muita criatividade; ampla e aguerrida, em profunda cumplicidade com o povo, leve e gostosa de fazer. Forte para vencer.
Então, é tempo de fazer a primeira promessa de candidato: daremos um banho de combatividade e de poesia no Recife.
São José no caso é o da Coroa Grande, no litoral sul de Pernambuco, precisamente num cantinho de praia em que o Rio Persinunga desemboca, onde todo fim de ano Dom Fernando de La Paz e sua Majestade Lúcia Maria nos proporcionam dias de indescritível tranqüilidade. Aqui entre a rede na varanda e caminhadas à beira-mar de manhã cedinho e no final da tarde, tudo é uma questão de escolha – que fazemos com natural equilíbrio – entre livros, discos e a algazarra das crianças.
Este ano tem dois Pedros – o Caldas, de oito anos, irmão mais velho de Miguel, e o Vinícius, colega do primeiro Pedro no Instituto Capibaribe. Miguel, com a autoridade de primeiro neto e a desenvoltura dos seus dois anos e dois meses, não pára um instante e galvaniza as atenções e cobra caro energias de cada um.
Mas há tempo de sobra. E dá para repetir o roteiro de sempre: nas horas vagas, descontraída reflexão sobre o ano que passou e as primeiras anotações sobre a agenda do novo ano que se inicia.
2007 foi benfazejo, sim senhor. Em todos os sentidos. Lula encerra o ano com 5,2 de crescimento do PIB (ou quase isso) e razoável redução da pobreza. Eduardo põe o governo estadual num bom rumo. Nosso governo no Recife consolida realizações de cunho estratégico para a cidade. Em Olinda Luciana continuou matando todos os dias um leão feroz e mostrando a juba para quem quisesse ver. E o PCdoB, aqui e no país inteiro, acumulou muitas conquistas – em todas as áreas – e se mostra preparado para as grandes pelejas de 2008.
2008 tem peleja de sobra – nos movimentos sociais, nos governos, no parlamento, no debate de idéias. Tem o pleito de outubro, ante-sala das eleições gerais de 2010. E cá nos primeiros rascunhos de agenda ganha destaque, é claro, a tarefa primordial de consolidar a pré-candidatura deste que lhes escreve à Prefeitura do Recife.
Realmente, este ano em São José da Coroa Grande tem muito mais do que dois Pedros e um Miguel treloso; tem o desafio de começar janeiro bem preparado para encarar a luta na condição de candidato. Tem que estar em condições de liderar uma campanha de poucos meios e muita criatividade; ampla e aguerrida, em profunda cumplicidade com o povo, leve e gostosa de fazer. Forte para vencer.
Então, é tempo de fazer a primeira promessa de candidato: daremos um banho de combatividade e de poesia no Recife.
Descobertos novos gigantes pré-históricos
Ciência Hoje:
Paleontólogos descrevem dinossauro herbívoro que viveu na Antártica e réptil carnívoro africano
. Duas novas espécies de dinossauros foram apresentadas aos paleontólogos neste mês. Uma delas, o Glacialisaurus hammeri, era um réptil herbívoro de até oito metros de comprimento que habitou a Antártica 190 milhões de anos atrás. O outro dinossauro recém-descoberto é o Carcharodontosaurus iguidensis, um carnívoro de 14 metros de comprimento encontrado no Níger, na África, em depósitos rochosos com 95 milhões de anos de idade.
. Os fósseis do dinossauro que viveu na Antártica foram encontrados na montanha de Kirkpatrick, perto da geleira de Beardmore, a uma altitude de aproximadamente 4 mil metros. A espécie foi descrita na revista Acta Palaeontologica Polonica, em artigo assinado por Nathan Smith, da Universidade de Chicago (EUA), e Diego Pol, do Museo Paleontológico Egidio Feruglio, em Chubut, na Argentina.
. O Glacialisaurus hammeri media entre 6 e 8 metros de altura e pesava entre 4 e 6 toneladas. O réptil vivia em uma Antártica bem diferente da que conhecemos atualmente. Localizada cerca de 20º de latitude mais ao norte do que fica hoje, ela era ligada às outras massas continentais do sul do planeta e não tinha a camada de gelo que a cobre agora. Acredita-se que seu clima era tão quente quanto o do sudeste dos Estados Unidos.
26 dezembro 2007
Nosso artigo de toda quarta-feira no Blog de Jamildo (ex-Blog do JC)
O gaúcho gigante a crise dos aeroportos
Era antevéspera de Natal. Esperava o vôo das 20,15 horas de São Paulo para Recife, partindo de Guarulhos. Aeroporto feito um formigueiro de gente. Bilhete à mão, bagagem despachada com antecedência, melhor seria aguardar no salão de embarque, tranqüilamente – pois à época, 1997, não havia ainda o drama dos atrasos como agora. Mas minha atenção estava presa a um grupo de passageiros que era levado de um lado a outro por uma funcionária da Varig, sem que se resolvesse o seu caso.
O grupo ia se tornando barulhento, indignado. E nele se destacava um gaúcho imenso (todos pareciam gaúchos e se dirigiam a Porto Alegre), um metro e noventa e tantos de altura, largo feito uma porta, musculoso, meio sarará, jeitão de boxeador (pelo menos é o que aparentava, pelo modo como se postava, como se estivesse pronto para a briga). É que todos falavam muito, reclamavam da falta de informações claras, enquanto ele apenas rosnava qualquer coisa para a sua acompanhante, uma magricela comprida e muito alva, cabelos lisos desalinhados, esposa talvez, que parecia conformada com a situação.
Mas foi quando o grupo ficou sabendo que não embarcaria naquela noite, teria que esperar o primeiro vôo da manhã seguinte, que o incidente se deu. O gaucho gigante perdeu a paciência e deu um sacolejo no sujeito de calça escura e camisa branca que saía da sala de atendimento especial da empresa e tacou-lhe um soco na testa com a mão direita aberta, derrubando-o de costas. Só que o agredido não era funcionário da Varig, era um policial de plantão no Aeroporto, que de pronto deu ordem de prisão ao agressor, aumentando mais ainda a confusão.
“Erro de avaliação, o gigante se precipitou, usou da força bruta sem pesquisar antes a situação”, pensei com a mania militante de avaliar as coisas taticamente, enquanto me afastava de fininho na direção do salão de embarque número 3.
Dez anos após, lembro do caso do gaúcho gigante (é assim que está registrado na memória) quando os jornais noticiam que na véspera de Natal cerca de trinta por cento dos vôos sofreram atrasos de em média duas horas. E que até mesmo a diretora geral da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que prometera normalidade total, foi vítima dos atrasos.
Onde andará o gaúcho gigante? Terá continuado a saga dos vôos constantes, como esse amigo de vocês? Como tem reagido à crise atual dos aeroportos – com a mesma agressividade de antes? Ou com a paciência dos que sabem que o buraco é bem mais embaixo e não adianta partir para agressão pessoal?
Era antevéspera de Natal. Esperava o vôo das 20,15 horas de São Paulo para Recife, partindo de Guarulhos. Aeroporto feito um formigueiro de gente. Bilhete à mão, bagagem despachada com antecedência, melhor seria aguardar no salão de embarque, tranqüilamente – pois à época, 1997, não havia ainda o drama dos atrasos como agora. Mas minha atenção estava presa a um grupo de passageiros que era levado de um lado a outro por uma funcionária da Varig, sem que se resolvesse o seu caso.
O grupo ia se tornando barulhento, indignado. E nele se destacava um gaúcho imenso (todos pareciam gaúchos e se dirigiam a Porto Alegre), um metro e noventa e tantos de altura, largo feito uma porta, musculoso, meio sarará, jeitão de boxeador (pelo menos é o que aparentava, pelo modo como se postava, como se estivesse pronto para a briga). É que todos falavam muito, reclamavam da falta de informações claras, enquanto ele apenas rosnava qualquer coisa para a sua acompanhante, uma magricela comprida e muito alva, cabelos lisos desalinhados, esposa talvez, que parecia conformada com a situação.
Mas foi quando o grupo ficou sabendo que não embarcaria naquela noite, teria que esperar o primeiro vôo da manhã seguinte, que o incidente se deu. O gaucho gigante perdeu a paciência e deu um sacolejo no sujeito de calça escura e camisa branca que saía da sala de atendimento especial da empresa e tacou-lhe um soco na testa com a mão direita aberta, derrubando-o de costas. Só que o agredido não era funcionário da Varig, era um policial de plantão no Aeroporto, que de pronto deu ordem de prisão ao agressor, aumentando mais ainda a confusão.
“Erro de avaliação, o gigante se precipitou, usou da força bruta sem pesquisar antes a situação”, pensei com a mania militante de avaliar as coisas taticamente, enquanto me afastava de fininho na direção do salão de embarque número 3.
Dez anos após, lembro do caso do gaúcho gigante (é assim que está registrado na memória) quando os jornais noticiam que na véspera de Natal cerca de trinta por cento dos vôos sofreram atrasos de em média duas horas. E que até mesmo a diretora geral da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que prometera normalidade total, foi vítima dos atrasos.
Onde andará o gaúcho gigante? Terá continuado a saga dos vôos constantes, como esse amigo de vocês? Como tem reagido à crise atual dos aeroportos – com a mesma agressividade de antes? Ou com a paciência dos que sabem que o buraco é bem mais embaixo e não adianta partir para agressão pessoal?
25 dezembro 2007
Caminhar é preciso
"O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher." (Cora Coralina).
Boa noite, Carlos Drummond de Andrade
Canto ao Homem do Povo - Charles Chaplin*
V
Uma cega te ama. Os olhos abrem-se.
Não, não te ama. Um rico, em álcool,
é teu amigo e lúcido repele
tua riqueza. A confusão é nossa, que esquecemos
o que há de água, de sopro e de inocência
no fundo de cada um de nós, terrestres. Mas, ó mitos
que cultuamos, falsos: flores pardas,
anjos desleais, cofres redondos, arquejos
poéticos acadêmicos; convenções
do branco, azul e roxo; maquinismos,
telegramas em série, e fábricas e fábricas
e fábricas de lâmpadas, proibições, auroras.
Ficaste apenas um operário
comandado pela voz colérica do megafone.
És parafuso, gesto, esgar.
Recolho teus pedaços: ainda vibram,
lagarto mutilado.
Colo teus pedaços. Unidade
estranha é a tua, em mundo assim pulverizado.
E nós, que a cada passo nos cobrimos
e nos despimos e nos mascaramos,
mal retemos em ti o mesmo homem,
aprendiz
bombeiro
caixeiro
doceiro
emigrante
forçado
maquinista
noivo
patinador
soldado
músico
peregrino
artista de circo
marquês
marinheiro
carregador de piano
apenas sempre entretanto tu mesmo,
o que não está de acordo e é meigo,
o incapaz de propriedade, o pé
errante, a estrada
fugindo, o amigo
que desejaríamos reter
na chuva, no espelho, na memória
e todavia perdemos.
VI
Já não penso em ti. Penso no ofício
a que te entregas. Estranho relojoeiro
cheiras a peça desmontada: as molas unem-se,
o tempo anda. És vidraceiro.
Varres a rua. Não importa
que o desejo de partir te roa; e a esquina
faça de ti outro homem; e a lógica
te afaste de seus frios privilégios.
Há o trabalho em ti, mas caprichoso,
mas benigno,
e dele surgem artes não burguesas,
produtos de ar e lágrimas, indumentos
que nos dão asa ou pétalas, e trens
e navios sem aço, onde os amigos
fazendo roda viajam pelo tempo,
livros se animam, quadros se conversam,
e tudo libertado se resolve
numa efusão de amor sem paga, e riso, e sol.
O ofício é o ofício
que assim te põe no meio de nós todos,
vagabundo entre dois horários; mão sabida
no bater, no cortar, no fiar, no rebocar,
o pé insiste em levar-te pelo mundo,
a mão pega a ferramenta: é uma navalha,
e ao compasso de Brahms fazes a barba
neste salão desmemoriado no centro do mundo oprimido
onde ao fim de tanto silêncio e oco te recobramos.
Foi bom que te calasses.
Meditavas na sombra das chaves,
das correntes, das roupas riscadas, das cercas de arame,
juntavas palavras duras, pedras, cimento, bombas, invectivas,
anotavas com lápis secreto a morte de mil, a boca sangrenta
de mil, os braços cruzados de mil.
E nada dizias. E um bolo, um engulho
formando-se. E as palavras subindo.
Ó palavras desmoralizadas, entretanto salvas, ditas de novo.
Poder da voz humana inventando novos vocábulos e dando sopros exaustos.
Dignidade da boca, aberta em ira justa e amor profundo,
crispação do ser humano, árvore irritada,
contra a miséria e a fúria dos ditadores,
ó Carlito, meu e nosso amigo, teus sapatos e teu bigode
caminham numa estrada de pó e de esperança.
___
* Enviado por Augusto Buonicore. Extraído do livro Rosa do Povo - para ler a poesia completa clique: http://www.casadobruxo.com.br/ilustres/chaplin8.htm
Opinar faz bem
Para inserir sua opinião, clique sobre a palavra "comentários", abaixo. Você tem a opção de assinar gratuitamente o blog e toda vez que postar seu comentário sua assinatura será imediata. Ou usar a opção “anônimo”, porém assine ao final do texto para que possamos publicar o que você escreveu. Para enviar um e-mail clique aqui: lucianosiqueira@uol.com.br
Poesia e amenidades
Textos e notas amenas, coiosa de fim de ano. Sem política nem economia. Apenas para relaxar, embora em sintonia com o que acontece no Recife e no mundo. E deixando para opinar nos primeiros dias de janeiro, com a permissão dos que têm a generosidade de ler nosso blog.
De 1 de janeiro em diante, a gente volta com tudo. E com modificações no blog, tornando-o mais interessante e vivo.
De 1 de janeiro em diante, a gente volta com tudo. E com modificações no blog, tornando-o mais interessante e vivo.
24 dezembro 2007
Segredo
"O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você." (Mário Quintana).
Boa tarde, Vinícius de Moraes
Miró
Poema de Natal
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos –
Para isso temos os braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos –
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai –
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte –
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem
Nascemos, imensamente.
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos –
Para isso temos os braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos –
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai –
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte –
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem
Nascemos, imensamente.
Democratização da mídia
Na Continente Multicultural, por André Dib:
TV PÚBLICA: A promessa de diversidade
. A revolução não será televisionada: ela será a própria televisão. Pelo menos é o que a mídia eufórica vem propagando acerca do processo de conversão da bitola analógica para a digital. A mudança de paradigma está no ar desde o começo deste mês. Ao mesmo tempo, no calor do momento, entrou no ar a rede nacional de televisão pública, a TV Brasil. Para além da oportuna associação entre os dois eventos, o advento do Sistema Brasileiro de Transmissão Digital Terrestre (SBTD) parece ter servido como “choque de realidade”, para que a comunicação pública assuma seu papel de forma menos cambaleante e mais sincronizada com o país.
TV PÚBLICA: A promessa de diversidade
. A revolução não será televisionada: ela será a própria televisão. Pelo menos é o que a mídia eufórica vem propagando acerca do processo de conversão da bitola analógica para a digital. A mudança de paradigma está no ar desde o começo deste mês. Ao mesmo tempo, no calor do momento, entrou no ar a rede nacional de televisão pública, a TV Brasil. Para além da oportuna associação entre os dois eventos, o advento do Sistema Brasileiro de Transmissão Digital Terrestre (SBTD) parece ter servido como “choque de realidade”, para que a comunicação pública assuma seu papel de forma menos cambaleante e mais sincronizada com o país.
. Na Inglaterra, a BBC e seus oito canais alcança 90% da população e tem 46% do ibope nacional. Na França, o Telefrance 1 é o canal mais popular do país. São dois bons modelos de TV pública, sendo o primeiro adotado como referência pela TV Brasil, que no novo espectro digital, ocupará um dos quatro canais reservados ao serviço público. Entre o cenário mais incrementado da novela das oito e a hiper-realista partida de futebol, esperanças e desconfianças giram em torno deste novo e ambicioso projeto de comunicação pública: finalmente o Brasil estará representado na telinha?
Celebrar, como celebrar?
De José Amaro, por e-mail:
Celebrar o Recife eu o farei sempre.
"O Recife é um presente das águas. Uma Iemanjá modelada no barro dos aterros e na lama dos mangues. Uma vitória régia nascida nos alagados e protegida do mar pelas colônias de coral que carinhosamente lhe deram o nome". Este é o falar poético sobre a nossa querida Recife por Vanildo Cavalcante, de saudosa memória, e que se encontra reproduzida no meu livro Música e Ópera no Santa Isabel. Subsídio para a história e o ensino da música no Recife, pág. 32. Editora da Universidade Federal de Pernambuco.
Natal, para mim, deve ser um estado de espírito em permanente renascimento. E não um momento de exploração comercial como se é feito no mundo ocidental.
Chegamos a ter ojeriza sobre o que vem a ser "natal".
Quanto ao Ano Novo, para nós, é um rito de passagem. Uma página que viramos na nossa história. Sim, pois cada um de nós somos seres in históricos e com a virada da página vamos estar mergulhados no pensamento de um novo caminhar e, a cada passo, vemos que o mundo não é mais o mesmo, pois somos agentes de transformações.
A pieguice hipócrita pregada pelo interesses comerciais, nesta época, nos reduzem a vermes consumistas. É uma lástima.
Convido o prezado amigo a assistir no próximo dia 30 de dezembro, às 21 h., no Marco Zero, a apresentação do nosso grupo musica KORIN ORISHÁ, que executa a Suíte Afro-Recifense de minha autoria. Trata-se de uma tentativa e uma contribuição para desmistificarmos e desestigmatizarmos tudo quanto se pregou de preconceitos sobre os povos negros, os afro-luso-brasileiros.
As músicas são uma herança africana que se canta e se dança nos candomblés do Recife.
Celebrar o Recife eu o farei sempre.
"O Recife é um presente das águas. Uma Iemanjá modelada no barro dos aterros e na lama dos mangues. Uma vitória régia nascida nos alagados e protegida do mar pelas colônias de coral que carinhosamente lhe deram o nome". Este é o falar poético sobre a nossa querida Recife por Vanildo Cavalcante, de saudosa memória, e que se encontra reproduzida no meu livro Música e Ópera no Santa Isabel. Subsídio para a história e o ensino da música no Recife, pág. 32. Editora da Universidade Federal de Pernambuco.
Natal, para mim, deve ser um estado de espírito em permanente renascimento. E não um momento de exploração comercial como se é feito no mundo ocidental.
Chegamos a ter ojeriza sobre o que vem a ser "natal".
Quanto ao Ano Novo, para nós, é um rito de passagem. Uma página que viramos na nossa história. Sim, pois cada um de nós somos seres in históricos e com a virada da página vamos estar mergulhados no pensamento de um novo caminhar e, a cada passo, vemos que o mundo não é mais o mesmo, pois somos agentes de transformações.
A pieguice hipócrita pregada pelo interesses comerciais, nesta época, nos reduzem a vermes consumistas. É uma lástima.
Convido o prezado amigo a assistir no próximo dia 30 de dezembro, às 21 h., no Marco Zero, a apresentação do nosso grupo musica KORIN ORISHÁ, que executa a Suíte Afro-Recifense de minha autoria. Trata-se de uma tentativa e uma contribuição para desmistificarmos e desestigmatizarmos tudo quanto se pregou de preconceitos sobre os povos negros, os afro-luso-brasileiros.
As músicas são uma herança africana que se canta e se dança nos candomblés do Recife.
Reciclagem mais barata
Ciência Hoje:
. Uma nova técnica de reciclagem de pilhas e baterias pode reduzir o descarte desses materiais nos lixos e aterros das cidades e contribuir para a diminuição da poluição ambiental. Uma equipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) criou um método simples e mais barato que o convencional para reaproveitar os metais presentes em pilhas e baterias, o que deve reavivar a discussão sobre a separação do lixo no Brasil.
. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) permite o descarte de pilhas no lixo comum e seu despejo em aterros sanitários, se elas apresentarem baixos teores de mercúrio, cádmio e chumbo. Esse é o caso das pilhas de zinco-carbono e zinco-manganês, e de baterias como as de níquel metal-hidreto e de íons de lítio. Já as de níquel-cádmio requerem tratamento especial, pois contêm elevados teores de cádmio, metal tóxico que não pode ser liberado no ambiente.
Palavra de Clarice
"Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho." (Clarice Lispector).
23 dezembro 2007
Bom dia, Cyl Gallindo
Ser criança em Noite de Natal
Tantas vezes a fadiga se desmancha
na mão que faz aurora e faz orvalho
e fez a vida fez o homem e faz verdade.
Tantas vezes a aurora se levanta
expondo as manhãs como crianças
nas peripécias sutis da claridade.
Tantas vezes a vida se acorda
e se joga a fazer a coisa feita
que para colhê-la ao homem bastaria
lançar o coração feito uma rede
a diluir entre nós essa parede
de indiferença erguida a cada dia.
Mas se os dias se vestem destes fatos
dada a colheita de frutos imediatos
tracemos novos rumos sem segredos
que a partir dum crepúsculo universal
igualitários na posse dos brinquedos
Tantas vezes a fadiga se desmancha
na mão que faz aurora e faz orvalho
e fez a vida fez o homem e faz verdade.
Tantas vezes a aurora se levanta
expondo as manhãs como crianças
nas peripécias sutis da claridade.
Tantas vezes a vida se acorda
e se joga a fazer a coisa feita
que para colhê-la ao homem bastaria
lançar o coração feito uma rede
a diluir entre nós essa parede
de indiferença erguida a cada dia.
Mas se os dias se vestem destes fatos
dada a colheita de frutos imediatos
tracemos novos rumos sem segredos
que a partir dum crepúsculo universal
igualitários na posse dos brinquedos
sejamos crianças em Noite de Natal.
Crônica do domingo
Amigos
Vinicius de Moraes
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os ado ro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
___
* Enviada pelo grande amigo Josemir Belo dos Santos.
Vinicius de Moraes
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os ado ro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
___
* Enviada pelo grande amigo Josemir Belo dos Santos.
História: 23 de dezembro de 1675
Novo ataque de Fernão Carrilho a Palmares. Os quilombolas recuam e se reúnem 25 léguas além. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
22 dezembro 2007
Tempo de amenidades
Transcrevendo textos literários misturados a algumas notas amenas, vamos tocando este fim de ano. Sem política nem economia. Apenas para relaxar, embora em sintonia com o que acontece no Recife e no mundo. E deixando para opinar nos primeiros dias de janeiro, com a permissão dos que têm a generosidade de ler nosso blog.
De 1 de janeiro em diante, a gente volta com tudo. E com modificações no blog, tornando-o mais interessante e vivo.
De 1 de janeiro em diante, a gente volta com tudo. E com modificações no blog, tornando-o mais interessante e vivo.
Um belo artigo sobre a obra de Hermilo
Hermilo e os caminhos da solidão*
Juareiz Correya
"...Quem desse as costas para o rio veria a campina imensa a perder de vista, juntando-se com o céu que o sol de verão interminável transformava num azul claro de não se suportar.
Uma ou outra árvore, a espaços, acentuava ainda mais aquela solidão áspera." (transcriação do trecho inicial do romance Os caminhos da solidão).
Desta forma, o pernambucano Hermilo Borba Filho inicia o seu primeiro romance, e é assim que nasce a sua cidade natal - Palmares -, centro econômico e cultural da região mata sul de Pernambuco, a matriz definitiva de toda a sua obra ficcional. Publicado, em 1957, pela José Olympio Editora, do Rio de Janeiro (RJ), e reeditado, em 1987, pela Editora Mercado Aberto, de Porto Alegre, em co-edição com a Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho, da sua Palmares, o romance Os caminhos da solidão completou, neste ano de 2007, o seu cinqüentenário de publicação. Ainda pouco lido e, hoje, quase desconhecido, esse livro (como é o caso de toda a sua criação ficcional produzida a seguir, os 6 romances, a trilogia de contos e uma novela), é obra madura de um escritor completo, amostragem germinal de tudo o que ele ainda iria escrever, nas duas décadas seguintes, a partir do universo de uma única cidade - Palmares -, dimensionando e redimensionando o homem do Nordeste.
No livro "A palavra de Hermilo" (CEPE-Companhia Editora de Pernambuco, Recife, 2007), ele revela, em uma das entrevistas, que "há o Nordeste de Gilberto Freyre, o de José Lins do Rego, o de Graciliano Ramos, o de Ariano Suassuna. É natural. Eu mesmo estou descobrindo outro Nordeste. Agora, neste meu romance da Hermilo e os caminhos.../ 2 mata sul...", e, mais adiante confessa que a sua literatura traduzia "o espírito, a linguagem, o tom de uma determinada região: a zona da mata sul de Pernambuco."
Isto Hermilo faz, de forma consciente e incontestável, desde esse primeiro romance publicado, em cujas páginas a sua cidade natal nasce, numa construção cinematográfica, em crescendo dramático, por meio deuma narrativa que projeta tragédias individuais no palco panorâmico dos sonhos coletivos. A família Monte, o padre, os índios, os senhores de engenhos, a política, a emancipação da vila, o trem-de-ferro e a primeira estação ferroviária da região, os papéis definidos das figuras que constituem a mitologia rurbana da cidade, tudo é revelado pelo poder criativo do romancista que constrói, num plano arrojado, realista e futurista, estruturado como uma arquitetura cinematográfica, a cidade dos Palmares, personagem central de todo o romance Os caminhos da solidão.
"Palmares é a minha marca para toda a vida", diria Hermilo, mais tarde, depois de publicar os seus romances, contos e novelas, um conjunto de obras onde quase tudo é Palmares, e ele acentua, "com a sua gente recriada, eu mesmo recriado, confundindo os vivos com os mortos, não importa, tudo é vivo enquanto eu viver, e mesmo depois que eu não mais viver, nos meus livros, prolongo o tempo do esquecimento."
No romance Os caminhos da solidão , Hermilo começa a narrar a epopéia da sua cidade, uma imemorial Palmares que ele faz viver, no sangue vivo das suas palavras, com imaginação desmedida e um poder de síntese profundamente poético, como um deus senhor da sua criação. Palmares é um ser vivo que nasce, cresce e vai se transformar, em toda a sua obra criada, no princípio e fim do Homem-Hermilo, do Múltiplo-Hermilo, a cidade é sua gênese e seu apocalipse, e ele, sendo a humanidade da sua própria terra, se projeta e se multiplica por vários caminhos da sua criação, Hermilo e os caminhos... / 3 sendo um só, como Hermilo, e um ser coletivo, como a própria Palmares.
Ler o seu livro é ir mais além do que revelam os versos luminosos de Carlos Pena Filho sobre a cidade do Recife; é compreender que uma cidade não é só a invenção dos sonhos dos homens, mas o próprio sonho que inventa os homens.
* Artigo publicado no Diário de Pernambuco
Juareiz Correya
"...Quem desse as costas para o rio veria a campina imensa a perder de vista, juntando-se com o céu que o sol de verão interminável transformava num azul claro de não se suportar.
Uma ou outra árvore, a espaços, acentuava ainda mais aquela solidão áspera." (transcriação do trecho inicial do romance Os caminhos da solidão).
Desta forma, o pernambucano Hermilo Borba Filho inicia o seu primeiro romance, e é assim que nasce a sua cidade natal - Palmares -, centro econômico e cultural da região mata sul de Pernambuco, a matriz definitiva de toda a sua obra ficcional. Publicado, em 1957, pela José Olympio Editora, do Rio de Janeiro (RJ), e reeditado, em 1987, pela Editora Mercado Aberto, de Porto Alegre, em co-edição com a Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho, da sua Palmares, o romance Os caminhos da solidão completou, neste ano de 2007, o seu cinqüentenário de publicação. Ainda pouco lido e, hoje, quase desconhecido, esse livro (como é o caso de toda a sua criação ficcional produzida a seguir, os 6 romances, a trilogia de contos e uma novela), é obra madura de um escritor completo, amostragem germinal de tudo o que ele ainda iria escrever, nas duas décadas seguintes, a partir do universo de uma única cidade - Palmares -, dimensionando e redimensionando o homem do Nordeste.
No livro "A palavra de Hermilo" (CEPE-Companhia Editora de Pernambuco, Recife, 2007), ele revela, em uma das entrevistas, que "há o Nordeste de Gilberto Freyre, o de José Lins do Rego, o de Graciliano Ramos, o de Ariano Suassuna. É natural. Eu mesmo estou descobrindo outro Nordeste. Agora, neste meu romance da Hermilo e os caminhos.../ 2 mata sul...", e, mais adiante confessa que a sua literatura traduzia "o espírito, a linguagem, o tom de uma determinada região: a zona da mata sul de Pernambuco."
Isto Hermilo faz, de forma consciente e incontestável, desde esse primeiro romance publicado, em cujas páginas a sua cidade natal nasce, numa construção cinematográfica, em crescendo dramático, por meio deuma narrativa que projeta tragédias individuais no palco panorâmico dos sonhos coletivos. A família Monte, o padre, os índios, os senhores de engenhos, a política, a emancipação da vila, o trem-de-ferro e a primeira estação ferroviária da região, os papéis definidos das figuras que constituem a mitologia rurbana da cidade, tudo é revelado pelo poder criativo do romancista que constrói, num plano arrojado, realista e futurista, estruturado como uma arquitetura cinematográfica, a cidade dos Palmares, personagem central de todo o romance Os caminhos da solidão.
"Palmares é a minha marca para toda a vida", diria Hermilo, mais tarde, depois de publicar os seus romances, contos e novelas, um conjunto de obras onde quase tudo é Palmares, e ele acentua, "com a sua gente recriada, eu mesmo recriado, confundindo os vivos com os mortos, não importa, tudo é vivo enquanto eu viver, e mesmo depois que eu não mais viver, nos meus livros, prolongo o tempo do esquecimento."
No romance Os caminhos da solidão , Hermilo começa a narrar a epopéia da sua cidade, uma imemorial Palmares que ele faz viver, no sangue vivo das suas palavras, com imaginação desmedida e um poder de síntese profundamente poético, como um deus senhor da sua criação. Palmares é um ser vivo que nasce, cresce e vai se transformar, em toda a sua obra criada, no princípio e fim do Homem-Hermilo, do Múltiplo-Hermilo, a cidade é sua gênese e seu apocalipse, e ele, sendo a humanidade da sua própria terra, se projeta e se multiplica por vários caminhos da sua criação, Hermilo e os caminhos... / 3 sendo um só, como Hermilo, e um ser coletivo, como a própria Palmares.
Ler o seu livro é ir mais além do que revelam os versos luminosos de Carlos Pena Filho sobre a cidade do Recife; é compreender que uma cidade não é só a invenção dos sonhos dos homens, mas o próprio sonho que inventa os homens.
* Artigo publicado no Diário de Pernambuco
Baile do Menino Deus
. Baile do Menino Deus, o mais popular Auto de Natal brasileiro, é encenado em praça pública no Recife, a partir deste domingo. O megaespetáculo integra as comemorações natalinas na capital pernambucana, prometendo atrair mais de 40 mil pessoas em três apresentações ao ar livre.
. A montagem reúne teatro, dança e trilha sonora executada ao vivo. Os cantores Silvério Pessoa, Nadja Sousa e, estreando este ano, Irah Caldeira, são solistas desta aventura cênica, unindo o popular e o erudito. Eles estarão acompanhados por uma orquestra de câmara com 13 músicos (Camerata Stúdio de Música), um coro adulto com 13 cantores (Coral Canto da Boca) e um coral infantil com 12 crianças (Coral Cantinho da Boca), com idades entre oito e quinze anos. Ainda no elenco, os bailarinos Jáflis Nascimento, Fláira Ferro, Renan Ferreira, Rennê Cabral e oito integrantes da Escola Municipal de Frevo Maestro Fernando Borges; além dos atores Sóstenes Vidal, Arilson Lopes, Célio Pontes, Sandra Rino e Tatto Medinni. A regência é do maestro Nelson Almeida, com preparação vocal de Célia Oliveira. Os belos cenários e figurinos são de Marcondes Lima; coreografias de Jáflis Nascimento, Sandra Rino e Célia Meira e a iluminação é assinada por Játhyles Miranda, iluminador da banda Cordel do Fogo Encantado.
. De 23 a 25 de dezembro, às 20h, na praça do Marco Zero (Bairro do Recife). Entrada franca.
Contatos Ronaldo Brito: 81 - 9971 9243 ou 3271 3304.
. A montagem reúne teatro, dança e trilha sonora executada ao vivo. Os cantores Silvério Pessoa, Nadja Sousa e, estreando este ano, Irah Caldeira, são solistas desta aventura cênica, unindo o popular e o erudito. Eles estarão acompanhados por uma orquestra de câmara com 13 músicos (Camerata Stúdio de Música), um coro adulto com 13 cantores (Coral Canto da Boca) e um coral infantil com 12 crianças (Coral Cantinho da Boca), com idades entre oito e quinze anos. Ainda no elenco, os bailarinos Jáflis Nascimento, Fláira Ferro, Renan Ferreira, Rennê Cabral e oito integrantes da Escola Municipal de Frevo Maestro Fernando Borges; além dos atores Sóstenes Vidal, Arilson Lopes, Célio Pontes, Sandra Rino e Tatto Medinni. A regência é do maestro Nelson Almeida, com preparação vocal de Célia Oliveira. Os belos cenários e figurinos são de Marcondes Lima; coreografias de Jáflis Nascimento, Sandra Rino e Célia Meira e a iluminação é assinada por Játhyles Miranda, iluminador da banda Cordel do Fogo Encantado.
. De 23 a 25 de dezembro, às 20h, na praça do Marco Zero (Bairro do Recife). Entrada franca.
Contatos Ronaldo Brito: 81 - 9971 9243 ou 3271 3304.
Foto: Divulgação/Marcelo Lyra
Mário Quintana sabe o que diz
“Quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação.”
História: 22 de dezembro de 1955
Ilustração do nº 1 da Revista do Dieese (1961)
Fundado o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos). Terá destacado papel na contestação da política salarial da ditadura e, nos anos 80 e 90, na denúncia do desemprego e suas causas. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
21 dezembro 2007
Vida festejada
De Elói Melo, sobre o nosso artigo Feliz Ano-Novo, agora e sempre!: "Sou um otimista viciado. Acredito na vida. Não desanimo nunca. Fui da roça. Enxada na mão quando o dia amanhecia. Lutei e hoje sou auditor da PCR (aposentado). Não fui mais longe por falta de experiência e de uma orientação melhor. Na esteira do meu pequeno sucesso vieram outros familiares. Amanhã, como dizia Vinicius de Morais, "de repente não seremos eternamente." Mas tivemos o dom da vida, essa dádiva bonita da natureza que muitos não tiveram por circunstâncias diversas. A nossa vida é uma coisa que deve ser festejada. É a minha opinião."
Ainda sobre Lili
De Rosa Soriano, sobre nossa crônica Até breve Lili: "Lili é parecida com muitas mulheres brasileiras, que hoje com a sua emancipação estão diante de grandes desafios que às vezes chega até a dá medo e muitas emudecem, buscando dentro de si respostas para tantos problemas. É atrás dessas Lilis que nós mulheres do PCdoB estamos, no nosso trabalho, no bairro, na vida. A nossa UBM é um exemplo vivo da nossa luta para quebrar a solidão que cerca tanta de nós mulheres."
Boa noite, Waldir Pedrosa Amorim
20 dezembro 2007
Dona Lúcia Hipólito se decepciona
Na manhã de hoje, a comentarista da Rádio CBN, Lúcia Hipólito, parecia desapontada porque não se confirmou a sua previsão em relação à votação, no Senado, da DRU (Desvinculação das Receitas da União). Na véspera, tenbdenciosa como sempre, esfregava as mãos de ansiedade imaginando mais um imbróglio envolvendo o governo, ao qual atribui a incapacidade de negociar com a oposição, esta, segundo ela, cumpridora dos seus deveres e aberta ao diálogo (sic).
Aconteceu o contrário. A oposição resistiu, como sempre; porém cedeu diante da mão estendida do governo, numa solução de compromisso. O governo compartilhou com os partidos aliados, no Conselho Político, a decisão de asfastar qualquer possibilidade de uma tributação extra para recuperaras perdas com o fim da CPMF e de trabalhar pela retomada da discussão da reforma tributária.
A matéria foi aprovada pó uma maioria de 65 votos, incluindo senadores do DEM e do PSDB.
Aconteceu o contrário. A oposição resistiu, como sempre; porém cedeu diante da mão estendida do governo, numa solução de compromisso. O governo compartilhou com os partidos aliados, no Conselho Político, a decisão de asfastar qualquer possibilidade de uma tributação extra para recuperaras perdas com o fim da CPMF e de trabalhar pela retomada da discussão da reforma tributária.
A matéria foi aprovada pó uma maioria de 65 votos, incluindo senadores do DEM e do PSDB.
Aquecimento
Gazeta Mercantil:
BNDES vive novo "milagre econômico"
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vive o segundo milagre econômico. Diante de brasileiros que consomem cada vez mais há 16 trimestres, as empresas batem às portas da instituição num ritmo só percebido na década de 70. Os pedidos de financiamento ao banco somaram R$ 133 bilhões de janeiro a novembro, um aumento de 30% sobre as consultas do mesmo período do ano passado. O valor se traduz em investimentos futuros da ordem de R$ 260 bilhões. "Pela quantidade de operações e pedidos que continuam entrando no banco, não há sinalização de Que esse crescimento não seja sustentável (...) A última Vez que tivemos pico tão significativo foi em 1975, durante o segundo PND (Plano Nacional de Desenvolvimento)", disse a este jornal o diretor de Infra-Estrutura e Insumos Básicos, Wagner Bittencourt, que trabalha no BNDES há 33 anos.
BNDES vive novo "milagre econômico"
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vive o segundo milagre econômico. Diante de brasileiros que consomem cada vez mais há 16 trimestres, as empresas batem às portas da instituição num ritmo só percebido na década de 70. Os pedidos de financiamento ao banco somaram R$ 133 bilhões de janeiro a novembro, um aumento de 30% sobre as consultas do mesmo período do ano passado. O valor se traduz em investimentos futuros da ordem de R$ 260 bilhões. "Pela quantidade de operações e pedidos que continuam entrando no banco, não há sinalização de Que esse crescimento não seja sustentável (...) A última Vez que tivemos pico tão significativo foi em 1975, durante o segundo PND (Plano Nacional de Desenvolvimento)", disse a este jornal o diretor de Infra-Estrutura e Insumos Básicos, Wagner Bittencourt, que trabalha no BNDES há 33 anos.
Bom dia, Vinícius de Moraes
Ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Guilherme Abath é premiado em Fórum Holístico
Do Boletim Diário, da PCR:
. A excelência no trabalho desenvolvido pela Unidade de Cuidados Integrais à Saúde (UCIS) Professor Guilherme Abath, da Prefeitura do Recife, fez com que a ONG Cocar elegesse a unidade como uma de suas homenageadas em 2007. A entrega do prêmio será, nesta sexta-feira (30), às 19h30, durante o encerramento do 6º Fórum Holístico de Pernambuco, na sede do Centro de Ensino de Graduação Obra Escola (Cegoe), na Universidade Federal Rural de Pernambuco, a UFPRE.
. Segundo a gerente Odimarilis Dantas, essa é a primeira vez que a Guilherme Abath é homenageada desde a sua criação, em setembro de 2004. “Ficamos felizes com o reconhecimento ao nosso trabalho, que sempre se destaca pelo acolhimento que prestamos aos pacientes”, afirmou. Organizador do evento e representante da ONG Cocar, o psicólogo Evandro Araújo explicou que sete pessoas e entidades serão homenageadas nesta edição do fórum holístico. “Os indicados se destacam no trabalho que desenvolvem para ajudar outras pessoas e a Unidade Guilherme Abath se encaixa neste perfil”, acrescentou.
. Há seis anos a ONG Cocar promove o Fórum Holístico de Pernambuco, que debate temas como curas complementares, mente e alma, equilíbrio interior, religião, ciência, ecologia e humanização na saúde. Sempre em parceria com voluntários, a entidade sem fins lucrativos desenvolve ações nas áreas de cultura, saúde e educação. Terapias – Criada em 2004, a Guilherme Abath é considerada um avanço no trabalho integral da saúde da mente e do corpo. A proposta da unidade, vinculada à Secretaria de Saúde do Recife, se antecipou às atuais recomendações do SUS de estímulo à diversificação de oferta de tratamentos complementares nos serviços de saúde. No local, são promovidas atividades de meditação e harmonização pessoal, como tai chi chuan, ioga, bioenergética, acupuntura, fitoterapia, automassagem e oficinas de alimentação saudável.A unidade conta ainda com a Farmácia Pública de Manipulação de Medicamentos Homeopáticos, a primeira pública no ramo em Pernambuco, inaugurada em setembro de 2006.
. Para quem estiver interessado em conhecer a UCIS Guilherme Abath, ela fica localizada na Rua Eduardo Wanderlei, 221, Encruzilhada. Funciona das 7h30 às 17h30. O telefone de contato é o 3232.7731.
. A excelência no trabalho desenvolvido pela Unidade de Cuidados Integrais à Saúde (UCIS) Professor Guilherme Abath, da Prefeitura do Recife, fez com que a ONG Cocar elegesse a unidade como uma de suas homenageadas em 2007. A entrega do prêmio será, nesta sexta-feira (30), às 19h30, durante o encerramento do 6º Fórum Holístico de Pernambuco, na sede do Centro de Ensino de Graduação Obra Escola (Cegoe), na Universidade Federal Rural de Pernambuco, a UFPRE.
. Segundo a gerente Odimarilis Dantas, essa é a primeira vez que a Guilherme Abath é homenageada desde a sua criação, em setembro de 2004. “Ficamos felizes com o reconhecimento ao nosso trabalho, que sempre se destaca pelo acolhimento que prestamos aos pacientes”, afirmou. Organizador do evento e representante da ONG Cocar, o psicólogo Evandro Araújo explicou que sete pessoas e entidades serão homenageadas nesta edição do fórum holístico. “Os indicados se destacam no trabalho que desenvolvem para ajudar outras pessoas e a Unidade Guilherme Abath se encaixa neste perfil”, acrescentou.
. Há seis anos a ONG Cocar promove o Fórum Holístico de Pernambuco, que debate temas como curas complementares, mente e alma, equilíbrio interior, religião, ciência, ecologia e humanização na saúde. Sempre em parceria com voluntários, a entidade sem fins lucrativos desenvolve ações nas áreas de cultura, saúde e educação. Terapias – Criada em 2004, a Guilherme Abath é considerada um avanço no trabalho integral da saúde da mente e do corpo. A proposta da unidade, vinculada à Secretaria de Saúde do Recife, se antecipou às atuais recomendações do SUS de estímulo à diversificação de oferta de tratamentos complementares nos serviços de saúde. No local, são promovidas atividades de meditação e harmonização pessoal, como tai chi chuan, ioga, bioenergética, acupuntura, fitoterapia, automassagem e oficinas de alimentação saudável.A unidade conta ainda com a Farmácia Pública de Manipulação de Medicamentos Homeopáticos, a primeira pública no ramo em Pernambuco, inaugurada em setembro de 2006.
. Para quem estiver interessado em conhecer a UCIS Guilherme Abath, ela fica localizada na Rua Eduardo Wanderlei, 221, Encruzilhada. Funciona das 7h30 às 17h30. O telefone de contato é o 3232.7731.
Ano-Novo
De Lilla Vital, a propósito do artigo Feliz Ano-Novo, agora e sempre*: “Realmente este relato nada mais é do que o nosso momento, ou seja o nosso hoje. Mas acredito que a esperança que circunda nossas vidas e nossas almas é algo que jamais deverá morrer ou ficar perdida entre tantos desafios do nosso cotidiano. E envolvida nesse sentimento de esperança e renovação eu te desejo um final e começo de ano repleto de tudo bom que a vida possa nos oferecer.”
Jovens fora da escola
Um estudo feito pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana, que cruzou dados do IBGE e dos ministérios da Saúde e da Educação, revelou que 53,1% dos 35 milhões de jovens entre 15 e 24 anos no país não freqüentam salas de aula.
Além disso, 19% deles não trabalham nem estudam, índice que passa a 34% quando analisadas apenas as camadas mais pobres.
As causas estão ligadas a fatores como raça, renda, gênero e localização geográfica, entre outros itens.
É por isso que o governo Lula age certo ao priorizar a educação de nível médio. Mas suas ações serão sempre inibidas por um sistema educacional ultrapasso, que exige uma reforma ampla e consistente. Já.
Além disso, 19% deles não trabalham nem estudam, índice que passa a 34% quando analisadas apenas as camadas mais pobres.
As causas estão ligadas a fatores como raça, renda, gênero e localização geográfica, entre outros itens.
É por isso que o governo Lula age certo ao priorizar a educação de nível médio. Mas suas ações serão sempre inibidas por um sistema educacional ultrapasso, que exige uma reforma ampla e consistente. Já.
O que preocupa o presidente
No Vermelho:
Renato Rabelo: a principal preocupação de 2008 será a crise norte-americana
. Em entrevista à Rádio Vermelho, o presidente nacional do PCdoB comentou a última reunião do ano do Conselho Político, onde foram debatidos os cenários para 2008.
. "O presidente Lula estava muito tranquilo sobre a derrota da proposta de prorrogação da CPMF no Senado, ele destacou que a principal prejudicada com a rejeição do projeto será a Saúde, mas que no início de 2008, o govenro deve apresentar uma proposta que remaneje recursos para esta área" destacou Renato.
. Mas o presidente Lula destacou sua preocupação com os efeitos que a crise do mercado imobiliário pode ter no Brasil. Segundo Rabelo "embora a economia brasileira apresente bons índices, a preocupação é com o risco de recessão da economia americana que responde por 20% da economia mundial".
. Clique aqui e ouça a entrevista completa
Renato Rabelo: a principal preocupação de 2008 será a crise norte-americana
. Em entrevista à Rádio Vermelho, o presidente nacional do PCdoB comentou a última reunião do ano do Conselho Político, onde foram debatidos os cenários para 2008.
. "O presidente Lula estava muito tranquilo sobre a derrota da proposta de prorrogação da CPMF no Senado, ele destacou que a principal prejudicada com a rejeição do projeto será a Saúde, mas que no início de 2008, o govenro deve apresentar uma proposta que remaneje recursos para esta área" destacou Renato.
. Mas o presidente Lula destacou sua preocupação com os efeitos que a crise do mercado imobiliário pode ter no Brasil. Segundo Rabelo "embora a economia brasileira apresente bons índices, a preocupação é com o risco de recessão da economia americana que responde por 20% da economia mundial".
. Clique aqui e ouça a entrevista completa
19 dezembro 2007
Quartel central do conservadorismo
O Senado se converteu definitivamente no quartel central da resistência da oposição conservadora ao governo Lula. A queda da CPMF foi apenas um lance a mais. O próximo é a votação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), instrumento pelo qual o governo fica autorizado a remanejar e aplicar 20% das receitas de destinação obrigatória do Orçamento de 2008.
A votação deve acontecer hoje no Senado. E o pretexto para tentar derrotar o governo desta vez é um acordo contra o amento de impostos. Mero pretexto.
Vejamos o resultado.
A votação deve acontecer hoje no Senado. E o pretexto para tentar derrotar o governo desta vez é um acordo contra o amento de impostos. Mero pretexto.
Vejamos o resultado.
História: 19 de dezembro de 1985
Pistoleiros matam com 12 tiros João Canuto, presidente do STR de Rio Maria (PA). O vale do Araguaia, 'terra da morte anunciada', é foco de violência do latifúndio: 2 filhos de Canuto serão mortos. A última frase do líder sindical: 'Morro, mas fica a semente'. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
18 dezembro 2007
A palavra de Sérgio Augusto
Niemeyer que o Recife desrespeitou
Sérgio Augusto Silveira*
Ninguém pode esconder. As elites donas do poder em Pernambuco sempre viram o arquiteto Oscar Niemeyer como um sujeito envolvido com o comunismo internacional. Mantiveram-se em eterna atitude de suspeita quanto aos gestos daquele arquiteto carioca filiado ao Partido Comunista. Inaginavam que ele também trabalhava e produzia sob as ordens de Moscou, mesmo quando começou a reunir-se com o presidente eleito em 1955, Juscelino Kubitschek, para traçar as linhas da nova capital brasileira no planalto central.
Os observadores mais atilados, criativos e sem preconceitos viam os traços e as obras de Niemeyer serem erguidas, antes da grande obra brasiliense, como uma expressão da inquietude do arquiteto, que não admitia ter que se alinhar, disciplinado, com as linhas e formas ditas modernistas, surgidas no mundo nas décadas de 1920 e 1930. Linhas que Nemeyer via inexplicavelmente secas, retas demais e empobrecedoras da estética nos traços das edificações.
Ser moderno, na prancheta, devia necessariamente ser seco e destruidor da graça e beleza? (já ia escrevendo leveza, lembrando das palavras do poeta Ferreira Gullar). Sua resposta era e é não. Essa foi e é uma postura que nos faz lembrar também do poeta pernambucano Joaquim Cardozo, que absorveu o tal modernismo. No entanto, mesmo usando à miude expressões técnicas em seus versos, não fez de sua poesia um pedaço de pau, de pedra, de toco sozinho.
As linhas do arquiteto – que se espalham em obras pelo mundo e que fez Ferreira Gullar definí-las como a descoberta de que a arquitetura é leve, parecendo flutuar – fez aquele Oscar cinquëntão, antes de Brasília, a desenhar e erguer, em 1956, uma arrojada casa com traços leves e funcionais no Recife, situada à avenida Boa Viagem, na altura do nº 1850. Era a residência do cidadão Vicente de Paula. Só que essa cidade não tinha, na ocasião, a mínima noção da importância de tal obra, pois o que interessava era mostrar poder e grana para contratar alguém de fora para construir.
Pois bem, cerca de 23 anos depois, a construção assinada por Oscar Niemeyer – autor de obras magníficas que não precisamos ficar aqui enumerando – foi destruída em nome da cega e poderosa exploração imobiliária para que, no lugar, fosse erguido um prédio desses que se vê por aí, acinzentando o horizonte do Recife. Dentre as conversas e esboços que autoridades locais tiveram com o arquiteto, até hoje nenhuma foi erguida. Só conversa. Vai permanecer assim? A única obra de Niemeyer erguida aqui, foi destruída.
No entanto, ao ser entrevistado na semana passada pelo Jornal do Commercio, do Recife, em nenhum momento foi perguntado a ele o que pensa daquela destruição. Ficou-se na amenidade, como querendo poupar de polêmicas o centenário cidadão do mundo...e a memória desta cidade. Não se deve, de forma alguma, sair dizendo que aquela casa de Boa Viagem era uma obrinha secundária, sem importância para o autor. Nada disso. O que prevalece é o fato de a obra ter sido traçada e assinada pelo arquiteto que já tinha no País erguido Brasília. Acham pouco? Os constru-destruidores da cidade, em 1989 acharam pouco.
Talvez porque, para eles, obra de comunista tem que ir abaixo, principalmente se estiver impedindo a passagem dos grandes lucros das imobiliárias. Como não é de guardar rancor ou raiva de ninguém, Niemeyer não falou desse crime contra a história da cidade. Inclusive porque quem teria que provocá-lo era a reportagem, que não o fez.
* jornalista
Sérgio Augusto Silveira*
Ninguém pode esconder. As elites donas do poder em Pernambuco sempre viram o arquiteto Oscar Niemeyer como um sujeito envolvido com o comunismo internacional. Mantiveram-se em eterna atitude de suspeita quanto aos gestos daquele arquiteto carioca filiado ao Partido Comunista. Inaginavam que ele também trabalhava e produzia sob as ordens de Moscou, mesmo quando começou a reunir-se com o presidente eleito em 1955, Juscelino Kubitschek, para traçar as linhas da nova capital brasileira no planalto central.
Os observadores mais atilados, criativos e sem preconceitos viam os traços e as obras de Niemeyer serem erguidas, antes da grande obra brasiliense, como uma expressão da inquietude do arquiteto, que não admitia ter que se alinhar, disciplinado, com as linhas e formas ditas modernistas, surgidas no mundo nas décadas de 1920 e 1930. Linhas que Nemeyer via inexplicavelmente secas, retas demais e empobrecedoras da estética nos traços das edificações.
Ser moderno, na prancheta, devia necessariamente ser seco e destruidor da graça e beleza? (já ia escrevendo leveza, lembrando das palavras do poeta Ferreira Gullar). Sua resposta era e é não. Essa foi e é uma postura que nos faz lembrar também do poeta pernambucano Joaquim Cardozo, que absorveu o tal modernismo. No entanto, mesmo usando à miude expressões técnicas em seus versos, não fez de sua poesia um pedaço de pau, de pedra, de toco sozinho.
As linhas do arquiteto – que se espalham em obras pelo mundo e que fez Ferreira Gullar definí-las como a descoberta de que a arquitetura é leve, parecendo flutuar – fez aquele Oscar cinquëntão, antes de Brasília, a desenhar e erguer, em 1956, uma arrojada casa com traços leves e funcionais no Recife, situada à avenida Boa Viagem, na altura do nº 1850. Era a residência do cidadão Vicente de Paula. Só que essa cidade não tinha, na ocasião, a mínima noção da importância de tal obra, pois o que interessava era mostrar poder e grana para contratar alguém de fora para construir.
Pois bem, cerca de 23 anos depois, a construção assinada por Oscar Niemeyer – autor de obras magníficas que não precisamos ficar aqui enumerando – foi destruída em nome da cega e poderosa exploração imobiliária para que, no lugar, fosse erguido um prédio desses que se vê por aí, acinzentando o horizonte do Recife. Dentre as conversas e esboços que autoridades locais tiveram com o arquiteto, até hoje nenhuma foi erguida. Só conversa. Vai permanecer assim? A única obra de Niemeyer erguida aqui, foi destruída.
No entanto, ao ser entrevistado na semana passada pelo Jornal do Commercio, do Recife, em nenhum momento foi perguntado a ele o que pensa daquela destruição. Ficou-se na amenidade, como querendo poupar de polêmicas o centenário cidadão do mundo...e a memória desta cidade. Não se deve, de forma alguma, sair dizendo que aquela casa de Boa Viagem era uma obrinha secundária, sem importância para o autor. Nada disso. O que prevalece é o fato de a obra ter sido traçada e assinada pelo arquiteto que já tinha no País erguido Brasília. Acham pouco? Os constru-destruidores da cidade, em 1989 acharam pouco.
Talvez porque, para eles, obra de comunista tem que ir abaixo, principalmente se estiver impedindo a passagem dos grandes lucros das imobiliárias. Como não é de guardar rancor ou raiva de ninguém, Niemeyer não falou desse crime contra a história da cidade. Inclusive porque quem teria que provocá-lo era a reportagem, que não o fez.
* jornalista
17 dezembro 2007
Bom dia, Augusto dos Anjos
A esperança
A Esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença.
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança.
Muita gente infeliz assim não pensa;
No entanto o mundo é uma ilusão completa,
E não é a Esperança por sentença
Este laço que ao mundo nos manieta?
Mocidade, portanto, ergue o teu grito,
Sirva-te a crença de fanal bendito,
Salve-te a glória no futuro - avança!
E eu, que vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da morte a me bradar: descansa!
Por reformas modernizantes
De Flávio Domingues, por e-mail: “Como bom aluno do Prof. Vantuil... não acredito na “democracia” dentro do capitalismo. Concordo com o professor quando diz que o voto referenda o que o capital decidiu... porém, de volta ao mundo real... aquele que vivemos e tentamos transformar... gostaria tecer algumas considerações sobre o assunto:
A perda da CPMF não é só uma perda do governo que usava os seus recursos para fazer suas políticas sociais. Perdemos todos que esperamos uma distribuição do peso dos tributos de forma proporcional ao que se ganha (continuo acreditando na minha teoria sobre a carga tributária). Se a CPMF ainda era uma pequena parcela do total dos tributos arrecadados... era a menos injusta. Além disso, era a única que permitia um acompanhamento das grandes movimentações financeira, levando a Receita – ocasionalmente – encontrar lavagem de dinheiro, sonegação, entre outros crimes. Essa a verdadeira briga de quem era contra.
Os argumentos usados para derrubar a CPMF eram fracos e facilmente derrubados... mas a mídia não defenderia um imposto que mexia com os que tem muito dinheiro. Dizer que o dinheiro da CPMF não estava indo para a saúde beira a asneira. Qualquer investimento que leve a melhorar a vida dos mais pobres já é tratar da saúde. Pobre morre de falta de comida... isso sim é doença medonha. Pobre que come freqüenta menos hospitais e isso ajuda ao sistema de Saúde Pública.
Um economista de direita chegou ao absurdo de dizer que a CPMF era injusta porque incidia sobre todos de forma proporcional... mas é isso que quero... claro que quero mais que isso... quero que quanto mais se ganhe... mais se aumente as alíquotas de impostos.
Acho uma pena a derrota. Forçará os administradores econômicos do governo a pensar e trabalhar mais no fim do ano... mas não abalará a economia do país que, graças a política implementada pelo governo Lula, está com os ditos “fundamentos econômicos” bastantes sólidos.
Quanto ao proposto pelo Sr. para reforma política... concordo plenamente.
É mais do que hora de o Brasil “modernizar” suas instituições (sabendo de todos os riscos que o termo trás). Mas melhor modernizar com Lula no poder que correr um risco futuro de um presidente de direita assumir esse papel fazer uma reforma com uma “modernização conservadora”. Só um governo de esquerda tem condições de fazer reformas que levem realmente a avanços sócias e tenha como resultado uma menor desigualdade social no futuro.”
A perda da CPMF não é só uma perda do governo que usava os seus recursos para fazer suas políticas sociais. Perdemos todos que esperamos uma distribuição do peso dos tributos de forma proporcional ao que se ganha (continuo acreditando na minha teoria sobre a carga tributária). Se a CPMF ainda era uma pequena parcela do total dos tributos arrecadados... era a menos injusta. Além disso, era a única que permitia um acompanhamento das grandes movimentações financeira, levando a Receita – ocasionalmente – encontrar lavagem de dinheiro, sonegação, entre outros crimes. Essa a verdadeira briga de quem era contra.
Os argumentos usados para derrubar a CPMF eram fracos e facilmente derrubados... mas a mídia não defenderia um imposto que mexia com os que tem muito dinheiro. Dizer que o dinheiro da CPMF não estava indo para a saúde beira a asneira. Qualquer investimento que leve a melhorar a vida dos mais pobres já é tratar da saúde. Pobre morre de falta de comida... isso sim é doença medonha. Pobre que come freqüenta menos hospitais e isso ajuda ao sistema de Saúde Pública.
Um economista de direita chegou ao absurdo de dizer que a CPMF era injusta porque incidia sobre todos de forma proporcional... mas é isso que quero... claro que quero mais que isso... quero que quanto mais se ganhe... mais se aumente as alíquotas de impostos.
Acho uma pena a derrota. Forçará os administradores econômicos do governo a pensar e trabalhar mais no fim do ano... mas não abalará a economia do país que, graças a política implementada pelo governo Lula, está com os ditos “fundamentos econômicos” bastantes sólidos.
Quanto ao proposto pelo Sr. para reforma política... concordo plenamente.
É mais do que hora de o Brasil “modernizar” suas instituições (sabendo de todos os riscos que o termo trás). Mas melhor modernizar com Lula no poder que correr um risco futuro de um presidente de direita assumir esse papel fazer uma reforma com uma “modernização conservadora”. Só um governo de esquerda tem condições de fazer reformas que levem realmente a avanços sócias e tenha como resultado uma menor desigualdade social no futuro.”
História: 17 de dezembro de 1989
2º turno da 1ª eleição para presidente em 29 anos: Collor, 35 milhões de votos (42,7%); Lula, 31,1 milhões (37,9%). A esquerda afirma-se como alternativa no Brasil. Chegará à Presidência 13 anos depois. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Para compensar a perda CPMF
Informa o Valor Econômico que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve apresentar hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um pacote de medidas para compensar o fim da cobrança da CPMF. As linhas gerais prevêem o aumento de alíquotas da Contribuição Social sobre Lucro Líquido, do Imposto sobre Produtos Industrializados e do Imposto sobre Operações Financeiras. Também serão suspensos novos aumentos salariais e contratações de funcionários públicos, o que permitirá ao governo dispor de R$ 4,84 bilhões para compor o ajuste do Orçamento de 2008. Ontem, o presidente rejeitou a proposta de criação de imposto exclusivo para o financiamento da Saúde, aventada por Mantega.
*
Toda cautela é pouca.
*
Toda cautela é pouca.
História vesga
Um ex-presidente enredado nas futricas do cotidiano. Lamentavelmente. Assim tem sido Fernando Henrique Cardoso, pequenino quando deveria ter a grandeza que se espera de um ex-governante.
Pois é ele quem inaugura a série de depoimentos de ex-presidentes da República que a Gazeta Mercantil começa a publicar hoje. E tome análise distorcida da história recente do pais!
Pois é ele quem inaugura a série de depoimentos de ex-presidentes da República que a Gazeta Mercantil começa a publicar hoje. E tome análise distorcida da história recente do pais!
Dúbio reformismo tucano
Está nos jornais. A posição do PSDB sobre o debate que se trava ainda em torno da CPMF é clara: quer é uma reforma tributária. E só discutirá qualquer proposta vinculada à reforma depois de muita maturação.
Muito bonito. Mas cabe a pergunta: Se os tucanos governaram com FHC 8 anos, apoiados numa sólida maioria parlamentar (na Câmara e no Senado), por que não realizaram a reforma tributária?
De toda sorte, como ninguém luta olhando para trás, vejamos se o PSDB ajuda mesmo na realização de uma reforma tributária com justiça social, a partir da taxação de grandes fortunas e dos superlucros do sistema financeiro.
Muito bonito. Mas cabe a pergunta: Se os tucanos governaram com FHC 8 anos, apoiados numa sólida maioria parlamentar (na Câmara e no Senado), por que não realizaram a reforma tributária?
De toda sorte, como ninguém luta olhando para trás, vejamos se o PSDB ajuda mesmo na realização de uma reforma tributária com justiça social, a partir da taxação de grandes fortunas e dos superlucros do sistema financeiro.
16 dezembro 2007
Audísio opina sobre o fim da CPMF
De Audísio Costa, sobre o fim da CPMF:
“Muito se fala do CPMF, mas pouco se diz que 78% é de origem das grandes empresas. Pouco se fala que esta contribuição é uma da que mais contribuía para o investimento no social. Portanto a luta é: para onde vai o imposto? Se fosse revertido para o grande empresário, nada teria acontecido, pois alíquotas maiores de outros tipos de impostos não são questionadas, devido ao seu destino: apoio às grandes empresas. Mas a CPMF ia para as ações sociais. E foi graças as ações sociais que o povo brasileiro reelegeu LULA. Para derrotar Lula, primeiro é preciso derrotar o povo. E uma das formas é tirar-lhe o direito à assistência social, tais como educação, saúde e formação profissionalizante. Ora, acabando o CPMF, de onde vai sair os recursos para estas ações? O que imprensa não diz é que há uma diferença de representação entre Camara Federal e o Senado. Observe-se que no Senado a representação é por estado, não interessando o número de cidadão(ãs) existente no estado. Esta é uma diferença importante. E surge a questão que você fala da reforma política e também de Estado: deve haver Senado? Deve ele, o senado, estar centrado na pessoa do senador cuja maioria representa o poder do capital e não da classe trabalhadora?
Outro dado importante é que agora os governadores não são mais do PFL, agora DEMO, e do PSDB como era no tempo de FHC. Como vão os governadores atender seus governados sem estes quarenta bilhões de reais, cujo investimento prioritário era no social?
A luta do CPMF, não foi uma luta simples de política tributária, foi na realidade de concepção de Estado. Queremos um estado com responsabilidade social ou aquele neoliberal, o estado mínimo sem compromisso com o social? Neste momento venceram os defensores do estado mínimo, isto é do projeto neoliberal.”
“Muito se fala do CPMF, mas pouco se diz que 78% é de origem das grandes empresas. Pouco se fala que esta contribuição é uma da que mais contribuía para o investimento no social. Portanto a luta é: para onde vai o imposto? Se fosse revertido para o grande empresário, nada teria acontecido, pois alíquotas maiores de outros tipos de impostos não são questionadas, devido ao seu destino: apoio às grandes empresas. Mas a CPMF ia para as ações sociais. E foi graças as ações sociais que o povo brasileiro reelegeu LULA. Para derrotar Lula, primeiro é preciso derrotar o povo. E uma das formas é tirar-lhe o direito à assistência social, tais como educação, saúde e formação profissionalizante. Ora, acabando o CPMF, de onde vai sair os recursos para estas ações? O que imprensa não diz é que há uma diferença de representação entre Camara Federal e o Senado. Observe-se que no Senado a representação é por estado, não interessando o número de cidadão(ãs) existente no estado. Esta é uma diferença importante. E surge a questão que você fala da reforma política e também de Estado: deve haver Senado? Deve ele, o senado, estar centrado na pessoa do senador cuja maioria representa o poder do capital e não da classe trabalhadora?
Outro dado importante é que agora os governadores não são mais do PFL, agora DEMO, e do PSDB como era no tempo de FHC. Como vão os governadores atender seus governados sem estes quarenta bilhões de reais, cujo investimento prioritário era no social?
A luta do CPMF, não foi uma luta simples de política tributária, foi na realidade de concepção de Estado. Queremos um estado com responsabilidade social ou aquele neoliberal, o estado mínimo sem compromisso com o social? Neste momento venceram os defensores do estado mínimo, isto é do projeto neoliberal.”
CPMF e reforma: mais opinião
De Elói Melo sobre A CPMF e a reforma política:
“Sou inteiramente a favor de uma reforma política em que o parlamentar eleito tenha mais compromisso com o povo. Não acredito numa reforma feita por esses que se encontram nos partidos existentes (com algumas exceções); estão viciados ao toma-lá-dá-cá. O próprio governo é o grande barganhador. Com o dinheiro do contribuinte vai comprando os parlamentares para votarem nos projetos do seu interesse e muitas vezes contra o povo. Lembremos o desconto da previdência do aposentado. Quanto a CPMF, o Senado já resolveu. Sempre fui contra. É uma sangria em cima de pobres numa república onde os banqueiros recolhem proporcionalmente pouco. E por aí vão as distorções. Essa é a minha opinião. Essas idéias propostas no seu artigo são de grande importância. Merecem o meu louvor. Vamos à luta.”
“Sou inteiramente a favor de uma reforma política em que o parlamentar eleito tenha mais compromisso com o povo. Não acredito numa reforma feita por esses que se encontram nos partidos existentes (com algumas exceções); estão viciados ao toma-lá-dá-cá. O próprio governo é o grande barganhador. Com o dinheiro do contribuinte vai comprando os parlamentares para votarem nos projetos do seu interesse e muitas vezes contra o povo. Lembremos o desconto da previdência do aposentado. Quanto a CPMF, o Senado já resolveu. Sempre fui contra. É uma sangria em cima de pobres numa república onde os banqueiros recolhem proporcionalmente pouco. E por aí vão as distorções. Essa é a minha opinião. Essas idéias propostas no seu artigo são de grande importância. Merecem o meu louvor. Vamos à luta.”
Reforma política, uma necessidade
De Sueli Santos, por e-mail, sobre o nosso artigo A CPMF e a reforma política*:
"Minha opinião é que os parlamentares deveriam acima de qualquer decisão, pensar na população brasileira e como essas decisões refletem sobre elas, ao invés de canalizar essas resoluções em função de seus interesses pessoais ou partidários.
Pois, como é que podemos ter uma nação ética e honesta em suas atitudes, quando seus representantes, dão exemplos contrários.
Penso que antes de se fazer reforma política, é necessário que se faça uma reforma na mente dos que estão em situação de poder de decisão, a fim de que possam votar as questões de interesse nacional, pensando com a mesma mentalidade do período de eleição, que é a de atingir a maioria do público eleitor."
___
* Veja abaixo o artigo em postagem anterior.
"Minha opinião é que os parlamentares deveriam acima de qualquer decisão, pensar na população brasileira e como essas decisões refletem sobre elas, ao invés de canalizar essas resoluções em função de seus interesses pessoais ou partidários.
Pois, como é que podemos ter uma nação ética e honesta em suas atitudes, quando seus representantes, dão exemplos contrários.
Penso que antes de se fazer reforma política, é necessário que se faça uma reforma na mente dos que estão em situação de poder de decisão, a fim de que possam votar as questões de interesse nacional, pensando com a mesma mentalidade do período de eleição, que é a de atingir a maioria do público eleitor."
___
* Veja abaixo o artigo em postagem anterior.
Natal sob muitos olhares
Os muitos olhares sobre o Natal: de Marcelino Freire, Raimundo Carrero, Homero Fonseca, Luce Pereira, Urariano Mota, Adriana Dória Matos, Abdias Moura, Cristhiano Aguiar, Marco Albertim, Nivaldo Tenório e Tereza Rozowykwiat. No livro Recife Conta o Natal, organizado pela Prefeitura do Recife.
Quarta-feira próxima, 19, às 19 horas, no Teatro Apolo/Hermilo.
Quarta-feira próxima, 19, às 19 horas, no Teatro Apolo/Hermilo.
A palavra de Oscar Niemeyer
No Conversa Afiada:
. Niemeyer falou de Luiz Carlos Prestes, o líder comunista, de quem foi amigo pessoal e a quem protegeu para re-fundar o Partido Comunista. Quando Paulo Henrique Amorim perguntou o que ele faria se Che Guevara entrasse pelo apartamento adentro e lhe chamasse para participar de uma revolução comunista, Niemeyer respondeu que não tinha mais idade para isso, mas que ajudaria Guevara no que fosse possível, porque o considera um grande homem.
. Niemeyer elogiou também o Presidente Lula: porque é um líder operário, que trabalha para ajudar o povo. Niemeyer acha que, apesar de tudo, o Brasil está no caminho certo, a economia cresce, a situação do povo melhora e a renda se distribui. Niemeyer elogiou a posição de Lula e de Chávez porque contribuem para afirmar o papel da América Latina diante dos Estados Unidos.
. Niemeyer também diz que uma vez, em Moscou, os arquitetos soviéticos lhe perguntaram o que achava da arquitetura soviética. Ele disse que tinha muitas afinidades com eles, mas que a arquitetura não era boa, porque as colunas eram muito próximas umas das outras, não havia espaços. . Niemeyer também contou que, uma vez, o Partido Comunista Francês recomendou que ele não fosse prestigiar uma conferência do Sartre. Um dirigente do PCF disse que o Picasso era muito indisciplinado e não acatava o Partido. Niemeyer conta que não foi à conferência, mas mandou uma carta a Sartre para dizer que concordava com suas idéias.
. Niemeyer diz que casou com a secretária Vera, aos 99 anos, porque é sempre importante estar ao lado da mulher que se ama. Ele concluiu a entrevista ao dizer que chegava de falar de arquitetura, porque o importante mesmo é mulher.
. A entrevista se travou na biblioteca de Niemeyer e diante da cadeira dele há uma fotografia de um amigo francês e três mulheres nuas, numa praia no Sul da França. Duas de barriga para cima e uma de barriga para baixo. Quando Paulo Henrique lhe perguntou sobre a foto, Niemeyer falou: "é uma beleza".
. Veja aqui a entrevista: http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/470501-471000/470610/470610_1.html
. Niemeyer elogiou também o Presidente Lula: porque é um líder operário, que trabalha para ajudar o povo. Niemeyer acha que, apesar de tudo, o Brasil está no caminho certo, a economia cresce, a situação do povo melhora e a renda se distribui. Niemeyer elogiou a posição de Lula e de Chávez porque contribuem para afirmar o papel da América Latina diante dos Estados Unidos.
. Niemeyer também diz que uma vez, em Moscou, os arquitetos soviéticos lhe perguntaram o que achava da arquitetura soviética. Ele disse que tinha muitas afinidades com eles, mas que a arquitetura não era boa, porque as colunas eram muito próximas umas das outras, não havia espaços. . Niemeyer também contou que, uma vez, o Partido Comunista Francês recomendou que ele não fosse prestigiar uma conferência do Sartre. Um dirigente do PCF disse que o Picasso era muito indisciplinado e não acatava o Partido. Niemeyer conta que não foi à conferência, mas mandou uma carta a Sartre para dizer que concordava com suas idéias.
. Niemeyer diz que casou com a secretária Vera, aos 99 anos, porque é sempre importante estar ao lado da mulher que se ama. Ele concluiu a entrevista ao dizer que chegava de falar de arquitetura, porque o importante mesmo é mulher.
. A entrevista se travou na biblioteca de Niemeyer e diante da cadeira dele há uma fotografia de um amigo francês e três mulheres nuas, numa praia no Sul da França. Duas de barriga para cima e uma de barriga para baixo. Quando Paulo Henrique lhe perguntou sobre a foto, Niemeyer falou: "é uma beleza".
. Veja aqui a entrevista: http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/470501-471000/470610/470610_1.html
O bispo de Barra quer morrer
Na Carta Maior, por Bernardo Kucinski
. Um bispo não é um religioso qualquer, um ingênuo tomado pela crendice. É um quadro dirigente. Superou etapas formativas e seletivas, chegando ao topo da hierarquia católica. Estudou os clássicos. Sabe latim, grego e talvez até hebraico. Leu São Tomas de Aquino. Conhece filosofia; teoria política. É um general da Igreja . Seu gesto é o equivalente clerical do “pronunciamento” militar.
. Dom Luiz deve saber que nenhum governo pode abandonar seu principal projeto de desenvolvimento regional. Deve saber também o que é um Estado laico. E o que é democracia. Que um governo democrático não pode ceder à chantagem, nem querendo. Se Dom Luís sabe de tudo isso, o que busca ele com o auto-sacrifício? Esse é o grande enigma. Um denso mistério que provavelmente irá para debaixo da terra junto com seu corpo.
. Leia o artigo na íntegra http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=3785
. Um bispo não é um religioso qualquer, um ingênuo tomado pela crendice. É um quadro dirigente. Superou etapas formativas e seletivas, chegando ao topo da hierarquia católica. Estudou os clássicos. Sabe latim, grego e talvez até hebraico. Leu São Tomas de Aquino. Conhece filosofia; teoria política. É um general da Igreja . Seu gesto é o equivalente clerical do “pronunciamento” militar.
. Dom Luiz deve saber que nenhum governo pode abandonar seu principal projeto de desenvolvimento regional. Deve saber também o que é um Estado laico. E o que é democracia. Que um governo democrático não pode ceder à chantagem, nem querendo. Se Dom Luís sabe de tudo isso, o que busca ele com o auto-sacrifício? Esse é o grande enigma. Um denso mistério que provavelmente irá para debaixo da terra junto com seu corpo.
. Leia o artigo na íntegra http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=3785
Biblioteca em desuso
De José Amaro, por e-mail:
. Uma bela biblioteca digital, desenvolvida em software livre, mas que está prestes a ser desativada por falta de acessos.
. Só de literatura portuguesa são 732 obras! Imaginem um lugar onde você pode gratuitamente: ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci; escutar músicas em MP3 de alta qualidade; ler obras de Machado de Assis ou a Divina Comédia; ter acesso às melhores historinhas infantis e vídeos da TV ESCOLA e muito mais. Esse lugar existe! O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso,basta acessar o site: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp
. Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o projeto por desuso, já que o número de acesso é muito pequeno.
. Vamos tentar reverter esta situação, divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica ferramenta de disseminação da cultura e do gosto pela leitura.
. Uma bela biblioteca digital, desenvolvida em software livre, mas que está prestes a ser desativada por falta de acessos.
. Só de literatura portuguesa são 732 obras! Imaginem um lugar onde você pode gratuitamente: ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci; escutar músicas em MP3 de alta qualidade; ler obras de Machado de Assis ou a Divina Comédia; ter acesso às melhores historinhas infantis e vídeos da TV ESCOLA e muito mais. Esse lugar existe! O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso,basta acessar o site: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp
. Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o projeto por desuso, já que o número de acesso é muito pequeno.
. Vamos tentar reverter esta situação, divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica ferramenta de disseminação da cultura e do gosto pela leitura.
Crônica do domingo
O amor acaba
Paulo Mendes Campos
O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.
Paulo Mendes Campos
O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.
Portal traz textos e entrevistas de Aloysio Biondi
Revista Fórum:
O jornalista Aloysio Biondi ganha uma homenagem em forma de resgate histórico. Cerca de 800 artigos, reportagens e entrevistas do jornalista serão reproduzidos em um portal de internet, além de gravações e fotografias. Biondi foi um dos principais jornalistas brasileiros, com importantes críticas ao modelo neoliberal e às privatizações promovidas na dédada de 90. A partir deste sábado, 15, o portal www.aloysiobiondi.com.br vai ao ar para dar continuidade ao projeto O Brasil de Aloysio Biondi, que reúne homenagens de amigos, colegas e admiradores do jornalista.
O jornalista Aloysio Biondi ganha uma homenagem em forma de resgate histórico. Cerca de 800 artigos, reportagens e entrevistas do jornalista serão reproduzidos em um portal de internet, além de gravações e fotografias. Biondi foi um dos principais jornalistas brasileiros, com importantes críticas ao modelo neoliberal e às privatizações promovidas na dédada de 90. A partir deste sábado, 15, o portal www.aloysiobiondi.com.br vai ao ar para dar continuidade ao projeto O Brasil de Aloysio Biondi, que reúne homenagens de amigos, colegas e admiradores do jornalista.
História: 16 de dezembro de 1976
Arroio (e.) e Pomar, em cena montada pelos órgãos repressivos
Chacina da Lapa (São Paulo): o 2º Exército fuzila dentro de casa Pedro Pomar e Ângelo Arroio, e mata na prisão Batista Drumond, dirigentes do PCdoB. Seu comandante diz-se frustrado pois Amazonas escapou. É a última grande façanha repressiva da ditadura. (Vermelho http://www.vermelho.rg.br/).
Poder local
O poder local, apesar de todas as dificuldades de gerir nossas cidades sob o constrangimento de limites orçamentários, exerce um fascínio enorme.
Cerca de 150 deputados e senadores disputarão prefeituras no ano que vem.
Cerca de 150 deputados e senadores disputarão prefeituras no ano que vem.
15 dezembro 2007
Boa noite, Celina de Holanda
Bagaço da cana também produz álcool
Ciência Hoje On-line:
Brasil já tem unidade experimental para fabricação de etanol a partir da lignocelulose
. Uma pesquisa inovadora promete consolidar a posição estratégica do Brasil como um grande produtor mundial de biocombustíveis. Pesquisadores da Petrobras e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveram uma tecnologia para a obtenção de etanol a partir do bagaço da cana-de-açúcar, o que poderá aumentar em 40% a produção nacional desse biocombustível e incrementar a participação das fontes renováveis na matriz energética do país. . A iniciativa surgiu da necessidade da Petrobras de investir em alternativas que aumentassem a produção de álcool sem expandir a área de cana plantada, o que evitaria a competição com a agricultura voltada para a produção de alimentos e não estimularia o desmatamento. A partir de um levantamento feito pela empresa nas principais universidades do país, teve início em 2004 um projeto baseado em resultados promissores de uma pesquisa conduzida pelo professor Ney Pereira Junior, da Escola de Química da UFRJ.
Especulação
Coluna Diário Político, no Diário de Pernambuco (Marisa Gibson):
Por exclusão - Inocêncio Oliveira insiste que o seu candidato a prefeito do Recife será o candidato que tiver o apoio do governador Eduardo Campos, o que exclui Cadoca (PSC). Mas, o deputado considera que se João da Costa não emplacou até agora, vai ser muito dificil reverter a situação, e o melhor postulante entre os governistas é Luciano Siqueira (PCdoB). Caso nenhum desses der certo, o PR pode, sim, lançar um candidato.
Por exclusão - Inocêncio Oliveira insiste que o seu candidato a prefeito do Recife será o candidato que tiver o apoio do governador Eduardo Campos, o que exclui Cadoca (PSC). Mas, o deputado considera que se João da Costa não emplacou até agora, vai ser muito dificil reverter a situação, e o melhor postulante entre os governistas é Luciano Siqueira (PCdoB). Caso nenhum desses der certo, o PR pode, sim, lançar um candidato.
Sem CPMF
No Vermelho, por Flávio Tonelli Vaz:
Cortes afetarão investimentos e programas
. O governo perdeu a batalha da CPMF. A derrota no Senado revelou o inconformismo da oposição com a situação do país. A retirada de R$ 40 bilhões do orçamento de 2008 cria a necessidade de promover cortes nos diversos programas de governo e atrasos em obras e investimentos.
. Aguarda-se ainda para dezembro a primeira resposta do governo: um conjunto de medidas para recuperar, pelo menos em parte, as receitas pedidas. A expectativa é que seja imediatamente modificada a legislação sobre impostos variados como o IPI, IOF, Imposto de Importação e de Exportação; parte disso pode ser operado por meio de decretos e portarias, mas também serão necessários projetos de leis ou Medidas Provisórias. Cogita-se mudanças em contribuições sociais, nas parcelas incidentes sobre produtos importados e nas típicas do setor financeiro - as contribuições sobre o lucro, faturamento e do PIS/Pasep são diferenciadas para esse setor.
. Tão importante quanto a redefinição das receitas é construir um novo instrumento de combate à sonegação fiscal. A CPMF, além de ser um tributo de difícil sonegação, contribuía para o combate à elisão fiscal, pois permitia comparar a renda declarada pelas pessoas e empresas com a sua respectiva movimentação financeira. Muitos crimes puderam ser mapeados pelas informações da CPMF. Para que se tenha uma idéia desse poder, todo o aumento real concedido para o salário mínimo em 2001 foi custeado com o aumento da arrecadação de outros tributos propiciado pelo uso das informações da CPMF por parte da Receita.
. Veja o texto completo http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=29884
Cortes afetarão investimentos e programas
. O governo perdeu a batalha da CPMF. A derrota no Senado revelou o inconformismo da oposição com a situação do país. A retirada de R$ 40 bilhões do orçamento de 2008 cria a necessidade de promover cortes nos diversos programas de governo e atrasos em obras e investimentos.
. Aguarda-se ainda para dezembro a primeira resposta do governo: um conjunto de medidas para recuperar, pelo menos em parte, as receitas pedidas. A expectativa é que seja imediatamente modificada a legislação sobre impostos variados como o IPI, IOF, Imposto de Importação e de Exportação; parte disso pode ser operado por meio de decretos e portarias, mas também serão necessários projetos de leis ou Medidas Provisórias. Cogita-se mudanças em contribuições sociais, nas parcelas incidentes sobre produtos importados e nas típicas do setor financeiro - as contribuições sobre o lucro, faturamento e do PIS/Pasep são diferenciadas para esse setor.
. Tão importante quanto a redefinição das receitas é construir um novo instrumento de combate à sonegação fiscal. A CPMF, além de ser um tributo de difícil sonegação, contribuía para o combate à elisão fiscal, pois permitia comparar a renda declarada pelas pessoas e empresas com a sua respectiva movimentação financeira. Muitos crimes puderam ser mapeados pelas informações da CPMF. Para que se tenha uma idéia desse poder, todo o aumento real concedido para o salário mínimo em 2001 foi custeado com o aumento da arrecadação de outros tributos propiciado pelo uso das informações da CPMF por parte da Receita.
. Veja o texto completo http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=29884
Vídeo na Arte Plural
Neste sábado (15/12) , a partir das 17hs, na Arte Plural Galeria, exibição do vídeo "Moacir Arte Bruta", mais novo documentário dirigido por Walter Carvalho.
Trata-se da história de um jovem, pobre, com deficiências de fala e comportamento, que vive isolado da comunidade e é descoberto por seus desenhos primitivos, fortes e expressivos.
Trata-se da história de um jovem, pobre, com deficiências de fala e comportamento, que vive isolado da comunidade e é descoberto por seus desenhos primitivos, fortes e expressivos.
14 dezembro 2007
Fim da CPMF
Folha de Pernambuco:
Há os que não estão certos quanto ao futuro sem a CPMF. “Estou dentro dos que não gostam da CPMF, mas tenho a compressão de que o governo não tem condições de perder R$ 40 bilhões. Para ser sincero, não sei as conseqüências disso”, disse o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira.
Há os que não estão certos quanto ao futuro sem a CPMF. “Estou dentro dos que não gostam da CPMF, mas tenho a compressão de que o governo não tem condições de perder R$ 40 bilhões. Para ser sincero, não sei as conseqüências disso”, disse o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira.
No almoço anual da FIEPE
Coluna JC Negócios (Jortnal do Commercio):
Siqueira surpreende na Fiepe - Nem Armando Neto, nem Corte Real , o discurso mais incisivo na festa da Fiepe, em defesa da iniciativa privada, foi do vice-prefeito Luciano Siqueira, que terminou dizendo que quando a PCR não pode ser parceira, apóia.
.
O vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB), disse temer que a retirada da CPMF faça a equipe política do presidente Lula tomar decisões que interfiram no crescimento da economia ou na política cambial. “É preciso calma, serenidade e equilíbrio numa situação como esta”, defendeu ele, num discurso que fez, também no almoço da Fiepe, a favor da CPMF. Ele argumentou, principalmente, que esses recursos podem fazer falta nas despesas que já estavam previstas para o próximo ano.
Siqueira surpreende na Fiepe - Nem Armando Neto, nem Corte Real , o discurso mais incisivo na festa da Fiepe, em defesa da iniciativa privada, foi do vice-prefeito Luciano Siqueira, que terminou dizendo que quando a PCR não pode ser parceira, apóia.
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O vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB), disse temer que a retirada da CPMF faça a equipe política do presidente Lula tomar decisões que interfiram no crescimento da economia ou na política cambial. “É preciso calma, serenidade e equilíbrio numa situação como esta”, defendeu ele, num discurso que fez, também no almoço da Fiepe, a favor da CPMF. Ele argumentou, principalmente, que esses recursos podem fazer falta nas despesas que já estavam previstas para o próximo ano.
História: 14 de dezembro de 1837
Primeira caricatura publicada no Brasil (Rio), pelo Monitor Mercantil: denuncia a Feira das Parvoíces, nomeação escusa do diretor do Correio Oficial. (Vermelho www.vermelho.org.br).
Evolução do emprego
O Caged, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgado regularmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, oferece dados indicativos do desempenho da economia.
O boletim divulgado ontem contém números interessantes, no que se refere ao emprego. Este ano, já foram criados cerca de 1,9 milhão de empregos com carteira assinada. Mas técnicos do ministério prevêem a redução de 300 mil postos formais em dezembro. Se a previsão realmente se concretizar, o ano deve fechar com recorde de 1.600 milhão de empregos gerados.
A desaceleração em dezembro se dará, segundo os técnicos, porque a indústria começa a eliminar postos criados para o aumento da demanda de Natal.
Vale conferir.
O boletim divulgado ontem contém números interessantes, no que se refere ao emprego. Este ano, já foram criados cerca de 1,9 milhão de empregos com carteira assinada. Mas técnicos do ministério prevêem a redução de 300 mil postos formais em dezembro. Se a previsão realmente se concretizar, o ano deve fechar com recorde de 1.600 milhão de empregos gerados.
A desaceleração em dezembro se dará, segundo os técnicos, porque a indústria começa a eliminar postos criados para o aumento da demanda de Natal.
Vale conferir.
A defesa da língua
A língua, a moeda e a integridade do território são símbolos da soberania de um país.
A defesa da língua portuguesa brasileira é objeto de projeto de Lei de autoria do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), aprovado ontem na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.
O projeto legisla sobre a promoção e defesa do idioma correlata ao que já existe em vários países. Procura deter o uso excessivo de expressões em língua estrangeira, os chamados estrangeirismos, que, segundo Aldo, dificultam a comunicação do povo brasileiro. Com a lei aprovada, todos os documentos oficiais do Brasil deverão ser escritos em português. E toda comunicação dirigida ao público, caso utilize palavras em outra língua, terá tradução para o português. A regra vale para peças publicitárias, relações comerciais, meios de comunicação de massa e informações afixadas em estabelecimentos comerciais.
Veja matéria no Vermelho http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=29793
A defesa da língua portuguesa brasileira é objeto de projeto de Lei de autoria do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), aprovado ontem na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.
O projeto legisla sobre a promoção e defesa do idioma correlata ao que já existe em vários países. Procura deter o uso excessivo de expressões em língua estrangeira, os chamados estrangeirismos, que, segundo Aldo, dificultam a comunicação do povo brasileiro. Com a lei aprovada, todos os documentos oficiais do Brasil deverão ser escritos em português. E toda comunicação dirigida ao público, caso utilize palavras em outra língua, terá tradução para o português. A regra vale para peças publicitárias, relações comerciais, meios de comunicação de massa e informações afixadas em estabelecimentos comerciais.
Veja matéria no Vermelho http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=29793
13 dezembro 2007
Opinar não ofende
Para inserir sua opinião, clique sobre a palavra "comentários", abaixo. Você tem a opção de assinar gratuitamente o blog e toda vez que postar seu comentário sua assinatura será imediata. Ou usar a opção “anônimo”, porém assine ao final do texto para que possamos publicar o que você escreveu. Para enviar um e-mail clique aqui: lucianosiqueira@uol.com.br
Ato de escrever segundo Clarice
"Eu não escrevo o que quero, escrevo o que sou." (Clarice Lispector).
Políticas sociais funcionam
O Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) acaba de publicar a 14ª edição do estudo Políticas Sociais: Acompanhamento e Análise, que contém um dado interessante: as políticas sociais na área do trabalho e emprego encetadas sob o governo Lula no ano passado proporcionaram em boa medida a recuperação dos salários e a ampliação do emprego formal e, por conseqüência, um aumento da taxa de cobertura dos segurados da Previdência.
Informa a Agência Brasil que, segundo o estudo, o número de empregados com carteira assinada passou de 39,7% em 2003 para 41,4% em 2006. Os empregados sem carteira passaram de 15,5% para 14,8% no período e o número de autônomos caiu de 20% para 19,1%. Isso ocasionou o aumento da contribuição previdenciária total. Entre 2003 e 2006, a proporção de pessoas que contribuem para a Previdência aumentou 11,9% no país.
Também foi constatada uma queda na desigualdade de rendimentos. Os menores salários tiveram os maiores ganhos reais, com até 9,6% entre os 30% mais pobres. Segundo o estudo, isso foi motivado pela valorização do salário-mínimo, pela ampliação da ocupação e pelo aumento da participação previdenciária. Os mais bem remunerados tiveram aumentos menores, com ganho real de 3,7% entre os 20% mais bem pagos.
Informa a Agência Brasil que, segundo o estudo, o número de empregados com carteira assinada passou de 39,7% em 2003 para 41,4% em 2006. Os empregados sem carteira passaram de 15,5% para 14,8% no período e o número de autônomos caiu de 20% para 19,1%. Isso ocasionou o aumento da contribuição previdenciária total. Entre 2003 e 2006, a proporção de pessoas que contribuem para a Previdência aumentou 11,9% no país.
Também foi constatada uma queda na desigualdade de rendimentos. Os menores salários tiveram os maiores ganhos reais, com até 9,6% entre os 30% mais pobres. Segundo o estudo, isso foi motivado pela valorização do salário-mínimo, pela ampliação da ocupação e pelo aumento da participação previdenciária. Os mais bem remunerados tiveram aumentos menores, com ganho real de 3,7% entre os 20% mais bem pagos.
Boa noite, Mário Hélio
Marte e Vênus
doce amiga, apenas sou o aedo
que ignorando que as coisas eram invertas
e que a própria incerteza é a mãe da vida,
te procurou como procura um asceta
sua verdade boiando além das mãos pendidas.
te possui como se tem a um segredo
e depois de o sabê-lo sabemos não sabê-lo.
doce amiga, apenas sou o aedo
que ignorando que as coisas eram invertas
e que a própria incerteza é a mãe da vida,
te procurou como procura um asceta
sua verdade boiando além das mãos pendidas.
te possui como se tem a um segredo
e depois de o sabê-lo sabemos não sabê-lo.
A contribuição de Niemeyer
No Vermelho:
Renato Rabelo destaca contribuição de Niemeyer ao Brasil
O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, divulgou nota nesta quinta-feira (13) destacando o papel de Oscar Niemeyer, que completa no sábado que vem. " Um país se torna forte com a riqueza produzida por seu povo, mas também pela contribuição indelével de seus talentos, como o de Niemeyer", diz a nota, somando-se às homenagens que se sucedem no Brasil e no mundo pelo centenário do arquiteto de Brasília.
Veja a íntegra da nota:
"Nas comemorações dos cem anos de vida do grande brasileiro Oscar Niemeyer, o Partido Comunista do Brasil destaca entre tantos méritos de um dos arquitetos mais influentes do mundo o fato de que sua obra tem projetado o Brasil de forma marcante. Um país se torna forte com a riqueza produzida por seu povo, mas também pela contribuição indelével de seus talentos, como o de Niemeyer. Por outro lado devemos exaltar sua coerência e o compromisso com o povo, com os oprimidos e com a causa do comunismo e da liberdade.
Renato Rabelo, presidente do Partido Comunista do Brasil – PCdoB."
Renato Rabelo destaca contribuição de Niemeyer ao Brasil
O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, divulgou nota nesta quinta-feira (13) destacando o papel de Oscar Niemeyer, que completa no sábado que vem. " Um país se torna forte com a riqueza produzida por seu povo, mas também pela contribuição indelével de seus talentos, como o de Niemeyer", diz a nota, somando-se às homenagens que se sucedem no Brasil e no mundo pelo centenário do arquiteto de Brasília.
Veja a íntegra da nota:
"Nas comemorações dos cem anos de vida do grande brasileiro Oscar Niemeyer, o Partido Comunista do Brasil destaca entre tantos méritos de um dos arquitetos mais influentes do mundo o fato de que sua obra tem projetado o Brasil de forma marcante. Um país se torna forte com a riqueza produzida por seu povo, mas também pela contribuição indelével de seus talentos, como o de Niemeyer. Por outro lado devemos exaltar sua coerência e o compromisso com o povo, com os oprimidos e com a causa do comunismo e da liberdade.
Renato Rabelo, presidente do Partido Comunista do Brasil – PCdoB."
Nossa coluna de toda quinta-feira no portal Vermelho
Feliz Ano-Novo agora e sempre
Nos cartões que nos chegam pelos correios, nas mensagens via e-mail e torpedos no celular: Boas Festas e Feliz Ano-Novo! Com ligeiras variações, a saudação se repete aos milhares, confirmando relações de apreço e amizade ou como um gesto formal de alguns que, ocupando postos de relevo na área pública ou privada, sentem-se no dever de praticá-lo.
De toda sorte, desejamos, sim, uns aos outros, um Ano-Novo benfazejo, com maior ou menor convicção do que estamos dizendo. E o grau de convicção se expressa com certa nitidez quando o cumprimento é feito pessoalmente.
- Torço para que você tenha um 2008 de muita alegria e paz, amigo!
- Pra você também.
- Oxente, você responde assim desanimado... tá faltando firmeza.
- Claro que desejo um bom 2008 pra você. O problema é meu, não tenho a menor certeza do que vou enfrentar pela frente.
- Como assim, cadê seus planos? Você sempre foi um cara de fazer planos pessoais, mesmo no tempo difícil da militância sob ditadura militar, lembra?
- Verdade, sempre fui otimista. Mas hoje, amigo velho, que pode esperar do Ano-Novo um sujeito como eu afundado em dúvidas, desenganos e dívidas?
- Puxa, rapaz, não fale assim. Todo mundo tem problemas, mas nem por isso se deixa abater na passagem de ano.
- Pois é, se a gente se encontrar no réveillon você vai ver o que é animação. Depois da segunda dose, ninguém me segura. Prometo que serei o mais animado da festa. Mas, no dia seguinte... dia seguinte é pauleira, velho!
Despedimo-nos quando a moça da TAM chamou os passageiros do vôo para o Rio de Janeiro – conversávamos no salão de embarque do aeroporto, e seguiríamos em vôos diferentes – e nosso diálogo foi interrompido por um quase protocolar boa viagem. Mas nas duas horas e tanto do trecho Recife-Brasília, as palavras do amigo não saíam da mente. Quantas pessoas, como o amigo infeliz, estarão nas celebrações do réveillon exibindo uma alegria falsa, artificial, dissonante do seu real estado de espírito?
Pouco importa, diria outro amigo, mestre conceituado de festas e farras, para quem as comemorações, o uísque e os abraços efusivos servem mesmo para isso: para disfarçar, por um instante que seja, os males que nos afligem e exaltar a felicidade geral, irrestrita e passageira.
Pode ser. Mas, desse que jamais perdeu a esperança, receba um sonoro Feliz Ano-Novo – agora e sempre!
Nos cartões que nos chegam pelos correios, nas mensagens via e-mail e torpedos no celular: Boas Festas e Feliz Ano-Novo! Com ligeiras variações, a saudação se repete aos milhares, confirmando relações de apreço e amizade ou como um gesto formal de alguns que, ocupando postos de relevo na área pública ou privada, sentem-se no dever de praticá-lo.
De toda sorte, desejamos, sim, uns aos outros, um Ano-Novo benfazejo, com maior ou menor convicção do que estamos dizendo. E o grau de convicção se expressa com certa nitidez quando o cumprimento é feito pessoalmente.
- Torço para que você tenha um 2008 de muita alegria e paz, amigo!
- Pra você também.
- Oxente, você responde assim desanimado... tá faltando firmeza.
- Claro que desejo um bom 2008 pra você. O problema é meu, não tenho a menor certeza do que vou enfrentar pela frente.
- Como assim, cadê seus planos? Você sempre foi um cara de fazer planos pessoais, mesmo no tempo difícil da militância sob ditadura militar, lembra?
- Verdade, sempre fui otimista. Mas hoje, amigo velho, que pode esperar do Ano-Novo um sujeito como eu afundado em dúvidas, desenganos e dívidas?
- Puxa, rapaz, não fale assim. Todo mundo tem problemas, mas nem por isso se deixa abater na passagem de ano.
- Pois é, se a gente se encontrar no réveillon você vai ver o que é animação. Depois da segunda dose, ninguém me segura. Prometo que serei o mais animado da festa. Mas, no dia seguinte... dia seguinte é pauleira, velho!
Despedimo-nos quando a moça da TAM chamou os passageiros do vôo para o Rio de Janeiro – conversávamos no salão de embarque do aeroporto, e seguiríamos em vôos diferentes – e nosso diálogo foi interrompido por um quase protocolar boa viagem. Mas nas duas horas e tanto do trecho Recife-Brasília, as palavras do amigo não saíam da mente. Quantas pessoas, como o amigo infeliz, estarão nas celebrações do réveillon exibindo uma alegria falsa, artificial, dissonante do seu real estado de espírito?
Pouco importa, diria outro amigo, mestre conceituado de festas e farras, para quem as comemorações, o uísque e os abraços efusivos servem mesmo para isso: para disfarçar, por um instante que seja, os males que nos afligem e exaltar a felicidade geral, irrestrita e passageira.
Pode ser. Mas, desse que jamais perdeu a esperança, receba um sonoro Feliz Ano-Novo – agora e sempre!
Mídia revolucionária
No Vermelho:
Última edição experimental da Classe relata fundação da CTB
O nascimento da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), que iniciou seu Congresso de Fundação na noite desta quarta-feira (12), em Belo Horizonte, é a capa da Classe Operária experimental desta quinta. O editorial trata da derrota do governo no Senado, que rejeitou a CPMF. O semanário ''da militância com internet para a militância sem internet'' concluiu com esta edição a sua fase de teste; os resultados começam a ser avaliados dia 19, em reunião nacional da comunicação do PCdoB.
O nascimento da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), que iniciou seu Congresso de Fundação na noite desta quarta-feira (12), em Belo Horizonte, é a capa da Classe Operária experimental desta quinta. O editorial trata da derrota do governo no Senado, que rejeitou a CPMF. O semanário ''da militância com internet para a militância sem internet'' concluiu com esta edição a sua fase de teste; os resultados começam a ser avaliados dia 19, em reunião nacional da comunicação do PCdoB.
Veja matéria http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=29760
12 dezembro 2007
A vida segundo Clarice
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada." (Clarice Lispector).
História: 12 de dezembro de 1986
Greve geral nacional contra o Plano Cruzado 2, convocada pela CUT-CGT. Atinge o maior índice de adesão de todas as greves gerais até então (42%). (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).
Aliança improvável
O Diário de Pernambuco especula hoje em torno da hipótese de uma aliança entre o PCdoB e o PSC, para um suposto apoio à candidatura do deputado Carlos Eduardo Cadoca à Prefeitura do Recife.
Especular não ofende. Mas não há o menor sentido na hipótese. O PCdoB está empenhado em consolidar a nossa pré-candidatura – que, aliás, vai muito bem, cumprindo as metas estabelecidas para a atual fase, que se encerra no final deste mês de dezembro.
Especular não ofende. Mas não há o menor sentido na hipótese. O PCdoB está empenhado em consolidar a nossa pré-candidatura – que, aliás, vai muito bem, cumprindo as metas estabelecidas para a atual fase, que se encerra no final deste mês de dezembro.
Bom dia, Guilherme de Almeida
Nós
Fico – deixas-me velho. Moça e bela
partes. Estes gerânios encarnados
que na janela vivem debruçados
vão morrer debruçados na janela.
E o piano, o teu cenário tagarela
a lâmpada, o divã, os cortinados:
- “Que é feito dela?” – indagarão – coitados!
E os amigos dirão: “Que é feito dela?”
Parte! E, se olhando atrás, da extrema curva
da estrada, vires, esbatida e turva
tremer a alvura dos cabelos meus
irás pensando, pelo teu caminho,
que essa pobre cabeça de velhinho
é um lenço branco que te diz adeus!
Nosso artigo de toda quarta-feira no Blog de Jamildo (ex-Blog do JC)
A CPMF e a reforma política
A polêmica que se arrasta no Senado acerca da prorrogação, ou não, da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) põe em relevo a necessidade de uma reforma tributária. Quanto a isso, há quase uma unanimidade – embora contraditórias sejam as opiniões acerca do conteúdo essencial dessa reforma. No seio do governo e na sociedade.
Mas o impasse em torno da CPMF também chama outra reforma – a política. Porque evidencia a enorme dificuldade de formação de maiorias parlamentares minimamente consistentes, sob as atuais regras eleitorais e partidárias. Daí o constrangimento do governo, que se vê envolto num processo de negociação “homem a homem”, procurando a todo custo (e sabe Deus a custo de quê) conquistar os votos necessários para vencer a peleja. Não há um posicionamento estável das bancadas; há de cada parlamentar, individualmente.
Poderia ser diferente? Sim, desde que o processo eleitoral e o funcionamento do Congresso Nacional estivessem aptos a traduzir, a um só tempo, a realidade brasileira como ela é; e o posicionamento de cada partido.
Explicando melhor. O Brasil é um gigante marcado por enormes desigualdades regionais e intra-regionais e uma tremenda diversidade econômica, social, cultural e política e por um tecido social urdido a base de distorções e conflitos. Não há como evitar que essa heterogeneidade se manifeste no Parlamento. E é bom que seja assim, pois permite, em certa medida, a representação de todo o amalgama de interesses existentes na sociedade.
Por outro lado, essa diversidade se refletiria de maneira mais precisa se as eleições se dessem num ambiente de pelo menos razoável igualdade de competição. Ou seja, se diferentes partidos disputassem o voto com igual direito de acesso aos meios de comunicação e a salvo de interferências indevidas do poder econômico, mediante o financiamento público das campanhas.
Mais ainda se prevalecesse o sistema de listas partidárias – puro ou misto -, levando a que os eleitores votassem em programas partidários, e não exclusivamente nos indivíduos. Os parlamentares, desse modo, estariam obrigados a responder, no exercício do mandato, por compromissos programáticos ao invés de votarem ao sabor de conveniências pessoais. As bancadas teriam consistência e unidade – e, portanto, os acordos políticos em torno de cada matéria relevante se dariam às claras, sob o olhar crítico da opinião pública.
Daí a necessidade de se tratar do assunto desde agora, para que venha a ocupar lugar de destaque na pauta das eleições de 2010. Aí, sim, poderemos eleger um parlamento compromissado com a reforma.
A polêmica que se arrasta no Senado acerca da prorrogação, ou não, da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) põe em relevo a necessidade de uma reforma tributária. Quanto a isso, há quase uma unanimidade – embora contraditórias sejam as opiniões acerca do conteúdo essencial dessa reforma. No seio do governo e na sociedade.
Mas o impasse em torno da CPMF também chama outra reforma – a política. Porque evidencia a enorme dificuldade de formação de maiorias parlamentares minimamente consistentes, sob as atuais regras eleitorais e partidárias. Daí o constrangimento do governo, que se vê envolto num processo de negociação “homem a homem”, procurando a todo custo (e sabe Deus a custo de quê) conquistar os votos necessários para vencer a peleja. Não há um posicionamento estável das bancadas; há de cada parlamentar, individualmente.
Poderia ser diferente? Sim, desde que o processo eleitoral e o funcionamento do Congresso Nacional estivessem aptos a traduzir, a um só tempo, a realidade brasileira como ela é; e o posicionamento de cada partido.
Explicando melhor. O Brasil é um gigante marcado por enormes desigualdades regionais e intra-regionais e uma tremenda diversidade econômica, social, cultural e política e por um tecido social urdido a base de distorções e conflitos. Não há como evitar que essa heterogeneidade se manifeste no Parlamento. E é bom que seja assim, pois permite, em certa medida, a representação de todo o amalgama de interesses existentes na sociedade.
Por outro lado, essa diversidade se refletiria de maneira mais precisa se as eleições se dessem num ambiente de pelo menos razoável igualdade de competição. Ou seja, se diferentes partidos disputassem o voto com igual direito de acesso aos meios de comunicação e a salvo de interferências indevidas do poder econômico, mediante o financiamento público das campanhas.
Mais ainda se prevalecesse o sistema de listas partidárias – puro ou misto -, levando a que os eleitores votassem em programas partidários, e não exclusivamente nos indivíduos. Os parlamentares, desse modo, estariam obrigados a responder, no exercício do mandato, por compromissos programáticos ao invés de votarem ao sabor de conveniências pessoais. As bancadas teriam consistência e unidade – e, portanto, os acordos políticos em torno de cada matéria relevante se dariam às claras, sob o olhar crítico da opinião pública.
Daí a necessidade de se tratar do assunto desde agora, para que venha a ocupar lugar de destaque na pauta das eleições de 2010. Aí, sim, poderemos eleger um parlamento compromissado com a reforma.