Alan Schaller
Inapetência cívica e luta eleitoral
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
Dentre os muitos dados significativos revelados na pesquisa Data Folha divulgada hoje, um suscita reflexão imediata: quase trinta por cento dos eleitores tendem a votar em branco ou nulo caso Lula não seja candidato.
Evidente que informações sobre o pleito de outubro contidas em pesquisas, agora, carecem de solidez, seja porque vivemos um instante da vida nacional de extrema imprevisibilidade, seja porque tradicionalmente tendências de opinião pública, no Brasil, se alteram muito rapidamente.
Além disso, o cenário da disputa eleitoral ainda está em formação, longe de ganhar contornos definitivos.
Entretanto, os pesquisadores comparam esse dado de agora com a série histórica de pesquisas relacionadas com o pleito presidencial e nele reconhecem um recorde.
Quer dizer: a desilusão do eleitorado, ou de expressiva parcela dele, hoje seria muito maior do que em outras oportunidades críticas.
Deve ser mesmo. Os últimos três anos, sobretudo, têm sido tomados por um noticiário extremamente negativo acerca da política, dos políticos e dos partidos. Intenso, ininterrupto e parcial, nunca assentado na apreciação multilateral dos fatos. Do que resulta, inevitavelmente, uma inapetência cívica considerável.
Importa levar em conta isso, para muito além das escaramuças verbais que predominam nessa fase que antecede a formação de coalizões e a definição de candidaturas majoritárias — nos âmbitos nacional e local.
Urge levar a sério o debate, ferir questões efetivamente essenciais.
Por exemplo, a informação do IBGE de que a taxa média de desemprego subiu em 2017 e é a maior desde 2012. Tremendo contraste com o que diz a propaganda governamental, de que o crescimento econômico está em retomada e o emprego se expande.
Alguns poucos e débeis indicadores "positivos" apenas demonstram que a economia continua péssima para os trabalhadores.
A inflação baixa (principalmente por queda da demanda), juros diminuídos (mas ainda estratosféricos vis a vis a inflação) não são magias que dispensem investimentos públicos em infraestrutura — fator decisivo para o verdadeiro crescimento econômico.
Assim, não será com artifícios midiáticos, nem com o bate boca entre postulantes a cargos majoritários que esse percentual elevado de desiludidos se reverterá.
A disputa entre propostas programáticas distintas há que lastrear a busca do voto — e a recuperação da credibilidade.
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
Dentre os muitos dados significativos revelados na pesquisa Data Folha divulgada hoje, um suscita reflexão imediata: quase trinta por cento dos eleitores tendem a votar em branco ou nulo caso Lula não seja candidato.
Evidente que informações sobre o pleito de outubro contidas em pesquisas, agora, carecem de solidez, seja porque vivemos um instante da vida nacional de extrema imprevisibilidade, seja porque tradicionalmente tendências de opinião pública, no Brasil, se alteram muito rapidamente.
Além disso, o cenário da disputa eleitoral ainda está em formação, longe de ganhar contornos definitivos.
Entretanto, os pesquisadores comparam esse dado de agora com a série histórica de pesquisas relacionadas com o pleito presidencial e nele reconhecem um recorde.
Quer dizer: a desilusão do eleitorado, ou de expressiva parcela dele, hoje seria muito maior do que em outras oportunidades críticas.
Deve ser mesmo. Os últimos três anos, sobretudo, têm sido tomados por um noticiário extremamente negativo acerca da política, dos políticos e dos partidos. Intenso, ininterrupto e parcial, nunca assentado na apreciação multilateral dos fatos. Do que resulta, inevitavelmente, uma inapetência cívica considerável.
Importa levar em conta isso, para muito além das escaramuças verbais que predominam nessa fase que antecede a formação de coalizões e a definição de candidaturas majoritárias — nos âmbitos nacional e local.
Urge levar a sério o debate, ferir questões efetivamente essenciais.
Por exemplo, a informação do IBGE de que a taxa média de desemprego subiu em 2017 e é a maior desde 2012. Tremendo contraste com o que diz a propaganda governamental, de que o crescimento econômico está em retomada e o emprego se expande.
Alguns poucos e débeis indicadores "positivos" apenas demonstram que a economia continua péssima para os trabalhadores.
A inflação baixa (principalmente por queda da demanda), juros diminuídos (mas ainda estratosféricos vis a vis a inflação) não são magias que dispensem investimentos públicos em infraestrutura — fator decisivo para o verdadeiro crescimento econômico.
Assim, não será com artifícios midiáticos, nem com o bate boca entre postulantes a cargos majoritários que esse percentual elevado de desiludidos se reverterá.
A disputa entre propostas programáticas distintas há que lastrear a busca do voto — e a recuperação da credibilidade.
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