29 dezembro 2008

Conversa de criança

O sol da manhã

- Vovô, o sol está nadando na praia. Sem sunga!

(Miguel, 3 anos, em São José da Coroa Grande, PE).

Bom dia, Manuel Bandeira

Nu

Quando estás vestida,
Ninguém imagina
Os mundos que escondes
Sob as tuas roupas.

(Assim, quando é dia,
Não temos noção
Dos astros que luzem
No profundo céu.

Mas a noite é nua,
E, nua na noite,
Palpitam teus mundos
E os mundos da noite.

Brilham teus joelhos,
Brilha o teu umbigo,
Brilha toda a tua
Lira abdominal.

Teus exíguos
— Como na rijeza
Do tronco robusto
Dois frutos pequenos —

Brilham.) Ah, teus seios!
Teus duros mamilos!
Teu dorso! Teus flancos!
Ah, tuas espáduas!

Se nua, teus olhos
Ficam nus também:
Teu olhar, mais longe,
Mais lento, mais líquido.

Então, dentro deles,
Bóio, nado, salto
Baixo num mergulho
Perpendicular.

Baixo até o mais fundo
De teu ser, lá onde
Me sorri tu’alma
Nua, nua, nua...

28 dezembro 2008

Crônica para uma noite de domingo

Despedida
Rubem Braga

E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perda da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.

Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.

E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho? Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.

Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus. A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.

27 dezembro 2008

Zumbido protetor

Ciência Hoje Online:
Som produzido por abelhas previne destruição das folhas das plantas por lagartas
. Muita gente perde o apetite quando sofre alguma perturbação. Com as lagartas não é diferente. Um estudo alemão mostrou que elas comem menos folhas das plantas que infestam quando são constantemente expostas ao zumbido de abelhas. Os resultados, publicados esta semana na revista Current Biology, revelam que as abelhas têm outra importante função para as plantas além da polinização: protegê-las do ataque de pragas.
. Em estudos anteriores, o pesquisador Jürgen Tautz, da Universidade de Würzburg (Alemanha), já havia descoberto que muitas lagartas possuem finos pêlos sensoriais que lhes permitem detectar vibrações no ar, como o som do bater de asas de vespas predadoras. Como estratégia de defesa para tentar garantir sua sobrevivência, as lagartas – que comem quase sem parar – ficam imóveis ou se soltam da planta ao perceber a aproximação das vespas.
. Agora, uma equipe liderada por Tautz descobriu que o mesmo acontece quando abelhas inofensivas se aproximam. “O sistema nervoso e o equipamento sensorial das lagartas é muito simples e não consegue diferenciar vespas e abelhas, já que elas têm tamanho e freqüência de batimento de asas iguais”, diz o pesquisador à CH On-line. Se a exposição ao zumbido de abelhas for constante, como acontece em árvores frutíferas muito carregadas de flores, as lagartas se alimentarão bem menos, o que resultará em plantas mais saudáveis.
. Leia a matéria na íntegra http://cienciahoje.uol.com.br/134851

Raízes poéticas

Continente Multicultural:
Um panorama das origens da poesia
Novo volume da coleção Roteiro da Poesia Brasileira, organizado pelo professor de Literatura Brasileira, Ivan Teixeira, cobre o surgimento dos primeiros versos escritos no Brasil: José de Anchieta, Bento Teixeira, Gregório de Matos, Botelho de Oliveira e Frei Manuel de Santa Maria Itaparica são alguns dos autores enfocados com estudo crítico e amostragem de sua poesia, com destaque para Gregório e Botelho, por sua importância. O livro traz também poemas da curiosa Academia dos Esquecidos, atuante no início do século 18, na Bahia. Bento Teixeira, com sua ficção histórica das origens do Brasil, a partir de Pernambuco, tem seu Prosopopéia apresentado integralmente. (Marco Polo)

Versos que inspiram

“Preciso não dormir/Até se consumar/O tempo da gente/Preciso conduzir/Um tempo de te amar/Te amando devagar e urgentemente” (Chico Buarque – Todo o sentimento).

Na mesa ao lado

Nem ator, nem astronauta

- É o olhar, cara.
- Como assim?
- É esse meu olhar que não me deixa disfarçar, nem quando tomo um porre.
- Disfarçar o quê?
- Minha dor, cara.
- Mas isso todo mundo tem, uns mais outros menos...
- Tudo bem, sei que é assim. Mas não quero que ninguém veja o tanto que estou sofrendo...
- Puxa!
- Desde menino sou assim, por isso queria ser ator.
- Ator?
- Sim, pra ser alegre quando estivesse triste, pra disfarçar.
- Mas ser ator não é fácil.
- É nada! Agora queria mesmo ser astronauta.
- Astronauta!?
- Astronauta, sim senhor. Pra passar um tempão rodando pelo espaço sem ninguém saber se estou triste ou não, só a estrelas.
- Ah, meu amigo, ta na hora de você tomar outra dose, isso sim.

Aviso aos que não dormem bem

. Tem gente que não consegue dormir tranquilamente, durante o sono dão chutes ou realizem outros movimentos bruscos. Se for o seu caso, procure um médico: você está no grupo de risco de desenvolver demência ou mal de Parkinson.
. A constatação é de uma pesquisa feita no Canadá publicada na revista científica "The Neurology". Foram analisados 93 pacientes diagnosticados com o transtorno do comportamento do sono REM - caracterizado pela atividade motora associada a sonhos.
. A fase REM do sono é aquela onde os sonhos são mais vívidos. Pessoas que sofrem desse transtorno dão socos, chutes, choram e saltam da cama "imitando" a atividade sonhada.
. No estudo, os cientistas observaram os voluntários, todos acima dos 65 anos, durante um período de cinco anos.
. Ao final da análise, os pesquisadores observaram que cerca de 25% dos pacientes que sofriam do transtorno do sono REM desenvolveram doenças degenerativas - 14 foram diagnosticados com mal de Parkinson, sete com a demência com corpos de Lewy, quatro com Alzheimer e uma com atrofia sistêmica múltipla.

Amiga da onça

Revista Brasileiros:
Pesquisadora brasileira dedica sua vida a conscientizar os caçadores e a cuidar para que a onça-pintada do Pantanal não seja extinta
. Povo pantaneiro acorda antes do sol. Com as curicacas cantando na janela, às 5 horas da madrugada, Sandra Cavalcanti já está de pé, com os longos cabelos loiros trançados, cavalos arreados e equipe a postos. Gosta de ver o dia clarear no mato. Escolha própria, feita por prazer. Os oito cachorros onceiros da comitiva apuram o faro nas trilhas encharcadas. No caminho, começam a latir, "barruar", como se diz no linguajar local. É o sinal de que "levantaram" a onça-pintada, isto é, acuaram o felino e o obrigaram a subir em uma árvore. Os pesquisadores se aproximam olhando para cima, pois sabem os riscos de ter um gato de mais de 120 quilos sobre suas cabeças. É preciso agilidade para preparar o dardo com anestésico e a pontaria.
. Aos poucos, a onça perde as forças e cai desacordada. Sandra, então, colhe sangue, mede o tamanho das presas, das patas. Deitado no chão, o animal recebe um nome e um colar. Passa a desfilar pela maior planície alagável do planeta com um radiotransmissor e um GPS (aparelho de localização) presos ao pescoço. Em silêncio, a cientista espera que o bicho volte da anestesia, reconheça o novo adereço e siga seu rumo no verde da vegetação. Numa dessas caçadas, a onça saltou para o chão. Mesmo sedada, não se intimidou com os cachorros, que partiram para cima do felino. Sem pensar, Sandra reagiu. Teve medo que eles machucassem o animal já grogue por causa do remédio. Um a um, ela levantou os cães e jogou-os para os peões detrás das árvores. "Eu tirei todos os cachorros de perto dela, precisava defender o bicho. Depois, tomei uma bronca do caçador que me acompanhava", relata.

Descanso e amenidades

. Entre a rede, os livros e o mar vivo dias de descanso aqui em São José da Coroa Grande, entre o Natal e o Ano Novo.
. Na “pauta”, o carinho da família e a algazarra das crianças. Mas não resisto a uma espiadela no noticiário, para não perder o bom hábito.
. Mas de política, aqui no blog, só volto a falar do dia 1 de janeiro em diante – assim espero.
. Por enquanto, compartilho com vocês poesia, crônicas, amenidades.
. E ainda tento atualizar a minha correspondência pessoal via e-mail, atrasadíssima.

Crise & justiça social

No Vermelho:
O melhor presente
Eduardo Bomfim

Existem pessoas que torcem para que a extensão da crise econômica mundial atinja em cheio o Brasil. Nesse caso, a principal vítima será o povo brasileiro. Para alguns a atividade política é uma sucessão de ações maniqueístas onde o que importa é a derrota daqueles que se encontram no caminho dos seus objetivos.

É impossível que uma nação consiga alcançar um caminho de prosperidade e justiça social com semelhante filosofia, se é possível chamar isso de filosofia, de comportamento. Essa postura não é exclusividade dessa ou daquela corrente de pensamento, trata-se de poderoso vírus que atinge muitos agrupamentos de variadas feições ideológicas.

Tanto que se incorporou ao linguajar social a máxima de “quanto pior melhor”. Na verdade, para a grande maioria da sociedade e dos povos, quanto pior, horrível e quanto melhor, melhor.

Semelhante ponto de vista, demonstra que os que assim agem, são desprovidos de projetos para a nação, não possuem uma causa ou um ideário, mas exclusivamente interesses pessoais, mesquinhos mesmo. Buscam substituir as contradições entre concepções distintas para uma sociedade, por uma prática de conspirações intermináveis, onde o que importa é unicamente o sucesso pessoal e o resto que se lixe.

São aqueles que se acham os sabichões que todos nós encontramos pelas esquinas da vida. Às vezes conseguem obter dividendos profissionais durante um período. Mas terminam fazendo jus à máxima de Lincoln de que vários conseguem enganar a todos durante um bom tempo, mas não o tempo todo.

Pensam, com incrível mania de grandeza, que a humanidade é composta de ingênuos. Trata-se de um primarismo comportamental que acomete em grande escala o mundo da política, mas que se encontra presente em todas as atividades profissionais. É um maquiavelismo de terreno baldio, uma disfunção mais que ideológica, é também psicológica.

No fundo as pessoas possuem uma grande aversão a esse tipo de comportamento tanto que se tornou, negativamente, célebre a frase de um jogador de futebol, em uma propaganda de TV, “eu gosto de levar vantagem em tudo”.

As pessoas lúcidas não desejam que os norte-americanos, os brasileiros, os europeus, ou quem quer que seja, afundem na lama para que a aspiração de uma vida mais digna seja conquistada. O melhor presente aos povos para 2009 será a superação dessa crise pelo caminho da justiça.

26 dezembro 2008

Palavra de Clarice

Por e-mail, recebo de Aurélio Amaral trecho de Clarice Lispector em A vida: "Há momentos na vida que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa dos nossos sonhos e abraçá-la. Sonhe com aquilo que você quiser. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer. Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. Esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles q buscam e tentam sempre. Para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam em sua vida. O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre."

25 dezembro 2008

Mídia tendenciosa

No Vermelho:
Crescem suspeitas de que Veja mentiu sobre grampo no STF
. Quatro meses e mais de uma centena de depoimentos depois, o inquérito da PF que apura o grampo ilegal de conversas do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, chega ao fim do ano sem provas de autoria nem vestígios do áudio cuja transcrição divulgada pela revista ''Veja'' resultou no afastamento do diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Lacerda.
. O inquérito está nas mãos da Justiça, que analisa o pedido de prorrogação feito pelos delegados Rômulo Berredo e William Morad. A tendência é que a investigação ganhe sobrevida de 30 dias, mas, ainda assim, na PF poucos acreditam que ela chegue aos culpados.
. A dificuldade de se comprovar a existência do áudio coloca em dúvida a veracidade da informação divulgada pela revista Veja. A revista, escorada na desculpa do ''sugilo da fonte'', recusa-se a dizer onde e através de quem conseguiu a suposta gravação. Também nega-se a fornecer o original que recebeu.
. Diante de tanta relutância, não será surpresa se a investigação da PF concluir que a revista forjou a matéria e mentiu com objetivos inconfessáveis. Não seria a primeira vez que a revista da família Civita seria flagrada mentindo aos seus leitores. Reportagens como a dos dólares cubanos engarrafados e a suposta ajuda do PT às Farc são apenas dois dos casos conhecidos em que a revista usou informações sabidamente falsas para tentar criar fatos políticos.

24 dezembro 2008

Um brinde à vida

O rio e a cidade
Luciano Siqueira*

Tu vens de muito longe, há muito tempo, desde que te chamavam de Caapiuar-y-be. Vences barreiras, abres veredas – e chegas aqui qual amante que se aloja no leito da mulher amada: ora forte, exuberante; ora sinuoso, como que a contorcer-se preguiçoso e carente após tremenda peleja. A cidade amada o acolhe sequiosa do teu vigor e do teu afeto. O tempo, porém, sob o vendaval da moderna desordem, perturba a tua relação com a cidade como os desencontros da vida ameaçam uma relação de amor. Já não és mais aquele, que ao olhar do poeta Cabral “Engoliu as terras, engoliu as casas,/Engoliu as cercas/E engordou seu corpo/Engolindo as noites, engolindo os dias.” Fostes envolvido pela sanha do lucro, do fausto, da ambição, da desesperança, da dor, do desamor. Agora, quando tu encontras o teu irmão gêmeo, o Bebyrype, e se abraçam ao encontro do imenso oceano, parece-se enfim derrotado. Mas ainda conservas a energia que brota do teu nascedouro, fonte renovável de tua força; e a cidade, essa amante cruel, como que arrependida, parece enfim acordar da longa noite de insesatez e, envolta pelo clamor da reivenção da vida busca reiventar-se a si mesma e te reencontrar como dois seres que se amam retornam à pureza do primeiro encontro .

Quem em 2009 o Recife reencontre com o Capibaribe e o Beberibe a senda do amor à vida.
___
* Publicado no Jornal Perto de Casa.

Bom dia, Cecília Meireles


Barsot
Canção

Nunca eu tivera querido
dizer palavra tão louca:
bateu-me o vento na boca,
e depois no teu ouvido.

Levou somente a palavra,
deixou ficar o sentido.

O sentido está guardado
no rosto com que te miro,
neste perdido suspiro
que te segue alucinado,
no meu sorriso suspenso
como um beijo malogrado.

Nunca ninguém viu ninguém
que o amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste,
e eu sei que ela se vê bem...
Só se aquele mesmo vento
fechou teus olhos, também...

História: 24 de dezembro de 1934

Passeata dos grevistas dos Correios São Paulo
Começa a 1ª greve da história dos Correios e Telégrafos, que atinge o Rio e São Paulo. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).

Pobreza de idéias

. Bom que caminhemos para uma eleição da Mesa da Câmara Municipal do Recife por consenso em torno de uma única chapa.
. Péssimo que isso se dê sem a explicitação de uma proposta de trabalho que considere o fortalecimento da Casa e as expectativas da sociedade.

Cena de fim de ano

Da minha visita, ontem, à redação da Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura do Recife. Companheirismo acima de tudo.

Moradia para quem não tem teto

Gazeta Mercantil:
Governo prepara versão moradia do Bolsa Família
A Parceria Público Privada com uma grande empreiteira nacional para a construção de 200 mil habitações populares em todo o País, com prioridade para a região Nordeste, deverá fazer parte do pacote de medidas governamentais aguardado tão ansiosamente pela indústria da construção civil. Com viés bem popular, o pacote será, na verdade, uma versão moradia do Bolsa Família, tendo também como foco as eleições presidenciais de 2010.

23 dezembro 2008

O amigo Milton

. Recebi hoje em meu gabinete a visita do novo vice-prefeito do Recife, Milton Coelho. conversa agradável.
. De aliado e amigo.

22 dezembro 2008

História: 22 de dezembro de 1955

Ilustração do nº 1 da Revista de Estudos Sócio-Econômicos, do Dieese (1961)
Fundado o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e estudos Sócio-Econômicos). Terá destacado papel na contestação da política salarial da ditadura e, nos anos 80 e 90, na denúncia do desemprego e suas causas. (Vermelho www.vermelho.org.br).

Opinião pessoal de Sérgio Augusto

É hora de cautela em nome da análise científica
Sérgio Augusto Silveira*
sergioaugusto_s@yahoo.com.br

Está havendo uma tempestade de opiniões, afirmações convictas de que o sistema capitalista está passando, agora, pela sua crise maior da História. Mais aguda que a eclodida em 1929, ou seja, há 78 anos passados. Essa tempestade, envolvendo os nomes mais respeitados na área da economia e política, tem por base uma consideração importante: hoje, mundialmente, as cifras e nível de especulação financeira são muitíssimo maiores do que as que envolveram a crise de 1929. Hoje a árvore é muito maior do que em priscas eras e, portanto, a queda está sendo muito maior e mais barulhenta. Onde escrevi árvore, leia-se capitalismo.

Daí o alvoroço e as múltiplas afirmações de que o apocalipse chegou e que, desta vez, se confirmará a previsão de Marx quanto às crises cíclicas do sistema vigente. E que esta vai ser, mesmo, da bubônica.

Os mais cautelosos preferem lembrar, não de Marx, mas das idéias centrais de uma escola desenvolvida nos Estados Unidos, pela qual a ordem econômica e social não pode prescindir da intervenção do estado, aqui, ali, acolá para garantir a ordem econômica. Ou seja, o pensamento de Mainard Keynes, formulado naquele momento em que parecia que o mundo ia se acabar, há 78 anos.

Quanto às interpretações mais radicais, convém lançar sobre elas a seguinte questão: será que a “programação” das crises do sistema econômico capitalista deva ser tão automática assim? O que houve que esse sistema não foi varrido das economias depois de 1929, quando o sistema socialista se consolidava no leste europeu? Haja capacidade de se autotransformar!

É justamente por essa via interpretativa que imaginamos venha a ser, a atual crise, melhor avaliada, para não cairmos na armadilha do discurso meramente político nesse instante. A complexidade do quadro econômico e político em que vivemos, neste início de novo século e novo milênio, nos impede de simplificar o raciocínio e fugirmos de uma avaliação científica – portanto, de uma avaliação conseqüente do que se passa no mundo.

Diante das quedas espetaculares das bolsas, das perdas trilionárias dos gigantes da economia mundial e da mobilização de fortunas incalculáveis de governos em favor dos grupos poderosos e periclitantes, quem vem dando uma demonstração de serenidade e cuidado nas avaliações e atitudes é o governo brasileiro. Essa fase crítica não está sendo capaz de colocar em campos opostos o governo Lula e o empresariado brasileiro. O que aí impera é a cautela e não o confronto.

Estamos passando por uma fase de longa e acurada observação do que ocorre. O início do próximo ano fornecerá mais elementos para que se possa aferir o tamanho e a influência deste chilique mundial na ordem econômica e saber se o palácio capitalista – concentrador e especulativo – está mesmo indo para o abismo.
* Jornalista

Micros informatizadas

. Uma pesquisa realizada pelo Observatório das Micro e Pequenas Empresas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP) revela que em dez anos, o uso de computadores entre as micro e pequenas empresas (MPEs) brasileiras aumentou mais de 450%. A proporção atual é de 75% – em 1998, era de apenas 16%.
. Das empresas que dispõem de computador, 71% acessam internet, dez vezes mais do que há dez anos. Já o uso de celular passou de 42% para 91%.
. O estudo As Tecnologias de Informação e Comunicação nas MPEs Brasileiras foi feito em 4.004 micro e pequenas empresas de todas as regiões do país e buscou rastrear a utilização dessas tecnologias pelos empresários de pequenos negócios.
. Entre as empresas pesquisadas, 60% atribuem “grande importância” ao uso de microcomputador no negócio, 56%, ao celular, e 51% à internet.

Mais crédito

No Valor Econômico de hoje: As linhas de crédito comercial da Caixa Econômica Federal (CEF) estão mais baratas a partir de hoje, para pessoas físicas e empresas. O banco decidiu promover uma nova rodada de corte nos juros na expectativa de tomar clientes de bancos privados, que reduziram a oferta de recursos em meio à crise. A Caixa quer aumentar em 30% as operações de crédito em 2009.

Moradia: boa notícia

. Na Folha de S. Paulo de hoje. O déficit habitacional caiu pela primeira vez de forma significativa nos últimos 15 anos, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas. Entre 2006 e 2007 houve queda de 9,5%, o equivalente a 754 mil domicílios.
. O país precisa de 7,21 milhões de moradias para eliminar as habitações precárias. A previsão para este ano é de um resultado ainda mais expressivo porque a economia cresceu em ritmo mais forte.

21 dezembro 2008

Bom dia, Dedé Monteiro

Meu Papai Noel de casa
Aos garotos desconhecidos deste velhinho

Os sinos tocam contentes.
Aí, Papai Noel sai,
Distribuindo presentes,
Como se fosse outro pai.
Durante essa missão sua,
Desce rua, sobe rua,
Sobe morro, morro desce…
Palmilha todo o terreno.
Só meu casebre pequeno,
Papai Noel desconhece.

É porque eu não conheço
Onde Papai Noel mora.
Senão, o meu endereço
Eu ia enviar-lhe agora.
Escrevia um bilhetinho,
Pra lhe contar direitinho,
Onde fica o meu chalé.
Se dizem que ele advinha,
Por que só minha casinha
Ele não sabe onde é?

Quer saber o que se dava
Se papai fosse um ricaço?
Papai Noel não errava
As grades do meu terraço.
Chegava fora de hora,
Rondava a casa por fora,
Pela chaminé descia
E, em silêncio e sorrindo,
Deixava um presente lindo,
Pegava o saco e saía.

Chaminé muito enfeitada,
Minha palhoça não tem.
Mas, duma lata amassada,
Papai fez uma também.
Mas, se o senhor entender
Que ela não vai lhe caber,
Eu deixo aberta a janela.
Aí, se o senhor cansar
E achar que não deve entrar,
Jogue o presente por ela.

Reclamando desse jeito,
Talvez, eu esteja errado.
Pois, meu mocambo foi feito
Num lugar muito atrasado.
Lá, Papai Noel não passa,
Porque nem tem luz, nem praça,
Nem parque de diversão…
Esse Papai Noel nobre,
Não liga menino pobre
Que vive de pés no chão.

Mas, papai que é mais humano,
Este ano me falou:
“Se Deus quiser, para o ano,
Seu Presente eu mesmo dou!”
Papai é papai de fato.
Não é papai de boato,
Como esse Noel que atrasa.
Meu papai é tão fiel,
Que não há Papai Noel
Como esse que eu tenho em casa!!!

Quem controla a mídia?

De Audísio Costa sobre o meu artigo Os incomunicáveis (veja abaixo em postagem de dias anteriores):
. O tema é muito interessante, em especial em se tratando do Brasil hoje. Todos queremos democracia. Mas quem controla a mídia? E ela é formadora de opinião. Por isto, mesmo o governo Lula dando certo, a oposição que tem o poder econômico e controla a mídia a usa para desmistificar os grandes avanços que temos, conseqüência da política do atual governo federal.
. Embora pareça à primeira vista simples, não o é. Trata-se da luta ideológica de concepção de estado e defesa de interesses. Assim, neste momento de crise, os grandes defensores do estado mínimo e da livre concorrência, portanto do capitalismo, deixam de lado suas teses fundamentais e exigem do governo medidas oficiais para beneficiar o grande empresariado. Agora o dinheiro público é fundamental para salvar empresas, etc. Mas na ora do lucro o mesmo não é divido com o público, mas fica limitado ao poder privado.
. Portanto camarada Luciano não se trata apenas de falta de oportunidade de acesso à educação holística como no caso da jovem paraibana de Sapé, mas de luta pelo poder, para implementar um modelo de estado que apenas favoreça ao capital em prejuízo da construção de uma sociedade justa , fraterna e solidária. E aqueles que lutam por uma sociedade de justiça social precisam compreender bem esta conjuntura para não cair no falso conto de quanto pior melhor. Mas compreender as nuances da atual conjuntura política de luta ideológica.

História: 20 de dezembro de 1963

Selo de campanha liderada pela Contag
Fundação da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), no bojo do 1º ascenso das lutas pela reforma agrária. O 1º presidente é Lindolfo Silva. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).

Em defesa do Estado nacional

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Desenvolvimento e Estado
Sabemos que existem graves problemas que se remetem aos anos em que o desenvolvimento nacional atingiu índices muito baixos ou mesmo quase nulos, ou foram épocas de crescimento associado a um gigantesco processo de endividamento externo.

Trata-se de uma trágica herança que é sentida por todos os brasileiros em qualquer região do país. É verdade que onde a nação apresenta a sua face mais pobre ou mesmo miserável, as seqüelas dos chamados “anos perdidos” mostram-se mais aterradoras.

Associa-se a esses contextos, a presença de um Estado induzido à inoperância, a estratégias elitistas, ou submetido a políticas agressivas de desregulamentação. Em todos esses casos a resultante foi o aumento das desigualdades sociais e regionais, combinadas a condições anárquicas de crescimento econômico. Em todas essas circunstâncias esteve ausente qualquer esforço de um projeto de desenvolvimento nacional baseado na ampla maioria do povo brasileiro, pondo em risco a própria soberania do país.

Porque a fragmentação do tecido social e as disparidades regionais prestam um enorme desserviço à luta contra qualquer manifestação de hegemonismo internacional, enfraquece o papel do Estado nacional, em colaboração com os Estados regionais, como elemento estratégico de condução ao desenvolvimento econômico associado a uma profunda inclusão social.

De outro lado, existe, nos dias atuais, um campo teórico, ideológico e político no Brasil, que nega a atualidade do papel do Estado como elemento articulador da ampla maioria do povo brasileiro. Ao contrário, considera-o um inimigo a ser destruído. Esses se encontram situados em estratos bem minoritários da sociedade, apesar de uma certa influência em áreas formadoras da opinião publica.

Em última instância, são duas concepções que parecendo ser o extremo oposto uma da outra terminam jogando o mesmo papel de contrárias ao objetivo da autonomia nacional e social do país.

Não há experiência contemporânea em que um povo tenha alcançado a independência e elevados patamares de civilização, sejam eles quais forem, prescindindo do papel estratégico e aglutinador do Estado nacional.

Principalmente nos tempos atuais em que se agigantam as incompatibilidades entre o capital rentista internacional e as nações, algumas em séria crise.

UFPE faz ciência

Ciência Hoje:
Solução ecológica para indústrias
Materiais alternativos são testados com sucesso no resfriamento da água de processos industriais
. Garrafas PET e fibra de coco podem ser uma solução simples, barata e original para resfriar água quente derivada de processos industriais. Esses materiais podem ser usados nas torres que resfriam a água e permitem, assim, seu reaproveitamento pelas indústrias. Um protótipo do equipamento, feito por pesquisadores do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), está sendo testado com sucesso.
. O objetivo dos cientistas é substituir os materiais tradicionalmente usados no interior das torres de resfriamento por outros reaproveitados, tornando o processo mais ecológico. “Os enchimentos das torres são feitos de plásticos como o polipropileno, o PVC e o polietileno, que podem demorar até 100 anos para se decompor na natureza”, ressalta a engenheira Ana Rosa Mendes Primo, membro da equipe envolvida no projeto.
. As torres de resfriamento são um elemento central em todos os processos industriais que produzem calor. Nelas, a água usada para abaixar a temperatura dos equipamentos industriais aquecidos no ciclo de produção é resfriada para que possa ser reaproveitada em outro processo. Assim, as indústrias têm uma grande economia de água, pois apenas 2% desse recurso são perdidos para o ambiente.
. Para ser resfriada, a água quente é bombeada para um sistema no topo da torre, de onde é borrifada sobre o enchimento e escorre pelo material. Grelhas localizadas na base da torre permitem a entrada de ar, cuja circulação é forçada por um ventilador. O resfriamento da água ocorre por meio de processos de transferência de calor e massa entre as gotículas de água quente e o ar.
. O ar quente é eliminado pelo topo (ou lateral) da torre através do ventilador, o que faz com que a temperatura da água seja reduzida com mais rapidez. A água resfriada é liberada pela base da torre.
. Leia a matéria na íntegra http://cienciahoje.uol.com.br/134571
Na foto de Ana Rosa Mendes Primo, gargalos de garrafas PET (no alto) e cordas de fibra de coco (embaixo) podem ser reaproveitados em sistemas de resfriamento da água proveniente de processos industriais.

Debater é preciso

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. Mais de 90% dos que nos enviam seus comentários o fazem através do e-mail lucianosiqueira@uol.com.br.

Novas medidas anti-crise?

. Vêm aí novas medidas destinadas a reduzir os efeitos da crise global sobre a economia brasileira.
. É o que disse o presidente Lula, ontem, para quem não há risco de recessão no país. Os setores que mais preocupam são aqueles que geram grande quantidade de empregos, como o automobilístico, o de construção civil, o agrícola e as pequenas e médias empresas.
. O governo mantém para o próximo ano a meta de crescimento de 4% para o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

19 dezembro 2008

Coluna semanal no Portal Vermelho

Os incomunicáveis
Luciano Siqueira

“Imagine, amiga. Eu, uma simples paraibana de Sapé em plena Frankfurt sem falar uma palavra em alemão! Mas você encara o inglês, pelo menos? Nada disso, só a nossa velha língua pátria. Melhor do que eu, então, que arranho o inglês, o espanhol, o francês e continuo achando todas enigmáticas demais. Inclusive o português. Enigmáticas? Sim, querida. Porque quando mais preciso, falo e ninguém me entende.”

O diálogo tenho cá comigo anotado numa pasta de “conversas da mesa ao lado”, que em bares e restaurantes tenho a oportunidade de ouvir de vez em quando. Sem nenhuma bisbilhotagem, acredite. As pessoas é que falam muito e em voz alta – e é divertido captar ainda que seja fragmentos do que dizem, não raro revelando a tristeza de amores não correspondidos, a frustração de projetos fracassados ou o entusiasmo por conquistas obtidas. Ou mesmo coisinhas do cotidiano sem maior importância.

Experimente escutar um pouco e veja se não é interessante. E útil – pelo menos para mim neste instante em que rabisco aqui a coluna sem nenhuma vontade de falar de coisas complicadas, pois daqui até o dia trinta e um o clima é de festa e ninguém é de ferro.

E por que justamente a fala da poliglota incompreendida? Porque tem me chamado a atenção, no noticiário, o redobrado esforço da grande mídia e de alguns persistentes porta-vozes da direita em atacar o presidente Lula de todas as formas possíveis. Até o “sifu” do presidente em solenidade recente – de arrepiar as distintas madames presentes, na avaliação de colunistas mais sisudos – virou munição, ao lado da torcida insana para que a crise financeira global faça logo grandes estragos em nossa economia. Mas quando se computam dados de pesquisas – como a última rodada CNT-Sensus - a popularidade do presidente continua altíssima. E a oposição... sifu mesmo!

Onde reside, então, a dificuldade dos oposicionistas - na linguagem ou na falta de boas idéias? Nas duas coisas. Tucanos e demos e comunicadores das diversas mídias não conseguem oferecer uma alternativa razoável à postura adotada pelo governo face à crise; e, além disso, usam de uma linguagem quase incompreensível pela maioria da população.

Outro dia, cá na província, um deles insistia na tese do Estado mínimo para pedir cortes nos gastos públicos e contenção do consumo, e falava de um tal “choque de gestão” que a grande maioria dos telespectadores nem sequer sabe do que se trata.

Desse jeito, se não mudarem o discurso continuarão falando sozinhos – pior do que a paraibana de Sapé em Frankfurt e a amiga poliglota.

Bom dia, Carlos Drummond de Andrade

Lira romantiquinha

Por que me trancas
o rosto e o sorriso
e assim me arrancas
do paraíso?

Por que não queres
deixando o alarme
(ai, Deus: mulheres)
acarinhar-me?

Por que cultivas
as sem-perfume
e agressivas
flores do ciúme?

Acaso ignoras
que te amo tanto,
todas as horas,
já nem sei quanto?

Visto que em suma
é todo teu,
de mais nenhuma
o peito meu?

Anjo sem fé
nas minhas juras
porque é que é
que me angusturas?

Minh'alma chove
frio e tristinho
não te comove
este versinho?

Petrobrás forte

. Está no Valor Econômico. As novas refinarias do Maranhão e do Ceará, orçadas em US$ 30,9 bilhões, estarão no plano estratégico da Petrobras para 2009/13 que será votado hoje, em Brasília, pelo conselho de administração da estatal.
. Entre analistas, havia a expectativa de que a Petrobras pudesse retirar os dois projetos do seu planejamento por causa da queda da demanda e dos preços do petróleo e da escassez de crédito provocada pela crise econômica.
. Além dessas duas refinarias, a Petrobras vai manter também a construção das unidades de Pernambuco (Abreu Lima) e do Rio de Janeiro - esta voltada à produção de itens petroquímicos, como unidade básica do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Os dois empreendimentos já estão em obras de terraplenagem.
. As quatro refinarias devem custar US$ 44 bilhões a preços atuais e acrescentar 1,25 milhão de barris diários à capacidade atual de refino brasileira, sendo 600 mil no Maranhão, 300 mil no Ceará, 200 mil em Pernambuco e 150 mil no Rio. O cronograma atual prevê que a unidade de Pernambuco começará a operar em 2011, a do Rio em 2012, a do Maranhão em 2013 e a planta cearense em 2014.

Contra as demissões

Folha de S. Paulo:
Lula não vê motivos para demissões nas empresas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado aos empresários: o governo não irá se engajar na flexibilização das relações de trabalho, não aceita pagar seguro-desemprego durante suspensão temporária de contrato de trabalho e não vê motivo para demissões neste momento. “Acho que é muito engraçado. Os empresários poderiam pagar [os funcionários] com parte dos lucros que acumularam. O governo não vai deixar de assumir a responsabilidade de cuidar dos trabalhadores, mas nenhum empresário tem motivo para mandar trabalhador embora”, afirmou o presidente. Em reunião com Lula, os presidentes da Vale, Roger Agnelli e da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro, haviam defendido mudar a lei para permitir suspensão por dez meses, período em que o empregado teria seguro-desemprego pago pelo governo, mas manteria o vínculo. Segundo o presidente, o papel do empresariado “não é ficar encontrando um jeito de manter o lucro”. Para Monteiro, o debate deve se manter na agenda do país independentemente do apoio do governo.

Dia de diplomação

Folha de Pernambuco:
. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) diplomará, hoje, os prefeitos eleitos do Recife, João da Costa (PT), Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB), e Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSDB). O evento, que acontece às 16h, no Teatro Guararapes, no Centro de Convenções, em Olinda, será presidido pelo presidente do órgão, desembargador Jovaldo Nunes. A diplomação obedecerá a ordem hierárquica dos cargos - prefeito, vice-prefeito e vereadores -, e terá início pelos eleitos na Capital, que serão seguidos dos políticos de Olinda e Jaboatão. Os responsáveis pelo ato serão os juízes Jorge Américo Pereira (Recife), Eliane Ferraz (Olinda) e Michele Duque (Jaboatão).
. Ao todo, serão três prefeitos, três vices e 75 vereadores (37 do Recife, 21 de Jaboatão e 17 de Olinda).

17 dezembro 2008

Bloco de Esquerda na disputa

No Vermelho:
Aldo Rebelo é candidato à presidência da Câmara
O Bloco de Esquerda (PSB/PDT/PCdoB/PRB/PMN) lançou nesta quarta-feira (17) a candidatura do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) à presidência da Câmara dos Deputados. Pela avaliação dos partidos que compõem essa força política, a presença do deputado comunista na disputa certamente levará a decisão para o segundo turno. “Creio que os parlamentares têm uma expectativa de votar com maior independência em relação as cúpulas dos seus partidos”, disse o deputado prevendo adesão à sua candidatura de parlamentares do PT que já formalizou o apoio Michel Temer (PMDB-SP).

Nosso artigo semanal no Blog de Jamildo (JC Online)

Amplo, plural e bem orientado
Luciano Siqueira

Diga-me com quem andas que eu te direi quem és - o adágio bem que se aplica ao desenho dos governos municipais que se preparam para iniciar o seu trabalho em janeiro. O de João da Costa, no Recife, revela-se amplo, plural e bem orientado politicamente.

A orientação política é o ponto de partida. O novo prefeito tem reafirmado o compromisso de consolidar as conquistas alcançadas nos últimos oitos anos pela gestão que agora finda, acrescentando qualidade ao que já foi feito. Mais: a vida não pára e a cidade se constrói continuamente, importa responder aos novos desafios e oportunidades. Daí a ênfase no desenvolvimento econômico, no sentido de colocar o Recife no centro do novo ciclo de crescimento de Pernambuco e da região; em sintonia com o projeto nacional de desenvolvimento em construção desde a assunção do governo Lula, e que aqui se traduz no ambiente progressista operado por Eduardo Campos. O que quer dizer trabalhar a questão nas suas diversas dimensões – a economia formal, as ações de geração de emprego e renda, o estímulo à inovação tecnológica, a formação e a capacitação de mão de obra. O poder local como indutor e parceiro das atividades econômicas, via política fiscal flexível, melhoria da infra-estrutura e da logística, exploração das interfaces com a ciência e a tecnologia.

Governo austero, atento aos possíveis impactos da crise financeira global sobre a economia regional e sobre o padrão de receitas. A saúde, a segurança, a mobilidade urbana, os transportes e a habitação estarão no foco da ação governamental. Uma cidade moderna e de serviços. O equilíbrio fiscal como pré-requisito da eficiência nos gastos públicos e da racionalização de custos e da viabilidade de novos investimentos para melhorar a vida da população.

A amplitude e a pluralidade da composição do primeiro escalão (a se confirmar também com o anúncio próximo dos comandos dos órgãos da administração indireta) sinaliza o comprometimento de partidos e segmentos não-partidários da sociedade com a obra de governo. Também o propósito de combinar o diálogo constante com os mais variados setores sociais em busca dos consensos possíveis com a crescente participação popular.

Chance de dar certo? Toda. Porque além de tecnicamente preparado, assentado na realidade objetiva, conhecendo possibilidades e limites, inspirado no ideário sustentado nas ruas pela Frente do Recife, o novo prefeito mostra-se determinado a reforçar a unidade das forças políticas e sociais que o apóiam.

16 dezembro 2008

Ponderação oportuna

No Jornal do Commercio de hoje, sobre o secretariado de João da Costa:
O vice-prefeito Luciano Siqueira (PCdoB), que por algum tempo se manteve como postulante ao cargo de prefeito por entender que a pluralidade de candidaturas seria o melhor caminho para encarar a disputa, também seguiu a linha de exaltação à habilidade do prefeito eleito na condução do processo de formação do secretariado. Mas dedicou mesmo seu discurso às ponderações que fez desde a pré-campanha: as de que a futura gestão do Recife tinha que ter o compromisso com a consolidação das “conquistas” obtidas nos oito anos de João Paulo. “Mas é preciso inovar, acrescentar, para responder às novas demandas e desafios”.

História: 16 de dezembro de 1770

Nasce em Bonn o compositor alemão Ludwig van Beethoven, gênio e rebelde, admirador da Revolução Francesa, cantor da liberdade e do heroísmo. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).

Versos nostálgicos

"A luz morreu/O céu perdeu a cor/Anoiteceu/No nosso grande amor/A luz morreu" (Vinícius de Moraes/Francis Hime - Anoiteceu).

Quem pode, pode

Gazeta Mercantil:
Crise afeta menos carros de luxo
O Civic (Honda) passou de quinto a segundo carro mais vendido no Brasil depois da crise. Os carros de luxo foram menos afetados que os “populares” - modelos 1.0 respondem agora por 46% das vendas, quando detinham mais de 50% dois meses atrás. “A falta de crédito pesou sobre carros de entrada”, afirma o gerente regional de marketing e venda da GM, Rodrigo Rumi. Focadas em carros de maior valor, Toyota e Citroën ampliaram em 24,8% e 11,6%, respectivamente, as vendas nos 12 primeiros dias de dezembro sobre o mesmo período de novembro, enquanto o mercado geral caiu 4% no período. Os números registrados até a última sexta-feira ainda não refletem o final de semana de vendas com IPI reduzido. Segundo a GM, as vendas subiram 30% em média nas revendas e feirões.

Lula em alta

. Pesquisa Ibope para a Confederação Nacional da Indústria mostra que 73% dos brasileiros consideram o governo Lula bom ou ótimo, novo recorde do presidente.
. Dos entrevistados, 75% dizem saber da crise, destes, 84% a consideram “grave” ou “muito grave”, mas 62% aprovam a ação do governo. Em outra pesquisa, da Sensus, 47,3% esperam melhora no emprego - eram 59,2% em setembro.

Integração, unidade e independência

. É o que defende o chancele Celso Amorim, conforme noticia a Folha de S. Paulo. Segundo ele a cúpula Americana Latina-Caribe que acontece amanhã na Bahia funcionará como um manifesto pela independência decisória da região –uma espécie de “América Latina (mais o Caribe) para os latino-americanos’’.
. A opinião contrasta com a chamada Doutrina Monroe, lançada em 1823 pelo presidente dos EUA James Moroe como o lema “A América para os americanos”.
. “È inacreditável que seja necessário, nesses 200 anos (após a independência das nações latino-americanas), que os países da região tenham que se reunir na presença de poderes externos”. Amorim citou EUA, Espanha e Portugal como os “poderes externos” e disse não ser desejável” nem “possível” que os EUA recuperem a hegemonia no subcontinente.

15 dezembro 2008

Amplo e plural

. É ótima a primeira impressão da equipe de governo anunciada hoje pelo futuro prefeito João da Costa.
. Amplitude e pluralidade são a marca.

Companheirismo

Jornal do Commercio (Cena Política):
Luciano ressalta sua amizade com João Paulo - Na festa de ontem, o vice mostrou todo o seu apreço pelo ex-companheiro de chapa: “João Paulo só se livra de mim e do PCdoB se fugir do País”.

Livros pelo ralo

. Uma nação se faz com homens e livros – teria dito Ruy Barbosa. Se assim é, levantamento feito pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que coordena o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) significa muito. A cada fim de ano letivo, em média 13% dos livros didáticos não são devolvidos pelos alunos da rede pública ou precisam ser aposentados em função do mau estado de conservação.
. Daí, cerca de 10% do orçamento anual do programa é gasto com a reposição de exemplares.. O FNDE mantém campanhas permanentes com as escolas sobre a necessidade de se cuidar bem dos livros. Mas os resultados ainda são precários. Questão de consciência – e de educação.

A opinião pessoal de Sérgio Augusto

A democracia está sólida há 20 anos, mas...
Sérgio Augusto Silveira
sergioaugusto_s@yahoo.coml.br

Um dos mais criativos e conscientes deputados constituintes de 1988, o peemedebista Egídio Ferreira Lima, deve ser ouvido com toda atenção no momento em que ele afirma estar, a democracia brasileira, sólida em seus alicerces e garantida na prática do dia-a-dia. Foi o que ele garantiu em entrevista há poucos dias, a partir da qual podemos interpor algumas questões nada dispensáveis.

A primeira questão é saber se, com toda essa solidez do regime democrático reconquistado há 20 anos, o Brasil conseguiu superar aquela tradição consolidada ao longo do século XX, pela qual o país e suas instituições sofrem uma crise séria a cada 20 anos. Assim foi, por exemplo, no termino de duas décadas da redemocratização de 1945, que acabou no golpe militar de 1964. A seguinte foi a de 1984, quando o regime autoritário caiu de joelhos, iniciando-se o processo que redundou na redemocratização em 1985/86, e posta em ordem legal em 1988. Isso para citar só dois exemplos que confirmam aquele ciclo.

Outra questão é perguntar: e agora? Será que estamos ingressando nos anos seguintes às duas décadas de ordem democrática e estado de direito sem sinais de cansaço e enferrujamento nas articulações? Se raciocinarmos levando em conta apenas ao aspecto formal do edifício democrático, será fácil dizer que está tudo bem, pois afinal as eleições têm se realizado regularmente, os parlamentos estão aí, livres e de portas abertas, os cidadãos têm garantidos os seus direitos de votar e ser votados etc.

Só que na democracia brasileira existe um porém. E sempre há um porém, como já dizia o humor cáustico de Stanislau Ponte Preta, fundador do Pasquim. A primeira lição política, ao vermos aí brilhando o edifício da ordem democrática, é perguntar se essa ordem é suficiente por si mesma para que os cidadãos acreditem no país e suas instituições.

É claro que essa ordem não é suficiente, na medida em que se revela incapaz de impedir o ingresso – agora intenso – da marginalidade e seus agentes nos diversos níveis de poder. Tornou-se notícia freqüente o flagrante de (aspas) agentes da lei organizados em quadrilhas e cometendo crimes diversos. O que a ordem democrática está fazendo para impedir esse enfraquecimento dela própria?

A tal ordem (é melhor ela do que a desordem que existia com o golpe) não está conseguindo fazer seus reflexos influírem nos mecanismos que possam diminuir a injustiça social. Era de se esperar que a nova ordem institucional tivesse um efeito para além do meramente político-parlamentar, atuando de algum modo para que hoje, 20 anos depois, não tivéssemos em Pernambuco a metade da população em situação de miserabilidade.

No caso do Brasil, é um luxo primeiro-mundista acreditar que basta a garantia do estado de direito e seus mecanismos para que nos consideremos felizes da vida. Na passagem dos 20 anos da nova Constituição da República Federativa do Brasil, é necessário que os brasileiros exijam novos passos, com a ação e efeito de novas ferramentas, no sentido que se complete esta página democrática e se garanta melhores condições de vida para a maioria.

Isso além dos mecanismos temporários que aí estão sendo usados pelo atual governo. Porque, afinal de contas, ter garantido o voto e ir votar de barriga vazia não é a solução.
* Jornalista

14 dezembro 2008

História real

No Vermelho:
AI-5: há 40 anos, país sofria o mais duro golpe da ditadura
. Em 13 de dezembro de 68, quatro anos após o golpe militar que instaurou a ditadura, o ditador de plantão Costa e Silva anunciava o Ato Institucional nº 5. Os seus efeitos duraram mais de dez anos e representaram o período mais marcante da ditadura.
. Em 13 de dezembro de 1968, quatro anos após o golpe militar que instaurou a ditadura no país, Arthur da Costa e Silva anunciava ao país o Ato Institucional nº 5 (AI-5), o mais duro dos decretos editados pelos militares. Os seus efeitos duraram mais de dez anos e representaram o período mais marcante da ditadura brasileira.
. O ato suprimiu direitos civis e deu poderes absolutos ao regime militar. Como determinação mais extrema, o AI-5 resultou no fechamento do Congresso Nacional por prazo indeterminado, além de decretar a intervenção nos estados e suspender habeas corpus para crimes políticos e para reuniões de cunho político.
. Parlamentares foram cassados, manifestantes foram presos e torturados, trabalhadores e estudante foram perseguidos. Três juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) foram cassados e outros dois foram aposentados compulsoriamente.

Pacote habitacional

. Está na Folha de S. Paulo de hoje. O governo Lula colocou na prancheta o projeto de elevar de 600 mil em 2008 para 900 mil em 2009 o número de moradias financiadas pela Caixa Econômica Federal e pelo setor privado. Neste ano, o total de financiamento de imóveis novos e usados deve chegar a R$ 30 bilhões.
. O ministro Guido Mantega (Fazenda) diz que pretende lançar o projeto, que mira os mais pobres e a classe média, em janeiro. Segundo ele, no ano que vem, o governo deve apresentar novidades para o setor de infra-estrutura e o BNDES terá R$ 110 bilhões para emprestar.

13 dezembro 2008

História: 13 de dezembro de 1968

O general Costa e Silva, ditador do AI-5

A Câmara dos Deputados, desafiando a ditadura, rejeita por 216 votos a 141 o pedido de licença para processar o deputado Márcio Moreira Alves. À noite, o Ato Institucional nº 5 suprime todo resquício do estado de direito: fechamento do Congresso, nova onda de cassações. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).

Bom dia, Waldir Pedrosa Amorim

Sol nascente

O sol
trafegou
na noite
repetiu-se
insistiu
dissipou trevas.
Em delírios
a consciência
anelava a luz.

Governo paralelo?

Agência Carta Maior:
"Banco Central é um banco. Devia prover o crédito; não agir como governo paralelo"
Para o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor do Instituto de Economia da Unicamp, recusa do Banco Central em baixar os juros é a "reafirmação algo infantilizada de um princípio de independência que não hesita em colocar suas supostas prerrogativas à frente das prioridades da economia nacional num momento grave como esse". O BC, acrescenta, deveria ter uma ação enérgica para prover o crédito e impedir a passagem da crise financeira para uma crise da economia real.
. A decisão não surpreendente do Banco Central brasileiro, cujo comitê de política monetária, o Copom, reafirmou na última quarta-feira a supremacia de um capricho ideológico contra as evidências econômicas, a sensatez política e as urgências da sociedade brasileira, reavivou a lembrança de um diagnóstico feito em 2003, pelo então recém-eleito Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
. “Terceirizaram o Brasil”, desabafou o novo mandatário ao tomar conhecimento do excesso de poder investido nas agências reguladoras pelos entusiastas do Estado mínimo, que há pouco haviam deixado o Palácio do Planalto.
. Nos dias que antecederam a última reunião de 2008 do Copom, países com economias de escala e histórico distintos, como os EUA, a China, Japão, Inglaterra, Suécia e Tailância, ademais do Banco Central Europeu , comando pelo nada heterodoxo Jean Claude Trichet, baixaram os juros. O mundo em geral opera atualmente em patamares cada vez mais distantes do pico mundial de 13,75% ostentado pela taxa Selic brasileira e reafirmado agora pela agência reguladora da moeda nativa. No Japão, por exemplo, a taxa básica é de 0,3%. Nos EUA, 1% e um novo corte não está descartado ainda este ano.
. Imediatamente ao pronunciamento do Copom, BCs da Suíça, Taiwan e Coréia do Sul reafirmam esse distanciamento em relação ao blindado da ortodoxia tropical. Na quinta-feira pela manhã, a Coréia do Sul, cuja moeda enfrenta ataques especulativos, reduziria a taxa de juro ao patamar mais baixo da história, 2%.
. A convergência mundial reflete uma ação coordenada de Estados e governos para resistir à “virada abrupta”. Ou seja, à passagem dura da crise financeira para uma crise da economia real. Trata-se de opor barreiras a uma espiral recessiva que se nutre de suas próprias crias e dejetos, desencadeando a partir daí um processo longo, penoso, quase incontrolável depois que se inicia.
. Que fundamentos teriam capitaneado o BC brasileiro a uma constelação tão distante desse ansioso esforço de resistência planetária, ao qual se alia o governo Lula e o Presidente em pessoa?
. O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor-titular do Instituto de Economia da Unicamp, uma voz ponderada crescentemente ouvida e consultada pelo governo, mas também por empresários e lideranças sociais, não encontra razões técnicas para o fenômeno. “Assistimos à reafirmação algo infantilizada de um princípio de independência que não hesita em colocar suas supostas prerrogativas à frente das prioridades da economia nacional num momento grave como esse”.
. Belluzzo vai ao ponto. E retoma com outras palavras o espanto de Lula em 2003. Ao vasculhar a literatura - “italiana, diga-se” - que consagra os “mandamentos universais” de um Banco Central independente, o professor da Unicamp e também presidente do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, encontra sete dogmas que permitem a transmutação de um pedaço do Estado em força autonomista, dissociada da história e da democracia. O professor lê rapidamente o resultado de sua pesquisa. Um conjunto de prescrições que asseguram ao presidente de um BC e demais diretores, bem como às suas decisões, a vaporosa condição metafísica de entes não subordinados a nenhum tipo de escrutínio ou condicionalidade, exceto aqueles ditados pelos interesses do mercado financeiro.
. “Resolvi fazer um adendo à literatura especializada”, ironiza Belluzzo que se permitiu resumir essas salvaguardas numa única norma: “Sugiro o seguinte”, diz ele, “artigo único: - O presidente do Banco Central é indicado pelos seus pares do mercado; cabe-lhe em seguida indicar o Presidente da República. Ponto. Revogam-se disposições em contrário”.
. O recurso à ironia é sério. Reforça a preocupação do economista com a necessidade - urgência, seria melhor dizer - de se dotar o país de um comando coeso para coordenar ações de profundidade e abrangência requeridas para o enfrentamento da crise. “Em nenhum lugar do mundo o mercado financeiro tem o peso e a sacralidade que vemos no Brasil”, explica o presidente do Centro Celso Furtado. “Tudo bem”, ressalva, “nos EUA o mercado financeiro é o Estado, ou quase isso”, cutuca e pondera em seguida: “Porém, mesmo lá veja se o Bernanke (presidente do FED, BC dos EUA) não conversa com o Paulson (secretário do Tesouro, algo como ministro da Fazenda); verifique se não tomam decisões combinadas, coordenadas e coesas. Claro que tomam; aliás é o que têm feito todo dia nesta crise. "Aqui, ao contrário", fulmina o professor da Unicamp, "a sociedade e, pior, os membros do governo, inclusive o Presidente da República, não podem sequer se manifestar sobre o comportamento dos juros. Quando mencionam o assunto devem fazê-lo em voz baixa, por metáforas. Ou cochichando. Caso contrário há xiliques; demissionários se oferecem ao mercado como heróis da causa autonomista; a imprensa, colunistas e demais círculos interessados, magnificam a importância desses gestos e protagonistas insuflando uma crise que contamina todo o mercado.” O economista - que já teria sido convidado pelo Presidente da República para a direção do BC - afirma que mexer na instituição nesse momento seria um risco não recomendável. Mas admite que os “autonomistas” valem-se desse quase poder de chantagem para acuar a política econômica. Isso num momento em que a coordenação e rapidez das respostas de governo fazem a diferença entre a recessão ou a travessia controlada da crise.“Os juros na ponta estão subindo fortemente nos últimos três meses; as condições de crédito pioraram; a virada da economia de um curso de crescimento vigoroso para seu oposto está sendo muito dura. Esse movimento brusco envolve desdobramentos sérios, perigosos e crescentes. Como pode um BC ficar indiferente a isso?”, questiona o professor da Unicamp. Belluzo defende que o BC deveria ter uma ação enérgica para prover o crédito e impedir a “virada” brusca sentida por vários setores empresariais. “Eles deveriam se espelhar no que vem fazendo o FED. "Nos EUA", exemplifica, "o BC entrou inclusive no mercado de commercial papers (fazendo algo como descontos de duplicatas para empresas, de modo a evitar maior contração dos negócios)".
. Ampliar a presença do Estado no mercado de crédito, através dos bancos públicos, é o último recurso, a seu ver, para impedir que a economia brasileira perca drasticamente sua dinâmica . “Os bancos públicos deveriam contrastar o setor financeiro privado; puxá-lo de volta ao financiamento a taxas factíveis; esse é o caminho". "Mas", ele se pergunta, "como reduzir o crédito público de forma substantiva se o BC não corta a taxa básica nem mesmo em 0,25 ponto?”. Belluzzo não deixa transparecer pessimismo. “Creio que estou sendo realistas; converso muito e o que me dizem, nos setores mais diversos, é que as dificuldades para produzir e empregar se avolumam”, adverte, para concluir em tom sereno mas contundente: “o BC não pode viver num a esfera apartada da Nação. O Banco Central é um banco; deveria agir como tal, desdobrando-se em esforços para prover a economia de crédito a custos compatíveis; e não se portar como um governo paralelo”.

11 dezembro 2008

De pai para filho

BBCBrasil.com:
Genes do pai têm maior influência em sexo do bebê
Um estudo realizado na Grã-Bretanha indica que o sexo de um bebê pode ser determinado por genes que o pai herda dos próprios pais.
. Segundo a pesquisa da Universidade de Newcastle, isso significa que um homem com muitos irmãos tende a ter filhos meninos, enquanto outro com mais irmãs tende a ser pai de meninas.
. O estudo, publicado nesta quinta-feira na revista especializada Evolutionary Biology, analisou 927 árvores genealógicas, com dados sobre 55.387 pessoas da América do Norte e da Europa desde 1600.
. "A análise mostrou que a tendência a ter um menino ou uma menina é herdada pelo homem", afirmou Corry Gellatly, coordenador da pesquisa. "Já nas mulheres é impossível prever."
Pós-guerras - O que determina o sexo de um bebê é se o esperma do pai carrega o cromossomo Y (que, combinado com o cromossomo X da mãe, resulta em um menino) ou X (que, na mesma combinação, resulta em uma menina).
. O estudo sugere que um gene ainda não conhecido controlaria se o esperma do homem teria mais cromossomos Y ou X.
. Um gene consiste de duas partes, chamadas alelos, herdadas uma do pai e uma da mãe. Segundo Gellatly, é provável que os homens carreguem dois tipos diferentes de alelos, o que possibilitaria três combinações no gene que controlaria a proporção entre cromossomos X e Y no esperma.
. "O gene é transmitido pelos pais, o que faz com que alguns homens tenham mais filhos meninos e outros mais meninas", afirma o cientista. "Isso pode explicar por que existe um certo equilíbrio entre os sexos em uma população."
. Sabe-se, por exemplo, que em muitos países que participaram das duas Guerras Mundiais houve um aumento repentino no número de nascimentos de meninos logo depois.
Segundo o cientista, isso pode ter ocorrido porque era mais provável que homens com mais filhos, que portanto herdavam a capacidade de ter também mais filhos homens, vissem ao menos um deles voltar vivo das batalhas, ao passo que os que tinham mais meninas podiam acabar perdendo seus poucos filhos homens - que teriam a capacidade de gerar mais meninas.

Vida em outro planeta

No G1:
Detecção de vapor d'água em planeta anima busca por vida fora da Terra Cientistas também detectaram gás carbônico em mundo distante. Descobertas foram feitas com os telescópios espacias Hubble e Spitzer
. A astronomia é capaz de coisas incríveis. Os cientistas mal conseguem enxergar com seus telescópios estes planetas que giram ao redor de estrelas distantes. Mas em compensação já estão conseguindo até dizer que componentes existem em sua atmosfera. E duas detecções muito importantes acabam de ser feitas - cientistas encontraram gás carbônico e, melhor ainda, vapor d'água, num mundo a 63 anos-luz daqui.
. Os protagonistas da descoberta são os telescópios Hubble e Spitzer, satélites da Nasa, agência espacial americana, que orbitam ao redor da Terra. E a vítima da espionagem cósmica é o HD 189733b, nome pouco charmoso para designar um chamada "Júpiter Quente", um planeta gigante gasoso que gira muito próximo de sua estrela-mãe (que, adivinha só, se chama HD 189733). Para que se tenha uma idéia de quão perto, basta dizer que ele completa uma volta em torno da estrela em pouco mais de dois dias terrestres. Isso mesmo, o ano lá dura dois dias.

Coluna semanal no Portal Vermelho

A conjuntura energética e a tarifa ao consumidor
Luciano Siqueira

Não faz sentido bradar com a possibilidade de colapso do sistema energético, como faz com freqüência parte da mídia sempre disposta a proclamar o caos. Essa variável decisiva do incremento das atividades produtivas continua sob controle.

Isto posto, vale prestar atenção ao levantamento feito pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ), segundo o qual vai sobrar energia na área industrial no atual cenário de restrições ao crescimento em face de crise financeira global.

É o que vem ocorrendo com as indústrias que produzem bens intermediários, como alumínio, zinco e níquel, chamados produtos eletro-intensivos, destinados à exportação.

Assim, verifica-se uma queda no preço dos contratos de compra de energia no mercado livre, que passou, em uma semana, de R$ 200,00 o megawatt/hora (MW/h) para R$ 130,00 o MW/h, em função da retração da demanda.

Tudo bem. Menos encargo para os segmentos da economia que prosseguem investindo. Mas, na outra ponta, também se constata que o preço da energia não cai para os consumidores individuais. Ao contrário, a tendência da tarifa é subir, sob o impacto de dois componentes.

Um componente é a energia proveniente da usina de Itaipu, que é comprada em dólar. O valor da moeda norte-americana tem aumentado quase que diariamente, apesar do BC intervir incontinenti no sentido de conter esse aumento. Daí o consumidor ser constrangido a pagar mais reais pela mesma quantidade de energia elétrica utilizada.

O outro é que uma parcela da planilha tarifária das empresas distribuidoras é indexada ao Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), que naturalmente incorpora a valorização do dólar.

O estudo acima mencionado aponta, entretanto, uma alternativa para reduzir tarifas ao consumidor individual. Seria a utilização das usinas termelétricas movidas a óleo e a gás. Uma possibilidade que carece de considerações técnicas e econômicas diversas.

Mas antes de tudo é preciso uma decisão de governo nesse sentido, coerente com o conjunto das medidas anti-crise que vêm sendo adotadas. Tanto quanto se procura desonerar a produção, fomentar o crédito e o consumo, necessário se faz reduzir o custo da sobrevivência do cidadão comum e de sua família – e a chamada conta da luz pesa no orçamento doméstico.

História: 11 de dezembro de 1992

O general Thaumaturgo Vaz, do Comando Militar da Amazônia, diz que mortos na Guerrilha do Araguaia (1972) foram sepultados clandestinamente em cemitério de Xambioá, TO. Em 93 é denunciada a queima dos corpos de guerrilheiros na serra das Andorinhas, PA. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).

Em descompasso com a realidade

Na Folha de S. Paulo:
Juros extravagantes
A política monetária brasileira está demorando a se adaptar às novas circunstâncias

Paulo Nogueira Batista Jr.

Prepare-se, leitor: o artigo de hoje vem um pouco carregado de estatísticas (essa permanência aqui no FMI está arruinando o meu estilo). Feita a advertência, começo. É impressionante como mudou a situação econômica brasileira e mundial. Há poucos meses, a inflação parecia ser um grande risco -pelo menos para países como o Brasil. As atas do Copom sinalizavam uma longa temporada de aumentos na taxa de juro.

A turma da bufunfa salivava intensamente.

Hoje, o risco dominante é a recessão -ou uma desaceleração pronunciada no caso do Brasil. Até a deflação voltou a ser uma ameaça para algumas economias. Muitos bancos centrais estão diminuindo as taxas básicas de juro de forma acentuada. Nos últimos dias, houve diversas decisões desse tipo: Banco Central Europeu (-0,75 ponto percentual), Banco da Inglaterra (-1,0), Banco do Canadá (-0,75), Riksbank da Suécia (-1,75), para citar alguns exemplos.

A política monetária brasileira está demorando a se adaptar às novas circunstâncias. Em conseqüência, vem aumentando a já elevada diferença entre os juros praticados no Brasil e no resto do mundo.

A taxa real básica "ex ante" (a taxa nominal descontada a inflação esperada para os próximos 12 meses) situa-se em nada menos que 8%. O Brasil continua a liderar, com folga, o ranking mundial de juros.

A Uptrend Consultoria Econômica publica regularmente um levantamento dos juros básicos praticados nos 40 principais mercados desenvolvidos e emergentes. Nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Japão, a taxa real básica é negativa em 2,6%, 2,4% e 1,4%, respectivamente.
A Alemanha é atualmente o único dos principais países desenvolvidos a registrar taxa real positiva (1,1%).

Nos mercados emergentes, as taxas são moderadas, quando não negativas, em termos reais. Na China, por exemplo, o juro básico real é atualmente de 1,5%; no México, 2,3%. A Rússia e a Índia praticam juros reais negativos, respectivamente de -0,7% e -4,0%. A média geral nos 40 mercados é negativa em 0,3%, segundo a Uptrend Consultoria. Existem motivos de sobra para começar a reduzir a taxa de juro no Brasil. Acumulam-se sinais de que a economia está perdendo impulso.

As projeções de crescimento para 2009 vêm sendo revistas para baixo, sistematicamente. O FMI reduziu a sua previsão para 3%. No levantamento das projeções de mercado, realizado pelo Banco Central, o ritmo de crescimento esperado para 2009 caiu para apenas 2,5%.

A confirmação desses números representaria evidentemente a recaída no cenário de crescimento medíocre do qual estávamos conseguindo escapar. As taxas de desemprego e subemprego provavelmente aumentariam de maneira significativa.

Haveria risco de inflação se os juros fossem mais moderados? É claro que o Banco Central tem que estar sempre alerta. Como diria um discípulo do Conselheiro Acácio, o preço da estabilidade é a eterna vigilância.

Mas não parece existir grande risco. As expectativas de mercado, levantadas pelo Banco Central, apontam para uma inflação da ordem de 5,4% nos próximos 12 meses. As expectativas estão estabilizadas nesse patamar há várias semanas. As estimativas da inflação subjacente (os chamados núcleos da inflação) também registram taxas moderadas, inferiores ao teto da meta de inflação, que é 6,5%. Controle da inflação, sim -mas sem extravagâncias doutrinárias.

Travando o crescimento

. Na contramão das medidas anti-crise adotadas pelo governo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve ontem a taxa básica de juros, a Selic, 13,75%.
. A Selic remunera os títulos depositados no Serviço Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e é usada pelo BC como instrumento de controle da inflação.
. Quanto mais alta a Selic, mais caro fica o crédito, o que desestimula o consumo de bens e serviços. Quanto a Selic é alta, os bancos preferem comprar títulos do governo, remunerados pela Selic, do que emprestar aos consumidores.
. No início deste ano, a Selic estava em 11,25%, permaneceu assim em março, subiu para 11,75% em abril, e na reuniões seguintes do Copom também foi elevada: 12,25% em junho, 13% em julho e 13,75% em setembro e outubro.

Bom dia, Cida Pedrosa

céu de confeiteiro

uma fatia de céu
é dada
nesta noite de maio

quinhão que cabe ao homem
que da janela espera

a urbe apita
e o calor
se faz bruma e precipício

uma fatia de céu
é dada
aos amantes da varanda

quinhão que cabe ao amor
em tempos de luas magras

Em defesa do emprego

Gazeta Mercantil:
Centrais pedem garantia de emprego
A taxa de emprego industrial recuou 0,2% em outubro em relação a setembro, após dois meses de estabilidade, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a igual período no ano passado, a abertura de vagas na indústria subiu 1,6%. No ano, o indicador acumula alta de 2,6%.A perspectiva de redução da taxa de emprego levou centrais sindicais a Brasília para encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os líderes sindicais saíram da reunião desapontados pela falta de proposta concreta em relação à adoção de medidas que assegurem a manutenção dos empregos. Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos, as providências tomadas pelo governo para reativar a economia seguem o caminho correto, mas são “insuficientes”.De acordo com Santos, os sindicalistas esperavam, pelo menos, o anúncio da mudança na sistemática de cobrança do Imposto de Renda, como forma para garantir o poder de compra do trabalhador. O governo se comprometeu a realizar reuniões nos próximos dias com trabalhadores e empresários em câmaras setoriais para discutir formas de garantir a abertura de vagas. A primeira reunião ocorrerá na próxima terça-feira, com representantes do BNDES, trabalhadores e empresários.

Incentivando o consumo

Valor Econômico:
Pacote deve reduzir o IR na fonte
O ministro da Fazenda, Guido Mante­ga, anuncia hoje um conjunto de medi­das para incentivar o consumo de bens e serviços na economia. Do pacote a ser levado ao presidente Lula, nesta ma­nhã, deve constar a criação de novas alíquotas na tabela do Imposto de Renda Retido na Fonte, a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para operações de crédito ao consumo e re­dução do IPI para automóveis. A proposta da Fazenda para o IR é criar duas novas alíquotas, uma inferior a mínima de 15%, algo em torno de 10%, e ou­tra intermediária entre os 15% e a alíquo­ta superior de 27,5%, que pode ser de 22% ou até 25%. A definição caberá ao presi­dente e dependerá do tamanho da perda de arrecadação que o governo conside­rar razoável para 2009, quando vigorará a nova tabela.

A voz dos trabalhadores

No Vermelho:
'Ou caem os juros, ou cai Meirelles', protestam centrais
. Para pressionar a última reunião do ano do Copom (Comitê de Política Monetária) a reduzir os juros, seis centrais sindicais foram às ruas em São Paulo e em Brasília nesta quarta-feira (10). Na capital do país, as lideranças distribuíram sardinhas em frente ao Banco Central (BC) para simbolizar o futuro da população brasileira caso a Selic continue nas alturas. “Cai os juros ou cai (Henrique) Meirelles [presidente do BC]”, diziam as faixas das manifestações.
. “As manifestações são uma conseqüência da grande Marcha da Classe Trabalhadora, realizada no último dia 3, e reforçam o pedido de baixar os juros e o superávit. O Copom tem sido sabotador do desenvolvimento nacional e não permitiremos que Meirelles, que é o principal defensor da sabotagem, continue à frente do BC. Queremos a sua imediata saída”, declarou ao Vermelho o presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Wagner Gomes.
. A última reunião do Copom começou nesta terça (9) e deve anunciar nesta noite de quarta qual será a nova taxa básica de juros. A expectativa dos analistas de mercado é que o colegiado mantenha a Selic em 13,75%. Mas os manifestantes pedem que os juros diminuam em dois pontos percentuais, passando para 11,75%.
. Leia a matéria completa http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=48044- Leia também:- Mantega promete crédito mais fácil; é insuficiente, diz CUT

09 dezembro 2008

Versos que afagam

"Meu coração/Não sei porque/Bate feliz/Quando te vê/E os meus olhos ficam sorrindo/E pelas ruas vão te seguindo" (Pixinguinha - Carinhoso)