01 setembro 2021

Em declínio

Crise sanitária, energética e política podem abreviar fim de Bolsonaro

Luís Nassif, Jornal GGN

 

Principal índice de antecedente para a inflação, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) de julho de 2021 registrou alta de 1,94%.

Dos 23 setores acompanhados, houve alta em 17 deles, puxados pelos 9,34% dos Produtos Químicos Inorgânicos, 6,53% dos Laticínios e 4,91% dos Eletrodomésticos.

Houve quedas em 65 setores, de Resinas e Elastômeros (-4,98%), Fabricação e Refino de Açúcar (-2,33%) e Fabricação de Óleos e Gorduras Vegetais e Animais (-2,22%).

Essas quedas são meros acomodamentos, já que, no acumulado de 12 meses, Resinas e Elastômeros aumentaram, 109,75%, Reino de Açúcar 28,58% e Fabricação e Gorduras Vegetais e animais 54%.

Some-se a elevação substancial do preço da gasolina – que, aliás, está fechando as portas para uma das poucas alternativas de emprego, os aplicativos de automóveis. 

Hoje em dia, empresas menores passam pelo seguinte dilema:

Produtores de matérias primas, como algodão, estão segurando a produção, esperando alguma folga na demanda para repassar as altas.

Além dos problemas no fornecimento de matérias primas, muitos setores não estão conseguindo repassar as altas de preços. Agrava, assim, o fenômeno da estagflação.

Nas próximas semanas, haverá um acúmulo inédito de problemas econômicos.

1.   Interrupção em muitas cadeias produtivas, a exemplo da indústria automobilística.

2.   Recrudescimento da pandemia, puxada pelas novas cepas.

3.   Crise energética, que deverá explodir no final de setembro.

4.   Crise política, que deverá atingir seu epicentro nos desfiles de 7 de Setembro.

Conforme antecipamos dias atrás, no Xadrez da Tempestade Perfeita contra Bolsonaro, Bolsonaro não irá recuar em suas investidas contra as instituições, por uma razão objetiva: isolado em todas as frentes, com mais crises se avizinhando, só lhe resta como trunfo os radicais de suas bolhas de WhatsApp.

Provavelmente não haverá alternativas às instituições senão dar seguimento aos pedidos de impeachment de Bolsonaro. Até agora, ele vem se sustentando no mais amplo processo de corrupção da história, dando o controle total do orçamento aos deputados.

Nas próximas semanas haverá reuniões frenéticas para negociar o impeachment. É possível, até, que se acene com uma anistia para Bolsonaro e filhos, visando abreviar a tragédia. Mas dificilmente qualquer anistia será aceita pela opinião pública.

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Veja: Convergência quanto à necessidade de amplo diálogo https://bit.ly/3kbDHqq

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