Recentemente um professora baiana, foi demitida por ter dançado, dançado não, feito uma porra lá qualquer... que alguns chamam de coreografia, coisa que também discordo.
O video tá no yuotube: http://www.youtube.com/watch?v=Torox5xvOIo
Fui provocado a expressa uma opnião... Sabendo que a minha opnião só vale pra mim mesmo...
Segue o texto:
Sem Troco!
Maviael Melo, poeta e cantador
poetamavi@yahoo.com.br
Começo a fiar esse texto, sem a mínima pretensão de convencer ou condenar, somente querendo expressar a minha angustia com tanto caso por nada! Com tantas perguntas que ficam.
- Um troco de alguma coisa. A partir de hoje só faço compras com o dinheiro contado, para evitar certos trocos;
- Um doido com um celular, segundo Amazan: “... em toda janela tem”;
- Uma inocente mulher: Afinal quem não fica valente, rico, esquecido, liso, eufórico, dançante e sem pudor depois de umas bicadas;
- E um meio de divulgar, ainda acredito na internet como uma importante ferramenta de informação e expressão.
A princípio não nos pareceria mal, pois seria bastante natural, como de fato o é. Em todos os cantos que vamos, nos deparamos com trocos, com celulares e seus cinegrafistas amadores, mulheres inocentes e mulheres experientes, e as notícias vão se formando no ar, nas vozes, nos sorrisos, nas tragédias etílicas, em fotos clicadas e postas em site de entretenimento, etc.
Acompanhei essa semana em algumas rodadas entre amigos, o fato ocorrido com a professora baiana, que foi demitida por ter se deixado ser enfiada pelo próprio tecido por um desses “reboladores”, de uma dessas bandas aí, chamada O Troco.
Na verdade fiquei sem palavras ao ver as imagens e o seu conteúdo. Sem palavras, pois na tentativa de expressar a minha opinião imediata, de que realmente é inadmissível que uma educadora infantil se preste a tal papel, coloco-me ao mesmo tempo no lugar do cidadão que tem direitos e deveres iguais aos de todo mundo. O fato de ser educadora, não tira dela o direito de se arreganhar em público, afinal é maior e livre.
Mas até que ponto se é livre mesmo? Uma grande massa da nossa população está acorrentada aos trocos errados que circulam em porcarias, com o apoio financeiro e alienador de produtores de lixo. Procurei ver o lado da escola que pune tão severamente a educadora, ao tempo em que é comum nas festas comemorativas de diversas escolas, serem contratadas bandas que passam o mesmo troco. (errado)
Sob uma ótica humana, é degradante o que se vem produzindo, tocado e mostrado nos principais meios de comunicação, principalmente as FM´s, imaginar que os adolescentes convivem com isso todos os dias, é preocupante. Que educadores teremos daqui a 10 ou 15 anos? Ver a cena, é triste, não sei ao certo a sensação, mas é algo que circula entre o nojento e o humilhante, entre o degradante e vil. Sem palavras...
Enfim, Está tudo no mundo! Segundo Rafhael. Em mundos diferentes, penso eu. O mundo que penso não permite tal ultraje a mulher alguma. O mundo da professora com certeza é outro, é o mundo fabricado pelas grandes indústrias de manipulações, que aliena de tal forma a massa, ao ponto de mulheres mal passadas, submeterem-se a cenas tão lastimáveis. O mundo que penso é distante, mas acredito em novos mundos diários que surgem, a professora enfiada, acaba de se enfiar em um novo mundo, com um pouco de vítima, um pouco patética, e um tanto quanto esperançosa, concordo com Pinzoh, quando diz “Mas não duvido que ela chegue a ser apresentadora de programa infantil na televisão, pois parece ser assim que a coisa tem funcionado, no ritmo do “tudo enfiado na hipocrisia”
Não me conformo. Acredito e vou continuar acreditando, luto e irei lutando, embora a cada dia um novo luto é adicionado a música brasileira, mas também um novo verso, uma nova canção sonora pelo ar.
Fui enfiando palavras ao texto e percebendo as diversas vias que sugere o tema, filosóficas, pedagógicas, constitucionais, legais, corporais, éticas, sociais, culturais, etc.
Será crime enfim uma pessoa maior, supostamente livre divertir-se em publico? Será negligência paterna permitir que nossos filhos tenham como educadores apreciadores desse troco? Quem deu esse direito de exposição da vida alheia aos doidos dos celulares? Será repressão punir um inocente e expor de forma sensacionalista a vida de uma pessoa, que tem outras pessoas em sua vida? Ou será hipocrisia, ver tanta coisa enfiada nos bolsos dos homens de pretos, que nos vão enfiando “goela a dentro”, escândalos de corjas tão espúrias e nojentas quanto o ato da professora naquele palco de horrores.
Em resumo me vejo enfiado numa discussão ética do que se pode e o que não se pode! Acho que algo tem que ser feito, urgentemente, as pessoas irão continuar dançando e se enfiando cada vez mais nesse troco de merda que circula em migalhas gigantescas, nos guetos principalmente dos subúrbios, agora ainda mais, como toda a repercussão (proposital) do fato.
O que fazer: censurar ou educar? Eu acredito na educação de base, no ensino como vivência, a escola é ainda um lugar de se aprender, lamento pela professora, que ainda poderia vir a ser de fato uma educadora. Não me proponho a achar um culpado em toda essa lambança cultural, apenas questiono: A mídia? Que, sobrevive muito bem com os altos trocos gerados dessa merda. A escola que quer ser exemplo, ou ganhar mídia como se exemplo fosse? As diversas câmeras celulares que invadem a vida alheia e lançam na internet? Hoje em dia não se vende celular porque ele faz e recebe ligações, vende-se um “Bombril Comunication” com mil e uma utilidades e todo mundo pode ter um, mérito da situação atual do nosso País. A professora, que sonhava, penso eu, no seu mundo criança, em ser educadora e ajudar a formar jovens e ver sua filha formada, sabe-se lá o que não se mudou no seu mundo entre a infância e a maior idade? Quais acessos culturais ela teve ou preferiu?
Está tudo no mundo sim, mas cada um escolhe o seu! Eu já escolhi o meu e só pago a conta certa! Sem troco!
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